domingo, 30 de abril de 2017
O adversário, afinal, também pode falhar
Uma primeira parte do costume: com poucas ou nenhumas verdadeiras oportunidades de golos.
Se não fossem dois remates de longe de Rúben Neves, o nosso rendimento teria andado mesmo pelo zero absoluto.
O que mudou então na segunda parte para que, finalmente, conseguíssemos uma vitória com alguma tranquilidade?
Aconteceu que, desta vez, e ao contrário do que sucedeu contra Setúbal e Feirense, por exemplo, o adversário falhou. Oh, coisa rara! O guarda-redes do Chaves, que tanto tinha brilhado no jogo da Taça, não segurou um remate de André André e, na recarga, um completamente isolado Soares, desta vez sem escorregar, atirou a contar.
Foi essa a diferença em relação aos empates anteriores.
André André fez, depois, o segundo golo que acabou com as dúvidas e permitiu um final de jogo sossegado, como há muito não se via. A exibição finalmente conseguida deste jogador é, aliás, a prova-provada que esta equipa pode dar mais do que aquilo que muitas vezes deixa transparecer.
Parece que foi preciso ser "picado" para que, finalmente, o filho de António André deixasse de ter medo de se desmarcar na área, de rematar e de ser feliz.
Pode ser, agora, que o mesmo aconteça a Óliver, ele que fez uma época muito aquém daquilo que deveria. Perdeu, e bem, o lugar para um Otávio com a mesma energia e acutilância do início da temporada.
Como tudo poderia ter sido diferente, neste campeonato, se o brasileiro tivesse jogado muitas mais vezes com Brahimi, lado a lado...
Mas como o FCP teima em dar tiros nos pés, mesmo sem razão alguma para tal, o jogo não terminaria sem um disparate completo de Maxi. Completamente a despropósito, dado o resultado, o tempo de jogo e o local da falta.
A parte boa é que iremos ter Layún de volta.
sábado, 29 de abril de 2017
La Piovra | As brigadas antidopagem
«O plantel do Estoril foi alvo de uma visita de uma brigada da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), a dois dias da visita do clube ao Benfica, da 31ª jornada da I Liga de futebol. Os elementos da brigada da ADoP chegaram ao Estádio António Coimbra da Mota cerca das 09h00 para controlar todos os jogadores, tendo recolhido amostras de sangue e urina antes do treino agendado para esta manhã.
A situação ditou mesmo o atraso do arranque do treino em cerca de 15 minutos e incluiu também os futebolistas lesionados. A visita da brigada da ADoP surge dois dias depois de também ter sido realizado um controlo antidoping a todo o plantel do Benfica, na terça-feira, no Caixa Futebol Campus, no Seixal.»
Li esta notícia e pensei: alguém está preocupado com o SLB x Estoril e com a possibilidade dos jogadores canarinhos, em vez de marcarem autogolos, se esforçarem e correrem mais do que é normal.
Vamos lá ver se nos entendemos. Eu sou favorável a que sejam feitos controlos antidoping regulares.
Contudo, este controlo antidoping a todo o plantel do Estoril (incluindo lesionados!), precisamente a dois dias do jogo com o SLB, parece-me coincidência a mais.
Para evitar suspeitas de tratamento desigual, por que razão não foi feito idêntico controlo antidoping a todo o plantel do GD Chaves, próximo adversário do FC Porto?
Na fase final dos campeonatos, é frequente ver algumas “equipas pequenas” a fazer jogos surpreendentes. Foi o caso do Feirense, na semana passada, em pleno Estádio do Dragão, cujos jogadores tiveram um empenhamento extraordinário e mais pareciam estar a disputar um jogo de vida ou de morte (apesar do Feirense já ter a sua classificação definida e estar a salvo de uma eventual descida de divisão).
Em consequência disso, dois jogadores do FC Porto terminaram o desafio com marcas no corpo e vários jogadores do Feirense terminaram o desafio deitados no relvado, completamente esgotados.
FC Porto x Feirense - Felipe a sangrar |
FC Porto x Feirense - Danilo com um buraco junto ao joelho |
Estou com isto a insinuar que os jogadores do Feirense estavam dopados?
Não, mas que pareciam bem “vitaminados”, lá isso pareciam.
Dito isto, e até para evitar suspeitas injustas, foi pena que a ADoP não se tenha lembrado de, dois dias antes, fazer um controlo antidoping a todo o plantel do Feirense…
Um campeonato é uma prova longa, cheia de obstáculos e algumas “armadilhas”.
Por isso, convém que a Direção do FC Porto esteja atenta a todos os pormenores, a todos os detalhes, até porque o diabo está nos detalhes… e o SLB já demonstrou que não deixa nada ao acaso.
Para começar, era capaz de não ser má ideia o FC Porto questionar a ADoP, acerca dos critérios que estão a ser seguidos, para selecionar as equipas a controlar nesta fase do campeonato.
quinta-feira, 27 de abril de 2017
La Piovra | Quem arranjou o advogado?
Carlos Melo Alves |
«O suspeito do atropelamento mortal ocorrido junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, na madrugada de sábado, e que se entregou às autoridades, foi detido e indiciado por homicídio simples.
O suspeito, Luis Pina, de 35 anos, entregou-se na sede da PJ, em Lisboa, acompanhado pelo seu advogado, Carlos Melo Alves, que acrescentou à Lusa que o seu constituinte irá ser ouvido sexta-feira, a partir das 14h00, em primeiro interrogatório judicial, por um juiz de instrução criminal, para aplicação de medidas de coação.»
Quem é Carlos Melo Alves?
Carlos Melo Alves é sócio fundador da Melo Alves - Advogados, sendo conhecido em consequência de vários processos mediáticos em que já esteve envolvido.
Alguns exemplos:
Voltando a Luis Pina, há aspetos desta “entrega” que são pouco habituais.
Luis Pina e Carlos Melo Alves à porta da PJ |
Em primeiro lugar, quem estava à porta das instalações da PJ, à espera do suspeito, não era a Tânia Laranjo, era uma equipa de reportagem da SIC.
Estranho, desta vez ninguém avisou o Correio da Manhã?
Em segundo lugar, o suspeito Luís Pina, também conhecido por “Tanolas” ou “Lué”, de acordo com o CM tem 36 anos, vive em Rio de Mouro e tem quatro filhos.
Ora, como é que o “Tanolas”, membro da claque ilegal No Name Boys, surge na PJ acompanhado do advogado Carlos Melo Alves?
Já se conheciam? Quem é que os apresentou?
Em terceiro lugar, como é que um individuo que vive em Rio de Mouro e anda num carro emprestado, um Renault clio velho, tem dinheiro para contratar um advogado do calibre de Carlos Melo Alves?
E no caso de não ser Luis Pina a pagar os honorários de Carlos Melo Alves (que não devem ser baratos), era interessante saber quem é e porquê.
P.S. Já agora, convinha saber se o “Tanolas” é um dos membros dos No Name Boys que andaram pelo país nas tais carrinhas alugadas na Europcar. Se foi, deve ter muito que contar…, mas é melhor ficar calado.
La Piovra | A SportTv não mostrou…
Antes de bater o livre direto que deu o empate ao SLB em Alvalade, Victor Lindelöf, beneficiando de Artur Soares Dias não ter assinalado, com o spray, o local onde a bola devia ficar, ajeitou a bola seis vezes, adiantando-a cerca de um metro em relação à posição em que o árbitro a tinha colocado.
O árbitro não se apercebeu desta habilidade de Lindelöf (estava distraído com a substituição de Alan Ruiz por Bryan Ruiz) e, com a excepção de quem esteve em Alvalade, mais ninguém teria visto, se não fosse um vídeo gravado com um telemóvel, a partir da bancada, e que circulou nas redes sociais.
Ora, mais do que a atitude do jogador do SLB, ou discutir o local exato onde o livre deveria ter sido marcado, a questão mais perturbante é perceber por que razão esta situação não foi mostrada pela SportTv.
