Em Portugal é politicamente correcto os adeptos dos grandes dizerem que nas provas europeias torcem uns pelos outros. Francamente eu acho isso essencialmente uma hipocrisia, pois estou convicto que a maior parte dos que o dizem fazem figas ao dizê-lo. Em Espanha e Inglaterra, para citar dois casos, é considerada a coisa mais normal deste mundo gozar-se com a desventura dos compatriotas nessas competições, e inclusivamente torcer por ela. O futebol é essencialmente um divertimento e a pátria não está em causa, mas os portugueses, pelos vistos, são muito patriotas (o que não impede 40% dos inquiridos numa recente sondagem de dizerem alegremente que preferiam ser espanhóis…).
Pois esta época, no que diz respeito a uma agremiação alfacinha cujo nome não passará os meus lábios, e à fase de grupos da novel Liga Europa, eu, pelo menos, não terei de recorrer a esse fingimento (que não está nos meus hábitos, diga-se) pois entre os adversários dessa agremiação estará o Everton FC, que é há longos anos o meu segundo clube.
O Everton é um dos mais históricos nomes do futebol inglês – e, por consequência, do futebol mundial. Foi fundado em 1878 com o nome de St. Domingo, para permitir aos frequentadores da Igreja Metodista da paróquia de St. Domingo, em Liverpool, a prática de um desporto fora dos meses de Verão, nos quais se jogava cricket. No ano seguinte adoptou o nome da área envolvente, Everton, devido ao desejo de participação de pessoas de fora da paróquia.
Em 1888 o Everton foi um dos doze fundadores da Liga Inglesa (“os doze apóstolos”) e é o clube com mais presenças (107) no principal escalão do futebol inglês, sendo o único que já completou 100 presenças (o Aston Villa fá-lo-á brevemente).
O Everton é o quarto clube com mais títulos de campeão inglês (mais de vinte clubes já foram campeões de Inglaterra, note-se), nove no total, o último dos quais na época de 1986/87. Venceu ainda por cinco vezes a Taça de Inglaterra (F.A. Cup) e em 1984/85 venceu a Taça das Taças, batendo na Final, em Roterdão, o Rapid Viena. O Everton fora campeão nessa época (e perderia a Final da Taça de Inglaterra três dias depois da Final de Roterdão) e sê-lo-ia de novo dois anos depois. Eram tempos de grande domínio inglês nas provas europeias, particularmente na Taça dos Campeões Europeus, mas a suspensão dos clubes ingleses após os trágicos acontecimentos do Heysel (quinze dias depois da Final de Roterdão) impediu os Toffees (uma das alcunhas do clube) de tentarem a sua sorte na maior competição da UEFA. Ironia das ironias, foi devido ao comportamento selvático dos adeptos do seu vizinho e grande rival Liverpool que o Everton se viu nessa situação.
Por falar em Liverpool, este clube foi fundado após uma cisão no Everton em 1892. Os Toffees jogavam em Anfield (onde festejaram o seu primeiro título inglês, precisamente em 1892), mas o campo era arrendado e o senhorio, John Houlding (que até era conhecido por “Mr. Everton”), pretendeu aumentar a renda. O Everton recusou e abandonou Anfield, tendo o senhorio, juntamente com alguns evertonianos renegados, fundado o Liverpool.
Praticamente desde então o Everton joga em Goodison Park, construído pouco depois do abandono de Anfield. Este estádio chegou a ser o melhor estádio inglês de clube, nele se tendo disputado uma das meias-finais do Campeonato do Mundo de 1966, entre a Alemanha Ocidental e a União Soviética. Foi também em Goodison Park, e na mesma competição, que teve lugar o único jogo oficial até hoje disputado entre Portugal e o Brasil, com vitória portuguesa por 3-1. Também aí se disputou o célebre Portugal-Coreia do Norte, dos quartos-de-final da prova, em que Portugal venceu por 5-3 depois de ter estado a perder por 3-0.
