segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Começar de pé esquerdo


O FC Porto não começou da melhor maneira a defesa do título de Campeão, após um empate na Mata Real. Deitando um olhar para o desenrolar dos acontecimentos do encontro, pode-se afirmar que o resultado acaba por ser um mal menor, já que a derrota esteve efectivamente na eminência de acontecer.

Para a estreia da Liga 2009/10, a equipa de Jesualdo Ferreira teve em mãos um desafio de nível elevado, daqueles que não se espera que surja logo à 1ª jornada, com algumas adversidades pelo meio. A primeira delas surgiu logo à abrir a partida, com o golo do Paços, num pontapé de canto, onde a bola após diversos ressaltos cai no fundo das redes de Helton. Outra das adversidades veio já no inicio do 2º tempo, onde Hulk foi protagonista, mas, neste caso, ao contrario do que é habitual sempre que se fala deste jogador, foi pelas piores razões. Uma expulsão, que tem tanto de infantil como justa, deixando a equipa em xeque, para discussão do resultado final.



Valeu que, de uma contrariedade que parecia fatal, fez despertar o relógio de uma equipa que ate aí só vivia de fogachos de alguns jogadores, partindo desde então para uma exibição mais consentânea com os pergaminhos do Porto, mas insuficiente para a reviravolta no resultado. Neste período, destaca-se naturalmente o grande golo do empate portista, num cabeceamento de Falcao cheio de oportunidade.

No 1º tempo, como já foi referido, a equipa só a espaços foi capaz de por em perigo a baliza de Cássio, com destaque para 2 investidas de Belluschi, sendo dos jogadores portistas mais esclarecidos nesta fase do encontro. Farías andava fugido, Mariano atrapalhado (e atrapalhando-se) e Hulk discutia com Xistra e Filipe Anunciação. Bola, via-se pouca, apesar de na Mata Real, por norma, prevalece quase sempre o ardor do físico entre as equipas em relação às qualidades técnicas de cada uma.



Fica para registo no bloco de apontamentos de Jesualdo, alguns dados que têm obrigatoriamente ser merecedores de reflexão. A concentração nas bolas paradas defensivas, a baixa agressividade do meio campo, a pouca profundidade e capacidade de desiquilibrio nas alas. Ainda muito trabalho pela frente, portanto.

Fotos: Agência Lusa

15 comentários:

dragao vila pouca disse...

De entrada jogaram nove jogadores da época passada e portanto, tinham obrigação de jogar melhor. Quando de uma semana para a outra, não se aprende nada e se entra em campo da mesma forma displicente, desconcentrada, a dormir e se dá a iniciativa ao adversário, normalmente dá mau resultado.
Hulk tem de deixar de carregar nas costas a responsabilidade de resolver tudo sozinho e passar a ter outro comportamento, sob pena de prejudicar mais que ajudar, a equipa.
Boa reacção com 10, aí já o Porto de sempre, com caracter e raça, que empatou e se podia ter perdido, também podia ter chegado à vitória.
Tudo somado, um resultado justo e um jogo com muitos motivos para reflexão.

Houveram muitos outros factores para além do factor X e não os admitir, para além de redutor é um mau serviço ao F.C.Porto.

Ah, Farías demonstrou que não é o avançado que uma equipa com as responsabilidades e ambições do F.C.Porto, precisa.

Um abraço

Luís Carvalho disse...

Esta foi uma daquelas raríssimas ocasiões em que um empate não deve ser considerado um mau resultado.
Simplesmente, não era possível obter melhor de um jogo como aquele de ontem a tarde.

