sábado, 30 de março de 2019

Tudo ou nada

O Porto joga hoje uma cartada decisiva no campeonato, naquele que será, em teoria, o confronto mais exigente fora de portas até ao final da prova. Os últimos resultados contra o (e em) Braga têm sido positivos, mas quase sempre a troco de um grande esforço - esta tarde não deverá ser diferente.

Não ganhar hoje é hipotecar definitivamente o título. A situação já é má com uma igualdade pontual que só existe no papel (e que quanto muito serve para dar algum alento); escusado será dizer que pior ficaria se oferecêssemos nova folga ao primeiro classificado.


Esta tem sido uma época de altos e baixos, com um recorde histórico de vitórias consecutivas igualado, e apesar disso, um descoroçoante segundo lugar, com uma derrota proíbida (e evitável) em casa. Até ao soar do gongo tudo é possível - convém é não fazer o gongo soar cedo demais. Ser campeão, além de um privilégio, é uma responsabilidade e assumir essa responsabilidade, passa por ganhar (hoje).

quinta-feira, 21 de março de 2019

Capela às escuras

O coitado do João Capela, que tantos e tão bons serviços prestou ao Clube do Regime, viu-se esta semana torpedeado sem dó nem piedade pela máquina de propaganda encarnada, fazendo lembrar a caída em desgraça do saudoso João "Pode vir o João" Ferreira. Para que conste e não haja dúvidas: o João Capela é um péssimo árbitro - mas enquanto se prestou ao papel de idiota útil e ajudou a carregar o andor, foi-lhe permitido ter uma carreira na arbitragem; o seu nome é tema de "conversa" num dos emails desse corruptor-por-conta-própria que dá pelo nome de Paulo Gonçalves - contaram-me, pessoalmente não sei de nada.


Qual é no entanto a novidade? A novidade é precisamente o Clube do Regime ter recorrido a "meios convencionais" para enterrar o pobre Capela, e ao contrário do que aconteceu até aqui, não ter feito as coisas "por outro lado" - e há quantos anos não víamos aquela malta tão indignada! Talvez tenha sido a divulgação dos emails, ou a desgraça do Paulo Gonçalves, mas o certo é que a única coisa que têm contra o homem, são comunicados e a habitual verborreia dos cartilheiros - manifestamente pouco para quem já conseguiu arrumar com árbitros apenas com um estalar de dedos.


No meio de tudo isto, é especialmente lamentável não termos tido clarividência e sangue-frio suficientes para conquistarmos mais um título de campeão - sem o famoso "colinho" a empurrar um e a puxar para trás os outros, até o Nuno Espírito Santo ou Lopetegui, teriam sido campeões este ano. Resta o conforto de que até ao lavar dos cestos, e mesmo em primeiro, as gentes do Clube do Regime estão apreensivas. Não sei se é por o andor ser mais pequeno, ou se pelo facto de o nome "César Boaventura" se ter tornado conhecido do público e de o indivíduo já não poder agir em segredo, mas que estão inquietos, estão. Pelo sim, pelo não, fosse eu o Capela, e valorizasse a dentadura, evitava frequentar shoppings.

quarta-feira, 20 de março de 2019

SMS do Dia

José Mourinho: O Liverpool é uma excelente equipa, mas o FC Porto sabe os erros que cometeu e certamente vai trabalhar na sua correção.

Sérgio Conceição: Erros?! Quais erros?

(os negritos são da minha responsabilidade)

quarta-feira, 6 de março de 2019

Uma vitória para ajudar a digestão

Depois da hecatombe de sábado último, o Porto volta a entrar em campo para mais um jogo decisivo, que determinará a continuidade (ou o fim da linha) nesta edição da Liga dos Campeões. O Sérgio Conceição, a julgar pelas suas palavras na antevisão da partida, continua desafiante e convencido de que o resultado do último jogo - a primeira vez desde 1976(!) que o Porto perdeu em casa, frente ao slb, depois de ter entrado a ganhar - foi fruto de mero acaso ou do azar, e que contribuiu mais para esse resultado, a falta de agressividade dos jogadores que as suas escolhas - opiniões! 

Para o embate com a Roma, o meu onze é o seguinte: Casillas; Manafá, Militão, Pepe e Alex Telles; Danilo, Óliver e Herrera; Adrián, Soares e Corona.


Felipe é demasiado arriscado para um jogo desta importância; Manafá porque é preciso (atacar e) ganhar; 3 homens no miolo, como o nível do adversário exige; dúvidas entre Herrera e Octávio, mas fica a aposta naquele que quererá mostrar serviço a potenciais futuros empregadores; Brahimi no banco porque se entusiasma demais nestes jogos e quer fazer tudo sozinho; Marega, também no banco porque condiciona demasiadamente a postura da equipa com as bolas bombeadas para a frente, e ao contrário do que pensa o Sérgio Conceição, os adversários não andam a dormir.

Depois de sábado, nem uma goleada à Roma deixará alguém satisfeito, mas atenua o mal-estar.

(editado: O Manafá não está inscrito, logo não é opção. Assim sendo, Corona seria o lateral-direito, e Hernani ou Marega ocupariam o lugar original do mexicano.)

sexta-feira, 1 de março de 2019

Jogar com cabeça

Um "jogo do título" com 10 jornadas por disputar e as duas equipas separadas por um ponto? Improvável.

A única real motivação para o Porto vencer o jogo de amanhã, é anular a vantagem no confronto direto, no caso de ambas as equipas acabarem com os mesmos pontos a última jornada. Vencer o rival é óptimo, mas não passa disso; já fomos campeões sem vencer o rival, mas acima de tudo, vencer o rival - este rival em particular - não rende nada de palpável. Foram derrotados recentemente na Taça da Liga - que efeito nefasto teve esse resultado? Nenhum. Partindo de uma derrota, falaram em "show de bola", "roubo" e seguiram para uma série de vitórias consecutivas. Duvido até que (mais) uma derrota por 5-0, fizesse grande mossa. No final, ficariam apenas a 4 pontos.

4 pontos (ou 1 ponto), como percebemos nas últimas semanas, equivale a nada. E deve-se isso a uma (no mínimo) duvidosa gestão de esforço dos jogadores do Porto, que se baseia num princípio de "jogar até rebentar". Com 10 jornadas por jogar, é virtualmente impossível não perder mais pontos. E o rival sabe disso - é tão certo como as goleadas que vão aplicar nessas 10 jornadas a equipas com "azar" e/ou num "dia mau" - o fenómeno das apostas online seguramente explicará um ou outro.


Por essa razão, e apesar de estarem atrás, é improvável que o adversário chegue amanhã ao Dragão com intenção se expor na procura de uma vitória - não precisa, tem o tempo a seu favor. A estratégia passará seguramente por jogar na expectativa, e apostar no contra-ataque. Desconheço o que planeia o Sérgio Conceição, mas uma postura semelhante à do jogo para a Taça da Liga, parece-me arriscada (e demasiado óbvia). E um mau resultado, pode obrigar o Porto, já de si desgastado, a fazer um esforço semelhante ao da equipa do Vítor Pereira em 2011/12 - a diferença é que desta vez não haverá mais confronto directo, nem "momento K" ou "H" nas últimas jornadas que nos valha.

Este é um jogo para ganhar porque jogamos em casa, mas com cabeça. Os riscos são grandes e não devem ser ignorados. Mesmo vencendo, o título está longe de garantido, portanto não vale a pena jogar como se a vitória o garantisse. A chave desse título está nas 10 jornadas seguintes.