domingo, 1 de março de 2009

"Pode ser o João..."

Para quem já não se lembra (até porque este foi um caso curioso de silenciamento controlado da comunicação social) esta foi a expressão utilizada por Luís Filipe Vieira depois de ter recusado 4 árbitros internacionais então sugeridos por Valentim Loureiro para apitar o jogo das meias-finais da Taça de Portugal de 2003/2004 contra o Belenenses, jogo cujo clube de Vieira acabou por vencer.

A conversa entre Vieira e Valentim Loureiro que faz parte das escutas, algures em Março de 2004, é a seguinte:

Luís Filipe Vieira (LFV) - Eu não quero entrar mais em esquemas nem falar muito...(...)
Valentim Loureiro (VL) - Eu penso que ou o Lucílio... o António Costa, esse Costa não lhe dá... não lhe dá nenhuma garantia?
LFV - A mim?! F.., o António Costa? F... Isso é tudo Porto!
VL - Exacto, pronto! (...) E o Lucílio?
LFV - Não, não me dá garantia nenhuma o Lucílio!
VL - E o Duarte?
LFV - Nada, zero! Ninguém me dá!... Ouça lá, eu, neste momento, é tudo para nos roubar! Ó pá, mas é evidente! Mas isso é demasiado evidente, carago! Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado.(...)
VL - Talvez o Lucílio, pá!
LFV - Não, não quero Lucílio nenhum!(...)
VL - E o Proença?
LFV - O Proença também não quero! Ouça, é tudo para nos f...!
VL - E o João Ferreira?
LFV - O João... Pode vir o João. Agora o que eu queria... (...) Disseram que era o Paulo Paraty o árbitro... O Paulo Paraty! Agora, dizem-me a mim, que não tenho preferência de ninguém (...) à última hora, vêm-me dizer que já não pode ser o Paulo Paraty, por causa do Belenenses.


Pois é, o Paulo Paraty, para mal dos pecados dos benfiquistas já arrumou as botas e, como nos indicam as escutas, João Ferreira é agora o preferido do presidente do SLB. Esta jornada era decisiva para as aspirações benfiquistas à conquista do título e por isso o clube jogava em dois tabuleiros numa só jornada. E assim, provavelmente, “pelo outro lado”, o SLB lá conseguiu que os seus acólitos da Comissão de Arbitragem colocassem o Lucílio na Luz para apitar o jogo com o Leixões e o João Ferreira no Dragão neste jogo FC Porto x Sporting.

O árbitro João Ferreira mostrou logo nos minutos iniciais ao que vinha com uma arbitragem tendenciosa e excessivamente permissiva para com os jogadores sportinguistas. A nível disciplinar fez uma exibição miserável tendo perdoado o segundo amarelo (e consequentes expulsões) ao Derlei e ao Rochemback e cometendo a incrível proeza de deixar o Pedro Silva sem ver um cartão amarelo durante todo o jogo. A nível técnico esteve muito mal também marcando as habituais faltinhas a favor do Sporting, pelas quedas de Mortinho & Cia. e fazendo vista grossa à marcação à margem da Lei ao Hulk e ao Rodríguez. As disputas de bola em que o FC Porto saiu por cima eram, na generalidade, interrompidas para a marcação de falta portista. Em síntese, o jogo foi muito mau e o árbitro um dos principais responsáveis. No FC Porto já sabe que para vencer os jogos não lhe serve ser mais forte, tem de ser muito mais forte. Quando esse considerável gap de superioridade não se verifica torna-se muito difícil vencer os jogos, e este foi um deles.


O jogo em si não foi agradável, o Sporting jogou no seu esquema habitual de contenção, com uma postura defensiva pronunciada, colocando 6 homens na linha mais recuada quando não tinha a bola e com as linhas muito próximas de forma a dificultar o ataque do FC Porto. Notou-se no Sporting uma equipa com grande entreajuda e solidária e tentando sair para o contra-ataque através da rapidez de Liedson e Derlei. No entanto o seu ataque demonstra grandes fragilidades e vive principalmente dos desequilíbrios criados pelo irrequieto Liedson (mas já se nota que a idade lhe começa a pesar…).