Ao longo das décadas vários famosos jogadores honraram a camisola azul vivo do Everton, entre os quais se destaca o famoso William Ralph “Dixie” Dean (1907/1980), o mais prolífico goleador da história do futebol inglês, autor de um total de 379 golos em 438 jogos, tendo 349 desses golos sido obtidos ao serviço do Everton, clube pelo qual disputou 399 jogos entre 1925 e 1937. Na época de 1927/28 Dixie Dean estabeleceu o recorde de golos numa só temporada na principal divisão inglesa – 63 em 41 jogos. Muito dificilmente esta marca algum dia será batida.
Outros grandes nomes que jogaram pelo Everton incluem os campeões mundiais de 1966 Alan Ball e Ray Wilson, o defesa-central internacional inglês Brian Labone, o guarda-redes galês Neville Southall (recordista de jogos pelo clube – 751 entre 1981 e 1997) e o avançado Gary Lineker (melhor marcador do Mundial do México de 1986).
Entre os mais conhecidos nomes de adeptos do Everton destaca-se o do filho da terra Sir Paul McCartney. Este e o seu parceiro dos Beatles John Lennon estavam entre os adeptos em Wembley na Final da Taça de Inglaterra de 1966, em que o Everton venceu o Sheffield Wednesday por 3-2. Os mais práticos e oportunos baptizaram esta Final de “the Lennon & McCartney Cup Final”.
Nas três últimas épocas, mercê de dois quintos e um sexto lugar, o Everton apurou-se para a Taça UEFA, agora Liga Europa. Na época passada não passou da eliminatória preliminar (batido pelo Standard de Liège), mas há dois anos atingiu os quartos-de-final, sendo eliminado pela Fiorentina no desempate por penalties. Pelo caminho estabeleceu um novo recorde inglês de vitórias consecutivas na Europa: sete.
Apesar de um mau começo de campeonato (duas derrotas nos dois jogos já disputados, uma delas por uns inacreditáveis 6-1, em casa contra o Arsenal) o Everton passou sem problemas o play-off da Liga Europa, eliminando o Sigma Olomouc, da República Checa, por 4-0 e 1-1. O sorteio da fase de grupos não foi dos mais favoráveis, pois o AEK e o Bate Borisov são adversários de respeito, pese embora o quase anonimato deste último clube. Mas há clubes muito conhecidos – embora não tanto como eles se julgam – que por vezes se deixam bater por equipas tão anónimas como o Bate Borisov, como, por exemplo, certas vítimas do Metalist Kharkiv na Taça UEFA da época passada.
Fico pois a torcer pelos maiores êxitos do grande Everton FC na primeira edição da Liga Europa, no que, estou certo, serei acompanhado por muitos leitores. Mas suo frio só de pensar no Bate Borisov...
Come on you Blues!
Imagens: emblema do Everton FC, Goodison Park e estátua de Dixie Dean junto ao estádio.
31 comentários:
Pois é Burmester, tenho grande dificuldade em perceber essa frase popularizada pelo rei da música «pimba» na canção «Eu tenho dois amores»!
Admito que seja defeito meu, mas entendo que amor verdadeiro há só um. Em termos clubista, o meu foi, é e será o FC Porto e mais nenhum.
Feitios! Pelos vistos cada um pode ter quantos quiser. São os chamados corações gigantes (ou voláteis?)!
Eu também gosto muito do Barça, se calhar o segundo clube da minha simpatia. Isso não invalida ser só PORTISTA.
Se o Barça perder não me atiro para o chão nem durmo mal ... É só uma simpatia.
Quanto à questão do políticamente correcto, eu não o sou, em relação sobretudo aos abutres.Por isso tenho tambem simpatia por exemplo pelo ... Celta de Vigo...
Eu tambem sou adepto do chelsea desde pequenino
Cada um é como é, meus amigos,e cada um tem a sua própria experiência de vida. Eu tenho razões particulares para torcer pelo Everton, que estão muito para além do apoio diletante que alguns dão, à distância e sentados no sofá, a clubes como, por exemplo, o Barcelona, por vezes sem sequer conhecerem a cidade condal. São duas situações que nada têm de comparável.
