terça-feira, 17 de março de 2009

Fernando Gomes em entrevista ao JN


O JN publicou hoje uma entrevista de Fernando Gomes, 57 anos, administrador da FCP SAD há nove anos, responsável pelo pelouro financeiro. Seleccionei algumas frases que me pareceram mais relevantes e que reproduzo a seguir.


Sobre a qualificação para os quartos-de-final da Liga dos Campeões:
«(...) este apuramento tem um enorme valor desportivo. (...) O valor de uma equipa que não vai à Champions, que fica na primeira fase ou de uma que é afastada da Taça UEFA é completamente diferente do de uma equipa que atinge os "quartos" ou as meias-finais de uma competição europeia de elite como a Champions League. A passagem tem um valor intrínseco muito elevado do ponto de vista da valorização dos activos da SAD

Sobre Cunha Leal (ex-Director executivo da Liga de Clubes):
«(...) foi responsável por dois grandes escândalos do futebol português - a inscrição de Ricardo Rocha pelo Benfica e a permissão da realização do jogo Estoril-Benfica no Algarve»

Sobre a equipa de futebol:
«(...) hoje podemos dizer, passados nove meses da época se ter iniciado, que estamos praticamente em todas as frentes: nos "quartos" da Champions, no primeiro lugar da Liga e nas meias-finais da Taça de Portugal. Estamos satisfeitos

Sobre o processo Apito Dourado:
«Tudo o que foi dito neste processo tem impacto negativo sobre a sociedade. Não posso esconder que afectou a credibilidade, mas o que temos feito tem atenuado isso.»

Sobre Pinto da Costa:
«Ele é um factor de coesão e de agregação


Sobre o capital da SAD e o artigo 35:
«O facto de, pontualmente, a sociedade ter um capital inferior a 50% pode não ser o factor decisivo, pois nas sociedades anónimas desportivas não são permitidas as valorizações dos activos, existindo uma reserva oculta ao nível do plantel que não sendo expressa contabilistamente, poderá criar uma distorção em relação ao valor intrínseco da sociedade.»

Sobre o endividamento do grupo FC Porto:
«No grupo do F. C. Porto, não só a SAD, estamos relativamente confortáveis. Temos um endividamento elevado, da ordem dos 90 milhões de euros, a EuroAntas tem um endividamento de 30 milhões de euros no âmbito da construção do estádio, o F. C. Porto clube tem um endividamento sem expressão.»


Sobre a estratégia da SAD para o futebol:
«Com a liderança de Pinto da Costa, a sociedade assumiu a filosofia de estar neste negócio com alguma dose de risco, para criar equipas competitivas, eventualmente com custos maiores do que outras, para estar a um nível elevado nos mercados nacional e europeu. Isto é impossível de conseguir com custos reduzidos, sabendo que estar sempre na alta roda do futebol europeu vai permitir gerar as mais-valias para colmatar os défices de exploração.
(...) através da montra que é a Champions, poderíamos valorizar os jogadores com mais-valia e reequilibrar as contas. Mas temos consciência de que as condições de mercado se alteraram de forma significativa. Alguns passos já foram dados, com a aposta no projecto Visão 611, para criar condições internas para desenvolver uma política de formação que nos últimos anos tem andado arredada do F. C. Porto e de fazer uma maior procura de valores portugueses e jovens, para reforçar a capacidade competitiva da equipa com um eventual menor custo.»

Nota: A selecção das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

4 comentários:

Mefistófeles disse...

«No grupo do F. C. Porto, não só a SAD, estamos relativamente confortáveis. Temos um endividamento elevado, da ordem dos 90 milhões de euros, a EuroAntas tem um endividamento de 30 milhões de euros no âmbito da construção do estádio, o F. C. Porto clube tem um endividamento sem expressão.»

"Com a liderança de Pinto da Costa, a sociedade assumiu a filosofia de estar neste negócio com alguma dose de risco, para criar equipas competitivas, eventualmente com custos maiores do que outras, para estar a um nível elevado nos mercados nacional e europeu. Isto é impossível de conseguir com custos reduzidos, sabendo que estar sempre na alta roda do futebol europeu vai permitir gerar as mais-valias para colmatar os défices de exploração."

Expliquem-me, como se eu fosse muito burro...

Manuel Guedes disse...

Mefistófeles o Fernando Gomes não disse nenhuma novidade em relação ao que já tínhamos debatido aqui em relação ao último R&C. O que não entendeste?

Paulo Marques disse...

Uma coisa é risco, outra coisa é deter jogadores suficientes para preencher metade da tabela de classificação...

Mefistófeles disse...

Aristodemos, é justamente por isso que não entendo. Não seria suposto ouvirmos algo de novo e verdadeiramente esclarecedor sobre o facto de estarmos " relativamente confortáveis" ?

Porque eu não me sinto lá muito confortável.