Para este jogo o FC Porto partia limitado nas suas opções para os lugares de defesas laterais e mais ficou depois da substituição de Cissokho por lesão. No entanto não posso concordar com a titularidade de Pedro Emanuel no lado direito. O Capitão por um lado já não apresenta disponibilidade física para jogos de alta intensidade e por outro denota graves deficiências de adaptação ao lugar no que respeita a posicionamento e subidas no terreno. Isso implicou que o ataque do FC Porto pelo lado direito não existisse durante a primeira parte e só passasse a funcionar após a saída de Cissokho, a passagem de Pedro Emanuel para a esquerda e a entrada de Tomás Costa para o lugar de defesa direito. O argentino fez uma boa exibição e até se permitiu avançar para fazer centros para a área criando maiores desequilíbrios na defesa adversária. Porque razão Jesualdo não colocou Tomás Costa de início, mesmo depois de ter visto em Madrid que há deficiências de adaptação ao lugar por parte de Pedro Emanuel?


O jogo do FC Porto foi mais daquilo que se tem visto no Dragão nos últimos meses: uma enorme dificuldade de fazer golos perante adversários que já estudaram bem a forma de atacar desta equipa e se apresentam fechados na sua linha defensiva. Uma das grandes conclusões que se pode tirar dos últimos jogos disputados em casa é a de que este modelo de jogo está esgotado e já não oferece garantias a um clube como o FC Porto. Não podemos sustentar o nosso modelo de jogo em “transições rápidas” e ausência de pressing sobre o adversário acreditando que as equipas vêm ao Dragão jogar o jogo pelo jogo. Este é um FC Porto sem ideias atacantes e com pouca atitude na disputa e pressing sobre o jogador que tem a bola. Em suma, esta forma de jogar parece-me a economia global: esgotou-se e precisa de uma reestruturação. E o clube precisa de “reforços” que sejam na realidade reforços, já que temos um banco de suplentes que mete dó; precisa de trabalhar para melhorar a eficácia nas bolas paradas; precisa de jogar sempre “à Porto”; precisa de vencer todos os jogos em casa para o campeonato; precisa de uma matriz de bons jogadores com estabilidade para se deixar de falar todos os anos em “equipa em construção” e precisa também de um treinador que incuta atitude e determinação aos jogadores em todo e qualquer jogo, alguém com um forte sentido motivacional.

O campeonato, esse segue em aberto.

Nota: Os negritos e a selecção de imagens são da minha responsabilidade.

25 comentários:

Paulino disse...

Caro Nuno Nunes, permite discordar quando diz "árbitro João Ferreira mostrou logo nos minutos iniciais ao que vinha com uma arbitragem tendenciosa e excessivamente permissiva para com os jogadores sportinguistas."

Se bem nos lembramos e depois vi na TV com mais detalhe, o Lucho deveria ter levado cartão vermelho pelo maldade ao Derlei por lhe ter advertidamente pisado o calcanhar, podendo terminar ali o jogo para aquele jogador e ainda bem que o árbitro nem falta assinalou.

E aos 35´min a quando do jogador do Porto caído no relvado, a equipa portista não deitou a bola fora para paragem do jogo, entretanto em contra-ataque o árbitro interrompe um lance que poderia ser perigoso, daí a frustração de Derlei e cartão amarelo para ele.

E para tornar a falar no Derlei, ele foi o Cristo do SCP porque levou mesmo muita porrada, para não falar daquela entrada de Pedro Emanuel que aquilo foi mesmo para rachar cavaco, um amarelo que ficou por mostrar também.


Eu vendo estes casos, permite-me discordar com o que disseste, vi sim uma arbitragem má e uma pobre exibição das duas equipas "defensoras" e não podes estar a falar só sobre "A nível disciplinar fez uma exibição miserável tendo perdoado o segundo amarelo (e consequentes expulsões) ao Derlei e ao Rochemback e cometendo a incrível proeza de deixar o Pedro Silva sem ver um cartão amarelo durante todo o jogo"

E quanto a oportunidades falhadas penso que o SCP teve bem mais ocasiões de perigo.