Quantas cameras é que a SportTv tinha em Alvalade?
Nenhuma delas filmou Lindelöf a ajeitar a bola seis vezes?
Filmaram, mas o realizador entendeu não mostrar?
Já não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez, que a SportTv não mostra imagens relevantes dos jogos que transmite.
Há anos que, neste blogue, venho falando nisso.
2013 - As “gravatas” televisivas
2015 - Como é possível?
Numa altura em que o futebol é cada vez mais televisivo, quer em termos de discussão pública, quer para análise de casos de arbitragem, quer, inclusivamente, para efeito de castigos (veja-se os casos de Danilo e Brahimi), os critérios dos operadores – SportTv e BTV – que transmitem os jogos da I Liga não são um assunto menor.
Por tudo isto, é fundamental que o FC Porto esteja atento a este assunto e, através da sua Direção/Administração, aja em conformidade. E, se necessário, proponha um regulamento que tenha regras apertadas, às quais os operadores televisivos tenham de obedecer.
De outro modo, vamos continuar a denunciar, a protestar, mas os efeitos práticos serão nulos.
quarta-feira, 26 de abril de 2017
La Piovra | A BOLA apurou…
Rui Costa e Luís Filipe Vieira (foto: LUSA) |
«Ontem, no intervalo do dérbi, Luís Filipe Vieira, Rui Costa e Paulo Gonçalves, fizeram uma espera ao árbitro Artur Soares Dias para lhe pedirem satisfações por alegados penaltis não assinalados a seu favor. A cena de coacção e intimidação, habitual nestes protagonistas, como foi, por exemplo, relatado em Paços de Ferreira, foi testemunhada pelos delegados da Liga presentes em Alvalade. O Sporting CP aguarda o relatório dos árbitros e dos delegados, bem como, a reunião do Conselho de Disciplina para então decidir se será mais uma vez forçado a apresentar queixa junto deste órgão.»
Nuno Saraiva, diretor de comunicação do Sporting, num texto publicado no Facebook
Perante esta acusação do Sporting (que diz ter imagens), a qual implica altos dirigentes do SLB e os delegados da Liga que estiveram presentes no Estádio de Alvalade, a "explicação" do jornal semioficial do SLB é deliciosa…
«Paulo Gonçalves, diretor jurídico do Benfica, encontrava-se na zona que dá acesso aos balneários no intervalo do jogo do último sábado, em Alvalade, e não podia - o seu nome estava inscrito no modelo P, que permite a sua presença naquela zona apenas até a partida começar e 15 minutos após o jogo acabar.
O causídico encontrava-se naquela zona na companhia de Luís Filipe Vieira e Rui Costa, tendo estes três elementos abordado o árbitro da partida no período de descanso. Porém, ao que A BOLA apurou, esta situação nem terá sido relatada pelos delegados da Liga que marcaram presença na partida, o lisboeta Manuel Castelo e o escalabitano Rui Manhoso, uma vez que a abordagem foi feita com a máxima educação, trocaram-se alguns pontos de vista e o próprio juiz da partida, o portuense Artur Soares Dias, conversou sem qualquer problema com os três educados e cordiais dirigentes do Benfica - não se ouviu um grito ou palavrão que fosse, ou seja, nada se passou que fosse suscetível de ser mencionado no relatório dos delegados.»
in A BOLA, 25-04-2017
Digam lá se este artigo não foi bem "cozinhado" (cozinhado à lagareiro…). Mais um jeitinho e dava um belo romance…
Nota: Os destaques e sublinhados no texto são da minha responsabilidade.
terça-feira, 25 de abril de 2017
O 25 de Abril do futebol português
Após décadas na escuridão…
O lápis azul e o azul ao fundo do túnel - Museu do FC Porto |
… o 25 de Abril também chegou ao futebol português, muito pela mão de José Maria Pedroto.
José Maria Pedroto no meio do povo portista em pleno Estádio das Antas |
O saudoso Zé do Boné, o grande revolucionário do futebol português, um homem do Norte, determinado, de carácter insubmisso, sem papas na língua, que mudou métodos e mentalidades e que, até à sua morte, nunca deixou de lutar contra o centralismo sufocante que existia (existe) no futebol.
2014 - Azul ao Fundo do Túnel
domingo, 23 de abril de 2017
Sempre a assistirmos à mesma partida...
Ora, da nossa "check-list" do jogo de Braga, desta vez só terá mesmo faltado os protestos de Luís Gonçalves e apenas por tal ser completamente impossível.
Portanto, utilizando a mesmíssima lista da semana passada como "modelo" para a crónica deste jogo de hoje, foi assim esta noite (depois de mais uma entrada a dormir, claro está):
- Lances com faltas assinaladas ao contrário, em nosso prejuízo? Sim, hoje também aconteceram. Principalmente quando o Otávio era travado e o árbitro apitava falta atacante.
- Más decisões nossas, na grande área adversária, com muita precipitação mas também algum egoísmo à mistura, facilitando assim a vida à defensiva adversária? Sim, mas com menos egoísmo hoje, saliente-se. Acontece, com alguma frequência, é haver um ou outro jogador com receio de rematar.
- Metade dos cruzamentos mal tirados, ora por serem contra os adversários ora por irem directamente para fora? Sim, alguns jogadores nossos não sabem, pura e simplesmente, cruzar. E temos nós o Layun no banco...
- Alex Telles a imaginar que sabe marcar livres directos? Certo. Mais um livre perigoso completamente desperdiçado pelo nosso lateral brasileiro
- Pelo menos um penalty, da praxe, não marcado a nosso favor? Confirmadíssimo. Hoje foram dois.
No primeiro (sobre Otávio) o árbitro está em cima do lance e no segundo (sobre o Marcano) não pode sequer ser alegado que existia uma amalgama de jogadores. O agarrão acontece no preciso local em que a bola se dirige. O árbitro tem que estar, obrigatoriamente, a olhar para ali.
- Oportunidades de golo oferecidas ao adversário? Poucas hoje, mas existiram um ou dois lances, na nossa área, a provocar calafrios. Nunca nos acontece uma noite "limpa", neste aspecto.
- Jogadores nossos metidos em confusões, que apenas distraem e jogam a favor da perda de tempo do nosso adversário? Poucas hoje. Também o Feirense não queimou tanto tempo como o Setúbal, apesar de o terem tentado, aqui e ali.
- Minutos a esgotarem-se, muito rapidamente, e poucas oportunidades reais para tanto domínio? Sim, foram 24 remates no total, mas quantos deles levaram realmente perigo?
- Adversário a dar tudo por tudo, de forma pouco habitual, como se de uma final europeia se tratasse? Disto houve mesmo muito, mais uma vez. Estejam atentos aos próximos resultados do Feirense. O "gigante" Braga levou 3 nesta jornada, certo?
- Substituições do "arco da velha", do género de ficarmos a jogar igual ou mesmo pior do que antes das mesmas? Bem, hoje tivemos o regresso do inefável Herrera. E por onde andava este desequilibrador, Rui Pedro, que tanta falta nos faz na área, neste tipo de jogos, estranhamente ausente das opções de NES desde aquele golo contra o Braga? E que tal um pensador como o Ótavio de início, já agora? Seria pedir muito?
E quanto à última alínea - protestos no fim do jogo - como desta vez não havia Luís Gonçalves, o resto da multidão presente no estádio (dirigentes, equipa técnica, jogadores e adeptos) já nem sequer sabe muito bem como reagir a estas coisas.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Ó meu Porto
Capa de O JOGO de 20-04-2017 |
Durante anos, demasiados anos, o FC Porto andou calado, silencioso, amordaçado, encolhido, quase que envergonhado.
Levavamos “estaladas” dos nossos inimigos e os dirigentes do FC Porto “ofereciam a outra face” (e, por vezes, até convidavam essa gente para o camarote presidencial).
