sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Perto de 50 milhões de Euros

Perto de 50M€ é quanto o FCP investiu em passes de jogadores que não foram postos a render (isto é, a jogar) em São Petersburgo.

Nomeadamente: A. Sandro, Walter, Mangala, Iturbe, Danilo, C. Rodriguez, Maicon, etc.

Bem, parece-me que esse é um luxo a que não nos podemos dar, quando não temos nem as receitas nem a equipa titular de (por exemplo) um Barcelona. Ainda mais quando pelos vistos (comunicado do S. Liege) nem sempre pagamos as nossas dívidas a tempo e horas.

Uma boa parte deste valor corresponde a “investimentos de futuro”, como sói dizer-se (em particular A. Sandro, Danilo, Iturbe, Mangala). Acho bem que se vá precavendo o futuro, mas parece-me que o balanço entre o investimento no futuro e o investimento no presente (com retornos desportivos imediatos) está neste momento bastante desequilibrado – a estabelecer uma prioridade entre os dois, parece-me claro que deve ser o rendimento imediato. Aliás, no passado sempre foi assim no FCP, e nao é sem alguma razao que andámos durante anos a gozar o SCP como a “eterna equipa de futuro”, por exemplo...

Para dar um exemplo concreto: neste Verão investiu-se mais de 40M€ em passes, mas apenas uma pequeníssima fracção desse valor foi encaminhada para a única posicão em que perdemos um jogador titular, e para um jogador “verdinho” (ainda que promissor), nomeadamente Kléber; e onde a única alternativa já existente (Walter) nao dava exactamente muitas garantias (pelos vistos tão poucas que o treinador o preteriu nas inscrições para a Liga dos Campeões, tendo ‘a sua disposição nesta competição 5 alas e 1 ponta-de-lança... o que me pareceu logo na altura um disparate da parte do treinador, não fosse por exemplo o Kléber lesionar-se por semanas, como escrevi aqui na altura).

Finalmente, e ainda a propósito das inscrições na Liga dos Campeões: como escrevi aqui há umas semanas se tivéssemos jogadores da casa no plantel o Walter – e outros, como por ex Iturbe - poderia ter sido inscrito (deixámos 4 vagas por preencher nas inscrições para a lista A, fruto da quota para jogadores da casa). Bastava, por exemplo, ter um Castro em vez de um Souza ou um Defour. Mas o meu objectivo aqui não é entrar em discussões sobre fulano ou cicrano, apenas assinalar (como se ainda fosse necessário) que consequencias concretas e inconvenientes, como esta, quando não temos prata da casa no plantel.

Perguntas incómodas

Na próxima conferência de imprensa de Vítor Pereira (presumo que será hoje), há algumas questões que gostaria de ver respondidas pelo treinador do FC Porto. Exemplos:

Ao contrário de Alvaro Pereira, que antes e após o jogo contra o slb fez treino condicionado, há mais de uma semana que Sapunaru não consta do boletim clínico do FC Porto. Assim sendo, por que razão é que o internacional romeno ficou de fora nos jogos contra o slb e o Zenit?

Por que razão substituiu Guarín no jogo contra o slb, quando este estava a ser um dos melhores jogadores do FC Porto e o único médio portista com capacidade física para pressionar o meio-campo dos encarnados?

Por que razão Sapunaru nem sequer foi convocado para o jogo em São Petersburgo, o que fez com que o FC Porto não tivesse qualquer defesa-lateral no banco, que pudesse ser uma alternativa no caso de acontecer algum contratempo ou impedimento a um dos dois titulares?

Sabendo-se que Otamendi tem mais experiência e rotina do lugar que Fernando, por que razão optou por este último para ocupar a posição de defesa-direito na 2ª parte do jogo contra o Zenit?

Atendendo ao que se passou na 2ª parte do jogo contra o Zenit, considera, ou não, que foi um erro ter retirado Fernando (que estava a ser o melhor jogador do FC Porto) da posição de médio-defensivo, colocando nessa posição um jogador com as características de Souza?

Perante a atitude irresponsável de Fucile, que nas palavras do próprio treinador do FC Porto esteve na origem da exibição e derrota em São Petersburgo, vai continuar a apostar nele como titular da defesa portista?

Tem alguma explicação para o menor rendimento da generalidade dos jogadores do FC Porto relativamente aquilo que foi o seu desempenho na época passada?

O que se passa com João Moutinho, cuja “rotação” nos últimos dois jogos esteve muito abaixo da intensidade que é normal neste jogador?

Seria interessante vermos estas questões esclarecidas, nomeadamente por quem tem a responsabilidade de definir as estratégias de jogo e fazer as escolhas. Contudo, duvido que alguma desta perguntas venha sequer a ser colocada pelos jornalistas que se deslocarem ao Olival. É melhor fazer perguntas inócuas...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Viagem com "questões alfandegárias"


«O voo do FC Porto partiu atrasado de São Petersburgo, devido a questões alfandegárias, o que implica que a equipa só regresse à cidade Invicta nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira. Por esse motivo, o treino de hoje foi cancelado. Desta feita o plantel volta ao trabalho apenas na sexta-feira, às 10h30, no Olival, à porta fechada, para começar a preparação para o jogo com a Académica.»
in ojogo.pt


Já aqui tinha falado acerca das viagens longas resultantes do sorteio.
No caso da Rússia, para além das horas de voo, de vez em quando há também "questões alfandegárias" que aborrecem, contribuem para atrasos e aumentam o cansaço inerente à deslocação. E pior ainda quando a equipa perde...

Desta vez, parece que já passava das 5 da manhã (hora de Portugal continental) quando a equipa chegou ao Porto. Isto depois de um jogo que terminou às 19h00...

O Equinócio foi chuvoso


O nosso equinócio futebolístico de Setembro foi particularmente chuvoso - empates com o Feirense e com o Benfica e derrota com o Zenit - e parece que a ciência meteorológica, ou a sabedoria popular, ou ambas, dizem que isso augura um Outono bem molhado.

Há muitos anos que não está nos nossos hábitos precipitarmo-nos nestas coisas, e Jorge Nuno Pinto da Costa não é propriamente um João Bartolomeu, que despacha um treinador ao fim de três jogos e o seu sucessor ao fim de dois. Mas, mas...

Mas, porém, a História também nos mostra que Pinto da Costa, quando acha que tem de actuar, fá-lo com determinação. Nestas coisas - e noutras - o seu instinto é insuperável.


Uma vez até despediu um treinador na pré-época, e nem preciso de dizer a quem me refiro. Mas, tirando esse insólito caso, e se a memória me não falha, nunca despediu um treinador em finais de Setembro/princípios de Outubro. Creio que a "vítima" mais precoce terá sido o famoso Joaquim Duro de Jesus, imortalizado no futebol pátrio como "Quinito". Mas, mesmo esse, creio que só nos deixou por fins de Outubro/princípios de Novembro.

Tudo isto para dizer o quê? Pois bem, que me parece que, se as coisas não dão uma volta, vamos ter, no prazo de um mês, uma airosa saída do Vítor Pereira, rodeada dos habituais encómios e elegância - valha-nos isso!

A verdade é que a "nação portista" está a começar a perder a confiança no homem do banco. Pinto da Costa - e muito bem - nunca se deixou dirigir pela turba, antes pelo contrário, soube sempre muito bem dirigi-la, mas chega por vezes uma hora em que ele e a turba - e a massa adepta de um modo geral - estão perfeitamente sintonizados.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma equipa nas lonas?

Perdemos o jogo, Kléber, Fucile, confiança, ritmo, intensidade, agressividade, posse de bola, sentido táctico, e sendo assim, a derrota assenta-nos bem.

Na primeira parte, estivemos regulares, mas nunca jogámos à Porto. A equipa denotou as fragilidades dos jogos anteriores e o adversário foi implacável nas marcações. Jogou sempre em alta rotação, explorando os avanços do Alvaro e a sua lentidão a recuperar, e colocando Danny na esquerda , fazendo a vida negra a Fucile.

