sexta-feira, 30 de abril de 2010
Onde estão os "amigos" de Carolina?
Nos demais casos, o procurador Paulo Óscar defende existirem indícios suficientes para condenação. Designadamente, os casos em que Carolina terá ordenado incendiar os escritórios do advogado Lourenço Pinto e de Pinto da Costa, bem como agredir o médico Fernando Póvoas.
Prova suficiente existe, no entender da acusação, de um crime de difamação contra o causídico Lourenço Pinto, e de falso testemunho, durante um depoimento perante um juiz, no processo Apito Dourado.
O Ministério Público entende, por outro lado, não existirem provas de que Pinto da Costa agrediu Carolina – no âmbito de outra acusação apreciada no mesmo julgamento -, aquando de uma visita à casa onde, até Março de 2006, ambos viveram, na freguesia da Madalena, em Gaia.»
in JN, 30/04/2010
A vasta equipa do 'Apito Dourado' tinha em Carolina Salgado a "ponta de lança" da estratégia montada contra Pinto da Costa e o FC Porto.
Hoje, é o próprio Ministério Público que pede a sua condenação em Tribunal. Nada que não fosse previsível. Enquanto podia ser útil, tinha guarda-costas 24 horas por dia...
Pobre Carolina, por onde andam os teus "amigos"?
De patinho feio a revelação
Desde a época passada, que Freddy Guarín é (era?) um dos mal-amados da exigente massa associativa portista, que nunca percebeu a troca com Paulo Machado. Deste modo, quando Jesualdo apostava neste jogador, as criticas choviam de todos os lados, cheias de adjectivos pouco abonatórios para jogador e treinador.
Havia até portistas que faziam estatísticas para demonstrar que sempre que Guarín era titular o FC Porto perdia ou empatava. O facto de alguns desses jogos terem sido contra o Chelsea e o Braga pouco interessava e menos ainda a particularidade de, juntamente com o Helton, o Guarín ter sido o melhor portista no jogo de Stanford Bridge.
Na altura publiquei aqui um artigo intitulado 'O patinho feio' e, perante uma massa associativa que já lhe tinha feito o “funeral”, estava convencido que dificilmente o possante médio colombiano se conseguiria impor como titular do FC Porto.
Contudo, tendo ficado sem extremos – Rodriguez, Mariano e Varela – Jesualdo viu-se obrigado a mudar o seu 4-3-3 e, com o regresso de Hulk, a equipa passou a jogar num sistema táctico em 4-1-3-2. Ora, um meio-campo de quatro jogadores (com Fernando mais recuado) foi a grande oportunidade para Guarín mostrar o seu potencial – capacidade física, remate potente – e disfarçar melhor as suas limitações - marcação e o posicionamento defensivo.
Assim, nos últimos jogos, vimos um Guarín goleador (marcou nos últimos três jogos) e a fazer várias assistências para golo, incluindo de calcanhar (como foi o caso do golo de Belluschi em Setúbal).
Ao contrário da maior parte dos adeptos, Jesualdo Ferreira sempre acreditou nas potencialidades deste internacional colombiano e, não há dúvida, que o tempo veio dar-lhe razão. Hoje em dia, já serão poucos os portistas que questionam a utilidade de Guarín permanecer no plantel portista para a próxima época. É caso para dizer que, de “patinho feio” a “cisne” a fronteira é ténue. Bastou mudar o sistema táctico, continuar a acreditar no jogador e colocá-lo a jogar onde ele rende mais.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Seis jornadas decisivas
O campeonato está a terminar, o FC Porto há muito que está afastado da discussão do título, mas há coisas que, até para evitar que se repitam nas próximas épocas, não podemos esquecer, nem muito menos aceitar que sejam branqueadas pela eficaz máquina de propaganda ao serviço do SLB.
Recuemos ao dia 19 de Dezembro de 2009. Desde o início do campeonato que a onda vermelha tinha tomado conta dos jornais, rádios e televisões. Contudo, independentemente dos elogios, primeiras páginas, exibições mais ou menos conseguidas, ou quantidade de golos marcados, ao fim de 13 jornadas o campeonato estava ao rubro, com o FC Porto a apenas 1 (UM!) ponto dos dois líderes do campeonato - Braga e SLB.
As hostes encarnadas agitaram-se com a “ameaça” azul-e-branca (o adversário mais temido). Afinal, o campeão pré-determinado estava em risco, até porque, nas jornadas anteriores, os tetra-campeões tinham recuperado quatro pontos em relação aos dois líderes. As jornadas seguintes, a começar pelo SLB x FC Porto, iam ser decisivas. E foram. Entre a 14ª e a 19ª jornada iria cavar-se um enorme fosso, afastando os azuis-e-brancos da discussão do título e até da disputa do 2º lugar e do consequente acesso à Liga dos Campeões.
O que se passou nessas seis jornadas?
14ª jornada, SLB x FC Porto. A jogada do único golo do desafio é precedida de um fora-de-jogo claríssimo de Urreta. É impossível o árbitro auxiliar não ter visto, porque foi mesmo à sua frente. No final do desafio, e após incidentes originados em provocações de seguranças contratados pelo SLB (o próprio acórdão do CD da Liga o refere), Hulk e Sapunaru são suspensos pela Comissão Disciplinar da Liga presidida pelo Dr. Ricardo Costa.
15ª jornada, FC Porto x Leiria. Foram anulados dois golos limpos aos dragões (marcados por Falcao e Farias) e, no último minuto, é assinalado um penalty contra o FC Porto (que Helton defendeu).
16ª jornada, FC Porto x Paços de Ferreira. Foi anulado um golo limpíssimo (e lindo!) ao Falcao.
16ª jornada, Marítimo x SLB. O 1º golo do SLB é precedido de um fora-de-jogo claro do Ramires (está adiantado e interfere com a jogada) e, um minuto depois, o Marítimo ficou reduzido a 10 jogadores devido aos ouvidos “sensíveis” do árbitro João Ferreira.
17ª jornada, SLB x V. Guimarães. No último minuto da 1ª parte, com o resultado em 1-1, Javi Garcia atinge Valdomiro com uma patada em plena área encarnada. Impunha-se a expulsão do médio benfiquista e a marcação de um penalty. O árbitro disse que não viu.
18ª jornada, Setúbal x SLB. A meio da 2ª parte é anulado um golo limpo ao Setúbal que colocaria os sadinos a ganhar por 2-1. O mesmo árbitro auxiliar haveria de assinalar, também erradamente, mais dois foras-de-jogo aos avançados sadinos.
19ª jornada, Leixões x FC Porto. Penalty escandaloso por marcar a favor do FC Porto, num derrube de Joel a Ruben Micael.
Na análise a este lance, Jorge Coroado escreveu o seguinte: “A falta havida impunha o assinalar de uma grande penalidade. [Bruno Paixão] Quebrou critério utilizado na jornada anterior, mostrou condicionalismos inaceitáveis.”
