O FCP apresentou os miúdos reforçados com o Rabiola. O Leixões jogou quase com a sua equipa principal: não estiveram Laranjeiro, Bruno China e Diogo Valente. De resto, esteve presente a maioria que nos derrotou no Dragão, e o Braga que foi um espécie de carrasco nesse jogo de má memória, jogou toda a 2ª parte.
Entrámos muito bem no jogo, criámos algumas situações bastante perigosas e trocámos bem a bola. Os miúdos na frente movimentavam-se a preceito e Josué – o criativo do meio campo – apoiava e comandava as operações. O Leixões jogou com baixa intensidade e só nas bolas paradas criou perigo, por duas vezes. Mais poderoso física e atleticamente, não foi capaz de vergar a rapaziada do FCP que não se intimidava: pressionava, metia o pé, dominava, embora de forma menos marcante à medida que o tempo decorria.
Resultante desse melhor posicionamento e maior empenhamento, Rabiola fez o primeiro golo depois de um atraso estouvado de um homem do Leixões, que o nosso jovem avançado interceptou. Depois, foi "só" dominar a bola, passar o guarda-redes e, já um pouco descaído para a direita, atirar para o fundo da baliza de forma (aparentemente) fácil. Um golo à ponta de lança.
Fomos para o descanso com uma vantagem de um golo, merecida, porque fomos melhores. As nossas oportunidades saíram de jogadas bem desenhadas, enquanto o Leixões que também as teve foi sempre através do jogo aéreo e tirando partido do seu maior poder de choque.
A 2ª. parte foi bastante diferente. O Leixões fez entrar Braga e Rodrigo, adiantou as linhas e obrigou o FCP a jogar com tracção atrás. Perdemos a iniciativa que tínhamos tido na 1ª. parte e não nos deram tanto espaço para circular a bola. O Josué e o restante meio campo passou a ser mais de contenção e de bloqueio. O jogo do FCP era menos fluente e Rabiola ficou quase com todas as acções ofensivas a seu cargo. Trabalhou imenso, obrigou a defesa adversária a fazer muitas faltas, ganhou bolas para tabelar com os colegas e criar algum frisson na defesa de Leixões, que jogou demasiado na intimidação.
Num dos muito livres ganhos, Rabiola aproveitou a oportunidade para marcar o 2-0, de forma espectacular, aí a uns 25 metros da baliza. A bola torneou (quase a roçar) a larga barreira, como se a trajectória fosse desenhada a régua e esquadro, serviu-se do poste direito para entrar que nem um foguete na baliza, só parando para beijar as malhas daquele jeito que torna o lance ainda mais bonito.
Se até aí tínhamos atacado pouco e a bola estava mais nos homens do Leixões, a partir daí mais nos entrincheirámos no nosso meio campo, aproveitando todas as oportunidades para breves escapadelas junto da área adversária , e dessa forma gerir melhor o tempo. O Leixões acabou por marcar o seu golo de honra, na transformação dum livre, como não podia deixar de ser: bola cruzada, cansaço do nosso defesa central que falhou no tempo de salto e de corte (um nigeriano (?) longilíneo que é excelente no jogo aéreo) e defesa incompleta do nosso guarda redes que poderia ter feito bem melhor no lance.
Pouco depois acabou o jogo, com uma vitória justa do FCP, de duas caras: a que soube jogar e a que soube sofrer.
Notas positivas: Rabiola e o tal defesa central nigeriano (?) muito bem, secundados por Xula, Josué, mormente na 1ª. parte. Ruca, o guarda redes, esteve bem, excepto no lance do golo.
A entrada foi livre e o público encheu a bancada central do Estádio da Maia. O comando técnico da equipa esteve entregue ao treinador holandês, embora o Rui Barros estivesse no banco. No Leixões esteve o seu treinador principal, José Mota.
Talvez haja motivos que desconheço, mas não entendo porque jogadores como Nuno, Stepanov, Farías, Tarik, Madrid ou Tomás Costa não “puderam” jogar.
Finalmente, não conheço a maioria dos jogadores do FCP que jogaram e alguns nomes foram ditados por companheiros antigos nestas andanças e que revi ontem.
Gostei muito da atitude da equipa.
