terça-feira, 19 de maio de 2009

Os talibãs do Record


Após ter deixado de ser jornalista da "Bíblia encarnada", Rui Santos tornou-se profissional do comentário futebolístico em vários órgãos de comunicação social, com destaque para o ‘Tempo Extra’ da SIC Noticias e para os artigos que assinava no Correio da Manhã e Record.
Sem nunca poupar o FC Porto e, particularmente, o seu presidente, alguns dos comentários que faz na SIC e uma parte dos artigos que escrevia nos jornais do Grupo Cofina eram incómodos para o homem da "transparência", da "honestidade" e dos kits: Luis Filipe Vieira.
Ora, em plena era do Apito Dourado, isto não devia ser bem aquilo que quem o convidou estava à espera.

Vai daí, em Julho de 2008 foi corrido do Correio da Manhã, por divergências com o Director (Octávio Ribeiro), e três meses depois a sua colaboração com o outro jornal do Grupo Cofina foi reformulada.

«Hoje não há Rui Santos. Deixa hoje de ser publicada na última página da edição impressa de Record, bem como no Record Internet a coluna da autoria de Rui Santos.
Com o fecho de um ciclo que se prolongou por 14 meses, fica de pé a possibilidade de se manter a colaboração do jornalista, em novos moldes que a direcção de Record e o próprio Rui Santos acertarão
in Record, 01/10/2008

Na mesma altura em que “fechou um ciclo” com Rui Santos, o Record foi buscar "reforços de peso", entre os quais destaco três autênticos “talibãs” do fundamentalismo anti-portista:

Daniel Oliveira, conhecido militante do Bloco de Esquerda, sportinguista doente, e que no seu primeiro artigo, publicado em 3 de Outubro, escreveu a seguinte pérola: "Tenho de ir a Alvalade participar na humilhação tripeira".

Domingos Amaral, filho de Freitas do Amaral, benfiquista da linha dura (protagonizada na comunicação social por Pinhão, Manha e Delgado) e cujo primeiro artigo, publicado em 5 de Outubro, foi uma carta aberta dirigida a Rui Costa que começa assim: "Caro Rui".

Octávio Ribeiro, esse mesmo, o Director do "Correio da Morgado", e que terminou o seu primeiro artigo da seguinte maneira:
«P.S. – Se sobre a relva, no clássico de domingo [Sporting x FC Porto], nada foi muito satisfatório para os sportinguistas, na tribuna de honra, a presença do castigado Pinto da Costa ao lado de um cordial Soares Franco como deve ser lida pelos adeptos do emblema que teve o mérito de denunciar as caras do sistema e que deu o sopro inicial no Apito Dourado? Até a “realpolitik” tem como condição a eficácia


Conclusão: O Record já vomitava ódio anti-Porto diariamente, mas a partir da altura em “reforçou” a sua equipa com estes “talibãs” a coisa passou para um patamar superior, o que demonstra que é sempre possível chafurdar ainda mais na porcaria.



P.S.1 No período em que os talibãs governaram o Afeganistão (entre 1996 e 2001) foram abolidas todas as formas de televisão, artes e desportos. Os homens eram obrigados a usar barbas longas e as mulheres não podiam sair de casa sem acompanhantes do sexo masculino. Quem fosse apanhado a tentar converter um muçulmano a outra religião era executado. Devido a conflitos com anciãos de religião hinduísta, os talibãs decretaram que os hindus e membros de outras religiões, usassem um símbolo amarelo como identificação.

P.S.2 No período em que os "talibãs" tomaram conta dos órgãos de poder em Portugal, foram abolidos todos os clubes de fora da capital. Os homens eram obrigados a usar o equipamento do Benfica (ao domingo, para ir à missa, era obrigatório levar o equipamento principal) e as mulheres só podiam sair de casa para acompanharem, em romaria, o seu marido à catedral da Luz. Quem fosse apanhado a tentar converter um benfiquista a outro clube era executado. Devido a conflitos com anciãos do Sporting, os talibãs decretaram que os sportinguistas e membros de outros clubes permitidos, usassem um símbolo amarelo como identificação.

3 comentários:

tp disse...

1. Em 1º lugar parece-me evidente que os 3 sujeitos da fotografia de baixo tem muitíssimo melhor aspecto que os da foto no início do artigo.

2. A excitação com que o Daniel Oliveira ataca o Porto é magnífica. Só o vejo mais excitado quando o tema em discussão são os direitos dos gays. Aí sim o homem entra em ebulição....
E digam lá se ele não parece filho do Hermínio Loureiro. Embora, verdade seja dita, este último consiga ter muito melhor aspecto que o nosso caro Daniel. Imaginem o bloquista com uma enxada às costas ou, então, rodeado de ovelhas num monte qualquer a ler, embevecido, as memórias do Jean Genet.

Zé Luís disse...

Espanta-me, sempre, a vontade de tantos amigos portistas se "preocuparem" e darem atenção a quem não merece.

Fizeste alguma "promessa", Zé Correia? Ou tás como o Sótraques a lamentar "a cruz que carrego"?... (desculpa as piadas).

É que não leio qualquer deles, nem me incomoda. Só quando alguém traz à colacção um texto destes tristes, como dos outros que mencionas...

Já agora, espera que o Domingos do Pai dos Fretes desanque na escumalha vermelha que ele é todo íntegro como o progenitor...

José Correia disse...

Zé Luís disse...
«Espanta-me, sempre, a vontade de tantos amigos portistas se "preocuparem" e darem atenção a quem não merece.
Fizeste alguma "promessa", Zé Correia?»

Estava a ler umas notícias sobre talibãs (os verdadeiros, do Afeganistão) e, não sei porquê (ou se calhar até sei), veio-me à ideia os "talibãs" do Record.
Podia-me ter dado para pior, eu sei.

Um abraço