O que é que Jorge Coroado, ex-árbitro internacional que conhece muito bem o meio, terá querido dizer ao escrever que o Bruno Paixão "mostrou condicionalismos inaceitáveis"? Condicionalismos? Quem condicionou o Bruno “Campo Maior” Paixão para este jogo? Deixo ao vosso critério adivinhar...
Poder-se-á dizer que muitas destas situações são normais. Concerteza. O que não é normal é o seu encadeamento e a tendência (sempre para o mesmo lado) que revelam, numa altura em que a disputa pelo primeiro lugar estava ao rubro entre três equipas. Aliás, este ciclo de “erros” foi interrompido à 20ª jornada, precisamente na altura em que o SLB passou a ocupar a liderança do campeonato. Coincidências...
Para além de terem ocorrido numa sucessão de jornadas, este conjunto de lances são indiscutíveis, ao ponto de até um benfiquista fundamentalista como António Pedro Vasconcelos, nos comentários que fez no programa ‘Trio de Ataque’, ter concordado que foram erros de arbitragem. E não estou a falar de pequenos erros. São os erros mais graves que um árbitro pode cometer - penalties e, principalmente, golos anulados ou golos precedidos por situações ilegais.
Há portistas que recusam falar de nomeações, arbitragens e nas “manobras” que existiram neste campeonato.
Anularam-nos um golo? Devíamos ter marcado dois.
Anularam-nos dois golos? Temos o maior orçamento da liga portuguesa (o custo com os jogadores anda na casa dos 40 milhões) e, por isso, devíamos ter marcado três.
Eu percebo este raciocínio, mas o problema é que as arbitragens e outro tipo de condicionalismos fazem parte do futebol e afectam, por vezes de forma determinante, os resultados dos jogos. Não precisamos de ir mais atrás, basta olhar para o conjunto de situações acima referidas, concentradas entre a 14ª e a 19ª jornada, para se perceber o impacto tremendo que tiveram na decisão do campeonato.
Todos sabemos que não nos basta ser melhores, temos que ser muito melhores, o que de facto não aconteceu esta época. Sim, é verdade que temos problemas internos que têm de ser resolvidos, mas se o sistema encarnado que se viu esta época não for desmantelado, não vai chegar reforçar o plantel e mudar de treinador para reconquistarmos o título em 2010/11.
Nota: O quadro apresentado no início do artigo foi elaborado por um dos leitores habituais do 'Reflexão Portista', o portista Rui Azevedo, segundo o próprio a partir das fichas de jogo publicadas no site zerozero.pt.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Que nunca mais fale de autocarros...
Proibido vender Falcao!
«Os golos de Radamel Falcao estão a ser pretendidos em Inglaterra, onde o Tottenham e o Aston Villa surgem como os principais interessados. A imprensa inglesa avança que os dois clubes da Premier League podem apresentar uma proposta a rondar os 20,7 milhões de euros que, sabe o DN, seria analisada pela SAD do FC Porto, mas dificilmente aceite, pois o avançado é tido como essencial para a próxima época. (...) Os treinadores dos dois clubes (Martin O'Neill do Aston Villa e Harry Radknapp do Tottenham) estão impressionados com as qualidades de Falcao, tendo relatórios muito completos sobre o número 9 do FC Porto elaborados pelos respectivos olheiros, que regularmente se deslocam a Portugal.»
DN, 28/04/2010
Eu bem sei que os gastos da SAD são elevadíssimos (para a realidade portuguesa) e que avançados do nível de Radamel Falcao despertam o voraz apetite dos "tubarões europeus". Contudo, aos 24 anos, após a sua primeira época no FC Porto, Falcao tem ainda muito tempo para poder dar o salto para um dos colossos europeus e, não havendo uma clausula de rescisão (como penso que não há), pouco me interessa que surjam propostas de 20, 30 ou 40 milhões.
Por tudo isto, se o Falcao for vendido já no próximo defeso, para o ano irei estar essencialmente interessado nos jogos de andebol, basquetebol e hóquei em patins...
Tu foste melhor Falcao
O avançado portista, à entrada para a jornada 28 da Liga Portuguesa, tinha o mesmo numero de golos que Cardozo, e era meu convencimento que seria o ponta de lança galináceo a levar a melhor nesta contenda dos melhores marcadores, essencialmente pelo calendário mais vantajoso da sua equipa, onde os jogos em casa com Olhanense e Rio Ave trazem a expectativa de goleadas e, muitas penalidades para o Paraguaio facturar (o que, de resto, confirmou-se com a equipa algarvia). A desavergonhada punição de que El Tigre foi alvo às margens do Sado, dissipou todas as minhas dúvidas de quem levaria para casa a “Bola de Prata”.
Não faltarão elogios e loas ao feito de Cardozo, oriundos dos mais diversos quadrantes deste país. De norte a sul, todos se vergarão perante a façanha de converter 8 penalidades colocadas à disposição por qualquer amigo Lucílio de ocasião. Do outro lado do Atlântico, se vaticinará a “miséria” que o pé esquerdo do Paraguaio fará na África do Sul. A mãe, o pai, o irmão e o periquito enviarão mensagens de felicitações pelos pasquins da mouraria ao novo Deus do Olimpo. Jamais alguém ousará colocar em causa a magnificência deste prémio.
Certamente que ninguém se lembrará dos 4 golos mal anulados a Falcão, ninguém destacará que dos seus 23 golos obtidos até ao momento na Liga, apenas 2 provêem de grande penalidade. Não haverá alguém que faça recordar a sublime forma de como o avançado azul e branco domina e faz jogar a bola. Ninguém mencionará a argúcia com que aparece nos espaços vazios das áreas. Ninguém elogiará a tremenda eficácia e frieza sempre que está na cara do golo. Virtudes e qualidades que os invejosos e carpideiras das redacções desses pasquins que tresandam a podre tudo farão para caiam no esquecimento eterno.
Não amigo Falcao. A memória da imensa nação portista ainda é grande. Grande e eterna. Nunca nos esquecermos de tudo aquilo que alcançaste neste teu primeiro ano de futebol Europeu. Cá dentro e lá fora, porque também foste grande e deixas-te a tua marca na Liga dos Campeões. Fizeste valer os teus méritos em todas as competições que participaste. Conseguiste brilhar mesmo nas noites mais sombrias da nossa equipa. Tu, para nós, Falcao, foste o melhor!
terça-feira, 27 de abril de 2010
O clube e a vida privada do presidente
A comunicação social, que já há algumas semanas/meses vinha falando neste caso e que, inclusivamente, tinha captado imagens de Fernanda Miranda em Londres, no camarote VIP, ao lado de Fernando Gomes, deu naturalmente um amplo destaque ao assumir público desta relação, tendo alguma dessa comunicação social chamado à atenção para pormenores como o anel de diamantes que a jovem brasileira usava.
Nem eu, nem nenhum sócio do Futebol Clube do Porto tem nada a ver com a vida privada do presidente do clube e da SAD. Contudo, as coisas complicam-se quando estas duas situações se cruzam e, pior ainda, quando têm impacto na imagem ou em aspectos relacionados com o clube. E, infelizmente, no passado houve vários exemplos destes, quer com Carolina Salgado, quer com Filomena Morais.