Devo dizer que o meu principal objectivo ao escrever este artigo foi dar uma indirecta ao Benfica, mas parece que essa minha intenção falhou e, decerto por defeito meu, terá escapado aos leitores. Se o Everton não tivesse saído a uma equipa portuguesa nesta sorteio este artigo não só não teria sido escrito como não faria aqui qualquer sentido.
Eu nestas coisas só desejo aos Benfica e ao Sporting, o mesmo que os adeptos desses clubes desejam ao F.C.Porto...mais nada.
Um abraço
Pois eu gosto que todos os clubes portugueses sigam o mais longe possível na europa, não por querer ser politicamente correcto, mas puramente por interesse: Quanto mais longe forem Porto, Benfica, Sporting e Nacional maior será o nosso coeficiente nos rankings da UEFA, e maiores possibilidades de estarmos presentes nas futuras edições da Champions teremos.
Concordo em absoluto com o Post, e até me identifico em grande parte com este. Vamos por partes:
É verdade que alguém que é mal visto por apoiar outros clubes é uma tremenda hipócrisia. Nós apoiamos os clubes que gostamos. É lógico que mesmo não sendo patriotas (eu próprio estou longe de me considerar tal), se tenha um gostinho em ver o Nacional a eliminar um Zénite que só dá porrada e não é sancionado, ou ver um Braga a chegar longe na UEFA. Ou até mesmo apoiar o Sporting, pois apesar de sermos eternos rivais, é uma equipa que não deixa de jogar bom futebol (quando quer), e que estamos habituados a ver jogar. Qualquer pessoa pode não se identificar com que escrevi sobre o Nacional, o Braga e o Sporting. Têm todo o direito disso! Hipocrisia é exactamente dizer que não podem discordar do que acabei de dizer! É terem de torcer obrigatoriamente por todos os clubes Portugueses, goste-se ou não. Eu tenho os meus gostos. Em Portugal rio-me quando o Sporting perde. Nas competições europeias estive colado na TV até ao ultimo segundo a ver se conseguiam fazer o 2-1 contra a Fiorentina, mas não condeno minimamente quem estivesse a fazer o exacto contrário. Não mencionei aqui o SLB, porque principalmente nesta altura não consigo imaginar nenhum Portista a sentir-se com vontade de torcer por aqueles nojentos, seja em que jogo for. Mas se assim for, que sejam felizes.
A parte do Post que me identifico, e também em jeito de resposta ao comentário do Dragãopentacampeão, também eu tenho uma grande paixão fora de Portugal. Existe uma moça bem boua que... ah,esperem... paixão clubistica! :$ Sou grande adepto do Rosenborg BK desde o final dos anos 90. Foi dito que o "coração" só tem tamanho para o amor a um clube, etc. 1º De tudo, o coração só tem tamanho para os seus constituintes... E por entre Valvas e Ventrículos, não sei bem onde se inclui o amor por um clube. Acho que esse tipo de coisas estilo sentimentos e tal costuma ficar alojado algures no cérebro. :P Mas não creio que haja problema algum em gostar-se muito de dois clubes. Talvez um desses um bocadinho mais que o outro, mas também isso não interessa muito. É a mesma coisa que perguntares a qualquer adepto de uma vilazinha ou cidadezinha pequena. Muita gente diz ser adepta por exemplo... sei lá... do Marco e do FCP, do Portimonense e do Sporting, do Famalicão e do Benfica. São só exemplos que conheço. Eu, sendo Lisboeta, sinto uma simpatia pelo Belenenses, mas também não é "aquela coisa" especial. Sou Portista. Com muito orgulho. Adoro o Rosenborg, torço como qualquer adepto norueguês por eles, tal como o Alexandre Burmester tem um enorme sentimento pelo Everton. Compreendo e identifico-me. Se o Dragãopentacampeão só consegue arranjar espaço para o FCP no coração dele, acho muito bem e até aplaudo que ele seja um fervoroso adepto do meu clube. Mas não me considero menos Portista que ele ou ninguém.