Marcámos um golo (na melhor das interpretações com o James em linha), mas não levámos mais perigo junto da baliza adversária. Muito marcado Hulk, com um meio campo em que só Fernando jogou ao mais alto nível e uma defesa titubeante, aconteceu o expectável, com as ajudas de Helton no primeiro golo e Fucile ao dar mão e levar consequentemente o segundo amarelo, numa acção de principiante. Foi expulsão, mesmo ao cair do pano para fecho da primeira parte.

Sem brilhar, conseguimos não ter muitos sobressaltos, no primeiro tempo. O adversário respeitou em demasia o Porto, mas teve sempre a iniciativa e foi muito agressivo, usando o corpo nos limites da falta, ou não soubessem que estavam a ser julgados por um árbitro inglês. A segunda parte prometia ser um pesadelo.

Entramos no recomeço vencidos. Sem alma, chama, condição física e anímica, fomos presa fácil: bastou ao Zenit pressionar um pouco mais, ganhar bolas e fazer transições rápidas. A equipa do Porto jogou mal com onze e perdeu-se com dez. O melhor ainda foi o resultado que poderia ter sido bem pior.

Foi uma má surpresa a pouca mobilidade de Moutinho que foi muito tenrinho e perdeu demasiadas bolas. Beluschi esteve uns furos acima. Varela nada fez de relevante e no ataque era Hulk contra mundo.

A recomposição da formação da equipa, para dar uma resposta satisfatória na 2ª parte delineada pelo treinador, não pareceu má, mas mostrou-se um desastre porque Souza não soube ser o trinco que a equipa necessitava em inferioridade numérica : perdeu demasiadas bolas, não tem a estrutura de um guerreiro (como é Fernando) e foi o primeiro responsável por um dos golos do adversário que só teve de aproveitar a auto-estrada que ajudou a abrir. James provavelmente seguraria mais a bola e daria a Hulk mais hipóteses para momentos de ruptura.

Na TV, o Freitas Lobo defendeu a passagem do Otamendi para a direita, o Maicon entrava para central e Varela seria a primeira opção para sair. Talvez fosse a alteração mais lógica, mas acho que perdíamos na mesmo. O FCP estava (está) adoentado. Uma tremedeira permanente.

Kléber aleijou-se e perdemos o único avançado (centro) de raiz. Os tempos vão carregados e o céu está menos azul. Fomos uma equipa de coitadinhos, e isso é o pior que nos poderia acontecer. No passado longínquo, acontecia com frequência cairmos numa espécie de fatalismo, pois tudo nos corria mal, sem sabermos bem porquê. Nessa altura, dizíamos que era azar. No passado recente, quase sempre soubemos ultrapassar as contrariedades.

Esta derrota só não fará mossa se reagirmos depressa e bem. O espectro do pós Mourinho tem de ser vencido rapidamente. Vamos lá a dar a volta ao texto.

A Fuga de Napoleão da Rússia

E, segundo reza a História, não tinha nenhum general com uma cláusula de rescisão de € 18 M.


From Russia with Love

Tal como a comunicação social se encarregou de lembrar, o FC Porto tem um curriculum 100% vitorioso nos jogos que efectuou na Rússia, com a particularidade de todos eles terem sido disputados nos últimos sete anos e contra equipas de Moscovo:

24 de Novembro de 2004
Liga dos Campeões 2004/2005 | Fase de Grupos
CSKA Moskva 0-1 FC Porto
Árbitro: Mejuto González (Espanha)

21 de Novembro de 2006
Liga dos Campeões 2006/2007 | Fase de Grupos
CSKA Moskva 0-2 FC Porto
Árbitro: Kyros Vassaras (Grécia)

10 de Março de 2011
Liga Europa 2010/2011 | Oitavos-de-Final | 1ª Mão
CSKA Moskva 0-1 FC Porto
Árbitro: Robert Schörgenhofer (Áustria)

14 de Abril de 2011
Liga Europa 2010/2011 | Quartos-de-Final | 2ª Mão
Spartak Moskva 2-5 FC Porto
Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)

Resumo: 4 jogos, 4 vitórias, 9 golos marcados e 2 sofridos.

No quadro seguinte, recordo os jogadores que alinharam nestes quatro jogos, sendo que Helton e Fucile são os únicos “sobreviventes” do jogo disputado em Novembro de 2006.


(clicar na imagem para ampliar)


O jogo de hoje não será fácil mas, em mais uma aventura na Mãe Rússia, compete ao “agente” Vítor Pereira engendrar uma estratégia para que o desafio tenha um final feliz.
De facto, no dia em o FC Porto celebra 118 anos, espero (esperamos) que a prenda seja uma vitória em São Petersburgo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

SMS do dia

É a minha memória que está fraca ou há 15 dias, mais dia menos dia, todos os jornais, rádios e tv's anunciaram que o Guarín só tinha levado um jogo de castigo?

No lugar do cineasta

Há cerca de um ano, Rui Moreira abandonou o Trio D´Ataque em directo e, uns dias depois, escreveu o seguinte na sua crónica semanal em A Bola: “Não pactuo com a porcaria, com a canalhice e com a insídia. Não serei cúmplice de um sistema em que aqueles que são condenados pelos tribunais são, depois, inocentados em programas de televisão ao passo que aqueles que são absolvidos pelos tribunais são depois sujeitos a julgamentos sumários. Comigo não contam para ser juiz, verdugo ou testemunha em autos de fé.”

A partir de hoje, o individuo que, com o seu comportamento abjecto, esteve na origem da saída de Rui Moreira, deixa o seu lugar no Trio, sendo substituído por Júlio Machado Vaz.

O Trio D´Ataque sobreviverá sem o fanatismo fundamentalista do cineasta encarnado?
Como reagirão as audiências, particularmente entre os benfiquistas, por o lugar do comentador encarnado passar a ser ocupado por uma pessoa com o distanciamento e perfil do sexólogo do Porto?

Pelo menos nos primeiros tempos, vai ser interessante verificar como será o programa sem os recados provenientes da Luz, na boca daquele que, nos últimos anos, se transformou na voz do dono?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Manuel Serrão é que os põe em sentido!


"Foi você que me contratou? Não, pois não?? Então, eu falo do que me apetece!"


Manuel Serrão para Eduardo Barroso - hoje num expoente máximo de calimero - no programa Prolongamento da TVI24.

Agressão ou gesto antidesportivo?

PdC esteve a grande altura a comentar as incidências do FCP/SLB e no treino de ontem o VP esteve à conversa com o Alvaro, provavelmente, digo eu, para confirmar a sua condição física, a disponibilidade para a competição e acertar comportamentos : se calhar para lhe dizer que tinha sido excessivo quando reagiu intempestivamente a um chamamento do treinador, no jogo com o SLB.

Embora o FCP tenha tido uma segunda parte muito cinzenta e apesar do resultado ter sido justo, não entendo como se possa considerar que o Cardozo não pontapeou Fucile e não havia motivos para expulsão. Ouvi isso da boca de vários senadores, incluindo o juiz Rui Rangel e de todos os catedráticos que constituem o painel que julga os casos de arbitragem d’O Jogo.

Ontem, Rui Santos afirmou o mesmo e o ex-árbitro que dita as leis na TVI (Pedro Henriques) explicou que Cardozo tornou-se culpado de comportamento antidesportivo e, daí, o acerto na amostragem do amarelo. A apresentação do vermelho justificar-se-ía se fosse culpado de falta grosseira ou de conduta violenta.

Enfim, um pontapé entre o traseiro e os “ditos” é coisa leve, embora não seja bonita e própria de um desportista. Terrível, foi aquele murro selvático do James ao Rabiola. Isso sim, é um acto violento.