A propósito, recordo que Filomena Pinto da Costa é directora do Conselho Cultural do Futebol Clube do Porto, dirige a revista Mundo Azul e ainda recentemente participou na apresentação da foto-biografia de Maria Amélia Canossa, na sala VIP do Estádio do Dragão, ao lado do presidente da Assembleia Geral, Sardoeira Pinto.
Repito que não está em causa o direito do presidente à sua vida privada, mas é legitimo que sócios e adeptos queiram que tal não se misture, nem interfira minimamente, na vida do Futebol Clube do Porto.
Foto: Vidas e blog 'Mulher Atenta'
segunda-feira, 26 de abril de 2010
"Amarelo a Falcao devia ser retirado"
"No final do jogo, cumprimentámo-nos, estivemos a conversar e ele disse que não teve intenção de me atingir. Acredito nele, temos de confiar nas pessoas. Estive a ver as imagens e também fico com a mesma sensação, que não houve intencionalidade. Se dependesse de mim, dizia que o amarelo a Falcao devia ser retirado."
Bruno Ribeiro, médio do Vitória de Setúbal
Depois do treinador do Vitória de Setúbal, também o jogador envolvido no lance com o Falcao vem reconhecer que o amarelo mostrado ao avançado colombiano é de uma enorme injustiça. Já só os fanáticos (como o António Rola) negam as evidências.
Esta exclusão de Radamel Falcao do FC Porto x SLB é mais uma enorme mancha num campeonato de túneis e a abarrotar de casos. Aliás, recordo aos mais esquecidos, que logo na primeira jornada os senhores do apito conseguiram arrumar o Hulk por três jogos.
Da primeira à última jornada, o Sistema encarnado não dorme...
Foto: Record
A dupla Hulk e Falcao
Com a vitória no Bonfim, a sétima consecutiva, o FC Porto atingiu o melhor ciclo desta época.
Taça de Portugal, Meias-finais (24 de Março): Rio Ave-FC Porto, 1-3
24ª jornada (28 de Março): Belenenses-FC Porto, 0-3
25ª jornada (03 de Abril): FC Porto-Marítimo, 4-1
26ª jornada (10 de Abril): Rio Ave-FC Porto, 0-1
Taça de Portugal, Meias-finais (14 de Abril): FC Porto-Rio Ave, 4-0
27ª jornada (18 de Abril): FC Porto-V. Guimarães, 3-0
28ª jornada (24 de Abril): V. Setúbal-FC Porto, 2-5
Para além das vitórias, também é de salientar os 23 golos marcados nestes sete jogos, o que corresponde a uma média de 3,28 golos por jogo.
Coincidência, ou não, este ciclo corresponde a um período em que o FC Porto jogou sem extremos (devido às lesões simultâneas de Rodriguez, Mariano e Varela) e, principalmente, pôde contar na frente com a dupla formada por Hulk e Radamel Falcao (excepto nos jogos da Taça de Portugal).
Aliás, é uma coincidência incrivel que, desde que o Hulk regressou do castigo imposto pelo Costa da Liga, os dragões tenham ganho todos os jogos.
Por obra dos homens do apito, esta dupla vai ser desfeita precisamente no jogo contra o slb. Que coincidência...
domingo, 25 de abril de 2010
O coração de falcão traído pelo olho da águia
Alguma confusão nas missões individuais, quer ofensiva quer defensivamente, retiram à equipa o equilíbrio e permite ao adversário jogar demasiado tempo próximo da nossa área, que atacam com relativa facilidade. Aliás, o número de golos sofridos esta época explica uma certa ineficácia no controlo do jogo e dos processos que o sustenta.
Defendemos demasiado atrás e pressionamos pouco e mal. Por isso, é recorrente ter que fazer faltas e quase sempre muito perto da área. No jogo de ontem tivemos mais do mesmo, com o beneplácito do árbitro aos habituais mergulhos, para chegar à baliza adversária pelo método mais simples.
Foi uma vitória inteiramente merecida, num jogo que se previa até mais difícil. Mas, esta época o aproveitamento das bolas paradas tem feito a diferença e melhoramos imenso essa área do jogo, tão determinante no futebol actual. Ontem foi melhor, porque a ausência de Bruno Alves obrigou a uma execução dos livres menos previsível.
Na defesa, Beto que esteve bem pareceu-me algo passivo no primeiro golo e Maicon um pouco trapalhão, indeciso entre o atacar a bola e a reocupação do seu espaço, no segundo golo. Mas os quatro homens da defesa funcionam de forma dessincronizada e até uma equipa fraca não raramente despedaça a nossa organização defensiva, como os de Setúbal comprovaram ontem.
O papel do nosso meio campo, como tandem do equilíbrio e do ritmo do jogo, tem sido demasiado intermitente e algo permissivo no processo defensivo. Meireles esteve bem na 1ª parte e Fernando jogou bem mais à frente do que é costume. Saiu bem e errou menos passes. Guarin eclipsou-se no primeiro tempo e só se notou na 2ª parte, com excelentes momentos. Beluschi, depois de tantos meses, ainda não sei quanto vale, só sei que parece um actor à procura da sua personagem no teatro do jogo, que só esporadicamente encontra. O resto do tempo fica fora de cena e não se nota o brilho que promete.
Falcão é um lutador e uma mais valia, sempre. Hulk é o espelho da equipa: bons momentos, velocidade, força e criatividade, com outros em que desaparece e perde muitos lances. Acho que tem potencial para muito mais, mas não sei se vai chegar lá.
Como registo final deste jogo, a habitual mingua na posse de bola que se ficou pelos 52%. Definitivamente, não sabemos descansar com bola.
Quanto à arbitragem a ideia que tenho deste árbitro é que permite jogar à inglesa a todos os adversários do FCP, a que estamos proibidos de aceder pelo seu regulamento pessoal: as mais sete faltas e os dois amarelos e uma expulsão, contra zero do adversário, comprovam mais uma vez que o homem é alérgico ao azul. O amarelo a Falcao é um excesso de zelo que o garrafão do juiz de linha tudo fez para que acontecesse. Quem seguiu o seu desempenho durante a 2ª parte, só poderia esperar o que veio a ocorrer. Dito isto, é preciso que Hulk se preocupe mais com o jogo e que deixe os protestos para quem de direito.
JF foi expulso. É provável que tenha exagerado nos protestos, mas um homem não é de ferro. É o seu grito de revolta: tem todo o direito à indignação, em nome da sua verdade desportiva. Há que acabar com a heresia que esse é um exclusivo do clube do regime e seus associados.
É de certeza coincidência, mas não há jornada que não traga grandes penalidades, expulsões ou amarelos cujo favorecimento vai inteirinho para os nossos concorrentes directos. A CS, essa segue a sua agenda, “prostituindo-se” aos ditames do clube do regime. O que temos a menos em informação, sobra em propaganda. Nada que nos espante. Sinto-me enjoado.