“Cuspiam-nos na cara” e nada.
Insultavam-nos, denegriam-nos e nós, feitos anjinhos, chegamos ao ponto de convidar os diretores de A BOLA e do Record para a gala anual Caras-Dragões.
Nunca me conformei com este tipo de FC Porto (inclusive quando ganhávamos campeonatos). Pelo contrário, desde que existe ‘Reflexão Portista’ (2008) e mesmo antes noutros fóruns de portistas, sempre me insurgi contra esta atitude de “pombinhas” (para não dizer pior) dos dirigentes do meu clube.
Finalmente, nos últimos dias, parece que acordamos desta longa letargia e voltamos a ser Porto.
FC Porto acusa o árbitro Tiago Antunes de xenofobia (18-04-2017)
Brahimi: FC Porto avança com recurso para a FPF (21-04-2017)
FC Porto exige punição severa para Tiago Antunes (21-04-2017)
Capas de O JOGO de 19 e 21 de Abril |
Este, sim, é o meu Porto!
Quando alguém se atrever a sufocar
O grito audaz da tua ardente voz
Ó Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Competições em Portugal estão viciadas
Ainda relativamente ao jogo SC Braga x FC Porto, os painéis de análise compostos por ex-árbitros dos 3 jornais desportivos diários são unânimes: a arbitragem de Hugo Miguel do último Sábado foi "desastrosa".
capa ABOLA
capa OJOGO
capa Record
Mas não é tudo. Aos 88 minutos o árbitro expulsou Brahimi, que se encontrava no banco de suplentes depois de ter sido substituído por Otávio. A expulsão aconteceu a pedido do 4º árbitro, Tiago Antunes, que por auricular avisou Hugo Miguel que deveria mostrar o cartão vermelho ao jogador argelino por "gestos ameaçadores ou reveladores de indignidade". De acordo com o relatório do árbitro: "(...) o jogador dirigiu-se ao quarto árbitro a gritar palavras de forma brusca e agressiva, tendo encostado a sua face à face daquele".
Ontem, o Conselho de Disciplina da FPF publicou o castigo do jogador: 2 jogos de suspensão.
Portanto, gritar palavras (imperceptíveis) de forma brusca e agressiva, encostando a face à face de uma elemento da equipa de arbitragem dá lugar a suspensão de 2 jogos? Não sabia...
O argumentário utilizado pelo CD não poderia ser mais indicador da parcialidade deste órgão. Tratam-se de situações que acontecem em vários jogos mas que, em função do Clube em causa, merecem análises diferentes. Os árbitros decidem de uma forma se se tratar do Benfica e de outra se se tratar do FC Porto, o que causa distorções significativas no desfecho dos jogos. Depois da eliminação do FC Porto da Taça de Portugal com uma arbitragem de João Capela que teve influencia no resultado, temos assistido a uma dualidade de critérios gritante e inaceitável no Campeonato. As competições em Portugal estão viciadas. E sempre a favorecer o mesmo clube.
quarta-feira, 19 de abril de 2017
Brahimi apanhado a mandar perdigotos
https://media.giphy.com/media/3oKIPdFwKttECoyBWM/giphy.gif
No link acima, Brahimi apanhado a mandar perdigotos ao árbitro, gritando algo imperceptível em francês.
segunda-feira, 17 de abril de 2017
E sai Brahimi...
Acho que ninguém tem dúvidas. Yacine Brahimi é o melhor jogador da liga portuguesa.
Nem benfiquistas, nem sportinguistas nem qualquer adepto dos restantes clubes (que, infelizmente, são poucos em Portugal) encontrará seguramente um jogador com tanto talento individual e capacidade para decidir jogos como o argelino. A sua estranha (e ainda por explicar) suspensão nos primeiros meses do ano podem ter sido os detonantes das aspirações do Porto ao título e a sua curta visita à CAN foi providencial para manter o jogador disponível e fisicamente preparado para os decisivos meses finais de competição. E no entanto, nos jogos mais importantes do ano, Nuno Espirito Santo tomou sempre a mesma decisão...tirar Brahimi antes dos noventa minutos.
O argelino completou apenas dois jogos na sua totalidade ao largo da temporada na liga.
O primeiro, a 11 de Dezembro, contra o Feirense. O segundo, no fatídico empate frente ao Setúbal há três semanas. Foi substituido um total de 13 vezes nos jogos em que foi titular e em quatro ocasiões foi suplente utilizado. Tudo isto num jogador que não jogou os primeiros quatro jogos do ano nem foi sequer utilizado frente ao Benfica. Dito por outras palavras, o melhor jogador do campeonato não disputou qualquer Clássico na primeira volta e foi provavelmente o melhor em campo (excluindo Iker Casillas) nos que disputou na segunda. Esclarecedor.
Na plenitude física da idade, sem o desgaste de ter começado a jogar a titular como os restantes colegas no início de Agosto - só a finais de Setembro passou a ser considerado como opção e nos meses seguintes a sua participação foi gerida a conta-gotas - não se pode falar nem de cansaço acumulado nem de fatiga. Menos ainda quando as suas substituições ocorrem sempre no final dos encontros, quando qualquer jogador top pode fazer a diferença, entre lances de bola parada e os espaços que geralmente o cansaço colectivo provoca no terreno de jogo. Nesses momentos chave, NES considera sempre que Brahimi é prescindível.
Em Braga saiu com dez minutos para o fim. Dez minutos de intensa pressão portista. Na Luz, a sua substiuição, marcou definitivamente os minutos finais do jogo dando clara sensação de que a NES o empate lhe servia claramente. Não serviu, como se tem visto. Contra o Sporting, quando os leões se faziam sentir mais presentes no meio-campo do Porto e deixavam mais espaços atrás, o jogo vertical e os passes geométricos do argelino pareceram dispensáveis ao treinador que preferiu dar vinte minutos (intranscendentes) a Diogo Jota. Em nenhum dos casos citados há qualquer referência a problemas físicos (lesões, treinos condicionados nos dias seguintes, queixas visiveis do jogador, etc...)!
Estão a perceber a tendência não estão?
Agora façamos um exercicio.
Escolham os jogos mais dificeis disputados nos anos em que o FC Porto lutava pelo título (Clássicos, jogos com o Boavista na viragem do milénio e com o Braga desde final da década passada) e as suas principais figuras que se chamavam Hulk, Falcao, Lisandro, Deco, Zahovic ou Jardel, só para citar os últimos vinte anos...e vejam quantas vezes nesses encontros decisivos foram substituidos (ou não utilizados por questões técnicas) com resultados adversos aos interesses do Porto?
- Hulk
Foi substituido apenas uma vez em todos os seus anos de Dragão ao peito num jogo de máxima relevância na liga, frente ao Benfica, na 14º jornada do campeonato 2009/10, perdido por 1-0, a vinte minutos do final - sim, o jogo do túnel - tendo sido no ano anterior, o seu primeiro no futebol português, duas vezes suplente utilizado nos Clássicos da primeira volta.
- Falcao
No seu primeiro clássico em Portugal, em 2009, frente ao Sporting, Falcao foi substituido ao minuto 78, depois de ter inaugurado o marcador. Contra os leões no ano seguinte não completou nenhum dos dois jogos, saindo aos 79 minutos na primeira volta (empate a uma bola) e aos 82 no jogo da segunda volta (vitória por 3-2), marcando em ambos jogos.
- Lisandro Lopez
O argentino foi a grande arma ofensiva dos anos do Tetra conquistado entre Adriaanse e Jesualdo. No seu primeiro ano na Europa só completou um Clássico. Foi substituido aos 68 minutos no triunfo em Alvalade (o golo de Jorginho veio depois) e foi suplente utilizado na derrota na Luz. Lesionou-se aos 24 minutos no jogo em casa contra o Benfica. No ano seguinte, já titular indiscutivel, saiu a vinte minutos do final do duelo em Alvalade. Em 2007/08 saiu a cinco minutos do fim na vitória por 1-0 sobre o Sporting com a equipa a vencer.