Vi as imagens da Sportv, da RTP e o vídeo no Youtube e continuo a considerar que estamos perante uma agressão. Não gosto de perder muito tempo com a arbitragem, mas aqui o que está em causa não é tanto a decisão do árbitro mas a forma como constroem a verdade indiscutível e tratam quem diz o contrário como se fôramos uns ignorantes ou salafrários.

Se o senhor Pedro Henriques levar um pontapé em idêntico local do corpo, não se queixará que foi alvo de agressão e apenas sujeito a uma atitude anticívica. E, daí a oferecer a outra face, bastará um pequeno passo, ficando amigo para sempre do concidadão que amavelmente lhe aplicou o golpe.

O branqueamento está consumado: o Fucile é um impostor e as consequências seguem dentro de momentos.

Se Lisboa é Portugal, o Porto é uma Nação, desportivamente, pelo menos. Não me calo. Não somos bárbaros. Temos direito a opinião e a defender os nossos comentários, até que a voz nos doa. A insatisfação pela 2ª parte do FCP e a justeza do resultado não nos retira o direito de julgar que a arbitragem, na vertente disciplinar, esteve longe de ser criteriosa.

A arbitragem do Sr. Jorge de Sousa não pode escamotear os erros próprios e sobretudo a aparente má forma física do FCP, e não tem servido, o que não me impede de insistir que Cardozo agrediu Fucile de forma tão violenta, pelo menos, como fez James, logo deveria ter sido expulso.

domingo, 25 de setembro de 2011

Lisboa é Portugal


Lisboa é Portugal. Fora de Lisboa não há nada. O país está todo entre a Arcada e S. Bento.
Eça de Queiroz, Os Maias


Todos sabemos que Portugal é um país assustadoramente centralista e que isso é o factor que mais contribui para o atraso endémico da maior parte das regiões do país. Evidentemente, Lisboa, para onde são sugados grande parte dos poucos recursos existentes, é a excepção e o seu nível de riqueza há muito tempo que é superior ao da média comunitária.

Mas, o que me leva a falar novamente no centralismo é a meia maratona de Lisboa, perdão, meia maratona de Portugal, que foi disputada hoje.
Sim, leram bem, de Portugal, porque tal como Eça escreveu no século XIX, no século XXI Lisboa continua a ser Portugal. Pelo menos para muitos iluminados e, seguramente, na cabeça da maior parte dos políticos que nos têm (des)governado.

Entre as maratonas mais famosas do Mundo, já tinha ouvido falar nas maratonas de Londres, Paris, Chicago, Nova York, Roterdão, Tóquio, etc., mas é a primeira vez que vejo uma maratona disputada numa cidade adoptar o nome do respectivo país.
Acho bem, afinal traduz a triste realidade portuguesa, a que sucessivos governos nos conduziram: de facto, Portugal é cada vez mais Lisboa e o resto é paisagem...

sábado, 24 de setembro de 2011

Que se passa com Hulk e Alvaro?


No dia 6 de Setembro, disputou-se o União Leiria x FC Porto. Hulk, que na véspera tinha jogado pelo Brasil, foi convocado e jogou de início, tendo sido substituído por Varela aos 57 minutos. Alvaro Pereira, apesar de ter sofrido uma entrada duríssima logo nos primeiros minutos, manteve-se em campo até ao fim.

Apenas três dias depois, no dia 9 de Setembro, disputou-se o FC Porto x Vitória Setúbal. Alvaro Pereira voltou a ser titular e a jogar os 90 minutos. Quanto a Hulk, supostamente por gestão de esforço, ficou no banco, mas entrou aos 71 minutos para substituir Kléber e a tempo de fazer duas excelentes assistências para golo.

No dia 13 de Setembro, disputou-se o FC Porto x Shakhtar Donetsk. Alvaro Pereira jogou novamente todo o desafio, enquanto que Hulk, depois de ter marcado um golão de livre e posto em sentido a defesa ucraniana, foi substituído por Varela aos 77 minutos.

Até esta altura ninguém tinha falado em problemas físicos destes dois jogadores mas, surpreendentemente, ambos ficaram fora da lista de convocados do Feirense x FC Porto, disputado no dia 18 de Setembro. É que nem para o banco foram, particularmente Hulk, cujas arrancadas poderiam ter sido muito úteis para desestabilizar e abrir a defesa contrária.


Finalmente, chegamos ao FC Porto x slb e ambos voltaram a ser titulares e a jogar 90 minutos.
Se é verdade que, na 1ª parte, Hulk esteve ao seu nível, semeando o pânico na defesa benfiquista sempre que arrancava com a bola controlada em direcção à área encarnada, Alvaro Pereira esteve a anos-luz do que pode e sabe. Chegou a ser chocante, ver um jogador com a capacidade atlética deste uruguaio, habituado a fazer N vezes o corredor esquerdo, a recuar a passo sempre que a equipa perdia a bola.

Hoje, no website oficial, o clube anunciou que Alvaro Pereira se limitou a fazer treino de recuperação no ginásio. Ora, se o Alvaro não está em condições, e muito menos para disputar 90 minutos (conforme foi notório no jogo de ontem), por que razão o treinador não optou por colocar Sapunaru à direita e Fucile à esquerda?

E quanto a Hulk, outro portento físico, também não se percebe as suas oscilações. Depois de uma boa 1ª parte, o apagão que teve na 2ª parte do jogo de ontem deixa muitas interrogações.

O que se passa com Hulk e Alvaro Pereira?
Estarão, nesta altura, a pagar a factura por excesso, ou inadequada utilização em jogos anteriores?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

É melhor ir ao psicólogo


"Após o 2-1, entrámos num jogo de bola cá, bola lá e isso partiu-nos. Também permitiu que houvesse espaços para uma equipa como o Benfica que gosta de sair em transições rápidas. Não sei se por bloqueio psicológico, emocional, isso aconteceu. Gostámos de ter bola e gerir o jogo a partir daí. É um aspecto que vamos ter de corrigir."
Vítor Pereira


Apetece-me pouco falar deste jogo de má memória.

Na primeira parte, embora sem deslumbrar, o FC Porto foi competente, dominou o jogo em todas as vertentes, criando oportunidades e marcando um golo de belo efeito e inteiramente justo.

A segunda parte foi um pesadelo. A equipa esteve mal posicionada, fez pouca pressão, abriu buracos defensivos como não se tinha visto na primeira parte e não foi capaz de controlar o jogo. Não me lembro de uma jogada de ataque bem construída, com principio, meio e fim.

Para piorar as coisas, as substituições feitas por Vítor Pereira são incompreensíveis e ajudaram ao desastre da equipa.

Guarín estava a fazer uma boa exibição, sendo o médio portista mais apto aos duelos físicos com a dupla Javi Garcia - Witsel e também aquele que pressionava mais à frente. A sua substituição por Belluschi foi mais um rombo na coesão da equipa portista.

Também não percebi a substituição de Kléber. No final do jogo, Vítor Pereira disse que tinha sido por razões físicas. Mas, então, por que razão não entrou o Walter? É que o Cristian Rodriguez centrou duas ou três vezes para um ponta-de-lança que já não existia...

Aliás, se Kléber estava mal fisicamente, por que razão, em vez de tirar Guarín (que estava a ser dos melhores), Vítor Pereira não mudou o modelo de jogo para um 4-4-2, substituindo Kléber por Belluschi ou Defour, reequilibrando desse modo a equipa?
Se não dava para termos um FC Porto dominador na 2ª parte, pelo menos procurava-se controlar o meio-campo, ter mais posse de bola e segurar a vantagem de 2-1.

Sinceramente, estes últimos jogos deixaram-me muito desiludido com a prestação da equipa e com a falta de liderança e capacidade evidenciada por Vítor Pereira.

Bloqueio psicológico? Se calhar, em vez de um treinador, é melhor contratar um psicólogo...

Octávio II?


