sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O novo empréstimo obrigacionista


Conforme foi amplamente divulgado, está a decorrer (termina a 15 de Dezembro) o período de subscrição de um novo empréstimo obrigacionista da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, representando um montante global máximo de 18.000.000 euros. Irão ser emitidas 3,6 milhões de obrigações de valor nominal de cinco euros cada, remuneradas com uma taxa de juro bruta de 6%, e o reembolso será feito a 18 de Dezembro de 2012.

"[este terceiro empréstimo] é uma fonte de financiamento alternativo ao bancário. Desta forma, o passivo, a médio prazo, passa a ser mais equilibrado, resultando numa maior estabilidade da tesouraria e numa melhor gestão. Este aumento para os 18 milhões de euros, vai evitar ter outras operações financiadas a curto prazo."
Fernando Gomes, 18/11/2009

"Em 2003-06, o montante colocado foi de 11,5 milhões de euros e, em 2006-09, subimos para 15 milhões e os subscritores foram em número bem superior ao valor que tínhamos para realizar. Perante o sucesso anterior, com um juro de seis por cento que não é fácil de obter e com o apoio de duas grandes instituições, o Millennium BCP e o BES, vamos abalançar-nos para 18 milhões de euros. Estou certo de que, mais uma vez, com a percentagem de juro oferecida, vai ser um novo sucesso."
Pinto da Costa, 18/11/2009


Concordo com Pinto da Costa. A taxa de juro é, de facto, aliciante. A pergunta é se não será excessivo manter os seis por cento brutos, atendendo a que as taxas de juro baixaram significativamente nos últimos três anos e, actualmente, são muito mais reduzidas do que na altura do empréstimo anterior.
Apesar disso, ao oferecer este juro aos subscritores do empréstimo obrigacionista, deduz-se que para a SAD continua a ser um instrumento de financiamento mais favorável do que pedir emprestados estes 18 milhões directamente à banca. Ou seja, o financiamento bancário da SAD está a ser feito a um juro superior a 6%.

De resto, olhando para a progressão dos valores destes empréstimos - 11.5, 15, 18 milhões -, fica a ideia que os novos empréstimos servem para pagar o reembolso do anterior mais os juros. Ora, isso não é muito tranquilizador, porque a manter-se o cenário daqui a três anos vão ser necessários 21 ou 22 milhões de euros.

E também significa que os encargos anuais com os juros do empréstimo obrigacionista continuam a crescer. No caso deste empréstimo serão 1,08 milhões de euros por ano (6% x 18 milhões).

3 comentários:

Anónimo disse...

O passivo não interessa para nada, já o disse o Nobel da Economia Dr. Fernando Gomes. O que interessa, acrescentou aquele génio da Rua do Muro, é gerar fluxos para pagar os passivos. Aliás, acrescentaria eu, os clubes e SADs existem para gerar fluxos, de várias proveniências e com vários destinos. O empréstimo obrigacionista, caro José Correia, não é portanto nada mais que um fluxo, e como tal deve ser saudado. Penso até que o "F" da primeira palavra do nome do nosso clube queira agora dizer "Fluxo".

Esperemos que o "refluxo" não nos afunde...

Pedro Mota disse...

Pedir empréstimos para pagar outros é uma autentica bola de Neve,nunca mais saimos disto..Tenho medo que o Porto não consiga ser campeão este ano e não se apura para a LC,ia ser lindo e bonito sem os 15M certos que essa competição nos dá...

HULK 11M disse...

"Esperemos que o "refluxo" não nos afunde..."

Pois.... agora entendi porque é que o passivo não é problema!

O grande problema é o "refluxo"!!!!