sábado, 3 de maio de 2008

Outra Visão

A entrevista dada por PdC à revista Visão (por coincidência pertença do mesmo grupo do Expresso que tão criticado foi nos últimos tempos) teve como é normal nas entrevistas dadas por PdC um coro de elogios (na vertente dos adeptos do FCP).

(antes de continuar é melhor recordar aqui qual foi a minha posição sobre as últimas eleições no FCP e sobre o PdC dos últimos anos)

Mas continuando na entrevista dada à Visão, não consigo deixar de fugir à unanimidade que tenho lido e verificar uma série de incrongruências (que dão jeito a PdC para o momento actual, mas que são aquilo que o enfraqueceu aos meus olhos):


"Sporting e Benfica são iguais para si? Distingo completamente. Com pessoas do Sporting sou capaz de conversar". Querem ver que o grande amigo Fernando Martins agora é do Sporting?

A razão para as relações estarem cordiais com Joaquim Oliveira: "Ele não interfere na linha ediorial", não é exactamente o mesmo que Domingos Matos dizer: "É por essas e por outras que não leio o Record. Mas isso não é nada comigo"?


Caro Presidente denuncie, chegue-se à frente, não faça aquilo que eu sempre detestei nos outros em relação a si (deixar suspeições no ar):

"Se certos papagaios que aí andam fossem escutados e fosse vigiada a forma como se fazem algumas contratações..."

"No meu caso irei até às últimas instâncias internacionais. Se calhar, terei oportunidade de revelar muitas coisas."

Não deixemos que o Octávio faça escola.

"Já falou de intromissões na vida privada. Mas houve uma fase em que as permitiu...

Fui arrastado involuntariamente para isso. Quando vi que as coisas ultrapassaram a medida, disse como o outro, há dias: «Basta!». (...) Mas nunca viu a minha mulher aparecer em reportagens só para se exibir"

Importa-se de repetir?


"MST e RM, sócios do FC Porto, consideram que deveria pedir desculpa por deixar a sua vida privada interferisse na imagem do clube...

Se a imagem do clube tivesse sido prejudicada, teria efeito na adesão das pessoas. Mas ainda, recentemente, em Setúbal, vi a forma terna e carinhosa como se dirigiram à minha mulher e quiseram que ela fosse a madrinha da casa do FC Porto
"

Se é verdade que as desculpas não se pedem, evitam-se, não lhe ficava nada mal reconhecer que quando foi "Mais do que ingénuo, fui estúpido", as repercussões disso não se ficaram pela esfera privada.


Depois de ler "Se convido pessoas para a direcção, tenho de aceitar que as decisões são da maioria do plenário" preocupou-me que à pergunta sobre as consequências dos processo na liga, a resposta fosse na 1ª pessoa do singular: "No meu caso irei até às última instâncias internacionais"


Mas como nem tudo é criticável, e se nos últimos anos discordei um bocado da visão do FCP que PdC tem seguido e por isso de algumas afirmações da entrevista, é bom verificar que continuo a 100% ao lado de PdC na defesa do Porto, do Norte e do País. Mas como neste blog o nosso partido é o FC Porto, isto fica para outras paragens.

2 comentários:

José Correia disse...

Percebo a indignação do João Saraiva com algumas afirmações do PdC e estou mesmo de acordo com alguns dos reparos.

Contudo, tal como nunca tive dúvidas que o Pinto da Costa fosse um santo, também já não fico admirado com as incoerências que trespassam de algumas das suas afirmações.

Olho para o Pinto da Costa e avalio o seu desempenho como um todo, com algumas coisas más e muitas coisas boas.

De resto, estou 100% de acordo com a frase com que o João Saraiva termina o seu artigo:
«se nos últimos anos discordei um bocado da visão do FCP que PdC tem seguido e por isso de algumas afirmações da entrevista, é bom verifcar que continuo a 100% ao lado de PdC na defesa do Porto, do Norte e do País».

Mário Faria disse...

Atravessar os corredores e conviver nas salas do poder, nem sempre é tarefa fácil. Que o diga Clinton.
Os dirigentes desportivos são permanentemente escrutinados, e nem sempre se sabem resguardar.
Conviver com o triunfo tantos anos, sem oposição interna e demasiados inimigos externos, fechou-nos um pouco e retirou-nos capacidade crítica, pois a defesa intransigente do FCP quase sempre teve de passar pela defesa sem tibiezas a PdC.
Como já tive oportunidade de escrever, apesar de todas as intrigas e perseguições, raramente PdC esteve tão em alta, como hoje.