Em suma, para o FCP e devido ás circunstâncias do adversário o empate nem caiu tão mal.

dragao vila pouca disse...

Mais do mesmo.

Mais um resultado negativo, mais uma fraca exibição, mais uma exibição que frustrou as expectactivas, que estavam altas depois do bom jogo - mau resultado - de Madrid.
Tudo começa nas opções de Jesualdo: se na capital espanhola ainda se percebe a entrada de P.Emanuel - faltavam pouco mais de 10 minutos, o resultado era
razoável e havia a perspectiva do Atlético dar tudo por tudo -, ontem, não encontro nenhuma justificação.
Que ganhou o F.C.Porto, com P.Emanuel a defesa lateral-direito? Ganhou solidez defensiva? Não, não ganhou, porque o capitão portista tem tendência para fechar no meio, deu espaço e abriu autênticas auto-estradas, por onde o Sporting atacou e criou mais perigo. Ganhou alguma coisa ofensivamente? Não, não ganhou, porque P.Emanuel raramente passa o meio-campo. Então porque jogou o Nº3 a lateral? Porque Jesualdo tem medo, não arrisca nada e mesmo sabendo que uma vitória, significaria um grande passo em frente na luta pelo título, a mensagem que o treinador do Tricampeão transmitiu, foi de receio, temor, excessivo respeito, de uma equipa, que na quarta-feira tinha levado 5-0 do Bayern. Não pensar que seriam favas contadas ou que a vitória seria fácil, de acordo, mas nem tanto à terra nem tanto ao mar.
O que fez Jesualdo para ganhar?
Alguém percebe, que as substituições, tenham sido feitas - com excepção da entrada de T.Costa para saída de Cissokho, lesionado -, a 7 e 1 minutos do fim? Que poderiam fazer Farías e Tarik, senão queimar tempo?
Estamos, como em 2004/2005, a entregar o ouro aos bandidos. Assim vai ser muito complicado ganhar a Liga.
Não foi assim que o F.C.Porto construiu o seu prestígio e se tornou cá dentro e lá fora, uma equipa temida, respeitada e ganhadora.

Um abraço

Serafim Leite disse...

A culpa é sempre do arbitro, enfim...

Mário Faria disse...

Muito mau jogo. Tacticamente o SCP esteve melhor que nós, pese o tempo de posse de bola do FCP ter sido esmagador : 61% / 39%.
O SCP jogou à equipa pequena só que tem melhores artistas, logo conseguiu ser mais perigoso no contra-golpe.
O nosso meio campo jogou mal, Fernando tem dificuldades nestes jogos de sair com a bola jogada e pressionado raramente tem capacidade para fugir ou para encontrar as melhoras linhas de passe.
Lucho começou muito encostado à direita e na 1ª. parte só Raul Meireles jogou a um nível razoável.
Lisandro começou por apoiar o meio campo, mas deu o berro rapidamente e o FCP, como quase sempre, via-se cercado pela maior concentração de jogadores do SCP em todas as zona do campo. Bem mais fechado, o “harmónio” do SCP sempre funcionou melhor e a equipa estendia-se e distendia-se com muito mais facilidade que o FCP. E, assim, mais uma vez, a nossa equipa tendeu a resolver individualmente o que colectivamente não era capaz.
Depois, com PE não temos quem desça por esse corredor, logo deixa tempo e espaço para o adversário jogar à vontade e explorar esse lado, até porque o Pedro a defender tem tendência de fechar ao centro.
Hulk com sinais de vedetismo e muito castigado, foi pouco produtivo, Lisandro não carburou, e tirando os centrais e Rodriguez, foi quase tudo um deserto de ideias e de talento.
JF aguentou o resultado, porque teve medo de perder. Eu também tive, pelo que pude assistir.
Os jogos da CL pegam-se caro, basta ver o que ocorre com equipas bem mais fortes e com uma banco bem menos desprezível que o do FCP.
O árbitro foi muito mau

Anónimo disse...