A crónica do jogo ainda vem a caminho, mas, citando um colega meu do blogue em conversa comigo, será que estamos perante um Octávio II, isto é, um excelente adjunto que encontra no lugar de treinador principal o seu "Princípio de Peter"?

É favor ampliar...


... e afixar à porta do balneário.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Espanhóis deslumbrados com Falcao


Isto é o que se vai dizendo em Espanha, a propósito de Radamel Falcao:

«Radamel Falcao ha necesitado tres partidos en el Vicente Calderón para enamorar a la hinchada, convertirse en el jugador franquicia del Atlético, quitarse la presión y liderar el Pichichi junto a Messi y Soldado. El colombiano fue fichado a precio de súper estrella y en ese plan está el 'Tigre'. El Atlético invirtió casi todo lo ingresado en Agüero en un delantero que llevaba dos temporadas hinchándose en el Oporto. Y no le ha hecho falta más de una semana para despejar cualquier duda, si es que la había, sobre su capacidad goleadora.

El delantero colombiano acumula elogios tras sus últimas exhibiciones. "Se va a codear con Messi o Ronaldo", dijo Manzano tras el choque contra el Sporting. Hasta el momento, en este inicio liguero, el 'Tigre' resiste la comparación con los dos astros mundiales en el aspecto goleador. "Dije que era muy difícil sustituir a Kun y a Forlán, pero viendo a Falcao parece que lo han hecho bien. Es un fenómeno y nos ha podido meter seis goles", apuntó Preciado. Y es que la frecuencia rematadora del colombiano ante el conjunto asturiano asombró.

Falcao no jugó ante Osasuna en el debut liguero y no marcó en Mestalla frente al Valencia. Tras aquel partido llegaron algunas críticas, prematuras e injustificadas. Después, ya en el Calderón, Falcao ha hecho seis tantos en tres choques. Uno al Celtic, tres al Racing y dos al Sporting. Y, como recuerda el propio colombiano, han podido ser más, porque le han anulado dos goles de forma errónea. Ante el cuadro cántabro, el linier anuló una diana de Falcao por un fuera de juego mal señalado a Tiago. Frente a los de Preciado, Iturralde vio falta en un salto de lo más limpio del 'Tigre'. "Me ponen triste los goles anulados", dice él. Y es que podría liderar el Pichichi en solitario con siete goles.

El colombiano es de los pocos que no ha rotado en los últimos partidos. Fue titular contra Valencia, Celtic, Racing y Sporting

También sus compañeros se rinden al '9' rojiblanco. "Falcao es increíble. Con él tenemos la garantía de que va a acabar marcando", apuntó Salvio al término del partido contra el Sporting. El colombiano es de los pocos que no ha rotado en los últimos partidos. Fue titular contra Valencia, Celtic, Racing y Sporting. Ante el conjunto cántabro, Manzano le sustituyó mediado el segundo tiempo, aunque para entonces ya había marcado tres goles. Sabe el técnico que no tiene sustituto para Falcao, pues Adrián es otro tipo de delantero.

Sobre Falcao no pesa una losa cualquiera, sino la de ser el sustituto del Kun Agüero, indiscutible referente rojiblanco en las últimas temporadas. El vacío que dejó el argentino parecía imposible de cubrir, pero Falcao está dispuesto a asumir el reto. La afición, ansiosa de nuevos iconos, ya tiene nuevo ídolo. El Messi o Cristiano del Atlético
in marca.com


Un Falcao descomunal (Marca)

Falcao es un 'Tigre' insaciable (El Mundo Deportivo)

Falcao enseña el camino al Atlético (Sport)


Dentro daquilo que será a sua evolução natural, quando Kléber, como ponta-de-lança, valer metade do que vale actualmente Falcao, grande parte dos problemas do FC Porto estarão resolvidos.

P.S. Olhando para o rendimento dos pontas-de-lança do Chelsea e para o conhecimento que André Villas-Boas tinha de Falcao, continuo sem perceber por que razão El Tigre não está em Londres.

Mestre Júlio Resende


Aos 93 anos, morreu ontem o mestre Júlio Resende.

Natural do Porto e formado na Escola Superior de Belas Artes do Porto, Júlio Resende foi agraciado com diversos prémios, quer em Portugal, quer no estrangeiro.

Entre os seus inúmeros trabalhos, uma das obras mais conhecidas é a “Ribeira Negra” (1984), a qual pode ser apreciada junto ao túnel da Ribeira, no Porto.

Para nós, portistas, Júlio Resende deixou o Painel dos Fundadores, nas paredes do Estádio do Dragão.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Incógnita no meio-campo


Vamos continuar a jogar com três médios, mas queremos que o seis seja cada vez mais um oito. Antigamente, o seis era visto como um jogador de equilíbrios, um recuperador sem grande preponderância ofensiva. Agora, e nas grandes equipas mundiais, o seis é cada vez mais o primeiro organizador de jogo. A minha ideia passa por aproximar o nosso seis de um pivô com grande capacidade para circular a bola e para entrar no processo ofensivo. (…)
Existe a ideia que o Fernando é apenas um jogador defensivo, até lhe chamam o polvo, mas ele é muito mais do que isso. Tanto o Fernando como o Souza gostam de ter a bola e, se lhes derem liberdade, gostam de aparecer em zonas de finalização.

Vítor Pereira, 16/09/2011


Independentemente dos nomes, penso que a maior dúvida de Vítor Pereira será como organizar o meio-campo portista. Algumas possibilidades:

1) Um “seis” (Fernando ou Souza), um “oito” (Moutinho) e um “dez” (Belluschi)?
2) Um “seis” (Fernando ou Souza) e dois “oitos” (Moutinho e Guarín)?
3) Dois “oitos” (Defour e Moutinho) e um “dez” (Belluschi)?
4) Três “oitos” (Defour, Moutinho e Guarín)?

Há ainda a hipótese de fazer adaptações, como por exemplo:

5) Um “oito a jogar a seis” (Guarín), um “oito” (Moutinho) e um “dez” (Belluschi).

Recordo que foi este o meio-campo que jogou nos 5-0 da época passada e a coisa não correu nada mal.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Manhosices


«As eleições da Federação Portuguesa de Futebol terão ficado resolvidas ontem com a confirmação da candidatura do sistema, embrulhada no apoio dos pequeninos e servida no tabuleiro das soluções providenciais. Em menos de três anos, um ex-administrador de uma SAD condenada por corrupção desportiva ascende ao cargo mais alto, passando por uma reciclagem pela estrutura intermédia da Liga, enquanto radicava nesta o exercício dos poderes reais, agora remetidos de novo para a casa-mãe. É obra!»
João Querido Manha, Record, 20/09/2011


Quando me chamaram à atenção para este texto manhoso, a minha primeira reacção foi mandá-lo para o sítio do costume: o caixote do lixo. Contudo, há aspectos que de tão “queridos”, merecem um pequeno comentário.

Comecemos pela “candidatura do sistema”. Convém lembrar que Fernando Gomes se candidatou à presidência da Liga de Clubes com o apoio expresso de diversas personalidades, entre as quais Hermínio Loureiro (ex-presidente da Liga) e Filipe Soares Franco (ex-presidente do SCP). Mais. Para além do apoio público que teve da parte dos presidentes do slb e SCP, Fernando Gomes foi eleito, em 7 de Junho de 2010, com 38 votos a favor e três abstenções, num acto eleitoral no qual não participaram SC Braga, Nacional da Madeira, Carregado e… FC Porto!

Quanto ao “SAD condenada por corrupção desportiva” alguém devia explicar ao autor deste dislate a diferença entre corrupção desportiva e TENTATIVA de corrupção desportiva. E, claro, faltou o pequeno pormenor de dizer que a condenação foi determinada pelo ponta-de-lança que o slb tinha na Liga de Clubes – Dr. Ricardo Costa – e que, posteriormente, a mesma foi contrariada, quer pelo TAS, quer em TODOS os tribunais a sério onde os factos foram analisados.