Saudações e peço desculpas pelo tamanho do comentário! Entusiasmei-me :$
Eu percebo o Alexandre perfeitamente. Não tenho um 2º clube mas não vejo problemas nisso, até porque conheço as razões
que levam o Alexandre a apoiar o Everton. Pelo menos este ano também vou torcer por eles :)
O alcance do artigo do Alexandre passou ao lado.
Um aspecto interessante é nos EUA que quando as pessoas mudam de cidade por vezes deixam de apoiar o clube da cidade natal e passam a apoiar o clube da cidade onde habitam. Ou seja, há quem se identifique sempre com a terra natal e quem se passe a identificar mais com a terra onde vive e trabalha, o que leva
E já que estamos numa politicamente incorrecto essa coisa do amor ao clube é muito bonita. Eu também apoio o meu único clube incondicionalmente mas existe muita coisa para mim na vida mais importante que o "meu" (estou como o outro) FC Porto. Pelo menos eu gosto de relativizar estas coisas assim, mesmo que seja meio desvairado quando estou a ver um jogo nas bacnadas ou na TV.
hmocc, não sei o que é melhor para o FCPorto em termos financeiros e de ranking, se dois ou cinco clubes portugueses na Europa. Quanto mais equipas de um país, mais divisão existe de receitas e de pontos. Tivessemos menos equipas o ano passado na Europa e o FCP teria conseguido maiores receitas e os pontos teriam tido maior peso na tabela.
A acrescento que gosto do conteúdo do artigo. Gosto dos contextos históricos e sociais que envolvem muitos clubes britânicos como o Everton, à semelhança do nosso FC Porto que também teve o seu papel no desenvolvimento da cidade nos pós 25 Abril, nomeadamente nas figuras de Pinto da Costa e José Maria Pedroto.
O aspecto que julgo ser muito particular em Inglaterra é o contexto religioso nos clubes e respectivas comunidades.
Sem querer, parece que o meu comentário gerou mais polémica que o post.
Admiti que o defeito até pode ser meu. Pelos vistos está confirmado.
Contudo, burro velho não aprende inglês! Sou da velha guarda e já não tenho emenda. Ainda assim tenho orgulho em ser como sou.
Fiquem todos descansados que jamais poria em causa o amor ao FC Porto que sei que nutrem e não me sinto mais portista que qualquer outro.
Para mim todos os outros clubes são adversários, alguns até inimigos. Pelos primeiros não nutro qualquer sentimento, pelos outros apenas ódio.
Por essa razão, tanto me faz a carreira que possam fazer os adversários e torço para que os inimigos sejam sempre humilhados, sem que no entanto passe a admirar os clubes que eventualmente tenham contribuído para essa humilhação.
Já agora, como conseguem gerir os vossos sentimentos quando os clubes que admiram se confrontam? Já sei que vão dizer que preferem a vitória do nosso FC Porto, mas... será que ficam com parte do coração (ou o cérebro) destroçado?
Não deve ser fácil!
Caro Burmester, peço desculpa se fui inconveniente.
Não creio que fosse necessário apresentar desculpas, mas como não sou o dono do blog, não me adianto mais nesse assunto.
Também não creio que o teu comentário tenha gerado polémica. No meu caso, peguei no teu comentário até mais para me ajudar a escrever o meu próprio comentário. Claro que não concordo ctg em algumas cenas, mas também o mundo era uma seca se concordássemos todos uns com os outros, não?
Na minha opinião, adoro o futebol, e isso faz com que eu acabe por simpatizar com outras equipas. Acho até natural. Quanto a gostar tanto - ou quase - de outro clube para além do FCP, também acaba por ser algo que não é propriamente estranho ou anormal.
Quando as duas equipas se enfrentam: Bem... falando por mim, nas primeiras vezes que jogaram, foi quando efectivamente fiquei a conhecer o Rosenborg. Em 2001 ou 2002, quando eu já gostava bastante da equipa, não me senti muito dividido. Comemorei o golo do pena no jogo em que ganhamos 1-0, mas acabei por ficar triste por o FCP ter contribuído para a eliminação do RBK. Se o Rosenborg tivesse ganho, sinceramente... talvez não ficasse muito contente, porque odeio ver o FCP perder... mas ficaria contente pelo Rosenborg. Enfim, é a minha opinião apenas. Certamente que outros utilizadores terão experiencias e opiniões diferentes da minha.
hmocc disse...
