segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Meireles é um médio de cariz defensivo?


No último Bósnia x Portugal, Raúl Meireles repetiu o bom jogo que já tinha feito na 1ª mão mas, na ausência de Deco, foi ainda mais incisivo em termos atacantes. Assim, para além do golo, surgiu várias vezes em zona de remate e, pelo menos em mais duas ocasiões, esteve na iminência de marcar mais golos.

Por isso, e depois do que vimos neste jogo, quem se atreve a continuar a dizer que o Raul Meireles é um médio de cariz defensivo?

11 comentários:

John Aarson disse...

O que interessa é que seja um médio de qualidade. E isso é algo que ele ainda não demonstrou esta época. Ao serviço do Porto, pelo menos. Espero mesmo que ele se lembre das suas exibições ao serviço da Selecção a partir de agora quando envergar a camisola do clube que representa.

Unknown disse...

Desde a altura em que era o trinco do Co Adriaanse, que acho que defender não é a sua melhor qualidade.

Nuno Silva disse...

O problema não é a posição ou a táctica da equipa... é a estratégia de jogo da equipa!

Como é que um médio de transição como o Meireles... sim... para mim nem é ofensivo nem defensivo... é de transição...

... como é que um médio de transição pode actuar bem e ser bem sucedido nas suas acções individuais se o colectivo está desconexo.

A questão do 6 na equipa não faz diferença, pois tanto na selecção como no Porto tem um 6 competente, com bom raio de acção, nenhum deles é de sair a jogar com a bola no pé.

Neste jogo nem mesmo a inexistência de um 10 foi diferente: Deco esteve Lesionado assim como o Bellischi está de fora por opção!

A diferença está no facto de no Porto não haver apoio à transição ofensiva... o Prof quer tudo demasiado recuado, demasiado encolhido e fechado e com os avançados demasiado distantes.

Os médios, em momento defensivo são de facto defesas, jogam a 30 metros do Helton, e a transição quando se efectua é a queimar linhas, não passando pelo meio campo...

Para agravar, os nossos avançados são são do tipo de recolher a bola segurar e distribuir aquando da chegada dos médios... são de correria com bola!

Portanto: onde é que entram os médios nas contas do Jesualdo!? Apenas no momento defensivo! por isso é que o Meireles e qualquer outro que jogue ao seu lado vão se queimados... mesmo o BElluschi!

Francisco Andrade disse...

Não é defensivo, nem ofensivo, é um médio-centro, ou seja, apoia os outros dois. E é essa a função que tem no Porto e na selecção.

Agora, se lhe metem ao lado toscos como o Guarin e/ou o Mariano, não há milagres. O homem está sempre em sobressalto a ver quando é que os outros vão perder a bola.

Ou será que ainda não notaram que há uma diferença de qualidade quando joga com o Deco, o Tiago ou o... Belluschi?

A agravar, temos o Hulk e o Rodriguez (ou o Mariano) que só sabem correr para cima dos defesas, perder bolas ou despachá-las de qualquer maneira para a área e rezar para que o Falcao ou o Farias façam alguma coisa. De vez em quando lá conseguem... mas já toda a gente percebeu onde é que eles vão.

Tabelinhas, combinações, tá quieto, e depois é o meio-campo que tem de recuperar a bola... ou seja, o Meireles e o Fernando.

Mas depois querem que eles avancem mais...

Luís Carvalho disse...

Atrevo-me eu:
Apesar de todas as atenuantes dado o inefável sistema-Jesualdo, Meireles é muito fraco como pseudo médio ofensivo (que não o é de todo).

miguel87 disse...

Apesar de tudo, acho que o melhor jogo que fez esta época no Porto, foi quando recuou para a "posição 6" frente ao Atletico de Madrid.
E continuo a achar que em 90% dos jogos deveria ser ele a ocupar essa posição, já que consegue fechar bem a zona defensiva e ser ao mesmo tempo construtivo na "transição" para o ataque, ao contrário do nosso "6" residente - Fernando, o "carangueijo".

miguel87 disse...

*caranguejo

v.a.s.c.o. disse...

Como explicar rendimentos tão distintos do mesmo jogador no espaço de semanas?

No Porto, Meireles é um inegável exemplo de raça, carácter e crer, que o leva a usar a braçadeira de capitão quando Bruno Alves não está em campo. Nos últimos tempos tem sido um dos jogadores, que transitou do ano passado, mais criticados.

Inserido no habitual 4x3x3 de Jesualdo Ferreira, Meireles perdeu este ano o seu companheiro Tetracampeão, Lucho Gonzalez. Não sou daqueles que defende que Raul “desaprendeu” de jogar sem El Comandante a seu lado. Defendo que tanto ele, como a equipa técnica do FC Porto, ainda não encontraram a melhor forma de dinamizar um meio campo demasiado frágil e sedento de um companheiro definitivo para Fernando e Raul Meireles.


