Para mim é claro que estamos financeiramente melhor do que os nossos rivais portugueses. Será isto razão para não nos preocuparmos de todo com este aspecto? Penso que não, já que quanto mais fortes estivermos financeiramente, maior a vantagem competitiva a médio prazo - tanto ao nível nacional, como internacional (não nos esqueçamos da Liga dos Campeões). Além disso continuamos dependentes de mais-valias superiores a 35 milhões/ano para ficar no "zero", e não se pode contar eternamente que os substitutos dos vendidos estarão à altura do desafio (e já agora, cada ano que passa temos uma % menos elevada dos passes dos jogadores mais valiosos).
Penso que do lado das receitas não há muito que fazer, o trabalho da SAD nesta área parece-me muito bom. Sim, haverá algum potencial para crescimento em patrocínios (naming do estádio, anyone?) e merchandising, mas é bastante limitado.
Já do lado dos custos penso que há muito para dizer; vejo potencial para poupar uns 15 a 20 milhões €/ano sem colocar em causa a competividade desportiva - pelo contrário, se tivéssemos esta quantia para re-investir desportivamente (por ex vendendo menos um titular por ano) acho que a podíamos mesmo aumentar.
Começa pelos salários dos jogadores - em 08/09 gastámos 28,5 milhões (subida de 4 milhões em relação ao ano anterior). Todos os anos vejo dirigentes e adeptos a dizer "este ano é que vai baixar com a saída de Postiga/Diego/Quaresma/Lucho/emprestados etc" mas o que eu vejo é que continua a subir - e subidas de 2 dígitos (em percentagem), ano após ano. Que fazer nesta área? Renegociar contratos para baixo é pouco menos que impossível, esqueçam (até por causa do acordão Bosman). Cortar nos salários dos excedentários? Pode ajudar um pouco, mas não muito - não mais que 1 a 2 milhões/ano no máximo dos máximos.
Onde se pode fazer alguma coisa a sério nesta área é não ter o banco repleto de jogadores a ganhar dezenas de milhares de euros/mês (já nem digo titulares) - estou convencido que perdíamos muitíssimo pouco desportivamente se tivéssemos no banco mais prata da casa em vez de jogadores contratados no estrangeiro (ou, como 2a opção, jogadores saídos do campeonato português q hoje têm um salário muito baixo nos seus clubes pobretanas; estou certo que Varela ganha muito menos que Guarín, por exemplo). Aqui acho que podíamos facilmente poupar 2-3 milhões/ano, se tivéssemos uns 5 jogadores da casa no plantel, mesmo q fosse acima de tudo para o banco.
Mas o maior impacto da prata da casa nem seria nos salários, mas sim nas amortizações de passes - ou se quiserem o custo de aquisição. Aqui podia-se poupar uns quantos milhões por ano tendo um bocadinho mais de contenção nas aquisições, e sem colocar em causa a contratação de jogadores que têm um CV de qualidade e para posições em q não estamos lá muito bem servidos para titular (como no caso da contratação de um Rodriguez ou Belluschi). Repare-se que o valor contabilístico do plantel (que reflecte os custos de aquisição do passe, ainda que amortizados) tem vindo sempre a subir, e muito pouca gente vai dizer que a valia geral do plantel (desportivamente falando) tem subido constantemente de ano para ano. A 1 de Julho de 2009 o plantel "valia" 58 milhões, contra 51 um ano antes. O mesmo tinha acontecido no ano anterior. Isto é consequencia de duas coisas: as contratações para titular têm sido cada vez mais caras (agora compra-se jogadores que valem 10 milhões como se fosse uma coisa natural, quando há 3 ou 4 anos nenhuma contratação chegava a esse valor), e o banco tem sido gradualmente repleto de jogadores que custaram vários milhões de euros cada um (quando antes tínhamos no banco um Cech, um Tarik, um R Costa, um Jorginho, até mesmo um Ibson, etc, jogadores que tinham custado muito menos).
