segunda-feira, 12 de maio de 2008

Contestação a Vieira silenciada pela comunicação social


«Apesar da vitória por 3-0 sobre o Vitória de Setúbal, o Benfica não foi além do quarto lugar na classificação final. (...) a festa ficou manchada pelas vaias que uma das claques do Benfica dirigiu ao presidente Luís Filipe Vieira durante largos minutos. Os membros dessa mesma claque entoaram ainda os nomes de Léo, Katsouranis e Micolli, numa clara crítica à política seguida pelo dirigente encarnado
in JN, 12/05/2008

Quem foi ao estádio, ou quem viu a transmissão televisiva na SportTv, pôde verificar o grande descontentamento de um determinado sector do estádio e ouvir insultos como, por exemplo, “Vieira, cabrão, pede a demissão!”

Para que a mensagem passasse de forma clara, houve cerca de 15 minutos de silêncio, quebrados com alguns cânticos de apoio à equipa e, finalmente, os insultos a Luis Filipe Vieira.

Apesar de não ser habitual o presidente de um clube ser insultado pelos próprios adeptos, e menos ainda no seu estádio em dia de uma pseudo-festa, toda a comunicação social optou por ignorar este episódio. Com a honrosa excepção do Jornal de Notícias, os jornalistas dos restantes órgãos de comunicação social fizeram de conta que não viram e não ouviram.

Em parte devido a interesses comerciais, em parte por medo (não vá acontecer-lhes o mesmo que ao Rui Santos após o ‘Tempo Extra’), a subserviência dos jornalistas e dos patrões dos media em relação a Vieira que, entre outras coisas, se traduz nesta espécie de omertà, faz lembrar outros tempos e outras paragens.

Eu não quero acreditar, mas há quem diga que existe uma máfia encarnada, que tem muitos tentáculos e é cada vez mais poderosa. Será?

Omertà: Palavra de etimologia Italiana, que significa "conspiração". Pode ser entendido como um "voto de silêncio" entre mafiosos.

4 comentários:

Nelson Carvalho disse...

Parece que as ameaças e intimidações que o Sr. Luis Filipe Vieira foi fazendo ao longo dos anos a varios orgãos de comunicação social, começam a surtir efeito no escamotear este tipo de situações.

Quem não se lembra dele entrar nos estudios da SIC a meio do programa "Dia seguinte" para fazer um discurso ridiculo. Ou quem não se recorda da invasão à redacção do 24 Horas, após este jornal ter feito manchete de que Vieira iria ser constituido arguido no caso Mantorras.

Isto sem falar ate onde vão as ligações deste Sr. nos meios politicos e Judiciais.

Zé Luís disse...

Não ouvi, não vi o jogo e só li o JN. Há coisas espantosas na autocensura deste país. E, por fim, é o próprio gangster que faz "esperas" nos aeroportos e invade estúdios de televisão e redacções de jornais, a dizer cobras e lagartos dos jornaleiros.
Só são pena as que caem no chão...

Anónimo disse...

Portugal não é um país livre, na medida em que há muita gente que não se sente suficientemente livre para abordar determinados assuntos, e não só no futebol - vide a lufada de ar fresco chamada Bob Geldof.

Mas também não é livre na medida em que há quem prefira não usar da sua liberdade e a subjugue a interesses próprios, como o clubismo.

Mário Faria disse...

O maestro abandonou e levou consigo a batuta. O António Vitorino de Almeida anda chateado, porque o maestro é ele. Afinal, o Rui Costa não foi capaz de dar música. Não consegui chorar no adeus. Oh… maldita ingratidão !
LVF quando julgava que tinha assinado as suas obras primas com o Apito Dourado e o Apito Final, que pensou só por si mereceriam a total reverência dos benfiquistas, vê-se contestado. E logo pelos que fizeram fila para comprar o livro e ver o filme que ele e os amigos criaram. Edições e lotações esgotadas. Oh… maldita ingratidão !
A ganância no SLB cega-os : sonham alto, fazem jogo baixo, não sabem perder e julgam-se uma raça superior. Ficar a mais de 20 pontos é demasiado : não há sistema que o justifique. Como passar a ideia de superioridade ? O maior clube do mundo a 20 pontos do campeão e em 4º lugar. Oh…. maldita ingratidão !
Este SLB é uma farsa que alguns intelectuais, feitos jornalistas, ou vice-versa, tentam camuflar a todo o custo. Não sabem ganhar no terreno do jogo. É mais difícil, dá trabalho e estão desabituados. É muito mais fácil contar loas, atirar poeira para os olhos e dizer que o outro “ o que ganha “ é um malandro. Não custa nada, pois não ? Tanto trabalho, tanta canseira, tanto dossier. Oh… maldita ingratidão