- Ricardo Quaresma
Em 2004/05, no seu primeiro ano de azul e branco, Quaresma não completou qualquer Clássico. Saiu aos 76 minutos no duelo em Alvalade e aos 78 no triunfo no Dragão frente aos leões e foi suplente utilizado nos dois jogos frente ao Benfica, rendendo Postiga e Diego (um empate e uma vitória). No ano seguinte, já com Adriaanse, disputou apenas um Clássico completo e foi rendido aos 55 minutos na vitória em Alvalade e aos 80 na derrota na Luz tendo jogado os últimos vinte minutos na derrota no Dragão contra o Benfica. No ano seguinte marcou um golo e saiu aos 73 na vitória sobre o Benfica e repetiu feito (golo e substituição aos 73) em Alvalade. Repetiu o mesmo cenário na época seguinte, com três substituições nos dois jogos contra o Benfica e num dos jogos contra o Sporting, nos dez minutos finais do jogo (duas vitórias, uma derrota e um golo seu). Apesar de ter sido substituido regularmente nos Clássicos neste periodo, era titular indiscutivel e disputava os noventa minutos dos restantes jogos do ano, ao contrário de Brahimi.
Na sua segunda etapa, foi suplente utilizado na derrota contra o Benfica da primeira volta e titular no triunfo da segunda volta em 2013/14. No primeiro ano de Lopetegui saiu ao intervalo do jogo com o Sporting em Alvalade e foi suplente utilizado nos três seguintes clássicos.
- Deco
Depois de ter chegado a tempo de ser Pentacampeão, Deco tornou-se imprescindivel nas quatro épocas seguintes. Nesse período apenas foi substituido contra o Sporting em 2000, a quinze minutos do fim e com o Porto a vencer e em 2003, na goleada por 4-1, a seis minutos do fim. Frente ao Benfica foi substituido a seis minutos do fim, depois de receber amarelo, num empate a um golo em 2003/04.
- Zlatko Zahovic
O esloveno passou três épocas de dragão ao peito e no seu primeiro ano foi substituido ao minuto 31 da vitória por 3-1 sobre o Benfica por lesão. No ano seguinte, tal como Jardel, foi suplente utilizado na derrota por 3-0 (quando entraram ambos já o Porto perdia por 2-0) e foi substituido na derrota em Alvalade à hora de jogo (o Porto perdia por 2-0). Foi ainda substituido no último minuto do triunfo contra o Benfica, em casa, em 1998/99.
- Mário Jardel
No seu primeiro ano foi substituido a um minuto do fim do Clássico na Luz, ganho por 1-2, com golo seu. No ano seguinte não completou nenhum duelo com o Benfica, primeiro como suplente utilizado (derrota por 3-0) e depois sendo rendido ao minuto 70 num triunfo por 2-0 quando a equipa já vencia claramente. Em 1998/99 voltou a ser substituido contra o Benfica, num empate a um golo, a três minutos do final e no último minuto de um jogo contra o Sporting, nas Antas, que decidiu com um golo para uma vitória por 3-2.
Ou seja, na imensa maioria dos casos, quase sempre que o jogador em causa foi substituido o objectivo do clube - a vitória - estava assegurado. Raramente isso se deu com Brahimi e NES, tanto na não utilização (dois resultados negativos) como nas substituições (apenas frente ao Sporting se conseguiu o objectivo). E nunca, nos casos citados, os jogadores em questão fizeram apenas 4 jogos completos durante uma temporada de liga. Na imensa maioria dos casos fizeram mais de dois terços do campeonato actuando os noventa minutos o que é muito, muito distinto.
Aos 27 anos o jogador está na melhor forma da sua carreira e tem meio passaporte validado para deixar o Dragão, entre necessidades de Financial Fair Play, do papel da Doyen e do próprio desejo do jogador que já viu barradas as suas aspirações no passado defeso contra aquilo que lhe tinha sido prometido. A sua chegada desde o Granada enquadrou-se num modelo de negócio muito popular á época e que acabou com a proibição da partilha de passes pela FIFA mas as mais valias geradas por uma venda em valores a rondar os 20 milhões serão sempre exiguas. Desportivamente, no entanto, Brahimi foi sempre um elemento diferencial a quem faltou nível na lista de companheiros de ataque e sobretudo um treinador a sério para potenciar todas as suas valências. Se, ainda para mais, em momentos de máxima tensão e intensidade um desses treinadores decide que a sua presença em campo é dispensável, estamos conversados. Brahimi pode sair do Porto sem ter sido nunca campeão mas nunca saberemos se não fomos campeões porque ele não esteve em campo quando devia.
Nem benfiquistas, nem sportinguistas nem qualquer adepto dos restantes clubes (que, infelizmente, são poucos em Portugal) encontrará seguramente um jogador com tanto talento individual e capacidade para decidir jogos como o argelino. A sua estranha (e ainda por explicar) suspensão nos primeiros meses do ano podem ter sido os detonantes das aspirações do Porto ao título e a sua curta visita à CAN foi providencial para manter o jogador disponível e fisicamente preparado para os decisivos meses finais de competição. E no entanto, nos jogos mais importantes do ano, Nuno Espirito Santo tomou sempre a mesma decisão...tirar Brahimi antes dos noventa minutos.
O argelino completou apenas dois jogos na sua totalidade ao largo da temporada na liga.
O primeiro, a 11 de Dezembro, contra o Feirense. O segundo, no fatídico empate frente ao Setúbal há três semanas. Foi substituido um total de 13 vezes nos jogos em que foi titular e em quatro ocasiões foi suplente utilizado. Tudo isto num jogador que não jogou os primeiros quatro jogos do ano nem foi sequer utilizado frente ao Benfica. Dito por outras palavras, o melhor jogador do campeonato não disputou qualquer Clássico na primeira volta e foi provavelmente o melhor em campo (excluindo Iker Casillas) nos que disputou na segunda. Esclarecedor.
Na plenitude física da idade, sem o desgaste de ter começado a jogar a titular como os restantes colegas no início de Agosto - só a finais de Setembro passou a ser considerado como opção e nos meses seguintes a sua participação foi gerida a conta-gotas - não se pode falar nem de cansaço acumulado nem de fatiga. Menos ainda quando as suas substituições ocorrem sempre no final dos encontros, quando qualquer jogador top pode fazer a diferença, entre lances de bola parada e os espaços que geralmente o cansaço colectivo provoca no terreno de jogo. Nesses momentos chave, NES considera sempre que Brahimi é prescindível.
Em Braga saiu com dez minutos para o fim. Dez minutos de intensa pressão portista. Na Luz, a sua substiuição, marcou definitivamente os minutos finais do jogo dando clara sensação de que a NES o empate lhe servia claramente. Não serviu, como se tem visto. Contra o Sporting, quando os leões se faziam sentir mais presentes no meio-campo do Porto e deixavam mais espaços atrás, o jogo vertical e os passes geométricos do argelino pareceram dispensáveis ao treinador que preferiu dar vinte minutos (intranscendentes) a Diogo Jota. Em nenhum dos casos citados há qualquer referência a problemas físicos (lesões, treinos condicionados nos dias seguintes, queixas visiveis do jogador, etc...)!
Estão a perceber a tendência não estão?
Agora façamos um exercicio.
Escolham os jogos mais dificeis disputados nos anos em que o FC Porto lutava pelo título (Clássicos, jogos com o Boavista na viragem do milénio e com o Braga desde final da década passada) e as suas principais figuras que se chamavam Hulk, Falcao, Lisandro, Deco, Zahovic ou Jardel, só para citar os últimos vinte anos...e vejam quantas vezes nesses encontros decisivos foram substituidos (ou não utilizados por questões técnicas) com resultados adversos aos interesses do Porto?