Ah, mas não será isso fruto de uma inflação generalizada do mercado? Olhando para as contratações no panorama internacional constato que não, a média internacional não tem aumentado (terá até mesmo diminuído). É fruto sim de um esvaziamento do plantel do FCP de prata da casa (custo zero) ou de jogadores baratos saídos acima de tudo do campeonato português (e por favor não me queiram convencer q um Benitez veio ganhar o mesmo q um Areias, ou que um Prediger ou Guarin veio ganhar o mesmo q um Jorginho). Se eu até concordo q todos os anos se compre um par de jogadores por 10 milhões (se continuarmos com vendas muito boas), já me faz impressão que se contrate mais 5 a 10 atletas por 2 a 5 milhões cada um. 3 ou 4 ainda compreendo, tantos não (ainda mais quando há continuidade de treinador).
Continuando a falar dos custos com pessoal, passo aos administrativos: entre "órgãos sociais" e "técnicos e administrativos", aumentámos os custos anuais para os 13 milhões (contra 10 um ano antes), 30%. 13 milhões é uma pequena fortuna (quase METADE do que gastamos nos salários dos jogadores todos sob contrato!). O nr de funcionários voltou a aumentar (uma constante dos últimos anos, quando cá fora no mundo "normal" das empresas só se vê downsizing); já excluindo os vendedores das lojas (24 funcionários que um ano antes não pertenciam ao quadro do FCP), temos 44 (!!) treinadores e treinadores-auxiliares, e 106 (!!) directores e outros funcionários da SAD. Desculpem lá, mas há ali gente a ganhar muito mais do que ganharia num cargo equivalente noutra empresa qualquer da mesma dimensão - e não falo sequer dos administradores, há vários directores e outros funcionários muitíssimo bem pagos na esfera SAD, na Porto Estádio, na Porto Comercial etc., que não têm nada a ver com o futebol directamente.
A propósito, já mencionei que todas as empresas satélites (Porto Comercial, Porto Multimédia, Porto Seguros, Porto Estádio) dão... prejuízo? Se não servem para contribuir com lucro para a SAD, servem para quê ao certo? Enfim, nesta área (custos com pessoal excluindo jogadores) estou certo que havendo vontade podia-se cortar até uns 5 milhões por ano (baixando para uns "meros" 8 milhões) sem beliscar o funcionamento eficiente daquilo que conta, que é o desempenho da equipa de futebol.
Falta falar de duas áreas dos custos: FSE (Fornecimentos e Serviços Externos) e serviço da dívida (custos financeiros). Começo pelo último, que é mais simples: gastamos 5,5 milhões/ano em juros, e acho q num prazo de 3 anos - de repente, não - podia-se poupar uns 3 milhões/ano abatendo-se gradualmente o passivo correspondente a empréstimos).
Falta portanto apenas abordar os FSE, onde os custos subiram de 16,8 para os 20 milhões (há 3 ou 4 anos não chegava aos 10 milhões...). À primeira vista, parece-me q sem uma enorme dificuldade se podia arranjar maneira de poupar uns, digamos, 3 milhões/ano nesta área. Como? Menores encargos com advogados, mais apertado controlo de custos em várias das vertentes que englobam esta rubrica (só para dar um pequeníssimo exemplo: o clube fica a ganhar alguma coisa na prática por fazer publicidade às crónicas do Labaredas no site d'O Jogo como tenho visto? Qual é a vantagem para o FCP que haja eventualmente mais umas quantas centenas de portistas a visitar essas crónicas por terem visto esse anúncio? Ou será que o anúncio é de borla por o Labaredas atacar tão sistematicamente outro jornal desportivo concorrente?).
Para terminar, assinalo apenas que este é um ponto de partida para discussão, uns meros bitaites de um adepto razoavelmente informado - mas que não se arroga conhecer os detalhes ao nível de quem está lá dentro, nem pouco mais ou menos.
Quer esta última frase dizer que quem está lá dentro está certo em tudo? Não necessariamente. Pode haver uma certa falta de cultura de controlo de custos (entre os mais altos dirigentes só Fernando Gomes terá alguma experiência e know-how neste aspecto); um certo síndroma que o que é de fora é que é bom com um certo empolgamento nos DVDs (nas contratações vs prata da casa); uma certa cultura de clientelismo que leve a uma distribuição de benesses mais do que desejável; o não querer "chatear-se" com certos amigos; uma certa complacência fruto das vitórias e das grandes vendas. Não seria de admirar por aí além que alguns destes elementos estivessem presentes, já que os nossos dirigentes são seres humanos como qualquer pessoa, com as suas virtudes e as suas fraquezas.
