quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
A corda está esticada
«Quando colocados na balança as perdas e os ganhos, a realização da Red Bull Air Race era um ponto a favor na capacidade de iniciativa e de realização nortenha. E um mecanismo de captação de turistas nacionais e de todo o Mundo. Agora, mesmo isso perdeu-se. Nada perdura e tudo se deslocaliza, quando não fecha as portas, tal como acontece na indústria têxtil e com algumas importantes sedes de associações ou de institutos.
A própria Associação Empresarial de Portugal (AEP), com centenas de membros, que sempre teve a sua sede no Porto, fez as suas malas. Em Outubro, concretizou-se a fusão da AEP com a Associação Industrial Portuguesa.
A nova associação passou a chamar-se Confederação Empresarial de Portugal e a ter sede em Lisboa. Outro exemplo de fusão deu-se no mercado bolsista. Em 2000, a Bolsa de Valores de Lisboa e a Bolsa de Derivados do Porto fundiram-se e deram lugar a uma nova sociedade anónima.
No caso da Banca, após sucessivas aquisições e fusões, ficaram dois grandes grupos na região, o Millenium BCP e o BPI. Mas, se as sedes continuam no Porto, os centros de poder e de decisão deslocam-se para a capital.»
in JN, 17/12/2009
Depois do Ministro da Economia ter dito no Parlamento que nada sabia sobre este assunto; depois do presidente do Turismo de Portugal ter afirmado que também nada sabia, confirmou-se aquilo que toda a gente já sabia: a Red Bull Air Race levantou voo do Porto e aterrou em Lisboa.
A negociata e as manobras de bastidores eram notórias e, conforme se comprova, a reunião do passado dia 4 de Dezembro com os presidentes das câmaras do Porto e Gaia não passou de uma fantochada.
Percorrendo os jornais online (PUBLICO, Jornal Notícias, etc.) e dando uma vista de olhos aos comentários que a confirmação deste "roubo" provocou, verifico que não estava a exagerar quando publiquei o artigo “Nós só queremos Lisboa a arder”. É, por isso, lamentável que pessoas responsáveis continuem a assobiar para o lado e não percebam, ou não queiram perceber, que esta golpada é mais uma acha numa enorme fogueira e que serviu para agravar o clima de ódio e divisão que o centralismo sufocante vem provocando em Portugal.
A corda está cada vez mais esticada e um dia vai rebentar. Quando isso acontecer, escusam de vir com discursos moralistas.
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23 comentários:
"Norte produziu 80% da riqueza média nacional
Nem ganhou nem perdeu. No ano passado, o Norte manteve o nível de riqueza face ao resto do país. Os dados preliminares do Instituto de Estatística dizem que a região sofreu tanto com a crise quanto a média nacional.
Já em 2007 o Norte tinha registado um nível de riqueza, por habitante, equivalente a 80% da média nacional. Ou seja, enquanto que, em média, um português gerava 10 de riqueza, um nortenho só produzia 8. Um lisboeta, por comparação, produzia 14. No ano passado, esta disparidade regional manteve-se. Ou seja, a região Norte não se aproximou do nível de riqueza do resto do país, mas também não perdeu terreno, como a forte quebra nas exportações e o disparar do desemprego deixavam temer."
JN, 17/12/2009
"Lisboa superou média europeia de poder de compra em 2008
A região de Lisboa superou a média da União Europeia em termos de poder de compra em 2008, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita da região de Lisboa corresponde a 105%, sendo 100% o valor referência para a média da União Europeia.
O PIB por habitante expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC) em Portugal em 2008 situou-se em 76% da média europeia, de acordo com os dados do INE, que têm por base informação do Eurostat.
As restantes regiões portuguesas têm o PIB per capita entre 61% (Norte) e 97% (Madeira). O Centro (65%), Açores (67%), Alentejo (71%) e Algarve (79%) completam a lista.
Desde 2006 que o poder de compra dos portugueses corresponde a 76% da média da União Europeia (UE).
No conjunto de 37 países europeus analisados Portugal surge no 22.º lugar de uma lista liderada pelo Luxemburgo, onde o poder de compra é mais de duas vezes e meia (276,6%) superior à média da UE, que assume o valor de 100%.