Finalmente, para a manhosice ser completa, faltou também referir que na guerra de poder a propósito dos novos estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes esteve ao lado de slb e SCP, em oposição a Lourenço Pinto, presidente da Associação de Futebol do Porto.

Candidatura do Sistema? Só se for do Sistema da 2ª circular...

Então até sexta !

Sou um tipo razoável : exijo que o FCP ande próximo da perfeição. Daí, sempre que temos um resultado negativo (às vezes basta não jogar bem) fico pior que estragado e bato a torto e direito, quase sem poupanças.

Depois arrefeço. O FCP tem uma equipa boa, mas jogar a bola e ganhar não é assim tão fácil. Pelo contrário.

E, raramente damos o devido mérito ao labor dos adversários, particularmente quando o resultado não é favorável.

O primeiro a pagar a factura é o treinador. VP não esteve bem, mas quando se acredita no valor dos jogadores tem de se reconhecer que a capacidade de resolver os problemas que o adversário coloca é sobretudo deles. Por muito que se treinem as rotinas, cada jogo traz problemas novos e os jogadores nem sempre, pelas razões mais diversas, conseguem superar.

Se houve erros no escalonamento, os jogadores raramente tiveram engenho e arte para superar os diversos obstáculos que tiveram de enfrentar. Os criativos foram cinzentos, os pensadores pouco lúcidos, os lutadores muito macios e os rompedores pouco acutilantes.
A pressão alta era difícil de funcionar porque o Feirense jogou com as linhas muito recuadas e juntas o que atrapalhava as marcações e colocava muita gente no último terço do campo defendido pelos homens da Vila da Feira. Esse congestionamento, limitava as acções por terra e pelo ar. E quando assim é, não pode haver acomodações e permitir ao adversário ganhar confiança. Tem de se lutar e os jogadores não estiveram para aí virados ou não puderam por
fadiga, física e/ou anímica.

Correu mal, mas como costumam sentenciar os treinadores : nem somos tão bons como disseram que éramos antes de Domingo, nem tão maus como nos pintaram depois do jogo de Aveiro.

O treinador carece da disponibilidade total dos jogadores. A herança é pesada, há muitos galos, muitos interesses, vedetismo e mimo a mais. As estrelas reclamam para si os holofotes. Será que um ex-treinador adjunto, com pouco carisma vai chegar para liderar as “feras” ?

VP merece o benefício da dúvida. É um bom profissional. Kléber também. Não é, nem há outro Falcão. O Kléber é um jogador diferente : no Marítimo não era tão posicional, quem ocupava essa função era Baba. Além disso, é um jogador que não estava habituado a ter de jogar sempre em alto ritmo, a atacar e a pressionar e, sobretudo, a sofrer marcações cerradas, às vezes impiedosas.
Estas equipas como a do Feirense não querem a bola : jogam com linhas cerradas, fecham os espaços, pressionam muito no seu meio campo, e sobra-lhes um ou dois "ciclistas" para levar a bola à área adversária. Tentam ganhar fazendo o outro correr riscos e todas as despesas do jogo.
Ocasionalmente, fazem-no bem e até com alguma elegância. Aconteceu no Domingo, também por nossa culpa, pois agimos mal e reagimos de forma insuficiente.

É muito importante a próxima jornada e pode marcar a época e o treinador. Esperemos que faça e que a pontuação seja positiva.

A minha equipa para o jogo com o SLB : Helton, Sapu (se estiver em boas condições físicas), Rolando, Otamendi e Álvaro (se estiver em boas condições físicas); Fernando, Moutinho e Guarin; Hulk, Kléber (se estiver em boas condições físicas) e Varela.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

E agora?


Quando deixou Walter de fora da lista para a Champions, Vítor Pereira não mediu a real extensão do sarilho em que se estava a meter.

A partir desse momento, com essa bizarra decisão, o nosso treinador passou a correr o sério risco de ser colocado em cheque - à vista de todos - no dia em que Walter começasse a facturar mais que Kléber na liga.

Assim, mesmo que inconscientemente, Vítor Pereira acrescentou uma condição-base a todas as tácticas, planos AAs e planos BBs que engendrou: que Walter nunca entrasse neles.
Trata-se de uma forma de autodefesa, no fundo.

É a luz desta evidência que o jogo de Aveiro deve ser lido.

Assim sendo, nem vale a pena entrar na análise individual a cada uma das estapafúrdicas substituições operadas na segunda-parte.
Foram invenções, puras e simples, de alguém meio-perdido naquele banco de suplentes.

Com tantos médios em campo, em simultâneo, ninguém estaria seguro do papel que lhe era destinado. Foi mesmo "tudo ao molhe" e fé num eventual ressalto.

Pior ainda: com tantas viagens, selecções, invenções, poupanças e meias-poupanças (ainda haverá alguém que pense que se pode poupar o Hulk?), já ninguém sabe ao certo qual o nosso "11"-tipo.
E isto à 5ª jornada...

Eis algumas das (muitas) perguntas, ainda sem resposta:

- Afinal quem são os "centrais" titulares?
- Quem é o lateral-direito titular? Sapunaru (o homem que, no um-para-um, vira as costas ao seu oponente) ou Fucile (o homem a quem não deixam fazer 2 jogos seguidos na sua posição original)?
- Afinal, na maior parte das vezes, é para jogar com "trinco" ou sem "trinco"?
- Se é para jogar com um, quem será ele? Fernando ou Souza? Ou é para ir trocando?
- Quem é o médio mais avançado em campo? Belluschi? Guarín ou Defour (!)?
- No tridente da frente, quanto tempo durará Kléber?
- Quando este sair, ficará Hulk como ponta-de-lança? Se sim, as coisas andarão mal...

E mais umas questões, não tão importantes:

- C.Rodriguez é um eterno semi-dispensado ou alguém para contar mesmo "a sério"? No segundo caso, convém que lhe arranjem um plano de preparação física individual. De uma vez por todas.
- Quando é que Varela voltará a fazer 2 bons jogos seguidos? Qual é exactamente o seu problema?
- E, por último, andará alguém com medo que Iturbe - outro dispensado dos jogos europeus - baralhe estas contas todas?

domingo, 18 de setembro de 2011

Pontos ao lixo!!!


Há muitas maneiras de se perder pontos. Por azar, por aselhice, por falta de qualidade, pelo árbitro. O FC Porto fê-lo de maneira diferente esta noite, deitou-os ao lixo! Começou a fazê-lo ainda antes de começar o jogo, e, mais tarde, ao longo do mesmo, num comportamento relaxado que se alastrou a partir do escalonamento inicial de Vítor Pereira, até à equipa em campo. Um empate “moralizador” que vem mesmo a calhar em vésperas de um clássico, com o bónus final de James Rodriguez ficar arredado do mesmo. Nem um amador faria melhor…

Com efeito o onze inicial do nosso treinador revelava algum despeito pelo adversário que iria ter pela frente, bem como para a competição em disputa que, para os mais distraídos se lembra ser o objectivo primordial da época. Uma atitude passiva que rapidamente se estendeu aos jogadores que alinharam, perfeitamente imbuídos no espírito do seu tutor. Não foi de admirar o enfado dos primeiros 45 minutos. A fraquíssima qualidade de jogo, de organização, concentração e predisposição mental para a competição veio ao de cima, tornando o conjunto da vila da Feira num Golias de ocasião.

Sem haver que contar da 1ª parte, resta a emoção que o 2º tempo trouxe. Agitação essa oriunda de um abrir de hostilidades tímido da equipa azul e branca, que se expôs ao ponto de ridicularização máxima num par de ocasiões por manifesta má organização. Varela rendeu um inútil Kléber ao intervalo na tentativa de recriar um carrossel junto à baliza de Paulo Lopes. O melhor que se conseguiu muita ânsia e pouco discernimento.