17 comentários:
Mais uma vez uma análise muito boa.
No entanto, há um pouco que me deixa um pouco reticente que é o das amaortizações dos passes.
Na essência concordo com a utilização dos jogadores da casa para os lugares do banco, poupando assim em contratações e por conseguinte nas amortizações (mas acima de tudo, e esquecendo a vertente financeira, porque sinto falta de olhar para o plantel e não ver a mística de outrora que era carregada pelos jogadores da casa e sinto falta de ouvir as conferências de imprensa e as entrevistas na zona mista a seguir aos jogos em português...).
Concordo também que o ideal era comprar pouco e bom e poupar assim uns milhões.
No entanto, verifica-se que temos comprado muito todos os anos e que de cada camião que compramos, dois ou três saem muito bons e dão um bom lucro, outros dois ou três não comprometem e não dão prejuízo e o resto sai um barrete.
Estando o Porto limitado a comprar "barato" (senão não vendíamos o Lucho ao Marselha ou o Lisandro e o Cissoko ao Lyon) e a ter que descobrir jogadores de segundo plano com elevado potencial, terá a SAD capacidade de acertar sempre nos investimentos de forma a continuar a rentabilizá-los com elevados lucros desportivos e financeiros?
É neste equilíbrio entre número de aquisições, custo das mesmas, capacidade de as rentabilizar desportiva e financeiramente que eu acho que é difícil de acertar no ponto óptimo.
Nota final - apesar do mundo financeiro em que se tornou o futebol, sou contra o "naming" do estádio do Dragão - considero que vender o nome do estádio é vender a identidade
Mesmo nas quotizações haverá espaço crescimento. Em 2008-09, 3.814.741 €, mt pouco qd comparados com os números dos rivais 8.228.000 € (SLB), 4.432.000 € (SCP).
Precisam-se angariar novos sócios e generalizar o débito em conta das quotas!
Excelente artigo do Zé Rodrigues demonstrando, com exemplos concretos, como se poderia cortar nas "gorduras" da SAD sem afectar o "músculo", isto é, sem afectar o nível de investimento e, consequentemente, a competitividade da equipa de futebol.
«não ter o banco repleto de jogadores a ganhar dezenas de milhares de euros/mês (já nem digo titulares) - estou convencido que perdíamos muitíssimo pouco desportivamente se tivéssemos no banco mais prata da casa em vez de jogadores contratados no estrangeiro»
Eu já me dava por satisfeito se do 19º ao 24º jogador do plantel (os habitualmente não convocados) fossem, essencialmente, jovens saídos da formação azul-e-branca. Mas nem isso, conforme sabemos.
«entre "órgãos sociais" e "técnicos e administrativos", aumentámos os custos anuais para os 13 milhões (contra 10 um ano antes), 30%.»
É possível saber-se qual era o valor desta rubrica nas épocas 2002/03 e 2003/04?
«excluindo os vendedores das lojas (24 funcionários que um ano antes não pertenciam ao quadro do FCP), temos 44 (!!) treinadores e treinadores-auxiliares, e 106 (!!) directores e outros funcionários da SAD»
Nem merece comentários. Direi apenas que é verdadeiramente inacreditável!
«A propósito, já mencionei que todas as empresas satélites (Porto Comercial, Porto Multimédia, Porto Seguros, Porto Estádio) dão... prejuízo?»
Atendendo ao tipo de actividades e às receitas associadas, é estranho que a PortoComercial, a PortoSeguros e a PortoEstádio sejam empresas que dão prejuízo.
Não haverá uma explicação contabilística para esse facto?
«gastamos 5,5 milhões/ano em juros»
É possível saber-se qual era o valor desta rubrica - serviço da dívida (custos financeiros) - nas épocas 2002/03 e 2003/04?
«Falta portanto apenas abordar os FSE, onde os custos subiram de 16,8 para os 20 milhões (há 3 ou 4 anos não chegava aos 10 milhões...)»
Nos R&C da SAD há alguma explicação para este disparar brutal do valor dos FSE nos últimos 4 anos?
É possível saber-se qual era o valor desta rubrica nas épocas 2002/03 e 2003/04?