Alguém que diz não
«Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não»
Manuel Alegre
Trova do Vento que Passa
"O Falcão vai em desequilíbrio e dá com a mão na cara do Bruno (Ribeiro), mas penso que não houve intenção. O impacto da queda e a reacção intempestiva do meu jogador terá induzido em erro o árbitro"
Manuel Fernandes, treinador do Vitória Setúbal
"O cartão amarelo é um absurdo, sem razão de ser. (...) curiosamente, quem merecia ser punido seria o jogador do Setúbal que lhe pontapeou a perna direita, cujo desequilíbrio levou Falcao a acertar na cara de Bruno Ribeiro."
Jorge Coroado
"Falcao sofre uma entrada violenta e acabou por ver amarelo"
Rosa Santos
"Fi-lo na defesa dos meus jogadores e da verdade desportiva. Sei o que disse. Não disse nem digo palavrões, não insulto ninguém. Tenho a consciência tranquila e o mesmo não deve acontecer com o quarto árbitro nem com o juiz de linha. Quem estava perto do lance, e mais o quarto árbitro, devia ter a capacidade e a sensibilidade para perceber quando é que há intencionalidade, seja na forma como ele entrou, como na forma como foi castigado, antes, com duas faltas consecutivas. (...) Há momentos em que os árbitros complicam as coisas fáceis, prejudicam as equipas sem que possamos encontrar explicação para tal"
Jesualdo Ferreira
Pela primeira vez na sua longa carreira de treinador, Jesualdo Ferreira foi expulso. Perante mais uma roubalheira, perante a forma absolutamente e-s-c-a-n-d-a-l-o-s-a como o Falcao foi cirurgicamente afastado do jogo com o slb, o professor não aguentou e partilhou com os seus jogadores a indignação que todos sentiram por esta decisão inqualificável do árbitro lisboeta Pedro Henriques.
Quero daqui enviar um grande abraço para o professor Jesualdo, mas gostaria também de ver algum dirigente (Antero Henrique, Reinaldo Teles, Pinto da Costa) a apoiar publicamente o treinador e o avançado colombiano do FC Porto. Infelizmente, parece que irão novamente assistir mudos e calados a mais esta pouca vergonha.
sábado, 24 de abril de 2010
O tototécnico de Rui Santos
No sábado passado, o Alexandre Burmester publicou um artigo intitulado "Quem será o Senhor que se Segue?". O artigo enunciava vários nomes de que se tem falado, quer nos media, quer em conversas de café e suscitou bastantes comentários.
Contudo, chegou-me à mão (caixa de correio) uma iniciativa bastante "criativa" do comentador Rui Santos, o qual, no programa 'Tempo Extra' do dia 11 de Abril, terá avançado com um tototécnico.
Ora, não é que um dos quatro treinadores que ele tinha colocado como hipótese para o Sporting se confirmou?
Pelo sim, pelo não, no caso do FC Porto ele teve mais cuidado e colocou seis hipóteses...
sexta-feira, 23 de abril de 2010
A lei da rolha de Ricardo Costa
«O Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) considera "lei da rolha" a pretensão da Comissão Disciplinar (CD) da Liga de impedir os dirigentes de fazer declarações públicas, quando suspensos.
Em causa está o castigo aplicado pela CD da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) ao presidente do FC Porto, Pinto da Costa, por entender ter este prestado declarações públicas quando cumpria uma suspensão anterior, proveniente do processo "Apito Final".
No acórdão do Conselho de Justiça, a que a Agência Lusa teve hoje acesso, pode ler-se que esse impedimento de declarações públicas "constituiria uma lei da rolha, criada por via pretoriana, desenquadrada de qualquer razão lógica, pois não se vislumbra a necessidade de a pena de suspensão abranger o silêncio do dirigente".
O CJ da FPF retirou o castigo de três meses de suspensão ao presidente do FC Porto, absolvendo Pinto da Costa.»
in PUBLICO.PT
A notícia completa pode ser lida aqui.
É caso para dizer que a lei da rolha que Ricardo Costa tentou impor ficou em águas de bacalhau...
O andor do costume
1. Comentando o último Académica x SLB, no blogue "Pardalitos do Choupal" escreveu-se o seguinte:
«A Académica perdeu esta tarde, em casa contra a poderosa formação do SL Benfica/ Xistra. Muito fortes na maneira como conseguem " empurrar" as equipas adversárias utilizando tudo o que estiver ao seu alcance para atingir os seus objectivos. Vou dar dois ou três exemplos. Em lances divididos (Aimar e Éderzito entarm da mesma maneira ao lance) Xistra assinala falta ao estudante. Coentão(como foi possível acabar o jogo?) tem uma entrada ( a roçar a agressão sobre Tiero) Xistra admoesta-o verbalmente. Sougou na jogada a seguir numa entrada normal vê amarelo. Mas há mais, João Ribeiro no chão é pontapeado por Máxi e Xistra assinala falta, para o slb. Éder é atropelado na grande área e Xistra faz vista grossa. Esta dupla é de facto muito forte e muito competente no trabalho que faz dentro das quatro linhas. A Académica lá foi fazendo pela vida e tentando equilibrar uma contenda mas Xistra nunca o permitiu. (...)
Não posso acabar este desabafo sem fazer referência à dupla na SPORTTV que comentou a partida. Ao que me contaram estiveram ao nível de Xistra. Uma cambada, que desde que "alguém que já vendeu pneus" se queixou, não fazem outra coisa senão servilmente prestarem vassalagem ao Benfica.»
2. Na análise aos lances mais polémicos do FC Porto x Guimarães, os ex-árbitros do Tribunal de O JOGO disseram o seguinte a propósito do agarrão de Bruno Teles a Guarín:
“Guarín foi puxado e assim impedido de chegar à bola, ficando uma grande penalidade por assinalar”
Jorge Coroado
“Houve um agarrão claro a Guarín”
Rosa Santos
“Guarín, quando tentava cabecear a bola para a baliza, foi agarrado, ficando, assim, por marcar uma grande penalidade contra o Guimarães”
António Rola
Não me venham dizer que o árbitro estava mal colocado (não estava), ou que estava a olhar para outro lado (o agarrão foi no acto de cabeceamento da bola para a baliza). A explicação neste caso é simples: o benfiquista Duarte Gomes não assinalou a grande penalidade porque não quis, quiçá porque naquela altura (aos 45 minutos) a vantagem do FC Porto era tangencial e o resultado final estava ainda perfeitamente em aberto.
Enfim, mais um penalty escandaloso que o árbitro “não viu”...
Relativamente aos golos mal anulados, sei que esta época já vamos em cinco ou seis, mas quanto aos penalties por assinalar a favor do FC Porto perdi-lhe a conta.
3. Tengarrinha e Ventura vão falhar a deslocação à Luz, em jogo da 28.ª jornada.
Porque razão é que dois dos habituais titulares da defesa da equipa de Olhão – guarda-redes e um dos defesas-centrais – não vão poder jogar contra o SLB? Estão lesionados?