Há muito que não fazíamos um jogo tão pobre em casa contra um grande. Oportunidades? Uma, na 1ª parte, salva na linha de golo! Remates à baliza? Sei lá, talvez dois ou três. Perante isto, falar do árbitro cheira a raposa de La Fontaine, pese embora tudo que o articulista Nunes escreve a esse respeito ser verdade (já o comentador Paulino, com o devido respeito, "cheira-me" a benfiquista mal disfarçado de portista: um lobo com pele de lobo).

Também a condição física me pareceu deficiente, mas achámos mais importante fazermos de reguilas e conseguirmos antecipar o jogo um dia.

A única base do optimismo que me resta relativamente ao título reside no facto de o Benfica jogar muito pouco também.

Nelson Carvalho disse...

Compreendo os motivos pelo qual o meu amigo Nuno Nunes tras a esta crónica o arbitro do encontro de ontem; Apitou muito, não deixando fluír o jogo, beneficiando quase sempre o infractor. Porem o resultado de ontem explica-se em grande medida na postura que ambas equipas tiveram, muito provavelmente incutida pelos seus treinadores.

Do jeito como campeonato vai, com a irregularidade evidente dos 3 candidatos ao titulo, ambos os tecnicos preferiram garantir o pontinho em vez de ir em busca de 3, correndo o risco de não ganhar nenhum. É bem possivel que este pragmatismo possa levar uma destas equipas à conquista do campeonato. Os adeptos é que, claro, não vão muito com estas modas.

O jogo foi apenas mais um "deja vu" de partidas do FC Porto, sempre que enfrenta adversarios que actuam em bloco baixo. Sem espaço para jogar do meio campo para frente, os nossos homens mais adiantados não consegue impor a sua velocidade (a sua melhor arma). A acrescentar a isto não temos laterais que subam, o que leva a um "afunilamento" da construção ofensiva do FCP. O grave disto tudo é que se olha para o banco e é a pobreza franciscana que todos conhecemos.

Unknown disse...

E continua a montanha russa de emoções, de repente estamos lá no alto, acreditamos, e no momento seguinte voltamos vertiginosamente em direcção à terra.

A questão é onde vai parar? No topo ou cá em baixo?

Mas estou a ficar um bocado enjoado e com medo desta montanha russa.

Unknown disse...

Em relação ao árbitro, havia muito que falar, mas mais que prejudicar A ou B, estes árbitros prejudicam o futebol.

Ainda gostava de saber por que motivo com um jogador "lesionado" a 1(UM) metro da linha lateral é necessário parar o jogo, entrar a maca, pôr o jogador na maca, e a maca andar 1 metro para o pôr fora de campo. E com isto perder minuto e meio de jogo.

Tá lesionado? Tá a um metro da linha lateral? Temos pena! Mas rebola-se ou arrasta-se para fora de campo e o jogo segue.

José Correia disse...

Paulino disse...
«Se bem nos lembramos e depois vi na TV com mais detalhe, o Lucho deveria ter levado cartão vermelho pelo maldade ao Derlei por lhe ter advertidamente pisado o calcanhar, podendo terminar ali o jogo para aquele jogador e ainda bem que o árbitro nem falta assinalou.»

A falta do Lucho sobre o Derlei é tão intencional como a pisadela do Derlei sobre o Cissokho. Só teve uma diferença, a pisadela do Derlei teve consequências muito mais graves, porque inutilizou o jogador do FC Porto obrigando à sua substituição. Isto é um facto.

Luís Carvalho disse...

Discordo, quase por completo, destas análises.
Parece-me que se estão a confundir coisas diferentes por aqui.

Que o FCP tem um problema de base, estrutural mesmo, já é um dado adquirido há muito. Não nasceu ontem.

Que o Meireles, apesar de ser um médio supostamente não defensivo, praticamente não ataca, já aqui foi escrito e re-escrito.

Que o Lucho cada vez joga mais lentamente (até um dia parar mesmo), já muitos o afirmaram em voz alta.

Agora, dentro destes condicionalismos, digamos "históricos", do nosso onze-base (culpa total de Jesualdo na escolha do plantel), o jogo de ontem teve uma intensidade e um ritmo incomuns para o habitual na nossa liga. O bom futebol do scp a isso obrigou.