«Quanto mais longe forem Porto, Benfica, Sporting e Nacional maior será o nosso coeficiente nos rankings da UEFA, e maiores possibilidades de estarmos presentes nas futuras edições da Champions teremos.»
Caro hmocc, atendendo ao grau de dificuldade, ao disputarem a Liga Europa, SLB e Sporting têm muitas mais hipóteses (teóricas) de conquistarem pontos para o ranking do clube e do país, do que teriam se disputassem a LC.
Mas já agora, aproveito para dizer que discordo frontalmente que os pontos ganhos na Liga Europa (antiga Taça UEFA) contem para o ranking usado na LC para a distribuição por potes (mas isso é tema para outro artigo).
dragao vila pouca disse...
«Eu nestas coisas só desejo ao Benfica e ao Sporting, o mesmo que os adeptos desses clubes desejam ao F.C.Porto...mais nada.»
Amén!
Afinal o artigo, podendo o seu intuito ter passado despercebido, provocou mais comentários que o normal ao fim-de-semana. Agradeço a todos o interesse.
E claro que o Dragãopentacampeão não deve qualquer espécie de desculpas.
Antes do mais peço desculpas ao Alexandre pela minha rudeza crassa em não reconhecer antes de tudo o mais o excelente artigo. Obrigado Alexandre.
Estive este verão com o meu cunhado (lampião, mas alegadamente bom rapaz...) em Liverpool e não perdemos a oportunidade de visitar Goodison Park, que diga-se de passagem, está a precisar de ser ou renovado ou substituido. Mas estou a divagar.
O Everton é sem dúvida um dos clubes mais simpáticos em Inglaterra e dá prazer a forma como tem vindo a jogar nas 3 últimas épocas e apesar de lutarem em desigualdade orçamental contra os Manchester Cities e os Tottenhams desta vida, têm-se constantemente superado ao obter classificações apenas inferiores aos 4 grandes ingleses (Man U, Chelsea, Liverpool, Arsenal).
Não sei se felizmente ou infelizmente não consigo gostar a sério de nenhum clube inglês, galês ou escocês. Quando me perguntam, digo o Leeds Utd pois é o clube local, mas não é um clube que me cative especialmente. Pelos vistos só gosto mesmo do FC Porto.
E talvez por isso tenha mais interesse por clubes qhe joguem de azul-e-branco às listas, como o Sheffield Wednesday ou o Huddersfield Town em Inglaterra, o Alavés em Espanha e o Herta de Berlim na Alemanha.
José Correia disse...
"(...) Caro hmocc, atendendo ao grau de dificuldade, ao disputarem a Liga Europa, SLB e Sporting têm muitas mais hipóteses (teóricas) de conquistarem pontos para o ranking do clube e do país, do que teriam se disputassem a LC.
Mas já agora, aproveito para dizer que discordo frontalmente que os pontos ganhos na Liga Europa (antiga Taça UEFA) contem para o ranking usado na LC para a distribuição por potes (mas isso é tema para outro artigo)."
Amigo Zé, concordo contigo em ambos os pontos que fazes.
Não vou tão longe a ponto de dizer que os pontos obtidos na Liga Europa não contem em absoluto para o ranking da UEFA, mas sem dúvida que os pontos obtidos na Champions deveriam valer o dobro dos da Liga Europa.
Abraços
Junta o Brighton & Hove Albion a esses às riscas, hmocc. E o Hatlepool, se não estou em erro.
Não tens nada de que pedir desculpa, claro.
Quanto ao estádio do Everton, o projecto do novo, em Kirkby, nos arredores de Liverpool, aguarda aprovação do Ministério do Ambiente, pois a coisa meteu debate público, devido a algumas objecções.