Duas bolas ferro ainda causaram esperança de algum bafejar fortuito do golo. Não mais do que isso. O caudal ofensivo estava inquinado por não existir uma referência na área, pelos jogadores revelarem desorientação nos caminhos que percorrer, em suma, por um plano de jogo que já estava morto antes de o ser.

Como uma tragédia nunca vem só, no desenrolar sôfrego do encontro portista, o nervosismo apoderou-se dos jogadores. James Rodriguez, já à beira do fim da partida, reagiu a quente e sem pensar a uma falta de Rabiola e retirou o tapete a si próprio do importante jogo da próxima Sexta-Feira no Dragão. Pôs-se a jeito e foi punido. Tal como Vítor Pereira, equipa técnica e demais jogadores. E assim foram 2 pontos ao lixo!

Fotos gamadas, naturalmente…

O novo porta-voz

Pelos vistos temos um novo porta-voz.

Ontem n'O Jogo sobre o Hulk:
"Ele teve até de se virar e colocar o pé ao alto no travesseiro para aliviar. Estava muito mal e quase não dormiu, tantas eram as dores", contou-nos Teodoro Fonseca, empresário do jogador. 

Hoje no Maisfutebol sobre o Walter:
O drama familiar mitigou a ascensão de Walter na hierarquia portista. Ao longo de vários meses, o avançado teve de gerir a preocupação com a frágil saúde da filha e a exigência profissional imposta pelo F.C. Porto. Como consequência, «perdeu espaço e agora tem de o reconquistar». É o próprio empresário do brasileiro, Teodoro Fonseca, quem o diz ao Maisfutebol.

Arre!

sábado, 17 de setembro de 2011

Risco máximo em Aveiro

Amanhã o FC Porto vai disputar um jogo para campeonato sem contar com os três jogadores mais influentes, em termos ofensivos, da época passada: Hulk, Falcao e Alvaro Pereira.

O desafio vai ser em campo neutro (Estádio Municipal de Aveiro) e, em vésperas da recepção ao slb, será um teste importante para a equipa, principalmente para o trio de ataque que for chamado (previsivelmente James, Kléber e Varela).

Ao deixar Hulk e Alvaro Pereira fora da lista de convocados, numa altura em que Kléber ainda está a "crescer" e Varela a atravessar um mau momento, Vítor Pereira está a "esticar a corda" e a mostrar que não tem medo de arriscar. Espero que não se arrependa.

"Mais que um clube, era uma família"

Extractos de uma entrevista recente de Józef Mlynarczyk ao jornal i:

«(...) o FC Porto era mais que um clube, era uma família. Muito unida. Nunca senti nada assim. Era um clube com jogadores tão próximos uns dos outros. Até arrepia, só de pensar. Mérito para o presidente Pinto da Costa. Nos treinos, todos se portavam bem mas bastava chegar ao balneário para começar a brincadeira. Aí, eu entendia a mística e a verdadeira amizade entre nós. E quem te diz isso sou eu, que nunca cheguei a falar muito bem português. Portanto, às vezes, nem entendia as piadas em português mas estávamos sempre a rir. E já se sabe que a alegria contagia.»

«(...) nunca senti tanto frio como nesse jogo [Taça Intercontinental] e olha que eu joguei anos e anos na Polónia, com neve e gelo. Mas nesse dia em Tóquio o tempo estava insuportavelmente frio. Cada vez que ia ao chão para agarrar uma bola, a relva molhada e gelada, juntamente com flocos de neve, entranhava-se no meu corpo, não sei muito bem como. E era cá um incómodo.»

«No FCP, não há um só momento inesquecível. Há vários. Foi muita coisa junta. Depois da Taça Internacional, ainda ganhámos a Supertaça Europeia. E ao Ajax, que tinha mais nome que nós. Esse Ajax era treinado por Cruijff e o adjunto era um tal Van Gaal. Ganhámos 1-0 em Amesterdão naquele que terá sido uma das melhores exibições do Rui Barros. Ele correu mais que todos os outros 21 jogadores em campo. Correu, correu e marcou-nos o golo da vitória.»

«(...) Aproveito para mandar um grande abraço ao Pinto da Costa. Foi ele que tornou estas memórias possíveis. E um abraço a todos os jogadores do FC Porto. E a todos os adeptos. E a todos aqueles que conheci na minha passagem por aí. A todos aqueles que me deram força quando me lesionei [facto aproveitado para se dar a passagem de testemunho para Vítor Baía]. E, é o último agradecimento, prometo, a todos aqueles que me mostraram o bem que se come e vive em Portugal. É um país magnífico. Parabéns.»


Lembro-me da serenidade que o Mly transmitia à equipa, o que contrastava com um certo nervosismo que prespassava quando o guarda-redes era o malogrado Zé Beto.

Lembro-me, também, da forma como este guarda-redes polaco fazia lançamentos longos com a mão, colocando a bola nos pés de jogadores portistas à entrada do meio-campo adversário.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Parece parvo mas não é


António Varela, jornalista do Record há 22 anos, apresenta-se como alentejano, de Estremoz, dizendo que faz tudo para que não o levem por parvo, mesmo quando parece estar a dormir.

Esta semana, há falta de melhor tema, lembrou-se de escrever o seguinte no seu blogue:
«Luz 63.822 - Dragão 36.612
Às 19.00 de 4.ª feira era de poucas centenas, mas 45 minutos depois a assistência do Benfica-Manchester United ascendia a 63.822 almas. No dia anterior, o Dragão meteu 36.612 para o FC Porto-Shakhtar.
O nome dos adversários explicará tudo? Os benfiquistas vivem uma grande esperança? Os portistas só escolhem os melhores menus entre tanta oferta?
»

A resposta é fácil de obter. Bastava que o alentejano António tivesse feito o trabalho de casa e teria constatado que nas duas últimas deslocações do Manchester United ao Porto (25 de Fevereiro de 2004 e 15 de Abril de 2009), a lotação do Estádio do Dragão esgotou!

Mas, claro, é melhor fazer de conta e escrever um artigo com um título provocador e cuja mensagem implícita é óbvia.

Numa coisa tenho de dar razão ao Varela de Estremoz: não o levem por parvo, mesmo quando parece estar a dormir...

P.S. Ao contrário do que aconteceu no recente jogo da Luz, em que ficaram de fora 6 ou 7 dos habituais titulares dos red devils, nos dois jogos efectuados no Estádio do Dragão o Manchester United alinhou com os seus melhores jogadores. Terá sido por Alex Ferguson recear/respeitar mais o FC Porto do que o slb? Ora cá está um assunto interessante para os tipos do Record meditarem... quando não estiverem a dormir!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Espero não estragar tudo !!!!

Chegado de férias, li no CM que “…Álvaro Pereira, Fernando e Guarín não deixaram o FC Porto, apesar de serem jogadores apetecidos no mercado e são agora dores de cabeças para o técnico Vítor Pereira, alvo de contestação de alguns dos jogadores insatisfeitos….”

Por acaso, esbarrei com um artigo da Bola, em que Vítor Pereira a propósito do jogo da CL, e respondendo a uma pergunta sobre James, terá declarado que : “Tem um talento muito grande e vai ser um futebolista de nível mundial, mas ainda é um menino que está a crescer. Temos muitos jogadores talentosos e quero orientá-los sem muitas amarras tácticas, para que possam desenvolver para um patamar superior. Espero é não estragar tudo aquilo que tenho em mãos.”

Ao que consta, Vítor Pereira é mais exigente e menos porreiro que AVB. Este tipo de liderança mais rigorosa parece (?) ter alguns detractores, no balneário. Esta última frase da resposta de VP tem algo de enigmático. Deveria ter sido mais preciso, evitando frases dúbias.

O FCP vai indo bem. Em alguns aspectos até melhor que na época passada. Espero que o os jogadores, especialmente os menos satisfeitos, se mantenham calmos, atentos e profissionais . Ao Vítor Pereira que continue como até aqui. No geral tem cumprido , acima das expectativas.