9 comentários:
De acordo com o site oficial (www.fcporto.pt), o FC Porto alinhou com:
Ruca; Ivo Pinto, Rafhael, Abdoulaye e Massari; Lucas, Josué e Ramon; Diogo Viana, Rabiola e Chula
Substituições: Ramon por Bosingwa (85m) e Diogo Viana por Vítor (92m)
Não utilizados: Maia; Roberto, Jaroslav, Jakubov e Miguel Galeão
Treinador: Rui Barros
Destes, só conheço o Rabiola, o Diogo Viana e o Josué (jogou uns minutos em Alvalade, nas meias-finais da Taça da Liga).
Quanto ao Leixões, e ainda de acordo com o site oficial, alinhou com muita gente conhecida da equipa principal:
Berger; Vasco Fernandes, Sandro, Elvis e Angulo; Ruben, Bruno China e Hugo Morais; Jean Sony, Chumbinho e Zé Manel
Substituições: Zé Manel por Rodrigo Silva (46m), Ruben por Braga (46m), Vasco Fernandes por Roberto Sousa (54m), Chumbinho por Castanheira (61m) e Bruno China por Brandon (74m)
Treinador: José Mota
Para além do Rabiola, que já faz parte do plantel, quem mais justificaria fazer parte do plantel principal na próxima época?
O tal central nigeriano de que o Mário fala (Abdoulaye?) poderá, dentro de um ou dois anos, ser uma opção válida, tendo em vista as anunciadas saídas de Pedro Emanuel e de Bruno Alves?
E Josué, podera vir a ser uma alternativa quando o Lucho deixar o FC Porto?
"... mas não entendo porque jogadores como Nuno, Stepanov, Farías, Tarik, Madrid ou Tomás Costa não “puderam” jogar..."
Essa é uma questão que me intriga! Os júniores estão em competição disputando o seu campeonato e ainda vão fazendo uma perninha na Intercalar enquanto os jogadores seniores referidos se limitam a treinar.... Afinal para que foi criada a "Intercalar"? Não foi para "rodar" os jogadores do plantel principal menos utilizados em competição??? Que se passa?
Então, se a bola descreveu uma trajectória curva, como foi desenhada a regra e esquadro? Tava torto este? ;)
Folgo em saber da capacidade da rapaziada.
Só uma pequena correcção: o Abdoulaye não é Nigeriano, mas sim Senegalês.
Realmente não se entende a não utilização neste jogo de jogadores como Stepanov, Farías, Tarik ou Madrid. Em anteriores jogos da Liga Intercalar já jogaram.
Gosto muito do Josué, tem um estilo que faz lembrar o Deco.
Na primeira fase da Intercalar o Rabiola e o Diogo Viana já se tinham revelado as estrelas da companhia. Espero que para o ano possam fazer parte da equipa principal do FC Porto com alguma regularidade.
Este guarda-redes (Ruca) ainda é juvenil e de vez em quando tem algumas falhas, o que se compreende perfeitamente.
.
régua, esquadro e compasso :)
Para além da passagem às 1/2 finais (edição norte), que é nota de registo, mais importante ainda será constatar que neste onze que derrubou os de Matosinhos, constava apenas um (!) único jogador do plantel principal, e mesmo esse, está numa fase de aprendizagem e mais não tem feito do que número nos treinos e pouco mais do que isso.
Depois, ver que do outro lado, estava um adversário quase, quase na máxima força... e o quase é só porque o GR Beto não estava no onze.
Estes "putos" tão em grande, essa é que é essa... nem a brincar, perdem o (doce) hábito da Bitória que faz parte dos genes Portistas, carago!!
Ahhh, e o meritório deste trajecto é do Patrick Gerveraars e não do Rui Barros, que tendo a sua cota parte, que acredito o tenho, mais não faz para além de estar sentado no banco nos dias de jogo da Intercalar. O seu, a seu dono!!!
Grande vitória dos nosso jovens. Espero que nas meias-finais possa estar mais adeptos portistas.
O http://www.guardiaodainvicta.blogspot.com/ deu inicio a uma petição para o regresso de Deco:
http://www.ipetitions.com/petition/regressodecofcporto/
Cumprimentos
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