No que se refere ao poder financeiro do Everton é que sou capaz de afinar por um diapasão diferente do teu: o clube só não pode ombrear com clubes como o Manchester City (e os outros poderosos) porque o seu presidente e principal accionista, Bill Kenwright (que não tem dinheiro para investir), estabeleceu uns critérios tão rigorosos para a venda do Everton que acaba por não o vender, assim condenando o clube, mais tarde ou mais cedo, ao declínio.
Daniel Silva disse...
"(...) hmocc, não sei o que é melhor para o FCPorto em termos financeiros e de ranking, se dois ou cinco clubes portugueses na Europa. Quanto mais equipas de um país, mais divisão existe de receitas e de pontos. Tivessemos menos equipas o ano passado na Europa e o FCP teria conseguido maiores receitas e os pontos teriam tido maior peso na tabela."
Bem, também há essa questão que se prende essencialmente com o equilibrio na participação de todos os países da Europa, incluindo o Cazaquistão. Mas o que eu queria dizer é que seria bom para o futebol português e para o FC Porto ter companhia "a sério" na Champions, pelo menos dos outros grandes pois já me cansa o permanente snobismo dos ingleses em relação aos portugueses em geral e ao Porto em particular.
Olá Alexandre.
Eu sou VITORIANO (Guimarães) indefectível. Mas tenho outras duas paixões não Portuguesas, pois em Portugal sou 300% Vitória. Sou adepto incondicional do Torino FC de Itália, que tem uma história extraordinária, é o clube poesia, envolto numa aura de lenda, e claro do Everton FC. Sim do Everton FC. E fico muito contente por saber que existem outros adeptos dos Royal Blues em Portugal. Eu fiquei fascinado pela equipa que ganhou a Taça das Taças contra o Rapid Viena. Southall, Ratcliffe, Pat Van Den Haue, Gary Stevens, Peter Reid, Paul Bracewell, Sheddy, Heath, Derek Mountfield, Sharp, Andy Gray. Era uma equipa fabulosa, das que mais me encheu o olho nestes anos que vejo futebol. Treinado pelo mitico Howard kendall.
Felizmente já estive em Goodison Park algumas vezes, com um amigo que tenho lá. Vejo que sabes bem a história dos blues. Dixie Dean, Brian Labbone que jogou também pelo Poolies (a outra equipa, a 2ª equipa de Liverpool). E que disse aquela afirmação mágica: "Dont't forget that one Evertonian worths 20 liverpudlians". O tridente mágico Kendall, Harvay and Ball.
Enfim um clube GRANDE, que faz parte dos BIG FIVE.
Conheces o site toffeeweb.net? Passo por lá todos os dias e às vezes dou a minha opinião.
És do Porto? Eu vivo em Leça da Palmeira e gostava de falar contigo sobre os blues.
LONG LIVE EVERTON FC.
ONCE AN EVERTONIAN ALWAYS AN EVERTONIAN
Há mais de 25 anos que sigo com paixão o EVERTON FC.
Parabéns pelo artigo. Revejo-me no que escreveu.
Chega a ser comovente o apelo à pátria...Ninguém tem a obrigação moral de apoiar um clube, apenas porque está sediado no mesmo país...Deixemo-nos, todos, de hipocrisias...Porto e Benfica não dão indiferença um ao outro- isso seria o desejável e a maior prova de superioridade- eu, e falando apenas por mim, gosto de os ver perder...sempre! Mesmo que joguem com o hipotético "FC Al Qaeda" ou com o "sport clube Faixa de Gaza"...
É possível que seja um problema de mentalidade, mas eu não consigo sentir o contrário do que escrevo...Estas palavras, lidas por um benfiquista, podem ser aproveitadas para as alfinetadas do costume..."vocês não vivem sem o benfica"...mas todos sabemos que ambos se odeiam na mesma proporção...Existe, digamos, um prazer duplo no clubismo...o primeiro é o amor incondicional ao clube do coração...a ejaculação, o orgasmo...
depois existe uma réplica desse orgasmo, um espasmo com um gemido silencioso...que é o insucesso do rival!