O Paços (sim, aquela mesma equipa que saiu, sem honra nem glória, da Taça Europa contra uma equipa de terceira categoria), deverá ter realizado, ontem, contra o nosso clube, uma das melhores exibições de todo seu historial (aliás, já a vinha ensaiando nos dois ultimos confrontos, precisamente contra nós).
O FCP, praticamente asfixiado (em quase todos os lances eram 2 pacences para um portista) e com apenas 10 homens em campo, ainda assim teve alma suficiente para saír com vida da Mata Real.
Sobre a expulsão do Hulk, Jesualdo já disse tudo. Tal como antes com McCarthy e Quaresma, os árbitros estão a conseguir a impensável proeza da castigar mais o brasileiro do que os seus adversários que, em praticamente todas as partidas, o transformam num autêntico saco de pancada. Tamanho feito só encontrará paralelo nos 9.58'' do Bolt, em Berlin.
Notas altas para Belluschi (o melhor, ontem) e Falcao. Este último muito mais mexido que Farías e que nos salvou, literalmente, da derrota.
E Fucile também. Quem mais conseguiria ontem tirar um cruzamente perfeito daqueles, no meio de 2 adversários?

Pedro disse...

Em relação a Hulk queria deixar apenas 2 ideias. Obviamente que a expulsão é justa, principalmente porque o 1º amarelo é por protestos. São os cartões amarelos mais idiotas de se apanhar.

Em sua defesa há que dizer que ao Hulk os defesas podem usar 3 vezes mais força que ao Saviola. Ao Hulk os árbitros permitem dar porrada um jogo inteiro, só porque é mais forte que os outros.

Sinceramente Hulk merece um outro campeonato.

D.Liberal disse...

Gostava de fazer um apontamento para o Mariano Gonzalez que nao se entende como faz parte do plantel. ontem em todos os lances em que participou ou passou para trás ou perdeu a bola ou engonhou o jogo de tal maneira que só confirma que é um jogador abaixo de mediano. Não entendo porque é que o jesualdo insiste nesse jogador, especialmente quando o Varela deixou optimas indicações durante a pré época. Vai ser uma época de sofrimento este ano, não nos devemos iludir.

DL

Sócio 61100

Pedro disse...

Mariano foi dos melhores jogadores do fim de época no ano passado. Foi também dos melhores na pré-época. Não entendo esta obsessão em criticá-lo.

Dá mesmo para questionar a capacidade de ver o jogo duma perspectiva imparcial.

É verdade que ontem jogou mal, mas muito por culpa de Jesualdo que o colocou muitas vezes no meio ou a fazer compensações do lado direito na segunda parte. Acabou roto com os pulmões quase a sairem.

Esta mania de preferir jogadores só por serem novidade já enjoa. Mas que raio já provou o Varela? Jogou uma merda na Supertaça e nota-se que ainda tem medo de assumir jogo.

Em vez do Mariano que se esforçou os 90 minutos falem do que não jogou o R.Meireles, da subita vaidade a jogar do B.Alves, ou da incapacidade do Jesualdo em fazer render os jogadores de forma mais rápida.

Rodrigo Guedes Medeiros disse...

Concordo com tudo o que aqui foi dito sobre o jogo, excepto no que se refere à expulsão do Hulk. É verdade que o brasileiro ainda não entendeu que a melhor coisa que tem a fazer para contrariar a atitude dos árbitros é calar-se e jogar a bola, em vez de se perder em discussões estéreis que acabam apenas por servir de pretexto para as punições disciplinares de que é alvo. Mas nós, portistas, não podemos ser ingénuos ao ponto de fazer do jogador o réu quando todos vemos que ele reage mal por ser constantemente vítima de faltas atrás de faltas. A atitude implicativa do árbitro (para não dizer persecutória) para com o Hulk foi tão óbvia, tão descarada, que as pessoas que estavam ao meu lado diziam mesmo que seria preferível Jesualdo Ferreira susbstituir o avançado, pois já todos adivinhavam o que ia acontecer. Carlos Xistra não ia desistir enquanto não expulsasse o Hulk. Basta comparar a quantidade de vezes que os jogadores do Paços de Ferreira reclamaram as decisões do árbitro com palavras e gestos sem merecerem qualquer punição disciplinar com a situação que valeu ao Hulk o 1º cartão para perceber a dualidade de critérios de Carlos Xistra. Nem mesmo quando Filipe Anunciação se atirou para o chão a simular uma agressão mereceu qualquer cartão e ainda viu o árbitro assinalar falta de Hulk.
É evidente que os interesses da equipa estão acima dos interesses individuais e, nesse sentido, os portistas devem exigir que Hulk aprenda a controlar o seu comportamento no sentido de evitar prejuízos futuros, mas nesse caso teremos de ser nós, adeptos, a fazer ouvir os protestos e a revolta que o Hulk não pode exprimir no campo. Se, pelo contrário, pactuarmos com esta palhaçada com o nosso silêncio, perdemos a autoridade moral para contestar a atitude do jogador que começa a sentir-se isolado e desprotegido dentro do campo.