- Hulk
Foi substituido apenas uma vez em todos os seus anos de Dragão ao peito num jogo de máxima relevância na liga, frente ao Benfica, na 14º jornada do campeonato 2009/10, perdido por 1-0, a vinte minutos do final - sim, o jogo do túnel - tendo sido no ano anterior, o seu primeiro no futebol português, duas vezes suplente utilizado nos Clássicos da primeira volta.
- Falcao
No seu primeiro clássico em Portugal, em 2009, frente ao Sporting, Falcao foi substituido ao minuto 78, depois de ter inaugurado o marcador. Contra os leões no ano seguinte não completou nenhum dos dois jogos, saindo aos 79 minutos na primeira volta (empate a uma bola) e aos 82 no jogo da segunda volta (vitória por 3-2), marcando em ambos jogos.
- Lisandro Lopez
O argentino foi a grande arma ofensiva dos anos do Tetra conquistado entre Adriaanse e Jesualdo. No seu primeiro ano na Europa só completou um Clássico. Foi substituido aos 68 minutos no triunfo em Alvalade (o golo de Jorginho veio depois) e foi suplente utilizado na derrota na Luz. Lesionou-se aos 24 minutos no jogo em casa contra o Benfica. No ano seguinte, já titular indiscutivel, saiu a vinte minutos do final do duelo em Alvalade. Em 2007/08 saiu a cinco minutos do fim na vitória por 1-0 sobre o Sporting com a equipa a vencer.
- Ricardo Quaresma
Em 2004/05, no seu primeiro ano de azul e branco, Quaresma não completou qualquer Clássico. Saiu aos 76 minutos no duelo em Alvalade e aos 78 no triunfo no Dragão frente aos leões e foi suplente utilizado nos dois jogos frente ao Benfica, rendendo Postiga e Diego (um empate e uma vitória). No ano seguinte, já com Adriaanse, disputou apenas um Clássico completo e foi rendido aos 55 minutos na vitória em Alvalade e aos 80 na derrota na Luz tendo jogado os últimos vinte minutos na derrota no Dragão contra o Benfica. No ano seguinte marcou um golo e saiu aos 73 na vitória sobre o Benfica e repetiu feito (golo e substituição aos 73) em Alvalade. Repetiu o mesmo cenário na época seguinte, com três substituições nos dois jogos contra o Benfica e num dos jogos contra o Sporting, nos dez minutos finais do jogo (duas vitórias, uma derrota e um golo seu). Apesar de ter sido substituido regularmente nos Clássicos neste periodo, era titular indiscutivel e disputava os noventa minutos dos restantes jogos do ano, ao contrário de Brahimi.
Na sua segunda etapa, foi suplente utilizado na derrota contra o Benfica da primeira volta e titular no triunfo da segunda volta em 2013/14. No primeiro ano de Lopetegui saiu ao intervalo do jogo com o Sporting em Alvalade e foi suplente utilizado nos três seguintes clássicos.
- Deco
Depois de ter chegado a tempo de ser Pentacampeão, Deco tornou-se imprescindivel nas quatro épocas seguintes. Nesse período apenas foi substituido contra o Sporting em 2000, a quinze minutos do fim e com o Porto a vencer e em 2003, na goleada por 4-1, a seis minutos do fim. Frente ao Benfica foi substituido a seis minutos do fim, depois de receber amarelo, num empate a um golo em 2003/04.
- Zlatko Zahovic
O esloveno passou três épocas de dragão ao peito e no seu primeiro ano foi substituido ao minuto 31 da vitória por 3-1 sobre o Benfica por lesão. No ano seguinte, tal como Jardel, foi suplente utilizado na derrota por 3-0 (quando entraram ambos já o Porto perdia por 2-0) e foi substituido na derrota em Alvalade à hora de jogo (o Porto perdia por 2-0). Foi ainda substituido no último minuto do triunfo contra o Benfica, em casa, em 1998/99.
- Mário Jardel
No seu primeiro ano foi substituido a um minuto do fim do Clássico na Luz, ganho por 1-2, com golo seu. No ano seguinte não completou nenhum duelo com o Benfica, primeiro como suplente utilizado (derrota por 3-0) e depois sendo rendido ao minuto 70 num triunfo por 2-0 quando a equipa já vencia claramente. Em 1998/99 voltou a ser substituido contra o Benfica, num empate a um golo, a três minutos do final e no último minuto de um jogo contra o Sporting, nas Antas, que decidiu com um golo para uma vitória por 3-2.
Ou seja, na imensa maioria dos casos, quase sempre que o jogador em causa foi substituido o objectivo do clube - a vitória - estava assegurado. Raramente isso se deu com Brahimi e NES, tanto na não utilização (dois resultados negativos) como nas substituições (apenas frente ao Sporting se conseguiu o objectivo). E nunca, nos casos citados, os jogadores em questão fizeram apenas 4 jogos completos durante uma temporada de liga. Na imensa maioria dos casos fizeram mais de dois terços do campeonato actuando os noventa minutos o que é muito, muito distinto.
Aos 27 anos o jogador está na melhor forma da sua carreira e tem meio passaporte validado para deixar o Dragão, entre necessidades de Financial Fair Play, do papel da Doyen e do próprio desejo do jogador que já viu barradas as suas aspirações no passado defeso contra aquilo que lhe tinha sido prometido. A sua chegada desde o Granada enquadrou-se num modelo de negócio muito popular á época e que acabou com a proibição da partilha de passes pela FIFA mas as mais valias geradas por uma venda em valores a rondar os 20 milhões serão sempre exiguas. Desportivamente, no entanto, Brahimi foi sempre um elemento diferencial a quem faltou nível na lista de companheiros de ataque e sobretudo um treinador a sério para potenciar todas as suas valências. Se, ainda para mais, em momentos de máxima tensão e intensidade um desses treinadores decide que a sua presença em campo é dispensável, estamos conversados. Brahimi pode sair do Porto sem ter sido nunca campeão mas nunca saberemos se não fomos campeões porque ele não esteve em campo quando devia.
domingo, 16 de abril de 2017
E se não "vencermos todos os jogos até ao final", Mister?
"Quanto à substituição de Brahimi (...) o técnico dos azuis e brancos reagiu da seguinte forma: «São decisões que tomamos, para refrescar. Os jogadores que entraram deram o seu contributo."
Foi desta forma que o nosso treinador explicou a saída daquele que estava a ser o melhor jogador em campo e que, por sinal, é também o melhor futebolista a actuar na Liga Portuguesa. Isto num jogo que tínhamos que ganhar, obrigatoriamente...
"Os jogadores que entraram deram o seu contributo"? NES nem sequer sente a necessidade de explicar se foi um bom ou um mau contributo...
Ficámos, então, esclarecidos, Mister.
Mais um jogo, mais um início de partida a dormir. O Braga teve uma entrada à slb, de há apenas 15 dias. Os jogadores terão mesmo a consciência de tudo aquilo que está em jogo?
Cruzamento alto do adversário e Maxi sem altura suficiente para lá chegar. E com 1-0 no marcador, jogando fora e perante um adversário destes, já se sabe: está praticamente posta de parte a hipótese de vitória, por muito tempo que ainda reste para o apito final.
Tratava-se agora, portanto, apenas de uma questão de esperar para assistirmos a tudo aquilo que já sabíamos que iria, seguramente, acontecer nos restantes 83 minutos, de tão repetida é esta nossa triste história.
Tratava-se agora, portanto, apenas de uma questão de esperar para assistirmos a tudo aquilo que já sabíamos que iria, seguramente, acontecer nos restantes 83 minutos, de tão repetida é esta nossa triste história.
A saber:
- Lances com faltas assinaladas ao contrário, em nosso prejuízo? Check.
- Más decisões nossas, na grande área adversária, com muita precipitação mas também algum egoísmo à mistura, facilitando assim a vida à defensiva adversária? Check.