No caso do Benfica julgo que o espasmo é merecedor de um grito "megafónico", porque apesar de haver boas e más pessoas na mesma proporção tanto num clube como no outro, eles são demasiado "baixos" para que sejam vistos apenas como um rival...
A instituição Benfica, historicamente, e com grande incidência no Presente, merece-me algo parecido com "nojo"!
Minimizam aquilo que para eles não passa de utopia e advogam uma pseudo autoridade moral digna de um filme do kusturica...Aliás, Calabote, Gaspar Ramos, Vale e Azevedo, Veiga, Vieira, Malheiros e Gabriéis deviam ser canonizados...pela Leonor Pinhão e pelo Querido Manha, por exemplo!!
Gostei mesmo do post...sem ser minimamente comparável com o sentimento/ paixão/ amor/ orgulho que tenho pelo nosso Porto, nutro qualquer coisa parecida com carinho pelo Celtic...
Abraço e parabéns pelo blog...
Alexandre,
Se calhar o Bill Kenwright tem razão ao não querer qualquer paraquedista a comprar o Everton, não vá acontecer o que aconteceu no Man City com o PM Tailandês ou o que está agora a suceder com o Portsmouth.
O próprio modelo do Manchester Utd não é exemplo para ninguém.
Quanto a clubes azuis-e-brancos (riscas verticais) existe ainda o Colchester Utd, que, paradoxalmente para nós, tem uma águia no símbolo (e por isso nem sequer entram nas minhas contas hehehehe...).
Um grande abraço
Olá Alexandre.
Eu sou VITORIANO (Guimarães) indefectível. Mas tenho outras duas paixões não Portuguesas, pois em Portugal sou 300% Vitória. Sou adepto incondicional do Torino FC de Itália, que tem uma história extraordinária, é o clube poesia, envolto numa aura de lenda, e claro do Everton FC. Sim do Everton FC. E fico muito contente por saber que existem outros adeptos dos Royal Blues em Portugal. Eu fiquei fascinado pela equipa que ganhou a Taça das Taças contra o Rapid Viena. Southall, Ratcliffe, Pat Van Den Haue, Gary Stevens, Peter Reid, Paul Bracewell, Sheddy, Heath, Derek Mountfield, Sharp, Andy Gray. Era uma equipa fabulosa, das que mais me encheu o olho nestes anos que vejo futebol. Treinado pelo mitico Howard kendall.
Felizmente já estive em Goodison Park algumas vezes, com um amigo que tenho lá. Vejo que sabes bem a história dos blues. Dixie Dean, Brian Labbone que jogou também pelo Poolies (a outra equipa, a 2ª equipa de Liverpool). E que disse aquela afirmação mágica: "Dont't forget that one Evertonian worths 20 liverpudlians". O tridente mágico Kendall, Harvay and Ball.
Enfim um clube GRANDE, que faz parte dos BIG FIVE.
Conheces o site toffeeweb.net? Passo por lá todos os dias e às vezes dou a minha opinião.
És do Porto? Eu vivo em Leça da Palmeira e gostava de falar contigo sobre os blues.
LONG LIVE EVERTON FC.
ONCE AN EVERTONIAN ALWAYS AN EVERTONIAN
Há mais de 25 anos que sigo com paixão o EVERTON FC.
Sou Sportinguista de alma e coração e subscrevo completamente este comentario pk vivi o mesmo! Apenas nunca estive em Goodison Park mas já vi o Everton jogar em Londres contra o Fulham , infelizmente perdeu 0-1. É o meu 2 clube e pela historia até um pouco similar a historia do Sporting no caso da rivalidade com o Liverpool. Em relação aos apoios na europa. FCP sigo sempre com atenção até pk normalmente são os mais dignos representantes de Portugal. Jogam de igual para igual como apenas vi o meu Sporting o fazer poucas vezes. Deu me um certo gozo a eliminação do Zenit pelo Nacional até pela constante defesa de adeptos do meu clube a um treinador mediocre por causa dos orçamentos. Quanto aos outros....os vermelhos de carnide.....apenas posso dizer...Viva o Poltava.... ;-)
SL
Miguel Damas
Aquele abraço ao "bluenose" e ao Miguel Damas! "Once a blue, always a blue!"
