João Rodrigues – Ex-dirigente do Benfica, presidente da Federação entre 1989 e 1992, João Rodrigues ocupou também altos cargos na FIFA, designadamente nas comissões de disciplina e justiça.
Considera Pinto de Sousa um dos "cinco amigos" que possui no futebol e várias escutas do processo ‘Apito Dourado’ demonstram que os árbitros para o Benfica eram combinados com João Rodrigues, a quem Pinto de Sousa telefonava regularmente para que fosse ele a contactar Luís Filipe Vieira, no sentido de se acertar qual o melhor árbitro para os encontros. Exemplos no processo ‘Apito Dourado’ da existência dessas conversas abundam.
Pinto de Sousa: “Eu precisava de uma ajudinha. Amanhã, ao meio-dia tenho de escolher os árbitros internacionais para a taça. [...] Precisava de dois nomes de árbitros que o Benfica considerasse.”
João Rodrigues: “Eu vou ligar ao Luís Filipe.[...] Já lhe ligo”.
O que disseram João Rodrigues e Luís Filipe Vieira nas conversas que tiveram entre si?
Não está documentado, visto que o Procurador de Gondomar (na altura detentor do processo) entendeu que não se justificava colocar os respectivos telefones sob escuta.
Também há exemplos de conversas entre Valentim Loureiro (eleito para a presidência da Liga com o apoio do Benfica) e Pinto de Sousa, em que este procura justificar a razão de não poder escolher os árbitros pretendidos pelo Benfica:
Pinto de Sousa: “A única coisa que eu tinha dito ao João Rodrigues é o seguinte... É pá, há quinze [dias] ou três semanas, ele perguntou-me: Quem é que você está a pensar para a Taça?... Eu disse: Estou a pensar no Paraty...”
Valentim Loureiro: “Bem, o gajo [LFV] está f... (...) O Paraty então não consegues, não é?”
Perante tamanhas evidências, é inexplicável porque razão João Rodrigues, Luís Filipe Vieira e também José Veiga nunca tiveram os seus telefones sob escuta.
Não admira, pois, que haja cada vez mais razões para suspeitar, que o ‘Apito Dourado’ é um processo «ad hominem» e que os alvos da “caça” estavam (estão!) todos no Norte.
4 comentários:
Os árbitros para o Benfica eram combinados com João Rodrigues, ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol e conhecido benfiquista. Pinto de Sousa telefonava regularmente àquele dirigente para que fosse ele a contactar Luís Filipe Vieira no sentido de se acertar qual o melhor árbitro para os encontros. Exemplos no processo ‘Apito Dourado’ da existência dessas conversas abundam. O que os dois diziam entre si é que não está documentado, por João Rodrigues e Luís Filipe Vieira nunca terem tido o telefone sob escuta.
José Veiga, ex-director-geral do Benfica mas ainda hoje o homem forte do futebol, foi também uma personagem central no ‘Apito Dourado’. A sua relação com Pinto de Sousa e Valentim Loureiro era aparentemente boa e os pedidos são inúmeros. Desde a resolução de situações ligadas ao Benfica até árbitros para o Estoril ou casos envolvendo a sua vida pessoal (como a situação onde foi apanhado em excesso de velocidade e que o levou e pedir a Valentim que evitasse a apreensão da sua carta de condução).
Nos inúmeros volumes do ‘Apito Dourado’ só há uma escuta telefónica onde o interveniente é Luís Filipe Vieira. Trata-se de um jogo da Taça de Portugal, onde o presidente do Benfica diz a Valentim Loureiro que quer João Ferreira como árbitro.
Os dirigentes do Sporting não foram apanhados em nenhuma escuta comprometedora.
"ELE QUER O ÁRBITRO DO BELENENSES"
Pinto de Sousa pediu a João Rodrigues para falar com Vieira a propósito da nomeação do árbitro para a meia-final da Taça de Portugal da época 2003/2004, que ia pôr em confronto o Benfica e o Belenenses. Vieira terá dito que queria o árbitro que apitara o mesmo encontro para o campeonato.
“Ele ficou doido. Quer o do Belenenses”, disse João Rodrigues a Pinto de Sousa, que lamentou a escolha: “É um bocado chato. Vão perguntar por que repito a nomeação.” João Rodrigues não desarmou: “Vai ser uma chatice [...], o Benfica vai contestar isso”, respondeu, acrescentando: “O Duarte Gomes nem vê-lo... Olegários nem pensar.”