- Metade dos cruzamentos mal tirados, ora por serem contra os adversários ora por irem directamente para fora? Check.
- Alex Telles a imaginar que sabe marcar livres directos? Check.
- Lances com faltas assinaladas ao contrário, em nosso prejuízo? Check.
- Más decisões nossas, na grande área adversária, com muita precipitação mas também algum egoísmo à mistura, facilitando assim a vida à defensiva adversária? Check.
- Metade dos cruzamentos mal tirados, ora por serem contra os adversários ora por irem directamente para fora? Check.
- Alex Telles a imaginar que sabe marcar livres directos? Check.
- Pelo menos um penalty, da praxe, não marcado a nosso favor? Check.
- Oportunidades de golo oferecidas ao adversário (ontem foi um penalty, estupido, de um completamente ausente Óliver), sem que este faça grande coisa por o merecer? Check.
- Jogadores nossos metidos em confusões, que apenas distraem e jogam a favor da perda de tempo do nosso adversário? Check.
- Minutos a esgotarem-se, muito rapidamente, e poucas oportunidades reais para tanto domínio? Check.
- Adversário a dar tudo por tudo, de forma pouco habitual, como se de uma final europeia se tratasse? Check.
- Substituições do arco da velha, do género de ficarmos a jogar igual ou mesmo pior do que antes das mesmas? Check.
- Jogadores nossos metidos em confusões, que apenas distraem e jogam a favor da perda de tempo do nosso adversário? Check.
- Minutos a esgotarem-se, muito rapidamente, e poucas oportunidades reais para tanto domínio? Check.
- Adversário a dar tudo por tudo, de forma pouco habitual, como se de uma final europeia se tratasse? Check.
- Substituições do arco da velha, do género de ficarmos a jogar igual ou mesmo pior do que antes das mesmas? Check.
- Luís Gonçalves, no relvado, a protestar sozinho no final dos acontecimentos? Check.
Com o FCP, parece que estamos sempre a assistir à mesma partida, vezes sem conta.
E, preparem-se, que ainda iremos ver mais disto mesmo, nesta presente temporada, pese embora faltarem apenas cinco jogos, nos quais nem um único deslize poderemos ter.
Com o FCP, parece que estamos sempre a assistir à mesma partida, vezes sem conta.
E, preparem-se, que ainda iremos ver mais disto mesmo, nesta presente temporada, pese embora faltarem apenas cinco jogos, nos quais nem um único deslize poderemos ter.
Mas quantas vezes já ouvimos nós exactamente esta mesma ladainha antes? E, depois de tudo espremido, o resultado prático foi uma única vitória nas últimas quatro partidas para o campeonato (Setúbal, slb, Belenenses e Braga).
E NES, não satisfeito, ainda nos quer fazer crer que uma derrota do nosso adversário directo será suficiente, dando como garantido que iremos ter uma suposta superior diferença de golos (que é apenas de 2, presentemente).
Mister, não tem visto os jogos do slb, certo? Olhe que, por lá, acontecem sempre as coisas mais incríveis. Não lhes falta imaginação, aliás.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
Vão continuar calados ou vão dar-se ao respeito?
No início do jogo com o Belenenses o FC Porto acedeu a participar num exercício de respeito institucional pela figura do árbitro promovido pelo sindicato arbitral. Foi uma decisão política, institucional e socialmente correcta mas que contrasta claramente com aquilo que o respectivo grémio responde ao FC Porto no exercício do seu trabalho semanal. A enésima prova viu-se ontem em Moreira de Cónegos onde, uma vez mais, tal como sucedeu em 2014/15, o colectivo arbitral decidiu tomar parte interessada na rija, intensa e apaixonante luta pelo título. Depois do Colinho de 2015 temos agora o Colinho 2017. Resta saber se também haverá campanhas, com tarjas incluídas, no início dos jogos a publicitar a nova campanha e se o clube está decidido a aliar-se a ela ou, finalmente, alguém decide dar-se ao respeito.
Todos temos memória.
Em 2014/15 o FC Porto realizou um excelente campeonato com um brilhante registo doméstico e uma campanha paralela na Champions League de grande nível até à segunda mão dos quartos de final. Aí minou-se a época. A goleada sofrida não só eliminou o Porto da Europa como matou o balneário e a coragem de Lopetegui que viajou à Luz para não perder porque sabia que não havia forma de ganhar, não com as suas limitações como treinador e o estado anímico dos jogadores. O que ninguém esquece é que se o Porto chegou até esse encontro com necessidade de ganhar foi, sobretudo, porque o Benfica de Jesus passou seis meses a ser ajudado pelo colectivo arbitral em cada momento de tensão e de problemas que lhes surgiam pela frente. O Colinho fez-se tão evidente que até os próprios adeptos encarnados, com sorna, o utilizaram como tema de propaganda e em material de merchandising. O Porto não se dava ao respeito - só o treinador parecia remar contra o silêncio cúmplice - e recebia o pago na mesma moeda. Ninguém o respeitava, a começar pelos árbitros.
Fast forward dois anos até ao momento presente.
Em 2016/17 o FC Porto realizou até agora um campeonato que supera todas as expectativas. Com um plantel jovem e longe do talento individual de dois anos antes, com um jogador no seu primeiro ano de sénior a liderar o ataque e sem uma alternativa real no plantel, a equipa qualificou-se para os oitavos de final da Champions e manteve sempre uma distância prudencial com Benfica e Sporting - com planteis desenhados para atacar o título de forma mais evidente - até que o bom trabalho defensivo e a chegada de Soares permitiram um golpe de autoridade que colocou o Porto na rota do título até ao jogo da Luz onde o empate - uma mistura dos erros tácticos habituais do treinador quando é necessário ganhar a rivais mais fortes e de, outra vez, erros arbitrais evidentes - voltou a colocar o clube a remar contra a maré. E, uma vez mais, depois de várias jornadas em que o rival podia ter deixado pontos e, se não o fez, foi graças a arbitragens do mais habilidosas que se tem visto. O que fez o FC Porto? Pactuar com uma bonita campanha de respeito por quem, um ano mais, demonstrou que não respeita a instituição.
O cenário não é novo desde que as manobras hábeis de Luís Filipe Vieira, tanto a nível politico - retirando influência à Federação e, sobretudo, às Associações para transferir o poder arbitral para um universo controlado exclusivamente por personagens afectos ao seu clube - como a nível social, transferiram como nunca o controlo do mundo da arbitragem para a esfera encarnada. E em todo esse período o silêncio do FC Porto perante essa postura tem sido esclarecedor da falta de liderança e voz na defesa dos interesses do clube. Mas a cada ano que passa, a cada título perdido por sucessivos roubos de Igreja, como diria o Mestre, esse silêncio torna-se cada vez mais ensurdecedor. E cada vez mais parece evidente que ninguém, dentro do FC Porto, sabe como dar-se ao respeito e, desse modo, que a instituição se dê ao respeito contra quem a prejudica. O jogo em Moreira de Cónegos foi gravíssimo - muito mais sério e grave do que a pantomina de Canelas - e não só pode ter sido decisivo no sprint final rumo ao título como, além do mais, voltou a demonstrar uma evidente política de impunidade que só é exclusiva aos homens de vermelho. Até o Sporting, que já nem entra nas contas do título, tem feito mais para denunciar a realidade do que nós, portistas, que sofremos semanalmente mais do que o clube. Fruto de um pacto secreto entre as duas direcções ou de uma atitude ofensiva por iniciativa própria, o facto é que um ano mais em que o FC Porto corre o risco de perder um merecido título - como o foi em 2015 - por culpa de péssimas e selectivas arbitragens e o clube não toma medidas sérias para combater a situação que se vive semana sim, semana não. Associar-se, ainda para mais, a campanhas que são muito bonitas na teoria do fair-play que em Portugal não existe, não é mais do que um murro no estômago daqueles, de jogadores a adeptos, que vêem como esses mesmos árbitros, escolhidos a dedo, vão decidindo títulos sem qualquer tipo de problema de consciência.
