Quaresma e Jorge Jesus (foto: Maisfutebol) |
Nas redes sociais e até no Porto Canal, já muito se falou no abraço e beijinhos entre Quaresma e Jorge Jesus, no final do último SLB x FC Porto.
Entretanto, a comunicação social lisboeta não dorme e hoje (quarta-feira), alguns jornais, tirando partido da situação, vieram dizer que o abraço de Quaresma a Jorge Jesus tinha caído mal na estrutura portista.
Se isso for verdade, acho bem, porque eu também não gostei. E não gostei, porque o SLB é mais do que um adversário, mais do que um mero rival.
Nos últimos anos, o SLB, por razões estratégicas, elegeu o FC Porto como alvo a abater e, nesse sentido, transformou-se num inimigo do FC Porto.
Inimigo? Sim, inimigo, em termos desportivos, bem entendido.
E não foi, apenas, um problema entre dirigentes. A “nação benfiquista” declarou guerra ao FC Porto e nessa “guerra” não olhou a meios:
- Primeiro, o próprio SLB tudo fez, em Portugal e no estrangeiro, para afastar o FC Porto das competições europeias.
- Depois, diversos benfiquistas (Leonor Pinhão, João Malheiro, João Botelho, etc.) apoiaram, directa ou indirectamente, a elaboração de um livro e a produção de um filme, cujo único objectivo foi o de achincalhar o FC Porto.
- Seguramente pessoas ligadas ao SLB, andaram (andam?) por sites estrangeiros e pelo YouTube, com a missão de denegrirem e insultarem o FC Porto (até se dão ao trabalho de colocar vídeos legendados).
- Comentadores benfiquistas, incluindo dirigentes no activo, aproveitam o palco que lhes é dado por televisões e jornais para, semanalmente, atacarem e enxovalharem o FC Porto.
- Dirigentes e elementos da estrutura do SLB, puseram e põem em causa a justeza e legitimidade de vários títulos conquistados pelo FC Porto, alguns dos quais com o contributo do próprio Quaresma.
Ora, quem não se sente, não é filho de boa gente. E Quaresma tem especiais responsabilidades, não só por saber tudo isto, mas por ter vivido grande parte destas situações de perto e saber o que isso custou ao clube e aos adeptos portistas.
Eu até compreendo que a jogadores estrangeiros, que estão de (curta) passagem pelo Porto, este tipo de situações sejam desconhecidas ou lhes passe ao lado, mas ao Quaresma não.
Mais. O Quaresma sabe, como toda a gente sabe, que este é o campeonato mais fraudulento de que há memória, um campeonato que está manchado por uma série inacreditável de casos de arbitragem. E sabe, também, que este sucessivo colinho ao SLB já foi várias vezes denunciado pelo treinador do FC Porto, o qual, por causa disso, foi (é) objecto de gozo e desconsideração por parte da “nação benfiquista”.
Por tudo isto, não compreendo, não aceito e lamento que, precisamente a seguir a um desentendimento entre Lopetegui e Jorge Jesus, Quaresma, à vista de toda a gente e em pleno relvado do estádio da Luz, tenha ido dar um abraço ao treinador dos encarnados.
Se eu dúvidas tivesse acerca do acerto da decisão, que não tinha, estava mais do que justificada a retirada da braçadeira de capitão no início da época (a seguir ao incidente em Lille).
E bem pode o Quaresma bater com a mão no peito, dar beijos no emblema azul-e-branco, ou fazer declarações de “amor” ao FC Porto, porque há coisas que não se esquecem e a imagem que está no início deste texto vale por mil palavras.
P.S. Há umas semanas atrás, numa entrevista que deu ao Porto Canal, vi e ouvi o Lima Pereira dizer que nunca tinha trocado de camisola com um jogador do SLB. Nunca! Outros tempos, outros jogadores, outra fibra, outra paixão pelo FC Porto.