quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Sobe, sobe, Porto, sobe
Num estádio tradicionalmente muito difícil para o FC Porto, com tendência para sofrer golos estranhos (Baía no ano de Adriaanse ou Helton no ano transacto), o receio de reviver más experiências passadas voltou a pairar sobre as hostes portistas. Um jogo que penou demasiado tempo na indefinição e mais um golo surreal sofrido, causaram tensão. Felizmente hoje houve um final feliz.
Curiosamente, e ao contrário das ultimas partidas, o FC Porto entrou bastante forte no encontro, pressionando o E. Amadora quase para cima da sua área, criando logo nos primeiros momentos um par de situações perigosas. Não foi de estranhar que à passagem dos 10 minutos os azuis e brancos já estavam em vantagem, na sequência de um cabeceamento certeiro de Lisandro, que no minuto anterior já havia marcado, mas de pronto o arbitro invalidou indevidamente o lance por falta do avançado Argentino.
Apesar do golo, equipa manteve uma tracção mais ofensiva e pró-activa do que lhe é costume ver, continuando a desperdiçar ocasiões para facturar à mesma velocidade que as criava (Rodriguez por 2 vezes). A grande mobilidade dos 3 homens da frente causava estragos na defensiva do Estrela, que só se conseguiu soltar um pouco das amarras com entrada de N´Diaye.
Foi precisamente nesse período que os da Reboleira chegaram ao empate, num golo que tem tanto de estranho como de ridículo. Fucile alivia para o pé de Vitor Moreno com a bola a sobrevoar caprichosamente Helton caindo dentro da baliza.
Os portistas acusaram o golo um pouco contra a corrente do jogo, mas voltaram a assumir as rédeas do encontro. De forma mais intermitente, é certo, a equipa foi procurando a espaços atingir o alvo, sempre com Hulk e Lisandro a dinamizar as investidas do FC Porto. O golo anunciava-se, mas antes disso Paulo Baptista assumia novamente o protagonismo ao não assinalar uma clara penalidade de H. Carreira. O 1-2 chegou ao cair do pano do 1º tempo, com a cabeça de Rodriguez.
Para a 2ª parte o FC Porto parecia querer dispor-se numa toada mais expectante, controlando ao largo as movimentações do adversário. Porem haveria de vacilar uma vez mais nas bolas paradas defensivas. Vidigal, antecipando-se a Fucile, fez o empate, mergulhando o jogo numa indefinição.
Nada como ter um Super-Herói na equipa para resolver casos bicudos. Eis que Hulk, poucos minutos depois, faz aquilo só ele sabe, pega na bola e vira o jogo do avesso. Com um remate potente, colocado e cheio de intencionalidade, atira o Estrela definitivamente as cordas e embala o Dragão para a vitória.
Mais do que dominar, o FC Porto conseguiu finalmente controlar a partida, geri-la sem sobressaltos de maior. A confirmação do triunfo chegaria pouco mais adiante, num livre bem batido Rodriguez.
Positivo: Os inúmeros e fantásticos desarmes de Fernando
Negativo: As inúmeras e incríveis perdas de bola de Fernando
Fotos: fcporto.pt e Lusa
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10 comentários:
Vencemos brilhantemente na Reboleira. Destaco os seguintes jogadores:
Rodriguez - Como em todos os jogos, só faltou comer a "relba". Desta vez bisou. Já vai longe o "bidão de ouro" português (talvez o Aimar queira ficar com ele);
Hulk - Que golo! Só custa 10 milhões!? Está barato. A claúsula de rescisão de 40 milhões de euros é capaz de ser um pouco baixa;
Licha - Sempre a somar. Para quem dizia que o homem só queria dinheiro, aqui está a resposta;
Fucile - Garra e qualidade do princípio ao fim do jogo. A infelicidade no primeiro golo do Amadora não o influenciou. Para quando outro como ele, na esquerda?
Fernando - Enorme. Para mim a principal diferença entre o FCPorto das 3 derrotas seguidas e o FCPorto das 9 vitórias consecutivas. Melhorando o lançamento do contra-ataque, ficará num patamar superior ao de um Paulo Assunção dos melhores momentos.
No domingo há jogo no Dragão contra o Marítimo. Se vencermos, chegaremos a segunda-feira em primeiro lugar, já que o jogo do Benfica contra o Nacional será nesse dia, às 19.45h.
Será que o Benfica aguentará a pressão? Ou será que na próxima segunda-feira, pelas 22.00h, o FCPorto manterá o primeiro lugar?