Não basta usar redes sociais, newsletters e bocas para o ar. E não é seguramente solução segurar tarjas de apoio num sábado a favor daqueles que no domingo te vão prejudicar de forma tão clara e vergonhosa. O FC Porto de Pinto da Costa e Pedroto cresceu e afirmou-se porque, por uma vez, deixaram de querer ser "bons rapazes" e deixaram de estar "caladinhos" para dar-se ao respeito. E com esse discurso, essa atitude, deram respeito ao escudo que serviam e defendiam. Não havia receio de bater o pé à Federação - quem não se lembra da manifestação que recebeu a selecção nacional na véspera de um amigável em Vigo - ou aos poderes instituídos. Esse FC Porto era respeitado por todos, árbitros incluídos, porque se dava ao respeito, dentro e fora de campo. Agora vão continuar calados ou vão, finalmente, voltar a decidir bater o pé da próxima vez que alguém tente pisar o escudo do Dragão?
sábado, 8 de abril de 2017
Respeito
Um FCP menos ansioso em comparação ao último jogo caseiro contra Setúbal e, por isso, hoje mais eficaz. Mas também este Belenenses é muito menos matreiro que o nosso adversário de há 15 dias...
Ainda assim, em toda a primeira parte só conseguimos uma única verdadeira oportunidade, a mesma que originou o primeiro golo. Um aproveitamento de 100%, portanto.
No golo de Danilo houve grande mérito de André Silva que, mais uma vez, passou um pouco ao lado da partida no restante tempo em que esteve no relvado. Continuamos sem saber muito bem em que posição NES quer que ele jogue.
A segunda parte foi muito mais fluida, principalmente após a entrada de Corona.
O golo da tranquilidade nasceu mesmo dos pés do mexicano, após grande jogada no flanco direito (finalmente um "extremo" em campo), e Soares voltou, assim, aos seus melhores dias. Ele que na primeira parte rematou frouxo, num lance em que poderia ter feito muito melhor.
O brasileiro ainda teria outras duas boas acções na área.
Brahimi, que continua em grande, faria depois o terceiro golo num penalty (desnecessário) que ele próprio pediu a NES para marcar.
Sobre a arbitragem, existiu um lance de mão na bola, ainda durante o primeiro tempo. Porém, como o FCP, antes do início da partida, se tinha associado à campanha "Respeito pelos árbitros. Policiamento obrigatório, já", se calhar não devemos fazer comentários sobre o assunto.
Bem, ao menos o André André parecia pouco à vontade e nem na tarja segurou...
sexta-feira, 7 de abril de 2017
A atitude de NES, Jonas e o "Somos Porto"
Acho que poucos duvidam que Nuno Espirito Santo será treinador do FC Porto na próxima época, com ou sem títulos na mão. No contexto presente é difícil imaginar num outro cenário salvo que seja o próprio treinador a decidir sair. Convém por isso recordar a NES que ainda que seja bastante meritória a época desportiva da equipa - a lutar pelo título e alcançando o objectivo minimo da Champions League, alcançar os oitavos-de-final - há ainda muito trabalho pela frente e parte desse trabalho depende exclusivamente dele. O homem das conferências imprensas dos desenhos, o homem do "Somos Porto", o homem das frases feitas nas conferências "Vamos levantar-nos!; O Dragão é a nossa fortaleza; Estamos tristes", tem também de ser o homem que vá buscar dentro das entranhas o verdadeiro espírito de treinador do FCP. Um espirito que tiveram homens sem qualquer ligação histórica ao clube como Julen Lopetegui ou Jesualdo Ferreira, nomes insuspeitos do portismo que NES sempre declarou - e que não temos motivos para desconfiar. O de não calar.
No final do jogo com o Benfica, ouvir o treinador do FC Porto dizer que está triste, que teve a sorte (porque no contexto actual do futebol internacional é uma sorte) de treinar com nove titulares durante dez dias antes do Clássico e que a equipa não soube entrar bem no jogo, já doi suficiente. Foi evidente para todos que o plano de NES (qual plano?) não resultou, que o Benfica medroso não apareceu em campo e que ninguém estava preparado para o jogo ofensivo dos primeiros minutos com sucessivas diagonais da ala para o centro que cortavam o meio-campo dragão com facilidade e que geraram o lance do não penalty que deu o golo da vantagem aos locais e nos obrigou a remar contra a corrente. Foi evidente que não alinhar Soares e André Silva juntos, como tão bem tinha funcionado noutros encontros, nem um só minuto, retirou possibilidades de fazer mossa a uma versão menor do Benfica de outros anos. E foi evidente ainda que a Nuno Espirito Santo lhe interessa mais o seu prestigio pessoal, o cair em graça com o establishment do futebol português do que ser um treinador que defende o FC Porto contra tudo e contra todos.
Sabemos perfeitamente que a impune agressão de Samaris a Telles e o fora-de-jogo ESCANDALOSO que se assinala a Diogo Jota podiam ter permitido um desfecho do jogo totalmente distinto. Cabe ao clube e aos seus porta-vozes (treinador incluído) lutar para que nada disso passe impune. O que não pode suceder é que um jogador rival decida, voluntariamente, tentar agredir o nosso treinador e este, em lugar de defender os interesses do clube, decida armar-se em "machão" e homem de paz e concórdia e retira importância ao assunto deixando assim com as calças na mão a todos os portistas que olham para esse lance como uma de tantas impunidades permitidas a Jonas desde que chegou a Portugal.
Jonas e NES têm um passado. Até a imprensa local valenciana fez eco disso antes e depois do Clássico.
Jonas estava no Valência quando NES chegou, NES não gostou de Jonas e da sua atitude e deu-lhe ordem de dispensa. Jonas não gostou de ser dispensado e houve zururu no balneário (o habitual no Valência) e tudo acabou com o brasileiro dispensado e com o Valência no quarto lugar do campeonato com a sua melhor pontuação histórica de sempre. No final do jogo vários jornais valencianos, incluindo o Levante, foram rápidos a perceber que Jonas tentou agredir NES como medida de retaliação por essa dispensa. O jornal espanhol, que seguramente não é nem conhecido por ser portista nem por ser pro-NES (leiam o que se disse dele quando saiu do clube), não teve problemas em classificar a acção do brasileiro de "propositada", "voluntária" e "ajuste de contas".
No meio de uma situação assim o que faz NES?
Decide dar-se a ares galantes em meio de uma guerra, de uma luta pelo título que se vai decidir em detalhes, e em lugar de colocar os focos na agressão de que foi vitima (e ele sabe que o foi), retira-lhe importância para referir o quão musculado, alto e forte é e quão difícil é derrubar o "monstro" NES. Isso é ser Porto? Isso é velar pelos interesses do clube? Isso é deixar que milhões de portistas que viram no lance uma agressão e estão dispostos a afirma-lo a pés juntos sejam calados pelos rivais que só têm de dizer "Agressão? Mas o vosso treinador diz que não!"?
No final com ou sem agressão, Jonas continuará a caminhar impune, mas a falta de ruido do protagonista sobre esse lance diz muito sobre NES e sobre a sua agenda onde o Porto é claramente uma virgula e não a frase completa. Lutar á morte pelo clube - como Jesualdo fez nos dias quentes do Apito Dourado ou Lopetegui, levando para a imprensa espanhola, em capas da Marca e do As o Colinho que Pinto da Costa calou - é aquilo que este projecto desportivo necessita e não é aquilo que NES parece estar disposto a dar. Convém recordar portanto para o futuro imediato que tanto como ter um bom plantel, uma boa estrutura de jogo é igualmente importante ter uma voz única, uma voz que recebe indicações desde dentro para defender os direitos do FC Porto e depois decide, unilateralmente, fazer o que bem lhe apetece e o que lhe vai potenciar no futuro para outros cargos. Quando até os espanhóis vêm na atitude de Jonas uma agressão, quando há tantos portistas indignados por mais um acto de impunidade do rival num terreno de jogo, ter um treinador com o discurso de NES é o pior que pode passar. Já vai tarde para emendar este erro mas que sirva de aprendizagem para o futuro. Antes de soltar slogans como "Somos Porto" convém Nuno que o sintas de verdade.
