quinta-feira, 7 de maio de 2009

Desonesto com tempo extra


O excesso de oferta de programas desportivos que existe actualmente e onde se perde (literalmente) a totalidade do tempo a discutir assuntos laterais ao futebol, fez-me perder a paciência para continuar a assistir, ainda que em zapping com os canais de qualidade do cabo, a tanta asneira e a tanta mediocridade. Um dos “especialistas” em futebol, e que tem tempo de antena mais do que razoável acabando por entrar quase sempre num discurso redundante, é Rui Santos, esse narciso jornalista com um excelente gosto para o guarda-roupa.


No programa “tempo extra” da SIC Notícias de 5 de Abril, na ressaca da decisão do Tribunal de Gaia de absolver Pinto da Costa de todos os crimes de que era acusado no “Caso do Envelope”, o referido jornalista foi além de tudo o que se pode considerar razoável para um anti-portista. A decisão do Tribunal foi por ele apelidada de parcial, usou de termos como “contaminação da Justiça” para justificar tal decisão e afirmou que a Juíza julgou de camisola vestida chegando mesmo a exibir um cartoon da Juíza com uma camisola do FC Porto e Pinto da Costa a pesar mais do que a Sra. Salgado nos pratos da balança (curiosamente esse cartoon desapareceu do site do seu criador…). Ou seja, elogia-se a Justiça no lado do Ministério Público e nas pessoas da procuradora Morgado e do PGR Pinto Monteiro durante longas semanas até à exaustão mas não se aceitam as decisões da mesma Justiça no lado dos tribunais, especialmente se ela for favorável a Pinto da Costa. E depois parte para um programa de deboche total. Já se sabe o ódio que Rui Santos sempre destilou contra o FC Porto e o seu presidente mas não se adivinhava o descontrolo que a decisão (esperada) do Tribunal de Gaia lhe causaria ao ponto de nos desvendar tamanha desonestidade.

Já para não falar da forma desavergonhada e desonesta como tentou resumir os 27 anos de Pinto da Costa na presidência do FC Porto a uma eterna tentativa de “dividir o País numa guerra Norte/Sul” através de práticas “separatistas” e “incendiárias”.


Já no mês anterior, em Março, o encaracolado jornalista tinha tido uma intervenção lamentável pedindo a investigação do Ministério Público a factos ocorridos durante o jogo Leixões x FC Porto (“isto é um escândalo no futebol português!”, “isto tem de ser investigado!”, clamava...), concretamente aos golos sofridos pelo Beto, o guarda-redes leixonense, ao lance em que um dos defesas toca a bola com a mão dentro da área dando origem a um penalty a favor do FC Porto e ao lance em que o Laranjeiro atrasa mal e permite a intercepção do Hulk que acaba por marcar golo. Segundo Rui Santos, todas estas incidências foram propositadas por parte dos referidos jogadores por estarem já apalavrados com o FC Porto para a próxima época. No entanto “esqueceu-se” de pedir investigação e lançar idênticas suspeitas a um auto-golo do defesa leixonense Elvis, que deu a vitória ao SLB na Luz na semana anterior. Para este paladino da “verdade desportiva” – da sua, bem entendido – só nos jogos em que intervém o FC Porto acontecem casos estranhos e motivos para averiguação policial.


E é esta mesma pessoa que anda a tentar convencer meio mundo a assinar uma petição em que defende que o uso de novos meios tecnológicos permitiria defender a tão propalada “verdade desportiva”. Se os olhos que decidissem lances através de imagens fossem dos rui santos deste mundo estávamos bem entregues, porque esses não vêem todas as cores, apenas vêem algumas. E por falar nessa petição, parece-me fazer todo o sentido mudar o seu nome para: “Pela Verdade Desportiva do Rui Santos”…

9 comentários:

Uminho1 disse...

Eu louvo-vos a paciência de dar importãncia a essa gentinha.

Uma pessoa fica indignada com a quantidade de baboseiras que saem por aquelas bocas, que o melhor mesmo é nem ver.

Paulo Marques disse...

Mas alguém ainda dá importância a esse Sr.?

Pacheco disse...

É impressionante a capacidade que os media têm de dar tempo de antena a balões de ar...

Pedro Nunes disse...

O que mais me impressiona é que este senhor tenha 2 horas de tempo de antena semanais, onde se assiste a uma disenteria de banalidades, sempre com a mira apontada ao F.C.Porto e aos seus dirigentes.
Assim de repente, não me recordo de ninguém, que tenha conseguido uma desproporcionalidade tão grande, entre o tempo de antena que tem e a falta de qualidade e isenção das suas intervenções.

HULK 11M disse...

Pedro Nunes disse" ... O que mais me impressiona é que este senhor tenha 2 horas de tempo de antena semanais, onde se assiste a uma disenteria de banalidades, sempre com a mira apontada ao F.C.Porto e aos seus dirigentes."

Provavelmente será tempo de antena de publicidade paga pelos agentes ligados ao clube do regime e que diz alto e bom som que "sabe fazer as coisas por outro lado"...

Ricardo Campos disse...

Hoje ouvi na rádio que o Aly Cissokho foi oferecido ao benfas por 300mil euros, preço que o Rui Costa e o presidente Vieira, acharam extremamente elevado e fizeram uma contraproposta de 100mil euros.Para quem tinha dispensado o Leo e joga com um lateral esquerdo adaptado, foi sem dúvida uma grande decisão.
O FC PORTO agradece mais uma vez o tiro no pé dado pelo clube do guiness

José Correia disse...

Pedro Nunes disse...
«O que mais me impressiona é que este senhor tenha 2 horas de tempo de antena semanais, onde se assiste a uma disenteria de banalidades, sempre com a mira apontada ao F.C.Porto e aos seus dirigentes.»

Embora o ódio ao Pinto da Costa seja evidente, o Rui Santos é relativamente "democrático" nos alvos.
Luís Filipe Vieira, Cunha Leal, Paulo Bento e Soares Franco já levaram que contar.

Jorge Aragão disse...

Seja de que assunto for, seja contra quem for, este tipo é intragável.

Pedro Nunes disse...

José Correia disse...

"Embora o ódio ao Pinto da Costa seja evidente, o Rui Santos é relativamente "democrático" nos alvos.
Luís Filipe Vieira, Cunha Leal, Paulo Bento e Soares Franco já levaram que contar."

Sim, de facto, é verdade, mas o que gostaria de salientar é a parcialidade com que Rui Santos faz os seus comentários. Sobre os outros clubes, sempre movido por um objectivo especifico, enquanto que, no caso do F.C. Porto, não passa de um ódio de estimação.