Sobre este assunto, convido-vos a ler um comentário que escrevi no meu blog: http://oportoeomaiorcarago.blogspot.com/

Um abraço

Luís Carvalho disse...

O primeiro amarelo, conhecendo nós muito bem o campeonato portugues, só pode ser mesmo para rir.

Deixem-se de dúvidas: aquele amarelo só foi mostrado porque aquele jogador era o Hulk.

Fosse um outro qualquer, o árbitro assobiaria para o lado.

Já vimos isto antes com o Quaresma. Igualzinho.

José Correia disse...

«(...) é preciso contar com a pressão exercida pelo Paços e com aquele muro junto à linha lateral, que intimida! Como o jogo é habitualmente de muito contacto físico, aquele muro faz com que os jogadores se retraiam e o Paços tira partido disso porque é muito forte nas laterais - usa bem os corredores e faz muitos cruzamentos. O FC Porto sentiu as mesmas dificuldades que qualquer outra equipa vai ter naquele estádio!»
João Vieira Pinto
in O JOGO, 17/08/2009


Para além deste facto salientado pelo JVP e daquilo que o Luís Carvalho refere acima no seu comentário, há um aspecto que eu ainda não vi comentado e que, nesta altura, tem relevância: o Paços de Ferreira arrancou para esta época 8 dias antes do FC Porto e, devido à sua participação na Taça Europa, teve de acelerar o seu ritmo de preparação (veremos se não irá pagar esta situação lá mais para a frente).

Mário Faria disse...

Num programa da RTPN sobre as perspectivas para a presente época, o nosso "representante" esperava um FCP com carácter neste arranque da temporada.
É isso : não estando a equipa suficientemente rotinada e fisicamente OK, no jogo em Paços e face aos jogos antecedentes, pedia-se uma equipa agressiva, muito concentrada, juntinha e atenta às provocações.
Entramos conformados, com fato domingueiro, armados em vedetas e a sonhar com as Caraíbas.
JF fala de procedimentos, ou seja : refere que a equipa não procede bem.
Bem isso notámos todos. O que falta explicar é porque a equipa parece pior do que na pré-temporada. Deve ser a "matéria" que é difícil ou os jogadores um pouco lentos na compreensão dos tais processos.
Chegou ao FCP, Prediger, um dos médios que Maradona chamou à selecção argentina, tendo o seleccionador da alvi-celeste tecido rasgados elogios ao jovem de 22 anos. Para que serve ? e porque razão Tomás Costa que parece talhado para o nosso futebol não rende como seria expectável ?
Uma frustração. Mais uma vez, e ainda que tenha sido um empate, foi resultado o menos mau do jogo. E como se joga mal em Portugal.

John Aarson disse...

Concordo com tudo o que se disse aqui até agora. Não tivemos carácter. O Paços jogou bastante bem vamos a ver se também vai "comer a relva" contra os lampiões). O Hulk foi bem expulso, mas está farto de levar pancada de adversários. Se não querem proteger os jogadores, não protejam, mas se nos mandarem o Hulk, o Bellushi, o Fernando, o Falcao, para o estaleiro por causa das entradas duras, espero que também mandem o Saviola, o Aimar (e esse nem precisa de muito), o Javi Garcia, o Di Maria, etc. Só mesmo numa de haver realmente verdade desportiva. Se queremos voltar aos anos 80 em termos de dureza, tudo bem. Agora que seja é igual para todos.