Com a devida autorização do reflexã portista, aceitam-se prognósticos em
flamadraculae.blogspot.com
Aos 20 minutos da primeira parte o jogo já deveria estar resolvido com 3-0. Depois veio mais um golo surreal do Estrela, coisas que só nos acontecem na Amadora. A seguir ao intervalo mais uma falha de marcação na já clássica defesa de bolas paradas à zona e ficamos empatados novamente. 2-2 e parecia que iríamos ter meia hora para desesperadamente tentar chegar à vitória. O que vale é que este ano temos um Super-Herói que não gosta de empatar e luta sempre pela vitória. Um grande golo do Hulk, um golo de antologia, daqueles que pode ficar nos resumos dos golos do ano da Eurosport.
HULK ESMAGA!
Depois dos fantásticos golos que marcou contra o Belenenses e contra o Sporting (para a Taça), o super-herói brindou-nos com um golo do outro Mundo.
O incrível Hulk!
Tal como já tinha acontecido contra o Arsenal, na minha opinião o Cristian Rodriguez voltou a ser o melhor em campo.
Os dois golos foram, apenas, o corolário de um grande jogo deste uruguaio que, finalmente, começa a mostrar/justificar o esforço financeiro que a SAD fez para o contratar.
Só foi pena a falta de tracção na 1ª parte, que o fez "derrapar" em várias arrancadas.
Discordo do meu amigo Nelson Carvalho relativamente à apreciação negativa que fez ao Fernando.
Na minha opinião, o Fernando fez o melhor jogo desde que está no FC Porto.
A defender esteve imperial (conforme o Nelson destacou) e a atacar, apesar de alguns passes falhados (se não arriscasse tanto não falhava), mostra uma amplitude que me leva a pensar que temos ali um jogador que poderá atingir patamares superiores ao do Paulo Assunção.
Ao Fernando falta claramente rotina de jogo ao mais alto nível (um ano no Estrela não pode ser considerado como tal), quando tiver essa estaleca vai ser tão bom ou ainda melhor do que o Assunção.
Do que eu não gostei ontem foi da exibição de Fucile, que revelou negligência em vários lances.
O 1º golo do E. Amadora é um azar dos Távoras, mas pareceu-me que Fucile podia ter cortado a bola de outra maneira.
O 2º golo do E. Amadora é, claramente, uma falha de marcação de Fucile, que ficou a ver o Vidigal cabecear a bola à vontade para a baliza do FC Porto.
E há, ainda, um penalty claro cometido pelo Fucile, que os árbitros não viram.
Há ainda um aspecto que eu não vi referido.
Porque razão a realização do jogo, não repetiu a jogada completa do golo anulado ao Lisandro?
Alguém percebeu a razão de o árbitro ter anulado aquele que seria o 1º golo do FC Porto?
E, já agora, a falta sobre o Raul Meireles foi dentro ou fora da área?
Porque razão o realizador não repetiu a jogada através de uma câmara onde esse "pormenor" ficasse claro?
José Correia disse: «Na minha opinião, o Fernando fez o melhor jogo desde que está no FC Porto.
A defender esteve imperial (conforme o Nelson destacou) e a atacar, apesar de alguns passes falhados (se não arriscasse tanto não falhava), mostra uma amplitude que me leva a pensar que temos ali um jogador que poderá atingir patamares superiores ao do Paulo Assunção.»
O Fernando foi absolutamente fantástico na quantidade e na qualidade de bolas que recuperou, sempre sem recorrer à falta, o que é notavel.
Porem entregou demasiadas vezes a bola ao adversário. Algumas ate recuperou, outras, com um adversário de marior valia pela frente podia ser um problema sério para a nossa defesa (vide passe lateral de Fernando para Anselmo, logo no inicio do encontro, que o deixou em boa posição para iniciar um contra ataque perigoso).
Quero no entanto deixar vincado que o considero o nosso melhor trinco do plantel, e com um potêncial de evolução tremendo.
Rodriguez é hoje um dos alvos preferidos dos adeptos do Benfica. Percebe-se.
Depois da troca de Verão, milhares de pessoas gostariam de o ver falhar no Dragão.
Mas não é isso que está a suceder.
Vamos aos números.
Na época passada, Rodriguez marcou seis golos em 24 jogos, média de 0.25 por partida. Foi o 29º futebolista da Liga com melhor registo goleador e o 60º que menos tempo precisou para atirar à baliza.
Esta época, Rodriguez fez três golos em onze partidas (jogou sempre), o que lhe garante a média de 0.27 por jogo. Ou seja, um valor semelhante ao da época passada. É o 27º com melhor registo goleador e o 33º que menos tempo necessita para comemorar.
Os números por vezes tornam-se aborrecidos e não explicam tudo. Mas também não convém ignorá-los.
Na época passada, com estes valores, Rodriguez foi considerado o melhor reforço de uma equipa portuguesa. No caso o Benfica, que foi quarto. Agora, com valores semelhantes, há quem defenda que está a ser uma aposta perdida do F.C. Porto.
Por mim, mantenho a ideia da pré-temporada: é candidato a figura do campeonato.
Luis Sobral, 18/12/2008
in Maisfutebol
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