Não, simplesmente foram ambos expulsos pelo senhor Paulo Baptista no desafio anterior ao jogo com o SLB...
P.S. Já li que o mais que provável vencedor das próximas eleições da Liga – Fernando Gomes – iria convidar o senhor Vítor Pereira para continuar como presidente da Comissão de Arbitragem da Liga. Se assim for, e mantendo-se os actuais critérios de nomeação e avaliação dos árbitros, eu pergunto: valerá a pena indemnizar Jesualdo Ferreira e contratar um novo treinador? Só se for para ganhar a Liga Europa, porque o campeonato estará decidido à partida.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
O Lema do FC Porto
Qual é o lema do FC Porto? Existe um? Faz falta?
Eu acho que um lema pode ser importante, ou mesmo algo indispensável, como modo de condensar toda uma cultura e filosofia de uma organização numa expressão simples, fácil de entender e comunicar a outros.
Um lema pode ser usado para motivar todos os elementos de uma organização, criar "mística" dentro dessa organização (balneário) e instilar o respeito (temor?) nos adversários.
Penso que o FC Porto não tem um lema. Assim, de repente, lembro-me do tradicional adágio "O Porto é uma Nação" (leia-se "Naçoum") ou do moderno "slogan" que decora as golas dos equipamentos oficiais "A vencer desde 1893". Mas estes, para além de serem um pouco vagos, não motivam, não estimulam à acção, não são de todo inspiradores.
O primeiro caiu em desuso face a popularidade do sempre presente "slb, slb, filhos da p*ta, slb". O segundo porque é uma típica criação mercantilista da Nike: "A Vender Camisolas Desde 199e tal...". Aliás, este slogan nem sequer é novo: é como um daqueles letreiros no vidro de uma mercearia antiga ou de tiques moderno-pretensiosos. Entre eles prefiro, de longe, "O Porto é uma Naçoum!", mas este está a léguas de ser um lema. É mais uma observação.
Isto do lema parece vir de uma tradição mais Anglo-Saxonica e, tendo o Porto laços estreitos com Inglaterra, parece-me estranho o nosso clube ter crescido sem um lema tradicional. Vejamos alguns exemplos de grandes clubes europeus:
• Barcelona FC: "Més que un club" (Mais do que um clube)
• Real Madrid: "Somos un equipo"
• Liverpool FC: "You'll never walk alone" (Nunca andarás só)
• Arsenal FC: "Victoria Concordia Crescit" (A Vitória vem da Harmonia)
• Everton FC: "Nil Satis Nisi Optimum" (Nada que não seja o melhor é suficientemente bom)
• Tottenham Hotspur FC: Audere est Facere (Ter audácia é fazer)
• Manchester City FC: "Superbia in Proelio" (Orgulho em Batalha)
• Blackburn Rovers FC: "Arte et labore" (Por arte e trabalho)
• Olympique Marselha: "Droit Au But" (Direitos ao Golo)
Eh pá, até os nossos maiores rivais têm lemas: SLB) "E Pluribus Unum" - E todos por um (?)/ Dentre muitos, um; SCP) "Esforço, Devoção, Dedicação, Glória".
Como já disse penso que um lema pode ser um factor fundamental de galvanização das hostes. Quem não se arrepia com aquele letreiro à entrada de Anfield ou com o texto nas bancadas do Camp Nou?
Um lema é algo que deve estar pintado nas paredes do balneário onde todos que lá passam sintam bem o peso daquelas palavras no contexto da mística do clube. Não é apenas uma ferramenta de Marketing nem devia ser essa a sua origem. É algo que deve representar o constante estado de alma de todos os adeptos e incendiar os recintos desportivos com cânticos e incitamentos às equipas.
Será que faz sentido procurar um novo lema para o nosso clube? Alguém tem sugestões sem ser o lema da "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto"?
Poder-se-ia apostar numa pseudo-intelectual expressão em Latim como por exemplo "Invictae Draco" (Dragão da Invicta) ou "Semper Campeadores/Victores" (Sempre Campeões/Vencedores), mas para ser sincero prefiro aquela expressão em Língua Portuguesa simples mas altamente contagiante que se ouvia há uns tempos atrás no estádio das Antas: "Até os comemos, CARAGO!"
É uma frase simples, rústica talvez, mas transpira aquilo deve ser o espírito por detrás de um bom lema - Motivação.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Hugo a elaboração de mais este artigo.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Têm a palavra os sócios
É nestas horas menos felizes que costumamos desfilar as nossas frustrações. Não estamos satisfeitos e a tendência é para a dramatização. No futebol esses sintomas agravam-se: a paixão e a rivalidade alimentam comparações, acusações, conspirações e ajustes de contas. Desde que se situem no plano desportivo, tudo bem.
Uma derrota é uma derrota e é um sinal. Tal como a febre, não deve ser desprezada nos seus efeitos. E deve-se igualmente ter em conta que há derrotas que têm um sabor mais amargo que outras, Explico: quando o FCP perdeu para o SLB o campeonato em 2004/5, o nosso principal rival venceu mais em função do ciclone provocado pela saída de JM e das ondas de choque que criou: um balneário pouco coeso, formado por campeões da Europa cheios de pergaminhos e estreitas ligações a JM e novos recrutas de curriculum ainda por confirmar, liderados por um treinador nas antípodas do seu antecessor.
A escolha do novo técnico pareceu quedar-se numa ideia de ruptura que expirou na pré-temporada, tendo Del Neri sido despedido ao abrigo do período de experiência, o que não invalidou que o FCP pagasse a indemnização que lhe era devida.
Esta época é diferente: o SLB está muito mais forte, tem bons jogadores, joga com alta intensidade, ao ataque e com pressão alta e tem sido muito superior ao FCP, dentro e fora do campo. Desvalorizar esta competência em detrimento do efeito “dos túneis”, é uma espécie de fuga para a frente que repete os piores vícios do clube do regime, quando perde a favor do FCP. Denunciar os benefícios espúrios do clube do regime é um direito e um dever, mas tapar o sol com uma peneira é pouco avisado e só serve para desresponsabilizar os principais actores quando a coisa não corre bem.
Aliás, quem joga, hoje, à Porto é o SLB. A nossa equipa aburguesou-se, é pouco agressiva e raramente come a relva. Aliás, tal como a nossa SAD que vive na sua torre de marfim, "obesos" de tanta mordomia, sob o guarda chuva do nosso presidente vitalício.
Não encontro melhor exemplo que Bruno Alves para explicar o insucesso da equipa. Um jogador com o seu potencial foi, provavelmente, dos que mais falharam esta época, sempre com a incompreensível complacência de JF. O jogo com o SCP em Lisboa é o paradigma duma equipa à imagem do seu treinador e do capitão. Ainda no último jogo, foi Bruno Alves que marcou os livres – do lado esquerdo do ataque – apesar de Beluschi o ter feito de forma exemplar com o Rio Ave. Quem decide o quê na equipa do FCP?