Mas pronto. O FCP não é Hulk + 10, e agora temos a perfeita oportunidade de o mostrar. Até digo mais. Acho que seria uma excelente ideia o Hulk começar no banco e entrar nas segundas partes para desequilibrar (o adversário!). Assim a equipa teria de se virar sem "rasganços mágicos" e encontraria um equilíbrio mais facilmente. Mas pronto, é só uma ideia. Sei muito bem que isso não irá acontecer, pois o Hulk agora é o nosso suposto "salvador" e nunca passaria pela cabeça do Jesualdo metê-lo no banco.

HugoPORTO disse...

Eu digo e repito, alguns jogadores pura e simplesmente não têm categoria para jogar no Porto, e Mariano Gonzalez e Farias são dois deles. Opá o Farias marca uns golos?Marca. O Mariano é esforçado?É. Mas isso não chega. Não é qualquer um que se pode dar ao luxo de jogar no Porto, e ainda hoje não percebo o que nós vimos neles. Quanto ao Hulk, até mete pena a diferença de atitude dos árbitros, quando hulk vai á bola, ou quando os adversários lhe vão ás pernas. A nossa sorte é que o Katsouranis ja' nao mora la' para baixo, se não...

miguel.ca disse...

O Hulk esta a precisar de levar duas galhetas. É nestes momentos que se nota a falta de um Jorge Costa, de um Vítor Baía ou mesmo de um Pedro Emanuel.

Ou o puto se acalma ou a coisa vai correr mal para ele.

Jorge Mota disse...

Mais 1a x 1a confusao tactica brutal.tudo ao molhe..gostava de ver o FCP com o Valeri a fazer de 10.Claro q naquele relvado, q parece tao curto, se torna mais dificil.

O q resulta positivo deste jogo e 1 ponta de lança a serio:FALCAO.1 Farias bastante melhor...

Precisamos, no entanto, de 1 ponta de lança alto e com cabedal,tipo o Cardozo..de preferencia com «2 pes».

Expulsao do HULK PATETICA.Nao me apetece explicar pq..Patetica apenas.

Ainda e cedo.Vamos ter calma.A histeria e caracteristica dos gajos la de baixo,nao NOSSA!

FORÇA PORTO

guedesnet disse...

Os crónicos campeões de pré-época estavam a perder, quando numa zona lateral da grande área é executado o plano M; plano esse, que deveria ser posto em prática caso a agremiação estivesse em situação aflitiva e na iminência de sofrer novo enxovalho.


Quem veio em socorro da agremiação perante situação tão aflitiva, nada menos do que José Miguel Organista Simões Aguiar também conhecido como Miguelito e que em 2006 se vinculou à agremiação por quatro temporadas, estando presentemente emprestado ao Maritimo.
José Miguelito aka Miguelito comete "de forma ingenua (que graça tem estes jornalistas avençados) o penálti sobre Saviola".



Ele bem tentou cumprir a sua obrigação enquanto jogador emprestado da agremiação.

do blog O anti lampião

D.Liberal disse...

Caro Pedro,

Ainda sobre o Mariano, o que dá para questionar é a imparcialidade das escolhas do Jesualdo e todos os comentários. Não é nenhuma fixação com os novos o que é por demais evidente é que o Mariano não têm classe para jogar no FCP, por diversos motivos sendo o principal a falta de talento.

Acho que nos últimos três anos deu para entender isso. Ainda se lembra de quando o Jesualdo tirava sempre o Tarik aos '60 para meter o Mariano. Isso sim é uma fixação.

E já agora outra é culpar o treinador quando um jogador joga mal e não consegue dominar uma bola, ademais empastelando vários lances de contra-ataque.