Basta ter olhado para as faces dos adeptos, nas bancadas, para se verificar que acompanharam cada minuto à flor da pele. Como se cada segundo fosse absolutamente decisivo.
E o futebol é (tem que ser!) isto, meus amigos.

Ou seja, dentro das suas limitações intrínsecas (leia-se ausência de meio-campo, já lá vão 3 épocas), os nossos jogadores deram ontem o máximo.

Obviamente que ontem, esse máximo, não estando os nossos avançados inspirados, não chegou.
E a nossa táctica, infelizmente, aposta tudo nos avançados...

E não chegará muitas mais vezes no futuro, não tenham qualquer dúvida.
É um problema estrutural. Mesmo em Madrid e em outras vitórias desta temporada, este problema lá estava. Nunca desapareceu. Apenas foi disfarçado.

P.S.: Colocar o acento tónico deste jogo na arbitragem não faz grande sentido.

José Correia disse...

Paulino disse...
«E aos 35´min a quando do jogador do Porto caído no relvado, a equipa portista não deitou a bola fora para paragem do jogo, entretanto em contra-ataque o árbitro interrompe um lance que poderia ser perigoso, daí a frustração de Derlei e cartão amarelo para ele.»

O "jogador do Porto caído no relvado" era o Lucho, depois de ter sido varrido pelo Polga. O árbitro, e bem, deixou seguir o jogo para não beneficiar o infractor - o Sporting -, mas quando os jogadores do FC Porto perderam a bola interrompeu, e bem, o jogo de modo a que o infractor não beneficiasse da falta grave que tinha cometido. Ao parar o jogo o árbitro mostrou, e bem, o cartão amarelo ao Polga e também ao insurrecto do Derlei, que veio disparado em direcção ao árbitro e que quase lhe encostou a cabeça (como fez o Petit num célebre Boavista-SLB).
Isto são os factos.

José Correia disse...

Paulino disse...
«E para tornar a falar no Derlei, ele foi o Cristo do SCP porque levou mesmo muita porrada, para não falar daquela entrada de Pedro Emanuel que aquilo foi mesmo para rachar cavaco, um amarelo que ficou por mostrar também.»

A referência "aquela entrada do Pedro Emanuel" não faz muito sentido, pela simples razão que o Pedro Emanuel nem sequer tocou no Derlei.

Após ter visto o cartão amarelo (e poderia ter sido um vermelho directo pela forma como se dirigiu e protestou com o árbitro), o Derlei poderia ter visto o 2º cartão amarelo e, consequentemente, sido expulso em três ocasiões:
- no final da 1ª parte, ao impedir um contra-ataque do FC Porto;
- na pisadela que inutilizou o Cissokho;
- na falta dura que cometeu, perto do fim do jogo, sobre o Rolando.

Isto são factos.

José Correia disse...

O Nuno Nunes tem toda a razão no destaque que dá à arbitragem do senhor João Ferreira e ao lembrar o "pormenor" deste ser um dos árbitros que o SLB escolhia (ou demonstrava vontade em escolher) para os seus jogos. Sim, porque convém não esconder que o SLB foi o grande beneficiado com o empate de ontem.

Para além de ser incompreensível que jogadores como Derlei e Rochemback não tenham visto o 2º cartão amarelo (e consequente expulsão), a forma como logo nos minutos iniciais o árbitro permitiu a virilidade sportinguista, que em alguns lances roçou a violência, condicionou todo o jogo.

Mas não foi só nos critérios disciplinares que o senhor João Ferreira mostrou a sua habilidade. Como classificar a forma como julgou grande parte das jogadas em que o Hulk esteve envolvido?

As declarações de Hulk no final do jogo são sintomáticas:
"Aqui em Portugal infelizmente é difícil jogar. Usam muito o corpo, fazem muitas faltas. Estou sempre a sofrer faltas e é difícil jogar assim. Prejudicado? Vejam as faltas que o árbitro deixou de marcar em mim e as que marcou contra mim. Se pusessem aqui o Adriano ou o Ibrahimovic a jogar eles também teriam muitas dificuldades, porque usam muito o corpo."