Este discurso é propositadamente radical, pois os tempos e as perspectivas não são propícias a falinhas mansas. O SLB ganhou uma decalage importante: tem “petróleo”, um bom treinador, um bom plantel e trabalhou com antecedência na sua (re)composição, na previsão de saídas de jogadores importantes, sendo até possível que consiga um interessante encaixe financeiro para reforçar ainda mais o plantel.
O FCP do futuro não pode viver das glórias do passado. Nem de juras de gratidão. Vamos ter eleições: sabemos que PdC se vai recandidatar, que o plantel vai engordar e que estamos na pole position para ganhar o próximo campeonato e a taça da Europa. Compreendemos que é preciso animar as tropas, ser optimista, mas essa não costumava ser a nossa arma. Não vendíamos o nosso favoritismo. É uma linguagem a que não estou habituado, porque há muitos anos que o FCP é o candidato principal e é uma redundância insistir na evidência. Fazê-lo de forma tão primário é um sinal de fragilidade, bem ao jeito do SCP.
Em resumo: a SAD está para durar, agora sem Fernando Gomes. PdC é ecce homo que manda e o primeiro responsável pelas glórias e pelos erros. As suas últimas intervenções não mostram decadência, apenas acomodação e pouca originalidade. O PdC verrinoso, contundente e brilhante, não perdeu a voz, mas canta sempre no mesmo tom a letra de sempre, enquanto a música mudou e de que maneira.
O público gosta porque está habituado ao refrão e mantém-se ofuscado pelo brilhantismo de outrora. E umas picardias ao SLB servem (sempre) para camuflar algumas fraquezas institucionais e pessoais.
Não acho o homem (nem o dirigente) finito, o que é finito é o apoio que quase sempre me mereceu a acção de PdC. Passei a ter dúvidas a mais, se o que é “bom” para PdC e demais dirigentes da SAD, também o é para o FCP.
Vamos ter eleições e embora haja uma lista única, devemos aproveitar para manifestar a nossa orientação. É uma oportunidade que não deve ser perdida. Votar é uma obrigação. Desejo uma afluência às urnas significativa. O FCP comanda a SAD e a SAD comanda o futebol. Têm a palavra os sócios.
terça-feira, 20 de abril de 2010
As cores clubísticas dos deputados da nação
A agência Lusa fez um inquérito aos 230 deputados da Assembleia da República acerca das suas simpatias clubísticas, cujos resultados foram divulgados no passado dia 11 de Abril. Desse inquérito, ficamos a saber que 68 (29,5%) responderam serem adeptos do Benfica, 59 (25,6%) do Sporting, 41 (17,8%) do FC Porto, 10 (4,3%) da Académica e 16 (6,95%) afirmaram não ter clube.
Estes números, analisados em termos percentuais, vêm mais uma vez desfazer o mito dos 6 milhões, mas também mostram um desvio relativamente às principais sondagens sobre as preferências clubísticas dos portugueses, com o Sporting a ser beneficiado relativamente ao FC Porto e ao SLB. Será este um indicador do célebre elitismo do clube de Alvalade?
Por outro lado, havendo entre os actuais deputados adeptos do Belenenses (5), Boavista (5), Vitória de Guimarães (3), Vitória de Setúbal (3), Barreirense (2), Marítimo (2), Nacional (1), Santa Clara (1), Rio Ave (1), Desportivo de Chaves (1), Beira Mar (1), Atlético (1), Estrela de Portalegre (1), Académico Viseu (1), Gil Vicente (1), Sporting Covilhã (1), Torreense (1) e Vianense (1), estranhamente não há um único que seja simpatizante do Sporting de Braga. De facto, se levarmos em conta que os “arsenalistas” são o principal clube da capital de um distrito que elege 19 deputados (Braga é o terceiro distrito a seguir a Lisboa e Porto), é uma situação que dá que pensar.
Para que conste, os deputados que responderam serem adeptos do FC Porto são os seguintes:
Adão Silva (PSD/Bragança)
Adriano Rafael Moreira (PSD/Porto)
Afonso Candal (PS/Aveiro)
Agostinho Lopes (PCP/Braga)
Amadeu Soares Albergaria (PSD/Aveiro)
António Almeida Henriques (PSD/Viseu)
Carina Oliveira (PSD/Santarém)
Carla Barros (PSD/Porto)
Carla Rodrigues (PSD/Aveiro)
Cecília Meireles (CDS-PP/Porto)
Fernando Jesus (PS/Porto)
Filipe Lobo D' Ávila (CDS-PP/Santarém)
Francisco Assis (PS/Guarda)
Frederico Castro (PS/Braga)
Glória Araújo (PS/Porto)
João Portugal (PS/Coimbra)
Jorge Strecht (PS/Porto)
José de Bianchi (PS/Vila Real)
José Moura Soeiro (BE/Porto)
José Ribeiro (PS/Porto)
Luís Menezes (PSD/Porto)
Luís Montenegro (PSD/Aveiro)
Luís Pedro Pimentel (PSD/Vila Real)
Luísa Roseira (PSD/Porto)
Luísa Salgueiro (PS/Porto)
Margarida Almeida (PSD/Porto)
Maria de Belém Roseira (PS/Aveiro)
Maria de Lurdes Ruivo (PS/Porto)
Maria Manuela Augusto (PS/Lisboa)
Maria Paula Cardoso (PSD/Aveiro)
Michael Seufert (CDS-PP/Porto)
Nuno Reis (PSD/Braga)
Nuno Sá (PS/Braga)
Pacheco Pereira (PSD/Santarém)
Paulo Cavaleiro (PSD/Aveiro)
Pedro Rodrigues (PSD/Braga)
Raquel Coelho (PSD/Porto)
Renato Sampaio (PS/Porto)
Rosa Maria Albernaz (PS/Aveiro)
Sérgio Vieira (PSD/Porto)
Vítor Fontes (PS/Aveiro)
Desta lista sobressaem três nomes, por serem mais conhecidos: Francisco Assis, Maria de Belém Roseira e Pacheco Pereira. Teixeira dos Santos também foi eleito deputado pelo Porto, mas entretanto voltou a ir para ministro.
Estes 41 deputados simpatizantes do FC Porto estão distribuídos, partidariamente, da seguinte maneira:
PS: 17 em 97 deputados (17,5%)
PSD: 19 em 81 deputados (23,4%)
CDS: 3 em 21 deputados (14,2%)
BE: 1 em 16 deputados (6,2%)
PCP: 1 em 13 deputados (7,7%)
Ao analisar os resultados do inquérito promovido pela Lusa, notei que apenas um dos 47 deputados eleitos pelo círculo de Lisboa – Maria Manuela Augusto (PS) – se confessou adepto do FC Porto.
Em contraste, nas eleições legislativas 2009, nenhum dos cabeças de lista no círculo do Porto era (é) portista. Quatro são benfiquistas – Alberto Martins (PS), Ribeiro e Castro (CDS), Honório Novo (PCP) e João Semedo (BE) – e José Pedro Aguiar Branco é boavisteiro.