A nível táctico, parece estar sempre algo preso ao realismo do seu treinador. A jogar demasiado perto de Fernando, sem liberdade posicional preocupando se em excesso na recuperação da bola e quando a procura entregar aos companheiros da frente, já percorreu demasiado espaço com ela nos pés, desgastando-se em excesso. Fala-se em “questões físicas”, mas não vejo esse problema na selecção. O que vejo na selecção é um jogador de enorme entrega, que recupera, corre, procura espaços, muda de flanco com o seu bom passe longo, executa passes de ruptura, e um jogador que só no jogo de ontem deve ter aparecido mais vezes na área que em todos os jogos oficiais do Porto.

Mas afinal, o que leva Raul Meireles a ser “dois jogadores diferentes” num sistema táctico aparentemente idêntico?

Na minha opinião o problema está naquilo que o treinador (Jesualdo ou Queiroz) procura do jogador e quem está atrás de si (Fernando ou Pepe).Jesualdo não vê Fernando com capacidade de sair a jogar, progredir no terreno com bola (trabalho que os grandes 6 fazem: Redondo, Pirlo, Essien…) apenas lhe confia a tarefa de recuperação de posse de bola (que executa com distinção). Logo, origina um desgaste desnecessário em Meireles, que é obrigado a defender/recuperar a bola, transporta-la até ao ataque e entrega-la aos jogadores mais adiantados, e quando tenta chegar á frente, já não tem frescura física para procurar espaços ou aparecer na área.Queiroz por outro lado, confere o trabalho de recuperação de bola naquele espaço do campo, quase na totalidade a Pepe, juntando lhe Meireles quando Portugal não tem bola. Quando a recupera, vemos o luso-brasileiro com a cabeça levantada a sair a jogar, libertando o interior, Meireles, da necessidade de “inventar” espaço e percorrer metros em posse, concedendo lhe muita liberdade posicional, o que levou o jogador ontem a aparecer na zona de finalização e a defender quando era preciso.


Ontem assisti a uma exibição muito agradável de Raul Meireles, algo que não se tinha assistido esta época de Dragão ao peito. Motivação poderá ser parte do problema? Talvez, mas sendo vice-capitão esse problema não deveria existir. Podemos achar estranho, um jogador ter exibições tão distintas em sistemas quase idênticos, mas o que espero ver em breve, e já no próximo Porto x Chelsea, é se as movimentações de Meireles terão mais liberdade e o levam a pisar terrenos mais adiantados dando dessa forma, azo à sua maior criatividade. Algo que ele ontem provou que gosta e é muito útil a cumprir...

http://sectorofensivo.blogspot.com

Luís Negroni disse...

O Meireles é uma abécula naquela posição, já mete nojo vê-lo arrastar-se no Porto. Do que o Porto precisa com a equipa ofensiva que tem (Rodriguez/Varela, Belushi/Meireles/Guarin, Hulk/Mariano, Falcão/Farías/Orlando Sá), é de um médio mais recuperador, mais robusto, que meta muito mais o pé, e que em simultâneo tenha boa visão de jogo e boa capacidade de passe. E até já fazem parte do plantel 2 médios com essas características, Valeri e Prediger, é só o tapado do Prof. Jesualdo pô-los a jogar. Aposto que as equipas adversárias passam a jogar muito menos e o Porto a jogar muito mais.

José Rodrigues disse...

Antes de mais, não achei a exibição do Meireles na Bósnia como nada de especial, apesar de estar benzinho. Subiu claramente de rendimento a partir do momento q marcou o golo e q a Bósnia teve q correr atrás do prejuízo; é um jogador muito útil especialmente nessas situações.

De resto o v.a.s.c.o. (e outros) para mim disseram tudo... antes de mais, e sou mais um a dizer isto, o Meireles nem é um "médio defensivo" nem é um "médio ofensivo"; é um médio de transição. Aliás a grande maioria do pessoal diz isto, por isso não sei onde é q o J Correia foi buscar a ideia do "médio defensivo" (com a excepção de uma pequena minoria).

De resto NATURALMENTE q o rendimento depende muito dos modelos de jogo dos treinadores, e dos colegas q tem ao lado no meio-campo. Isso por sí só explica um maior rendimento na selecção do q tem tido no FCP.

Nuno Silva disse...

O seu a seu dono:

"De resto o v.a.s.c.o. (e outros) para mim disseram tudo... antes de mais, e sou mais um a dizer isto, (...) é um médio de transição."

sem falsas modéstias...o único que falou aqui em médio de transição fui eu!:

"Como é que um médio de transição como o Meireles... sim... para mim nem é ofensivo nem defensivo... é de transição...
"