Parafraseando e adaptando um slogan benfiquista de há uns anos atrás, apetece dizer: Deixem jogar o Hulk!

José Correia disse...

Quase ninguém fala nisso (porque será?), mas também convém não esquecer que ficou um penálti por marcar a favor do FC Porto aos 17 minutos, quando Pedro Silva cometeu uma falta sobre Rodriguez.

«É evidente que ficou por assinalar uma grande penalidade. Com o braço direito, o jogador do Sporting agarrou e puxou o adversário, causando-lhe a queda. Lance deveria ter sido punido com castigo máximo.»
Jorge Coroado (ex-árbitro internacional)

«Ficou por assinalar uma grande penalidade. Além de ter sido puxado, o jogador do FC Porto é rasteirado por Pedro Silva. Uma distracção grave do árbitro João Ferreira.»
Rosa Santos (ex-árbitro internacional)

José Correia disse...

Um lance paradigmático da preocupação do senhor João "pode ser" Ferreira em garantir o empate final, ocorreu já em tempo de descontos, num canto a favor do FC Porto, quando quase todos os jogadores portistas subiram para a área do Sporting.

90'+1'
Na conversão de um canto, há falta ofensiva de algum jogador do FC Porto?

«Não houve qualquer infracção. Não se compreendeu qual o motivo para a interrupção.»
Jorge Coroado

«Não houve qualquer falta por parte de algum jogador do FC Porto na área do Sporting quando decorria a marcação de um canto. Não se compreendeu a marcação da falta.»
Rosa Santos

«Após a marcação de um canto, alguns jogadores do FC Porto tentam alcançar a bola, mas não se vislumbrou qualquer falta, pelo que não terá tomado a melhor decisão o árbitro da partida.»
António Rola

Perante o empate final, é justo reconhecer: missão cumprida do "João... Pode vir o João"!

José Correia disse...

Há um indicador infalível para aferir uma arbitragem que envolva o Sporting: ouvir/ler as declarações do Paulo Bento e dos jogadores no final do jogo.
Pois bem, quer o treinador, quer os jogadores Polga, João Moutinho, Pedro Silva e Liedson não fizeram uma única referência à arbitragem.
Penso que está tudo dito.

Anónimo disse...

De acordo, José Correia, mas até parece que não estamos habituados a este tipo de arbitragens nos jogos contra Benfica e Sporting. Não fomos mais prejudicados que em outras ocasiões. Simplesmente jogámos foi muito pouquinho.

Dragaopentacampeao disse...

O prazo de validade do professor começa a chegar ao limite. Trata-se de um treinador com ideias pré concebidas das quais não abdica, independentemente do clube que representa.

Nem o facto de no FC Porto ter sido bicampeão nacional faz dele melhor treinador do que era. É que neste Clube são poucos os que nada conquistaram.

Está por isso na hora de, subtilmente para não provocar melindres, se procurar uma alternativa ambiciosa e credível, de forma a devolver à equipa a cultura e a desenvoltura futebolística que o Clube estava habituado e os adeptos merecem.

6012 - Azul desde 1971- disse...

Grande Serafim Leite! A suas tiradas vindas de coração mouro não mostram qq imparcialidade, como seria de esperar e até se entende! O que não se entende é que os resultados de qualquer jogo são influenciados por vários factores, e nitidamente, ontem, o resultado, apesar de uma prestação menos conseguida pelo GRANDE FCP, foi muito influenciado pelo sr. João. Fique satisfeito pois o único que lucrou com isso foi o Seu clube.

Paulino disse...

Concordo J. Correia também com o que disseste, mas eu referi-me ao artigo pois acho que estava um pouco omisso sobre estes factos apenas relatando que o árbitro não favoreceu ninguém e apenas prejudicou o espectáculo, e sim esses factos são verdadeiros, não os disse porque já são enunciados.

Quanto ao FCP, não posso dizer mal porque 4 dias antes após uma deslocação deu espectáculo, agora contra o Leixões já terá obrigação de dar esse espectáculo e acabar no Dragão frente ao A. Madrid.