Aliás, o círculo do Porto estava cheio de “para-quedistas” nomeados pelas direcções partidárias dos diversos partidos. Para além de Alberto Martins, Ribeiro e Castro e João Semedo, destacam-se a benfiquista Ana Paula Vitorino (PS), os sportinguistas Marques Júnior (PS) e Miguel Frasquilho (PSD) e os belenenses Maria do Rosário Carneiro (PS) e João Pinho de Almeida (CDS-PP).
Depois ainda há quem se admire que os eleitos não sintam os problemas de quem os elegeu e muito menos defendam os interesses da região pela qual foram eleitos.
Uma outra curiosidade é o facto de os cinco deputados adeptos do Boavista terem sido todos eleitos pelo círculo do Porto. São eles o socialista José Lello e os sociais-democratas Agostinho Branquinho, Jorge Costa, Aguiar Branco e Pedro Duarte. Só faltou o Rui Rio...
segunda-feira, 19 de abril de 2010
SMS do dia - ainda é possível?...
FCP: Setúbal (F), slm (C), Leiria (F)
Braga: Naval (F), P Ferreira (C), Nacional (F)
Parece-me claro que para alimentar a esperança é obrigatório fazer mais 2 ou 3 pontos do que o Braga na próxima jornada, caso contrário "game over". E mesmo assim será difícil...
domingo, 18 de abril de 2010
Jogar pelo orgulho perdido
E que melhor motivador extra da nossa equipa do que oferecer o premio a Falcao de melhor marcador do campeonato? Com efeito, este desígnio parece estar a catapultar o Porto para um futebol de pendor ofensivo interessante, criando uma dinâmica de “caça” à baliza contraria pouco vista ao longo da temporada. Com os objectivos primordiais praticamente esfumados, louve-se a entrega dos jogadores azuis e brancos.
Apesar da exibição altamente positiva dos comandados de Jesualdo, refira-se que o triunfo portista começou a ser construído com uma boa dose de fortuna. O 1º golo surge num ressalto de Falcao para Hulk, numa fase da partida equilibrada. E já próximo do intervalo, Beto, que substituiu Helton à ultima da hora, tirou o pão da boca de Desmarets, numa fabulosa intervenção.
No 2º tempo, aí sim, só houve Porto. Guarín voltou a lançar mais uma das suas bombas, selando nesse momento a discussão dos pontos em disputa neste encontro. Daí em diante apenas um objectivo movia a equipa portista, levar Falcao ao trono dos melhores marcadores. A nossa equipa muito procurou a baliza de Nilson, assim como avançado Colombiano azul e branco. Houve um ensaio de bicicleta próximo do alvo e um remate semi-isolado desviado. Mas seria apenas da marca de grande penalidade que Radamel Falcao iria facturar. Um justo prémio para o mais brilhante avançado da Liga Portuguesa.
Apesar desta ponta final de campeonato ser uma penosa caminhada desprovida de objectivos válidos, pelo menos daqueles que verdadeiramente interessam a nós adeptos portistas, registe-se o empenhamento e competitividade dos atletas azuis e brancos esta noite, tentando neutralizar a má imagem difundida em alguns períodos não muito distantes desta época.
Dia de Santa Matemática
É isso. Hoje foi o dia em que a matemática e a realidade inexoravelmente acabaram por coincidir. Para o ano há mais.
Agora é um provinciano
Quando o Sporting atravessou uma crise de resultados Bettencourt viu nele o substituto ideal para Paulo Bento mas por vários motivos a transferência gorou-se tendo-se mantido a ideia na comunicação social de que poderia ser o técnico dos Viscondes para a próxima época.
No entanto, no passado dia 5 de Abril, a Sporting SAD enviou um comunicado à CMVM em que afirma que “na sequência da especulação jornalística (...) vem informar o mercado que o actual treinador da Associação Académica de Coimbra, André Villas-Boas, não será o treinador do Sporting para a época de 2010/2011.”. A comunicação social garante que houve efectivamente um contrato assinado entre as partes mas que foi anulado por mútuo acordo devido à influência do novo director desportivo Costinha.
Na edição de 12 de Abril do Diário Económico, na sua rubrica “A Face Visível”, o jornalista Miguel Coutinho afirma que “o treinador André Villas-Boas é um exemplo do sempre surpreendente deslumbramento provinciano da sociedade portuguesa”. Mais afirma que “o treinador da Académica tem feito uma campanha entre o mediano e o medíocre e, apesar disso, já foi apontado como futuro treinador do SCP e do FCP”. Não entende “por que razão se idolatra Villas-Boas” que de Mourinho partilha uma “boa imagem e um feitio aparentemente insuportável”.
O André Villas-Boas não tem apenas um mas vários defeitos incorrigíveis para a “sociedade portuguesa”. Além de ter talento, é portuense e portista e isso é indesculpável aos olhos da comunicação social de uma capital míope e desonesta. Não fazia a mínima ideia que ser natural do Porto, estudar em Inglaterra e posteriormente trabalhar em cidades como Porto, Londres, Milão e Coimbra fazia de alguém um “provinciano deslumbrado”. Mas se atentarmos à cidade que falta no rol das que enunciei facilmente se percebe porquê.
Não conheço este Miguel Coutinho nem sei as suas origens mas textos deste teor servem para se perceber o que é verdadeiramente um deslumbrado.
sábado, 17 de abril de 2010
Quem será o Senhor que se Segue?
Várias hipóteses se têm colocado, como é normal nestas ocasiões. Os nomes que se seguem são os mais falados, quer nos media, quer em conversas de café, e uns serão verdadeiras possibilidades, outros meras fantasias que nem pela cabeça do próprio Jorge Nuno Pinto da Costa – o grande decisor nesta matéria – terão passado. E até, quem sabe, pode suceder que o escolhido não conste desta lista. Ora então, aqui vamos (por ordem alfabética):
André Vilas Boas – O grande enigma. Esteve a um passo do Sporting a meio da época, e diz-se que estava a caminho de Alvalade na próxima época, até que um rocambolesco volte-face o terá arredado dessa via. A principal recomendação de Vilas Boas é ter trabalhado com Mourinho, o que, temos de concordar, é pouco. Mas com ele o progresso da Académica foi sensível, e não apenas na classificação.
Domingos Paciência – o muito razoável trabalho na Académica, onde obteve a melhor classificação de há muitos anos, e a espectacular carreira do Braga esta época, tinham de catapultar este nosso antigo grande jogador para a lista dos possíveis sucessores de Jesualdo. Pessoalmente, confesso que não vi nenhum jogo do Braga que me empolgasse. Organizado, seguro, sem dúvida, mas política do “safety first”, é o que me parece.
Jorge Costa – Sem desprimor para o nosso grande capitão de Sevilha e Gelsenkirchen, não creio que o seu nome figurasse nas cogitações dos portistas se ele não tivesse sido quem foi no clube. Mas devo reconhecer que o Olhanense até é uma equipa “práfrentex”, longe do estilo “autocarro” tão característico da bola pátria.
