Há muitas formas de analisar a composição de um plantel, estatisticamente falando: nacionalidades, jogadores formados na casa/fora, senioridade no plantel (i.e. número de anos no plantel A do FCP), internacionalizações, etc.
Uma delas diz respeito ao eterno dilema da juventude vs. experiência – isto é, uma análise da idade média dos jogadores. Há quem prefira jovens porque estes têm a possibilidade de se valorizar (proporcionando grandes vendas), e há quem prefira jogadores “maduros” já que a experiência tem vários benefícios, começando pela Liga dos Campeões onde pequenos pormenores relacionados com a “matreirice” podem fazer toda a diferença.
Pessoalmente acho que há lugar para todos: a estratégia de financiar um défice corrente crónico com mais-valias (estratégia com a qual concordo, embora me pareça que o tal défice corrente deveria ser mais baixo de forma a evitarmos volatilidades do mercado e convulsões cíclicas do plantel) obriga a que tenhamos forçosamente que ter alguns jovens que possam brilhar levando a um encaixe significativo em vendas.
Ao mesmo tempo penso que temos certamente lugar para a experiência, seja através de jogadores da casa que “vão ficando”, seja através da contratação de jogadores “maduros” (i.e. entre 25 e 30 anos) – temos recentemente um Farías, mas também temos casos históricos emblemáticos (como um P Emanuel, Costinha ou Alenitchev).
Penso mesmo que há lugar para contratações muito esporádicas e oportunistas de jogadores com 30 ou mais anos, caso haja uma convergência de factores que as tornem interessantes – como foi por ex o caso do Nuno Espírito Santo.
Dito tudo isto, haverá uma idade média ideal?
Volta e meia vejo na imprensa artigos que tocam neste ponto. Diz-se que a idade de máximo rendimento para um jogador (em média, claro) se situa na recta final da “casa dos 20”: 28, 29 anos. Nessa idade a experiência já é imensa, mas o declínio das capacidades físicas ainda só está no início (o pico de forma situa-se nos 27 anos, alegadamente).
Mas isso é para o caso de um jogador, individualmente. E para o plantel? Concerteza que é impossível ter apenas jogadores com 28 anos (no limite seria preciso mudar o plantel todos os anos, já que os jogadores envelhecem 1 ano todos os anos como os comuns dos mortais).
Uma delas diz respeito ao eterno dilema da juventude vs. experiência – isto é, uma análise da idade média dos jogadores. Há quem prefira jovens porque estes têm a possibilidade de se valorizar (proporcionando grandes vendas), e há quem prefira jogadores “maduros” já que a experiência tem vários benefícios, começando pela Liga dos Campeões onde pequenos pormenores relacionados com a “matreirice” podem fazer toda a diferença.
Pessoalmente acho que há lugar para todos: a estratégia de financiar um défice corrente crónico com mais-valias (estratégia com a qual concordo, embora me pareça que o tal défice corrente deveria ser mais baixo de forma a evitarmos volatilidades do mercado e convulsões cíclicas do plantel) obriga a que tenhamos forçosamente que ter alguns jovens que possam brilhar levando a um encaixe significativo em vendas.
Ao mesmo tempo penso que temos certamente lugar para a experiência, seja através de jogadores da casa que “vão ficando”, seja através da contratação de jogadores “maduros” (i.e. entre 25 e 30 anos) – temos recentemente um Farías, mas também temos casos históricos emblemáticos (como um P Emanuel, Costinha ou Alenitchev).
Penso mesmo que há lugar para contratações muito esporádicas e oportunistas de jogadores com 30 ou mais anos, caso haja uma convergência de factores que as tornem interessantes – como foi por ex o caso do Nuno Espírito Santo.
Dito tudo isto, haverá uma idade média ideal?
Volta e meia vejo na imprensa artigos que tocam neste ponto. Diz-se que a idade de máximo rendimento para um jogador (em média, claro) se situa na recta final da “casa dos 20”: 28, 29 anos. Nessa idade a experiência já é imensa, mas o declínio das capacidades físicas ainda só está no início (o pico de forma situa-se nos 27 anos, alegadamente).
Mas isso é para o caso de um jogador, individualmente. E para o plantel? Concerteza que é impossível ter apenas jogadores com 28 anos (no limite seria preciso mudar o plantel todos os anos, já que os jogadores envelhecem 1 ano todos os anos como os comuns dos mortais).