Os media de Lisboa, sabemos quem servem. Eu confio no treinador. Só lhe peço que seja muito prudente nas relações com a Comunicação Social e mais assertivo nas declarações que faz.

Libertar a criatividade, num desporto colectivo, tem de ser afim com essa condição . A iniciativa e o risco exigem compensações para a equipa se manter equilibrada, o que reclama uma grande entreajuda e um elevado espírito solidário entre os atletas. E tudo isso se treina, incluindo o reforço do companheirismo. E o VP sabe-o com toda a certeza.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Três

Três bolas enviadas à trave da baliza adversária (Souza, Rolando, Kléber) no FC Porto x Vitória Setúbal.

Três bolas enviadas aos postes da baliza adversária (Hulk, Hulk, James) no FC Porto x Shakhtar.

Três golos marcados em cada um dos últimos dois jogos do FC Porto (3-0 e 2-1).

Três golos marcados por Kléber em jogos oficiais (2 no campeonato e 1 na Liga dos Campeões) com a camisola do FC Porto.

Três pontos conquistados pelo FC Porto na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Três penalties assinalados por Duarte Gomes, a favor do clube de que é adepto, entre os 33 e os 45 minutos do slb x Vitória de Guimarães.

Três jogos em que o slb foi beneficiado por erros de arbitragem (Gil Vicente x slb, slb x Feirense, slb x Guimarães) dos quatro até agora disputados para o campeonato.

Três pontos a mais do slb no campeonato devido a erros de arbitragem (opinião manifestada por Rui Santos no programa ‘Tempo Extra’ do passado domingo).

Acabou bem...


Claro que, no final, o que conta mesmo são as vitórias. Porém, o que teria sido deste jogo sem aquela expulsão (tão justa quanto desnecessária), ainda no primeiro tempo?

Sim, o golo mais importante (o primeiro) foi alcançado ainda com os ucranianos na sua máxima força e foi mesmo um golaço que fez esquecer o penalty falhado. Também o próprio Helton alcançaria meia-redenção com uma importante defesa, ainda na primeira metade.

Após estes acontecimentos, uns longos 45 minutos se seguiriam sem grandes oportunidades ou interesse.
Com mais um, o FCP alcançou bem cedo o que pretendia e o Shakhtar, tolhido, só arriscou subir umas duas ou três vezes.

Numa delas, Fucile salvou a pátria com um pequeno desvio que se revelou fundamental para impedir uma grande oportunidade ao adversário.

Quando ficou com menos 2 homens, o Shakhtar renunciou por completo ao ataque e o FCP ficou numa situação estranha: dividido entre tentar entrar na área adversária e correr o risco de perder a bola ou, sem qualquer oposição, trocá-la no meio-campo por minutos a fio.

Dada a total falta de inspiração de homens com Moutinho, Djalma ou Varela, acabou por se optar pela segunda hipótese. A mais segura.

Temos dois grandes jogadores, Hulk e James, e isso já não é nada mau.
Urge, porém, o regresso de um Guarín como o da época passada, pois falta ali "qualquer coisa".



O "11" de ontem e aquele banco poderão se revelar "curtos" a médio-prazo.

Fotos: Maisfutebol

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Que seria da 2ª feira sem o Dr. Eduardo Barroso!!!???


A segunda-feira é um dia particularmente penoso da semana para muita gente. Mas, de há uns tempos para cá, existe um bálsamo para esse nefasto dia: as lamúrias do conceituado cirurgião lisboeta Dr. Eduardo Barroso, distinto calimero da nossa praça ("but it's an injustice, it is!").


Quero crer que ele é muito melhor cirurgião que "comentadeiro" de casos futebolísticos. E ao dedicar-lhe estas linhas, até lhe rendo uma homenagem: nem sequer o comparo com o pseudo-intelectual da bola e palavroso edil de Sintra que o acompanha na noite supostamente futebolística da TVI24.


Longa vida e muita saúde, Dr. Barroso! O que a gente precisa para "desopilar" é ouvi-lo à segunda à noite! Eu ainda sou do tempo em que também nós, adeptos do F.C. Porto, atribuíamos exclusivamente a causa dos nossos desaires a tenebrosas conspirações e injustiças. Até que percebemos que tinhamos era de jogar à bola e ser organizados. Mas deixe-me que lhe diga, meu caro Dr. Barroso, que nunca vos vi lamuriar tanto durante a longa noite benfiquista - talvez por raparem os restos do tacho de quatro em quatro anos...

A melhor equipa brasileira


No outro dia, ouvi um comentador dizer que o FC Shakhtar Donetsk era a melhor equipa brasileira da actualidade. Esta afirmação talvez seja exagerada, mas tinha nos seus fundamentos três realidades:

i) os nove brasileiros que fazem parte do plantel do Shakhtar: Fernandinho, Jadson, Luiz Adriano, William, Eduardo (naturalizado croata), Douglas Costa, Alex Teixeira, Dentinho e Alan Patrick;

ii) a qualidade do futebol praticado pelo bi-campeão ucraniano;

iii) o desempenho desta equipa nas competições europeias, em que se destaca a vitória na última edição da Taça UEFA (2009) e a caminhada até aos quartos-de-final da Liga dos Campeões na época passada (onde tiveram o azar de ter de enfrentar os futuros vencedores da competição - FC Barcelona).

O Shakhtar Donetsk não tem o nome de outros clubes que estão na Liga dos Campeões, mas não deve ser por acaso que, actualmente, ocupa o 11º lugar do ranking da UEFA, à frente de clubes como o Villarreal, AC Milan, Marselha, Valência, etc.

Um outro aspecto a salientar é a estabilidade do plantel e, principalmente, o facto de Mircea Lucescu ser o treinador desde 2004.

Seja como for, sendo o jogo disputado no Estádio do Dragão, penso que o FC Porto parte com uma percentagem maior de favoritismo, isto apesar de Kléber estar ainda longe de assegurar um rendimento semelhante ao de Radamel Falcao e de, neste jogo, Sapunaru, Rolando e Guarín não poderem ser opções (os dois últimos irão cumprir um jogo de castigo devido às expulsões na Supertaça Europeia).

Espero que os adeptos do FC Porto compareçam em massa, mas com a paciência e disposição necessária para ajudar a equipa a chegar à vitória.





P.S.1 Atenção a Jadson, que é a estrela da equipa ucraniana e já marcou 16 golos nas competições europeias.

P.S.2 O presidente do Shakhtar, Rinat Akhmetov, tem uma fortuna avaliada (pela revista Forbes) em 16 mil milhões de dólares!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ao serviço de quem?


Em finais de Julho passado, dezenas de atletas do FC Porto (e os seus encarregados de educação) foram surpreendidas com a informação de que o clube tinha decidido extinguir o basquetebol feminino, o que abrangeu todos os escalões de formação (minis, Sub-14, Sub-16 e Sub-19).

A explicação apresentada aos treinadores e seccionistas, os quais também foram apanhados de surpresa com esta decisão, foi de que o FC Porto tinha necessidade de reduzir custos e que, além disso, o clube não tinha possibilidade de criar uma equipa sénior feminina que competisse a alto nível.

Relativamente aos custos, importa salientar o seguinte:
i) O custo anual de inscrição e o seguro das atletas era pago pelo pais (encarregados de educação);
ii) Os pais pagavam uma mensalidade de 25 euros, o que perfazia 250 euros por ano;
iii) Os exames médicos feitos pelas atletas eram pagos pelos pais;
iv) Todas as deslocações das atletas, para torneios ou jogos oficiais, em representação do FC Porto, eram asseguradas pelos pais;
v) A lavagem dos equipamentos usados nos jogos era paga pelos pais.