Mano Menezes – Mano Quê? Esta será a pergunta de muitos, mas o nome do actual treinador do Corinthians e antigo treinador do Grémio, que tem tido uma longevidade à frente das equipas inabitual em Terras de Vera Cruz, foi recentemente mencionado no Brasil como possível treinador do FCP. Eu bem sei que em matéria de boatos os brasileiros têm bem a quem sair, mas aqui fica. Não tenho os treinadores brasileiros em grande conta, e acho até que, se tivessem alguma categoria, o Brasil tinha sido campeão do Mundo muito mais vezes, mas este rumor “vale o que vale”, como agora se diz.
Paulo Bento – Pois, pois, há quem diga que está na “pole position”, e eu nem sei que diga ou que pense. Com ele o Sporting era uma equipa dura de roer, mas pouco mais, e jogava sempre da mesma maneira, um defeito que muitos apontam a Jesualdo. Mas o homem tem qualidades, e se lhe “podassem” o discurso até pode ser que a sua escolha acabasse por ser digerível.
Paulo Sousa – Valha-nos S. Paulo, mais um Paulo! É conhecida a mútua consideração entre ele e Pinto da Costa. Paulo Sousa está actualmente à frente do Swansea City, no Football League Championship (2ª divisão inglesa) e tem feito uma excelente época, estando a equipa a bater-se por um dos lugares nos play-offs de onde sai o terceiro promovido à Premier League. A imprensa inglesa tem elogiado o futebol da equipa.
Digam de vossa justiça.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Futebolês do século XXI
Trocado por miúdos: "Foi um jogo chato como o caraças, sem oportunidades de golo".
A impunidade veste de encarnado
No início da 2ª parte (47 minutos) do último SLB x Sporting, Luisão atingiu violentamente Liedson por trás. O árbitro, o conhecido João “pode ser o João” Ferreira, nem hesitou, sacou dos cartões e toma lá um… amarelo!!
“Luisão projectou-se de alguma distância e, com a sola da bota, atingiu por trás Liedson. Conduta violenta, punível com cartão vermelho.”
Jorge Coroado
“É uma entrada violenta por trás de Luisão, que atinge Liedson, justificando cartão vermelho e não apenas amarelo. Decisão errada do árbitro, demasiado brando.”
Rosa Santos
“Luisão, sem qualquer hipótese de jogar a bola, projecta-se por trás sobre o adversário, cometendo infracção para cartão vermelho e não amarelo.”
António Rola
Incrível! Até o assessor do SLB que escreve em O JOGO, entende que o defesa benfiquista deveria ter ido para a rua.
“Na Taça da Liga, recordo que ficámos reduzidos a dez unidades logo aos 2' e hoje, também aos 2', mas da segunda parte, o Benfica devia ter ficado com menos um devido à entrada perigosa por trás, nos calcanhares, por parte do Luisão. É um facto que não podemos esconder e que poderia mudar o cariz e o rumo da partida. O árbitro não entendeu assim, e penso que mal, mas a verdade é que estes pormenores contribuem para os desfechos dos jogos. Este foi demasiado evidente.”
Carlos Carvalhal, 13/04/2010
“Esta entrada foi a mesma que o Izmailov teve no último jogo. A do Luisão, se calhar, ainda foi pior. Comparem-na com a do Izmailov e digam se não é motivo para cartão vermelho? O Benfica fez um golo, e sempre com o campo inclinado, com faltas não assinaladas a nosso favor. Cada toque que havia nos jogadores do Benfica, o árbitro assinalava, e isso fez com a equipa ficasse intranquila, a jogar mais atrás.”
João Moutinho, 13/04/2010
Este tipo de situações – entradas violentas e agressões – protagonizadas por jogadores benfiquistas que permanecem em campo, é algo que já vimos várias vezes esta época, com particular destaque para David Luiz, Luisão e Javi Garcia.
Até quando irá durar a impunidade dos "diabos vermelhos", quer dentro, quer fora das quatro linhas?
E a este tipo de situações juntam-se os penalties, os incontáveis livres sacados à entrada da área adversária, os off-sides que não eram, as orelhas sensíveis, etc., etc. É caso para perguntar: Poderia o SLB ganhar o campeonato sem as sucessivas roubalheiras de que beneficiou esta época? Podia, mas não era a mesma coisa…
O FC Porto pode mudar de treinador, não vender o Falcao, nem o Hulk e melhorar a qualidade do plantel, mas se para o ano continuarmos a assistir, semana após semana, à telenovela do andor encarnado, as hipóteses de ganhar o campeonato continuarão a ser muito reduzidas.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Oeiras, aí vamos nós...
Assim mesmo, aproveitando a menor pressão que este jogo envolvia, o Professor aproveitou-o para mostrar o jovem lateral esquerdo Addy aos portistas. A estreia confirmou-nos que o miúdo é, por hora, mais verde que o relvado do Dragão, porem com algum processo de “domesticação” e aproveitando aquela velocidade de ponta, pode-se vir a retirar qualquer coisa dali. No mais, destaque para o retorno em bom plano de Fucile após o pesadelo de Londres.
Mercê do resultado adverso da 1ª mão, coube naturalmente à equipa de Vila do Conde a assunção dos desígnios do encontro na sua fase inicial. A equipa azul e branca, sem grandes preocupações, controlava ao largo o espírito de iniciativa dos homens de Carlos Brito. Sem muito ter feito para o conseguir, a equipa portista pôs-se na dianteira do marcador, num livre superiormente marcado por Belluschi. Se dúvidas existissem, o minuto 21 tratou de as dissipar sobre quem acompanharia o D. de Chaves ao campo de Oeiras.
O tento do médio ofensivo argentino teve o condão acordar a nossa equipa. Ainda as bancadas comentavam a mestria com que o 1º golo portista fora obtido e já Orlando Sã desperdiçava incrivelmente o 2º. E como um desperdício nunca vem só, Farías resolver solidarizar-se com o seu companheiro de ataque, falhando um penalty. Até ao intervalo apenas ficou na retina uma vistosa intervenção de Beto, após um ortodoxo cabeceamento de Ricardo Chaves.
Os segundos 45 minutos nada trouxeram de novo na sua fase inicial. Os ânimos apenas voltaram a agitar-se quando Falcão e Hulk renderam a frente de ataque titular. O jogo cresceu – para o lado portista – teve vivacidade e dinâmica. Faltava contudo o condimento essencial, os golos. Chame-se Guarín à recepção e sirva-se um golo à Ronaldo. Que pontapé. Micael “amuou” e tentou seguir-lhe as pisadas. O golo do madeirense também foi de belo efeito, mas não é a mesma coisa. Quem nunca deslustra é Falcão. Com este homem em campo os defesas adversários que se cuidem. Oxalá estejam assim inspirados a 16 de Maio.
Fotos: Agência Lusa