Conheço o Toffeeweb, caro bluenose, e também o bluekipper.com, para além do fanzine "When Skies Are Grey", que tinha um espaço na net que foi desactivado.
Ah, Ball, Kendall, Harvey, "The Holy Trinity". E a grande equipa de 1985... Que saudades...
Vou contactar-vos.
COYB!
Caro hmocc,
Eu entendo os cuidados do Blue Bill Kenwright mas apenas até um certo ponto. Venderr ao primeiro árabe ou russo que apareça pode ser um risco, de facto, mas o que consta é que para ele ninguém serve. Gosta tanto do clube que acaba por prejudicá-lo.
Quanto ao teu anterior comentário acerca de o Everton ser um "clube simpático", devo dizer-te que tenho saudades dos tempos em que era um pouco "antipático" e até era conhecido por "Bank of England". :-) Os tempos do saudoso Sir John Moores, o inventor do totobola e um dos homens mais ricos de Inglaterra, presidente do clube durante alguns anos e por mais anos ainda ligado à sua gestão. Um neto dele, o Lord Granchester, é o 3º ou 4º maior accionista, mas considera as suas acções um "património familiar inalienável"
"Bluenose",
Para me contactar, agradeço envie uma mensagem à minha atenção para o email do blog reflexao.portista@gmail.com
Um abraço
Amigo Alexandre,
Digo "simpatico" com uma certa admiração que tenho pelo trabalho apresentado nestes ultimos anos.
Em campo o Everton é dos piores adversários que se pode ter, e não fosse a novela "Lescott" decerto o Everton não teria sido humilhado pelo Arsenal no primeiro jogo da liga este ano.
D.Moyes parece um treinador da escola "Pedroto": As equipas constroem-se apartir de trás! A defesa do Everton tem sido o pilar das grandes épocas que a equipa tem feito e foi pena ver o P. Jagielka lesionar-se na ponta final do campeonato passado pois fez até ali uma prova fenomenal.
Do mesmo modo a lesão de Mikel Arteta prejudicou um pouco o jogo ofensivo da equipa, mas Tim Cahill e Fellaini seguraram as pontas no meio campo.
Se calhar ainda me vou converter em blue por vossa causa, se bem que este ano estava com mais esperanças no Wigan. A ver vamos.
Abraços
hmocc disse...
«Não vou tão longe a ponto de dizer que os pontos obtidos na Liga Europa não contem em absoluto para o ranking da UEFA, mas sem dúvida que os pontos obtidos na Champions deveriam valer o dobro dos da Liga Europa.»
Eu defendo algo diferente. Deveria haver um ranking especifico da Liga dos Campeões, baseado apenas em pontos conquistados nesta competição.
Que sentido faz ver o Sevilha (3º classificado do campeonato espanhol) no pote 1, o qual tem um curriculum na LC muitíssimo inferior ao do FC Porto?
Mas isto, conforme referi, é assunto para um outro artigo. Aqui tem-se comentado, e bem, a hipocrisia de um pretenso patriotismo, a paixão de alguns pelos blues de Liverpool e, claro, o receio que o Bate Borisov incute para os lados de Goodison Park...
Pois, Hugo, para mim o Jagielka é o melhor defesa do Everton, e claro que o Arteta, o cérebro da equipa, faz muita falta. Não fosse o Sporting pensar que é o Porto a vender e o J. Moutinho já estava em Goodison Park. Mas € 22 M?? No way...
Quanto ao Wigan, foi hoje vítima dos tradicionais finais de jogo "à Everton": sofreu o 2-1, e a derrota, aos 93 minutos! Hard luck...
É bom alguém dar a cara e assumir esta posição! Eu sou exactamente igual, não sou hipócrita, nunca fui e não nem pretendo ser-lo, por isso, desejo sempre que o benfica perca, em todas as competições seja qual for o adversário.
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