No final do jogo com o Benfica, ouvir o treinador do FC Porto dizer que está triste, que teve a sorte (porque no contexto actual do futebol internacional é uma sorte) de treinar com nove titulares durante dez dias antes do Clássico e que a equipa não soube entrar bem no jogo, já doi suficiente. Foi evidente para todos que o plano de NES (qual plano?) não resultou, que o Benfica medroso não apareceu em campo e que ninguém estava preparado para o jogo ofensivo dos primeiros minutos com sucessivas diagonais da ala para o centro que cortavam o meio-campo dragão com facilidade e que geraram o lance do não penalty que deu o golo da vantagem aos locais e nos obrigou a remar contra a corrente. Foi evidente que não alinhar Soares e André Silva juntos, como tão bem tinha funcionado noutros encontros, nem um só minuto, retirou possibilidades de fazer mossa a uma versão menor do Benfica de outros anos. E foi evidente ainda que a Nuno Espirito Santo lhe interessa mais o seu prestigio pessoal, o cair em graça com o establishment do futebol português do que ser um treinador que defende o FC Porto contra tudo e contra todos.
Sabemos perfeitamente que a impune agressão de Samaris a Telles e o fora-de-jogo ESCANDALOSO que se assinala a Diogo Jota podiam ter permitido um desfecho do jogo totalmente distinto. Cabe ao clube e aos seus porta-vozes (treinador incluído) lutar para que nada disso passe impune. O que não pode suceder é que um jogador rival decida, voluntariamente, tentar agredir o nosso treinador e este, em lugar de defender os interesses do clube, decida armar-se em "machão" e homem de paz e concórdia e retira importância ao assunto deixando assim com as calças na mão a todos os portistas que olham para esse lance como uma de tantas impunidades permitidas a Jonas desde que chegou a Portugal.
Jonas e NES têm um passado. Até a imprensa local valenciana fez eco disso antes e depois do Clássico.
Jonas estava no Valência quando NES chegou, NES não gostou de Jonas e da sua atitude e deu-lhe ordem de dispensa. Jonas não gostou de ser dispensado e houve zururu no balneário (o habitual no Valência) e tudo acabou com o brasileiro dispensado e com o Valência no quarto lugar do campeonato com a sua melhor pontuação histórica de sempre. No final do jogo vários jornais valencianos, incluindo o Levante, foram rápidos a perceber que Jonas tentou agredir NES como medida de retaliação por essa dispensa. O jornal espanhol, que seguramente não é nem conhecido por ser portista nem por ser pro-NES (leiam o que se disse dele quando saiu do clube), não teve problemas em classificar a acção do brasileiro de "propositada", "voluntária" e "ajuste de contas".
No meio de uma situação assim o que faz NES?
Decide dar-se a ares galantes em meio de uma guerra, de uma luta pelo título que se vai decidir em detalhes, e em lugar de colocar os focos na agressão de que foi vitima (e ele sabe que o foi), retira-lhe importância para referir o quão musculado, alto e forte é e quão difícil é derrubar o "monstro" NES. Isso é ser Porto? Isso é velar pelos interesses do clube? Isso é deixar que milhões de portistas que viram no lance uma agressão e estão dispostos a afirma-lo a pés juntos sejam calados pelos rivais que só têm de dizer "Agressão? Mas o vosso treinador diz que não!"?
No final com ou sem agressão, Jonas continuará a caminhar impune, mas a falta de ruido do protagonista sobre esse lance diz muito sobre NES e sobre a sua agenda onde o Porto é claramente uma virgula e não a frase completa. Lutar á morte pelo clube - como Jesualdo fez nos dias quentes do Apito Dourado ou Lopetegui, levando para a imprensa espanhola, em capas da Marca e do As o Colinho que Pinto da Costa calou - é aquilo que este projecto desportivo necessita e não é aquilo que NES parece estar disposto a dar. Convém recordar portanto para o futuro imediato que tanto como ter um bom plantel, uma boa estrutura de jogo é igualmente importante ter uma voz única, uma voz que recebe indicações desde dentro para defender os direitos do FC Porto e depois decide, unilateralmente, fazer o que bem lhe apetece e o que lhe vai potenciar no futuro para outros cargos. Quando até os espanhóis vêm na atitude de Jonas uma agressão, quando há tantos portistas indignados por mais um acto de impunidade do rival num terreno de jogo, ter um treinador com o discurso de NES é o pior que pode passar. Já vai tarde para emendar este erro mas que sirva de aprendizagem para o futuro. Antes de soltar slogans como "Somos Porto" convém Nuno que o sintas de verdade.
domingo, 2 de abril de 2017
As fichas todas em Jorge Jesus
Afinal não seria bem "ganhar ou ganhar", afinal o empate até agradava.
Por incapacidade de fazer mais e/ou por opção, NES aposta agora tudo em terceiros. Isto é, na capacidade de Jorge Jesus em travar o slb. Uma autêntica roleta russa, se pensarmos que o FCP ainda tem, ele próprio, que ir a Braga, à Madeira defrontar o Marítimo e a Chaves.
Os primeiros 10 minutos foram uma imagem fiel daquilo que se tem passado ao longo deste campeonato: ao nosso rival basta-lhe uns míseros minutos em cima do adversário, para logo facturar na baliza contrária. Bastam-lhes ganhar um ou dois ressaltos, mais umas duas ou três bolas divididas, para logo causarem o pânico na defensiva adversária. Um mistério completo, pois, mesmo a nível mundial.
Felipe, com o seu segundo erro grave em dois jogos sucessivos, também ajudou à festa.
E pronto, eis, num ápice, o slb nas suas sete quintas, apenas com a necessidade de controlar o assunto, e perante o seu público que se manifestava ruidosamente ao mais pequeno incidente.
E foi graças a Brahimi, que ontem dissipou todas as dúvidas sobre quem é o melhor futebolista a actuar em Portugal, que o FCP conseguiu equilibrar as coisas.
Porém, e como habitualmente, sem grandes efeitos práticos em termos de oportunidades de perigo.
Um livre do argelino, foi tudo aquilo que ficou, em termos reais, do nosso maior domínio, pós-golo adversário, em todo o primeiro tempo.
Foi, portanto, com grande satisfação que todos os portistas viram Maxi a marcar logo na nossa primeira oportunidade da segunda parte. Era agora ou nunca. Seria o momento-chave do campeonato pois o slb quebraria e nós iríamos com tudo para cima dele, certo?
Não, nada disso. O FCP apaga-se, por completo, após a meia-oportunidade de Soares (agora com um rendimento mais normal do que super) e é o slb quem está mais perto de arrumar as contas da Liga por duas ou três vezes. Casillas disse, então, presente.
As substituições pouco ou nada alteraram o desenrolar da partida e o FCP pareceu satisfeito com o 1-1.
"Façam o jogo das vossas vidas", pedia uma tarja à chegada da comitiva portista ao hotel, em Lisboa.
Afinal, ao que parece, não seria caso para tanto...
sábado, 1 de abril de 2017
Sejam Porto (carago)!
Hoje não é dia de hashtags. Hoje não é dia de discussões. Hoje não é dia de comissões e relatórios de contas. Hoje não é dia de Dragões Diários e Labaredas. Hoje não é dia de saídas e chegadas. Hoje não é dia de...
Hoje é, simplesmente, Ser Porto (carago)!
Hoje é, simplesmente, Ser Porto (carago)!