O QUE ELES DISSERAM
"Sr. presidente, está ocupado? Fala Veiga [...] Era um favorzinho ... Como você é muito amigo..., a ver se podia dar-lhe uma chamadinha, para ver se corre bem. [...] É contra o União da Madeira, mas nunca se sabe." José Veiga
"Nomeie o Devessa Neto que o acalma logo [Pinto de Sousa queixava-se que Vieira estava zangado]." João Rodrigues
"Eu precisava de uma ajudinha. Amanhã, ao meio-dia tenho de escolher os árbitros internacionais para a taça. [...] Precisava de dois nomes de árbitros que o Benfica considerasse." Pinto Sousa
"Eu vou ligar ao Luís Filipe. [...] Já lhe ligo." João Rodrigues
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22/06/2007 Correio da Manha
Apito Dourado: processos abertos, reabertos e não aberto
ANTÓNIO TAVARES-TELES
Num momento em que parece estar muito empenhada na reabertura de alguns processos relativos ao Apito Dourado, há dois ou três que Maria José Morgado não vai poder reabrir: os que dizem respeito a Luís Filipe Vieira, José Veiga e João Rodrigues. Pela simplicíssima razão de que eles nunca foram abertos! E no entanto há testemunhos variados - ainda ontem o “Correio da Manhã” publicou vários - de que essas três personalidades foram apanhadas em escutas comprometedoras, por mais que pelo menos Vieira e Rodrigues não tivessem (e já agora pergunta-se porquê) os respectivos telefones sob escuta. Só que como os telefones de alguns dos seus interlocutores o estavam…
De resto, no que diz respeito a Vieira, há até uma história que é muito curiosa: na sexta-feira da véspera do Boavista-Benfica (2ª jornada da Liga) que os benfiquistas perderam como é sabido por 3-0, o “Público” deu Vieira como arguido no Apito Dourado. Ora, logo na segunda-feira (ou terça-feira) seguinte, através do seu advogado, o mesmo Vieira conseguiu uma certidão do Tribunal de Gondomar negando essa sua arguição! Mais rápido, só mesmo o Pepe!...
Entretanto - e ainda quanto ao Apito Dourado - continua a aguardar-se a acusação da parte do processo que, embora com origem em Gondomar, está em Lisboa, e que tem sobretudo a ver com o mundo da arbitragem e as classificações a árbitros, assistentes, observadores, etc., etc. Uma acusação que antes do final do ano não estará porém concluída, com toda a certeza.
O Pato, O Jogo 23/06/2007
Apito Dourado: Benfica também pedia árbitros
ESCUTAS TELEFÓNICAS MOSTRAM UMA LUZ AO FUNDO DO TÚNEL
Afinal, o processo Apito Dourado não apanhou apenas dirigentes de clubes do Norte a pedir árbitros para os seus jogos. Embora de forma indirecta, através de João Rodrigues, o Benfica também quis escolher os seus árbitros. Mas nenhum destes pedidos deu origem a qualquer processo, nem sequer no grande dossier relativo a uma eventual viciação da classificação dos árbitros, ainda em análise pela equipa de Maria José Morgado.
As intercepções telefónicas, que são imensas, dão conta de diversos tipo de pressão do Benfica, na época de 2003/04, no sentido de contar com árbitros do seu agrado. Aliás, até era convicção de alguns presidentes de clubes da 1.ª Liga, como era o caso de João Bartolomeu, que garantiu que foi Luís Filipe Vieira quem colocou Luís Guilherme na presidência da Comissão de Arbitragem da Liga, exercendo, por consequência, alguma influência sobre ele.
Por exemplo, João Bartolomeu, numa das suas conversas com Pinto de Sousa, diz ter a certeza que é o Luís Filipe que tem influência sobre as nomeações feitas por Luís Guilherme, com o então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF a acrescentar: “O Pinto da Costa não tem influência no Luís Guilherme.”
A propósito da nomeação de um árbitro para um jogo da U. Leiria, Bartolomeu diz que fez uma investigação que apurou que Pimenta Machado se encontrou com Luís Filipe Vieira, presumivelmente no sentido de ter Duarte Gomes como árbitro. Sobre este, Bartolomeu diz que é “um ladrão”. “O Duarte Gomes faz tudo o que o Vítor Pereira manda e o Vítor Pereira é uma das pessoas que protege o Guimarães”, desabafa Bartolomeu.
Mais informação na edição impressa de Record
http://www.record.pt/noticia.asp?idCana … ;id=749111
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
Data: Sabado, 23 Junho de 2007 - 08:10
E é este Pinto de Sousa por quem o nosso Pinto da Costa põe as mãos do fogo? Então, vai-se queimar, pela certa!
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