Não tenho conhecimento de nenhuma equipa campeã (nas grandes competições) que tenha tido uma média de idades inferior a 27 anos entre os jogadores mais utilizados. Por curiosidade, calculei agora 1) a idade média do plantel e 2) a idade média do 11 titular para o Manchester Utd (campeão europeu em 07/08) e para a selecção de Espanha campeã europeia, tal como para os plantéis do FCP nas últimas épocas (incluindo a que agora se inicia).
O que se vê é que coincidentemente tanto a selecção espanhola como a equipa-tipo do Man Utd tinham exactamente a mesma média, nomeadamente de 27,5 anos. E o FCP?
O FCP campeão europeu tinha uma média de 28 anos na equipa-tipo, ou seja, era uma equipa “madura”. A média de todo o plantel (26,5 anos) foi também a mais elevada dos últimos 6 anos. Nas duas épocas seguintes a média caiu a pique batendo no fundo em 05/06, com uma média dos jogadores mais utilizados de 24,5 anos. Entretanto recuperou-se a média para os 26,5 na época passada, perspectivando-se que seja a mesma na época que agora se inicie, arredondamentos àparte (*).
Há certamente imensos factores que afectam o rendimento de uma equipa, e a idade certamente não é dos mais importantes (até porque há “experiência” e “experiência” – por exemplo, uma coisa é um ano a jogar na Liga dos Campeões, outra é a jogar na 2ª divisão japonesa).
Mas com tanta coincidência (olhando só para o FCP, é curioso que fomos campeões europeus com uma equipa muito madura e que fomos eliminados ingloriamente por um Artmedia quando tínhamos a equipa mais jovem dos últimos 10 anos; mas a melhor amostra até é a das equipas vencedoras das grandes competições, tanto recentes como históricas) penso que é um factor que eventualmente terá a sua importância.
Penso que haverá limites inferiores e superiores que se deve evitar ultrapassar tanto quanto possível: não inferior a 26 anos (nesse caso estaríamos em muitos casos apenas a servir de “barrigas de aluguer” para outros clubes tirarem depois o rendimento desportivo dos jogadores) e não superior a uns 29 anos (nessas condições não teríamos muitos jogadores para vender).
(*) Parti do princípio que a equipa-tipo será Hélton, Sapunaru, B Alves, P Emanuel, Fucile, Guarín, Meireles, Lucho, Rodriguez, Lisandro e Quaresma. Uma eventual saída de Quaresma terá uma influência muito pequena na média da equipa.
2 comentários:
Não é certamente coincidência a relação existente entre a média de idades de um plantel e os seus feitos desportivos, sabendo que há muitos outros factores que têm uma influência ou ponderação mais decisiva para os sucessos alcançados (como por exemplo o talento dos jogadores que compõem o plantel, os anos de experiência em competições internacionais, a competitividade do campeonato interno, a solidariedade e união da equipa, etc.).
De qualquer forma acredito que na composição de um plantel poderá haver um mix optimizado de juventude e experiência que potencie os resultados desportivos.
Seria interessante incluir nesta análise o AC Milan, campeão europeu há 2 anos, que provavelmente terá a média de idades mais avançada das equipas que venceram a Liga dos Campeões, com jogadores a "roçar" os 40 como Maldini, Costacurta e Cafú. Aqui também entra um factor importante que pode aumentar as performances da equipa: a qualidade do research do "laboratório humano" de Milanello (aka Milan Lab).
Interessante análise do Zé Rodrigues.
«O FCP campeão europeu tinha uma média de 28 anos na equipa-tipo, ou seja, era uma equipa “madura”.»
Sem ter feito contas, parece-me que o onze da final de Viena (Mly, João Pinto, Celso, Ed. Luis, Inácio, André, Quim, Jaime Magalhães, Sousa, Futre, Madjer) era uma equipa com uma média de idades parecida.
E a equipa do ano seguinte, treinada por Tomislav Ivic e que ganhou tudo (excepto a TCE), era uma equipa ainda mais velha.
Empiricamente, há uma conclusão que eu acho que podemos tirar: há bastantes equipas de sucesso com médias de idades elevadas, mas são raras as equipas com médias de idade baixas (menor que 25) que têm sucesso (o Ajax é capaz de ser uma excepção).
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