Embora reconheça que é sempre possível fazer mais e melhor, mudar é mais difícil.
No sector privado, que não o futebol, é bastante mais fácil : os despedimentos, o lay off, a precariedade (contratos a prazo) e a extinção de postos de trabalho são provavelmente os meios mais usuais para cortar despesas.
No futebol, no sector burocrático ainda é possível mexer, mas como maioria são técnicos superiores, já se sabe que aí não se toca. São imprescindíveis.
Os jogadores, esses têm toda a protecção nos grandes clubes e os contratos têm de ser de longo prazo. São caros, fazem-se caros e não lhes falta quem os alicie. Até ao Fernando que é (só) tampão, ou ao Meireles que apenas é razoável não lhes faltaram propostas. E se os queres "disponíveis" há que pagar conforme os ditames do mercado. Ou andar por lá próximo. É uma chatice.
O projecto visão 611 ainda está em flor. E cheira bem. Faltam os frutos. Demora e às vezes nem amadurecem.
Enquanto o Presidente for PdC as mudanças serão pontuais. A nomenclatura continuará, a estratégia também. É essa a vontade da maioria dos sócios.
O Mário Faria sintetizou bem a situação. A análise do José Rodrigues é muito ponderada e assertiva.
Mas, atenção às questões da competitividade poder ser comprada por preço inferior. É uma ilusão que seja a prata da casa a ocupar o banco. Para não dizer pior.
Sobre os aumentos de custos com o plantel, a explicação oficial foi dada: evitar novos casos Paulo Assunção, melhorando os salários, e premiar os êxitos, quantos mais mais caros são.
Em tudo o resto, fora da equipa de futebol, o José Rodrigues tem razão e aponta exemplos em concreto. Das empresas que dão prejuízo a custos de comunicação com um departamento irrisório e que nada mudou na forma de comunicar, e na eficácia, são sinónimo de amiguismo e pouco profissionalismo. E digo-o que nem sou sócio, mas como adepto indefectível sinto-o como se me saísse do bolso, compreendendo as preocupações de quem não vê apenas e só o jogo jogado.
O José Correia está obcecado e acaba numa perseguição feroz ao "Governo" do FC Porto em 2003 e 2004. Foram outras épocas, surgidas após 3 anos de vacas magras que obrigaram a certos limites na contenção e, por acaso, até saiu tudo melhor que a encomenda, com triunfos retumbantes.
Não há épocas nem eras iguais. Ou por as condições endógenas serem diferentes, ou por factores exógenos criarem outras dificuldades.
Repare-se, para quem vive alucinado com a prata da casa ou o valor das aquisições no mercado interno, que o Sporting andou nas núvens com os produtos da sua formação, o Moutinho, o Veloso, o Djaló. Quatro anos depois, raros títulos e nenhuma venda para além de CR9 e Nani, estes que mal jogaram em Alvalade. Quatro anos depois, a ilusão da juventude parece que impediu os rapazes de envelhecer e, no entanto, dão a imagem de um futebol caquético que deu no que deu agora. E além de mau jogo, agora é que não se vislumbram vendas.
O Sporting teve um período, curto, de aproveitasmento dos seus produtos da cantera. O FC Porto já teve o seu período, bem longo e muito mais profícuo em títulos e vendas. Iludem-se os que pensam que os jogadores nascem debaixo das pedras e são de geração espontânea e garantida.
No FC Porto, é um erro pensar em ter muitos jogadores da casa jovens. E se não são valiosos para o onze, creio que ficarem no banco não significa serem alternativa viável e credível para saltarem ao campo nas substituições. Ou são bons e jogam, ou mais vale não pensar que façam a diferença. Um ou outro deve entrar e nos próximos dois anos poderemos ter uma ideia do Projecto 611 e os frutos a dar à equipa principal.
Ao FC Porto, neste momento, só servem jogadores "feitos" ou em vias disso. O Benfica apostou claramente em jogadores "feitos", agora mais que nunca. O FC Porto não é nem está no momento de beco sem saída do Sporting, que só o agudizou com esta ilusão da juventude perene.
Vale a pena pensar nisso e não partir de idealismos para concretizar o romantismo de uma equipa feita em casa e capaz de vingar. É um achado. Deve-se procurá-lo, mas sem ser obsessivo.