Quanto ao J.F e eu que não gosto dele, tanto no jogo anterior como neste não tenho nada a dizer porque vi que na minha opinião meteu a melhor equipa em campo, e contra um SCP não vale arriscar porque o prejuízo poderia ser grande de mais face ao adversário SLB e o próprio SCP.

Penso que terá sido a melhor gestão feita para minimizar possíveis perdas, pois o FCP desde 20 Fevereiro a 15 Março tem/teve uma agenda de 7 Jogos.
- Paços Ferreira (20/2)
- Atlético Madrid (24/2)
- Sporting (28/2)
- Estrela Amadora (Taça)(4/3)
- Leixões (7/3)
- Atlético Madrid (11/3)
- Naval (15/3)

Por isso, espero que antes dos ataques feitos no comentários anteriores reflictam o quanto está em jogo e a pressão que os jogadores têm nesta fase importantíssima.

José Correia disse...

«O Sporting conseguiu um empate a zero no Dragão, impondo um estilo de jogo muito físico, muito agressivo, e conseguindo ter a melhor oportunidade do jogo. O FC Porto fez uma exibição descolorida, cansada, e em todo o jogo teve apenas uma oportunidade de golo e assim manteve o Sporting na corrida pelo título, apesar de tudo.

Melhor o Sporting na primeira parte, finalmente com Pereirinha à direita do meio-campo e com um lado novo: desde o primeiro minuto que alguns jogadores do Sporting (Derlei, Pedro Silva, Rochemback, Polga, Grimi) fizeram uma certa intimidação física com alvos definidos (Bruno Alves, Hulk). Se bem interpretei, era uma forma de antes de mais mostrar que não era a equipa que sofreu a humilhação do Bayern que estava ali. (...)

Mas a tentativa de impor o físico leonino não correu sempre bem. Grimi saiu aos 30' lesionado (entrou Caneira) mas tinha a lição bem estudada. Protestos junto do árbitro em cada falta, nunca virar a cara à luta e nunca dar espaços. (...)

João Ferreira teve um jogo difícil e a nota mais sonante é que Pedro Silva saiu do campo sem cartão amarelo, ou Derlei sem o vermelho...»

Extractos da crónica de Manuel Queiroz no DN de hoje.

José Correia disse...

"Não gostei da forma como o João Ferreira resolveu certos assuntos relacionados com a disciplina. Claro que, se o árbitro tivesse parado mais vezes o jogo... não havia jogo"

Jesualdo Ferreira

Miguel disse...

Meus caros,

Concordo que ontem deviamos (e podiamos) ter feito muito mais para ganhar os 3 pontos em disputa. No entanto, querer analisar o jogo sem analisar o trabalho... como dizer... habilidoso do àrbitro, será passar ao lado de um monumental "mas...".
Recorrendo mais uma vez à última jornada da Liga dos Campeões pergunto eu porque não defendeu o Sporting assim (com esta tão apreciada virilidade por parte de todos os comentadores da comunicação social) contra o Bayern? A resposta é simples e clara, não acabavam o jogo com 11 jogadores.
Todos sabemos, pelo que podemos ver nos jogos todas as semanas, que um jogador amarelado não defende da mesma forma que um que não o tenha sido.
E se, como bem analisado na critica ao jogo, o FCPorto só fazia investidas pelo lado esquerdo do seu ataque nos primeiros 20 minutos de jogo, basta ver como todos esses ataques foram "facilmente" parados pelo Rechem... perdão... pelo Pedro Silva como tão bem demonstra a foto no artigo.

Um abraço.

Unknown disse...

Se fosse noutra freguesia: "DEIXEM JOGAR O HULK"

O Sporting sabia ao que vinha, o que vinha fazer e que cobertura tinha para fazer o que tinha que fazer. E sabia que não poderia fazer o mesmo com o Bayern porque aquilo não é um árbitro á portuguesa e lá fora a jogar assim acaba-se um jogo com 8 ou 9 jogadores no campo. Uma vergonha, que a (im)competência de Jesualdo não poderia resolver.

Paulo Marques disse...

Correia,

não é uma questão de mais paragens, é uma questão de amarelos. É tudo.