Apesar do que os pais pagavam, não sei se ainda assim o clube tinha prejuízo com os escalões de formação do basquetebol feminino mas, por exemplo, presumo que os encargos com instalações fossem pouco significativos, visto que quer os treinos, quer os jogos em casa eram realizados em pavilhões de escolas do Porto (exemplos: Escola EB 2/3 Nicolau Nasoni e ES/3 António Nobre), rentabilizando estas instalações em horários em que as mesmas se encontravam livres.

Escusado será dizer que a decisão do FC Porto, agravada pela forma e timing em que a mesma foi comunicada às atletas, causou uma grande tristeza e até revolta em jovens desportistas que, antes de envergarem com orgulho a camisola azul-e-branca, já eram adeptas e sócias do FC Porto. E nem sequer houve dialogo, ou foi apresentado aos pais das atletas cenários alternativos (por exemplo, um aumento da mensalidade de 25 para 30 euros), que permitissem manter os escalões de formação do basquetebol feminino.

Esta decisão é ainda mais surpreendente, por ter sido tomada pouco tempo após um aumento de quotas dos sócios do clube. Mas enfim, numa altura em que a FC Porto Futebol SAD investe dezenas de milhões de euros em contratações, batendo recordes sucessivos nos seus orçamentos anuais, espero que os tostões que o clube irá poupar com esta medida sejam bem aplicadinhos…

Uma coisa é certa, sendo o FC Porto uma instituição de utilidade pública, há muito que a frase que encimava a antiga portaria do estádio das Antas – AO SERVIÇO DA JUVENTUDE E DO DESPORTO – deixou de fazer qualquer sentido.

(Semanário Grande Porto, 26/08/2011)


P.S.1 Cerca de 50 das jovens que defendiam as cores do nosso clube em diferentes escalões – Sub-19 Juniores, Sub-16 Cadetes e Sub-14 Iniciadas – vão passar a envergar a camisola do Maia Basket Clube que, em tempo recorde, as acolheu de braços abertos. A maior parte das restantes também irão continuar a praticar a modalidade, em clubes como o GDB Leça, SC Coimbrões, Académico e outros “clubes pequenos”, mas que dão lições aos “clubes grandes” na forma como encaram a formação de jovens e a prática desportiva.

P.S.2 Ironicamente, esta decisão economicista radical ocorre um ano depois de Júlio Matos ter passado a integrar os corpos sociais do clube, sucedendo ao economista Fernando Gomes como vice-presidente para o basquetebol.

3 penalties em 12 minutos


Perante as evidências que resultam do visionamento das imagens televisivas, reconheço que houve um claro erro de arbitragem. (…) Esta decisão [que levou à marcação de uma grande penalidade a favor do slb], pelo momento do jogo em que aconteceu e pelas características da competição, teve consequências que fazem com que pese ainda mais sobre a equipa de arbitragem”.
Duarte Gomes, 27/09/2007


Estas declarações do árbitro lisboeta, confesso adepto do slb, foram feitas a propósito de um penalty inexistente, assinalado aos 90 minutos de um jogo disputado em Setembro de 2007 entre o Estrela Amadora e os encarnados e que salvou o slb de uma derrota que parecia tão inevitável como justa.

Quatro anos depois, vale a pena recordar estas declarações, para que se veja que não é a primeira vez que, em jogos do slb, Duarte Gomes confunde cabeças com braços. De facto, o penalty mentiroso assinalado na Reboleira (por pretensa mão de Wagnão, quando na realidade cortou a bola com a cabeça), foi muito parecido com o 2º e 3º penalties assinalados anteontem por Duarte Gomes neste slb x Vitória Guimarães.
2º penalty: as imagens captadas pela câmara atrás da baliza mostram que El Adoua não jogou a bola com o braço e que a bola só lhe bate no abdómen;
3º penalty: as imagens mostram, de forma inequívoca, que a bola bateu na cabeça de N'Diaye e não no braço.

Atendendo ao passado deste árbitro, penso que ninguém terá ficado verdadeiramente surpreendido com mais este show de Duarte Gomes. O homem foi escolhido para ir ao estádio da Luz cumprir uma missão e fê-lo exemplarmente. A única coisa que me surpreendeu foi a forma pouco inteligente, eu diria mesmo descuidada, como desempenhou o seu papel. De facto, assinalar três penalties em apenas 12 minutos , em que ainda por cima dois são claramente inexistentes, é algo que dá muito nas vistas, ficará por muito tempo na memória dos adeptos e não ajuda ao discurso anti-“Sistema”.


P.S.1 “O FC Porto ganhou [ao Vitória Guimarães, na 1ª jornada] com um golo muito duvidoso, na sequência de uma grande penalidade que, para mim, não existiu”, Jorge Jesus, 19/08/2011

P.S.2 “Se alguém tem de se lamentar [acerca da arbitragem de Duarte Gomes] é o Benfica. Daqui a umas horas a equipa técnica do Guimarães vai perceber isso”, Jorge Jesus, 10/09/2011


P.S.3 Adorava saber como teriam sido as capas dos jornais do regime - A Bola e o Record - se uma arbitragem deste quilate tivesse ocorrido no Estádio do Dragão e em beneficio do FC Porto.

P.S.4 A forma como foi feita a análise aos lances dos três penalties pela comunicação social lisboeta, particularmente a efectuada durante a transmissão do jogo pelo "jornalista" Miguel Prates e por outro comentador da SportTv, é repugnante, para não dizer pior.

P.S.5 Para desgosto de muitos, entre os quais A Bola e o Record, o slb foi ultrapassado pelo FC Porto em número de títulos oficiais ganhos. Mas meus amigos, olhem que beneficiar de três penalties em 12 minutos é uma raridade, e provavelmente recorde mundial, digna de registo…

domingo, 11 de setembro de 2011

Duarte Gomes: mais um Calabote


“Comecei a arbitrar com 18 anos e não tenho culpa nenhuma de nessa idade já ser um ser humano e ter as minhas opções bem definidas a nível pessoal, profissional e desportivo. Sou adepto do Benfica. Sempre fui... Nunca o neguei sempre que me foi solicitado o preenchimento de questionários relacionados com arbitragem. Mas suspendi as minhas quotas de sócio do Benfica a partir do momento em que passei a ser árbitro.”
Duarte Gomes, entrevista ao site Relvado, 11 de Julho de 2011


Ele realmente não tem culpa das borradas que faz em campo. É a mesma coisa que convidar alguém na bancada de sócios para apitar o jogo. Os culpados desta situação estão na Comissão de Arbitragem, e são as pessoas que fazem as nomeações para os jogos e o presidente dessa Comissão. Depois de vários anos e de dezenas ou centenas de jogos já seria obrigatório que a estrutura dos árbitros entendesse que este colega não tem as mínimas condições para apitar jogos do SLB ou dos seus adversários directos. É incompreensível que Duarte Gomes continue a apitar depois do que aconteceu neste jogo.

O jogo de ontem, na Luz, foi mais uma cabal demonstração do poder do SLB junto da arbitragem e da sua estrutura. Duarte Gomes marcou 3 penalties inexistentes contra o Guimarães. Um verdadeiro escândalo. Fez lembrar o jogo Benfica-CUF, de 1959, apitado pelo célebre Inocêncio Calabote.

Desta vez não teremos Vítor Pereira, o presidente da Comissão de Arbitragem, a fazer um balanço do trabalho dos árbitros, como na época passada. Tudo passará ao esquecimento, como convém.

No flash interview, logo após o jogo, o novo treinador do Vitória ainda falava em dar o "benefício da dúvida" ao árbitro. Ossos do ofício, para alguém que foi treinar este clube, aliado do SLB desde a altura em que tentaram excluir o FC Porto da Liga dos Campeões.

Tivesse este jogo acontecido no Dragão lá teríamos os vimaranenses a espumar de raiva, a comunicação social e os brilhantinas a fazer especiais sobre o escândalo, o Vitor Pereira a pedir desculpas públicas e a Maria José Morgado a clamar por investigação judicial. Como foi no Estádio da Luz está tudo bem e não se fala mais nisso.