Sempre achei que o porto poderia poupar alguns milhões e ter um balneário mais coeso se tivesse-mos um mínimo de 10 jogadores formados no Porto ou em Portugal.
Neste verão vi muitos elogios à venda do Paulo Machado por 3 milhões.
Pois bem o Guarin não me parece melhor jogador e tenho quase a certeza que ganha muito menos que o Guarin.
Quando vejo o mariano a jogar, pergunto-me se será assim tão pior o Vieirinha, que sempre se poupava os 3.8 milhoes que o Mariano custou.
Neste ultimos tempos a contratação que mais confusão me faz é a do Predier por dizem 4 milhões.
Enfim enquanto houver jogadores para vender tudo vai correndo bem.
Eu não defendo que o banco do FCP esteja repleto de prata da casa. Acho isso irrealista e drástico.
Como defendi no artigo, acho que seria poupar uma meia-dúzia de milhões por ano (em passe + salário) cortando-se apenas um par de contratações por ano (baixando de uma média de 10 para uns 7 ou 8). Não acho q isto seja muito ambicioso, e acho perfeitamente possível q se ambicione ter 2 ou 3 titulares q são prata da casa mais uns 3 ou 4 jogadores da casa no resto do plantel (metade do banco, digamos). Ou seja, meia dúzia em 25 a 28 jogadores.
Acho portanto que colocar a questão como uma alternativa entre a situação actual e a situação do SCP (como o próprio administrador Fernando Gomes colocou) uma falsa escolha demagógica: há alternativas algures pelo meio, nem 8 nem 80.
Parabéns pelo óptimo trabalho de análise e pelo "esmiuçar" das contas 08/09.
Já do lado dos custos penso que há muito para dizer; vejo potencial para poupar uns 15 a 20 milhões €/ano sem colocar em causa a competividade desportiva - pelo contrário, se tivéssemos esta quantia para re-investir desportivamente (por ex vendendo menos um titular por ano) acho que a podíamos mesmo aumentar.
Acho que este parágrafo resume o que de mais importante se pode concluir da evolução das contas da SAD do FC Porto. Não se entende o descontrolo total dos FSE's e dos custos com pessoal excluindo jogadores.
O que eu acho curioso é defender-se esta gestão louca com o argumento de que vamos ganhando e de que não podemos fazer como o Sporting (eterno "leitmotif" destes debates). Se olharmos para as nossas retumbantes épocas de 2002/03 e 2003/04 veremos que a gestão não era tão louca, isto é não vendíamos meia equipa e comprávamos uma equipa inteira todos os anos, e contudo nunca nais desde aí fizemos carreira comparável na Europa, apesar de por cá, muito ajudados pela fraqueza da concorrência interna, termos ido ganhando. Esta época, pode ser o ruir desta loucura e desta quimera, devido aos nossos próprios erros na construção (e destruição) do plantel e ao fortalecimento desportivo do Benfica. E se não chegarmos à Liga dos Campeões na próxima época vamos ter grossos problemas,até porque a maioria dos jogadores "vendáveis" do plantel não são detidos pela SAD a 100%, o que significa que nunca "encheremos os bolsos" com a sua venda. Mas essa venda será na mesma necessária (além da de jogadores que contabilisticamente valem zero, com a consequente grande mais-valia na sua venda), o que acarretará a diminuição da categoria desportiva da equipa.
Conclusão: para 2010/2011 precisamos de um treinador que saiba fazer grandes jogadores de tocos de vassoura.
PS Está obviamente na hora de uma grande varriedela de alto a baixo na SAD. Mas "ele" está agarrado ao poder.
Mas "ele" está agarrado ao poder.
Pois reconheçamos então que, para ser um grande clube ainda nos falta algo. Em Madrid, Barcelona e Lisboa eles até saem pela janela se preciso fôr e a vida continua. A gestão da venda de três activos por ano é insustentável. Não estou a falar de contabilidade que disso nem percebo nada. Estou a falar da vertente desportiva e desmonta-se com facilidade até matematicamente. Com o ressurgimento da Rússia e Ucrânia ficaremos com uma entrada directa na liga e mais tarde se verá se não é nenhuma. Acho que vamos acabar mal. Pois acho!
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