sábado, 8 de março de 2008

Dicionário do Sistema - Lucílio Baptista (I)

Lucílio Baptista – Bancário de profissão, árbitro desde 1984/85, filiado na Associação de Futebol de Setúbal, teve uma ascensão fulgurante até chegar a internacional, tendo sido, durante vários anos, o árbitro português mais conceituado na UEFA (vá lá saber-se como e porquê). A nível nacional destacou-se pela forma como, ele próprio diz, “gere os jogos” e, particularmente, como sempre soube “equilibrar” os jogos em que o FC Porto era um dos intervenientes.

Sendo impossível descrever, em poucas linhas, todos os jogos e casos polémicos de arbitragem em que Lucílio Baptista “entortou o campo” a favor dos adversários do FC Porto, seleccionei alguns dos jogos mais relevantes e dividi o texto em quatro partes.

Época 1996/97, Benfica – FC Porto: Campeonato depois da humilhação para a Supertaça
Poucas semanas depois de ganhar na Luz, para a Supertaça, por uns históricos 5-0, os azuis-e-brancos voltaram ao ninho das águias, para o campeonato. O FC Porto marcou primeiro, através de Jardel e o Benfica ficou à deriva. Nesse período, Preud'homme cometeu um penalty flagrantíssimo sobre Zahovic, que só Lucílio Baptista não viu. No banco, o treinador portista, António Oliveira, ajoelhou-se e rogou aos céus. João Vieira Pinto haveria de empatar, mas Jorge Costa repôs a justiça no resultado e marcou o golo que deu a vitória (2-1) aos dragões.

Época 2001/02, Agosto de 2001, Sporting – FC Porto: Logo à 1ª jornada...
Aos 35 minutos, o senhor Lucílio Baptista expulsou o Costinha, mostrando-lhe o 2º cartão amarelo, após uma simulação grosseira de João Vieira Pinto. A televisão mostrou, de forma clara, que o Costinha nem sequer tocou no “grande artista”. O FC Porto jogou quase uma hora com menos um jogador e já perto do fim, sofreu um golo e perdeu o jogo por 0-1.

Época 2002/03, 12 de Janeiro de 2003, Sporting – FC Porto: Recorde para o Guiness
«Não foi mas podia ter sido complicado o resultado da arbitragem de Lucílio Baptista (...). Só que a vitória portista foi tão incontestável que ninguém vai dar o relevo que teriam noutras situações três lances de grande penalidade não assinalados, todos a favor do FC Porto. Dois deles foram flagrantes (puxão de Kutuzov a Derlei na área do Sporting, aos 33', e mão de Contreras na área para travar um cruzamento de Clayton, aos 81'), mas o terceiro dificilmente o árbitro poderia ter visto, pois estava a colocar-se no terreno quando Tiago, ao pontapear a bola na área, atingiu primeiro Jorge Costa.»
O JOGO, 13/01/2003

Para além destes três lances, houve um quarto penalty não assinalado, na jogada que precedeu o golo do FC Porto. É, seguramente, um recorde mundial. Quatro penalties, todos a favor da mesma equipa – o FC Porto –, que ficaram por assinalar num só jogo!
Mesmo assim, a máquina de jogar futebol montada por Mourinho venceu por 1-0.

(continua)

2 comentários:

Zé Luís disse...

Infelizmente, melhor, isto é, pior que 4 penáltis por marcar de Lucílio Vigarista, de que conheço o horroroso historial antiFC Porto, foram 4 penáltis por marcar e um golo mal anulado a Jardel no famigerado Campomaiorense-FC Porto (19/2/2000) do não menos celebérrimo Bruno Paixão.
A suivre, et pour cause

José Correia disse...

Caro zé luis, o jogo a que se refere teve um particular destaque numa outra entrada do Dicionário do Sistema ('Dicionário do Sistema - Bruno Paixão'), que tem vindo a ser publicado neste blog:

«A 19 de Fevereiro de 2000, num Campomaiorense – FC Porto, o país inteiro assistiu à “arbitragem mais infeliz” desde o célebre Benfica – CUF de finais dos anos 50 (ver ‘Calabote’). Três penalties por assinalar – um sobre Domingos (Rogério Matias derruba-o), mais dois sobre Jardel (agarrado por José Soares) –, um golo limpo anulado a Mário Jardel, e três agressões de José Soares a Jardel (as imagens da RTP mostraram uma estalada e as da SIC dois murros) que ficaram impunes.»
http://reflexaoportista.blogspot.com/2008/02/o-dicionrio-do-sistema-letra-b.html

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