Diário Digital / Lusa
16/12/2009
Esta coisa da Red Bull já cheira mal. A Red Bull não é um entidade privada? Vai para onde quiser. Se Porto/Gaia se mostraram interessadas e empresa preferiu Lisboa, o que se pode dizer?
Mas afinal esta corrida era assim tão importante? Represente assim tanto? Ou favorece os mesmo de sempre? Não é muito mais dramático um perda de uma empresa, e nessas caso não vejo nem os Ruis Rios nem os Menezes assim tão contundentes.
O que tiro disto é que uma empresa privada , entre Porto e Lisboa, escolheu Lisboa. Se foi com ajudas públicas, etc e tal isso fica com os políticos que não sabem fazer outra coisa a não ser insinuar tudo e mais alguma coisa, quando não tem capacidade para manterem esses eventos nas suas autarquias.
Acho que deveriam estar preocupados com muitos outros aspectos das cidades que afectam muito mais os seus habitantesdo que o folclore das corridas dos aviões e dos carrinhos.
So falta levarem o vinho do Porto, as pontes, o douro e os clerigos...
Resumindo: Palhaçada
Sobre este assunto já dei aqui a minha opinião há uns dias atrás e depois desta notícia mantenho aquilo que disse:
O Red Bull Air Race no Porto foi um sucesso desde a primeira hora e há que dar esse mérito aos patrocinadores e aos edis de Porto e Gaia que em esforço conjunto conseguiram trazer o evento para Portugal.
Ano após ano o número de pessoas a assistir foi aumentando e consolidou-se.
Não foi certamente da organização da Red Bull que terá partido a ideia de transferir a prova para Lisboa. São públicas as afirmações de pilotos e staff de que a cidade e a sua envolvência são únicas para a realização deste tipo de prova.
A ideia terá partido do Governo e da C.M. Lisboa na pessoa do seu presidente António Costa e os patrocinadores, na ânsia de obtenção de maior receita e visibilidade, entraram na onda.
A atitude, per se, é de canalhada. Nada que seja inédito em Portugal no que concerne a transferência de riqueza do Porto para Lisboa. É um roubo e não existem atenuantes para tal atitude.
Mas a saída para isto não está em implorar aos dirigentes lisboetas que não nos roubem o evento. A solução depende, uma vez mais, dos portuenses e daquilo que de melhor pudermos oferecer à Organização para que esta mantenha a sua realização na cidade do Porto. Trata-se tão só daquilo que tantas vezes o Porto assume que tem de ter: capacidade de fixação de recursos que gerem riqueza. Se disso não formos capazes então é porque não merecemos mesmo ficar com o evento.
Pelos vistos não fomos capazes de "segurar" a organização do evento. Com homens como Rui Rio e Luis Filipe Menezes também não é para estranhar. O actual presidente da CM Porto é o mais subserviente ao Terreiro do Paço de toda a história da CM do Porto. É um manso, um submisso.
Agora, confirmado que está o voo para Lisboa, podemos pelo menos divulgar o nome dos patrocinadores e das marcas que ficam co-responsáveis pela transferência do evento para Lisboa.
Red Bull
TMN
Galp
EDP
Se no que concerne ao fornecimento de Electricidade estamos entregues ao monopolista EDP, relativamente às outras marcas podemos e devemos boicotá-las de agora em diante.
Eu, pelo menos, nunca irei consumir ou ser cliente de qualquer dessas marcas e daquelas que até à data do evento se assumirem como patrocinadoras.
Pedro AzevedO, Não é pelo valor ou não, é pela lógica centralista, qq coisa q gera sucesso há a tendência imediata de a querer levar para Lisboa, para quem não sabe, também tentaram levar o «Fastasporto», que só não foi porque tem à sua frente uma pessoal com princípios como o Mário Dorminsky!!
Quando se refere a ser uma empresa privada, tem toda a razão, e nem se discute isso, o mal é q tanto quanto tem vindo a público há dinheiro de empresas públicas(dinheiro dos nossos impostos) que tinham uns valores para o Porto/Gaia e outros mais elevados lá para baixo.. é assim... é o país que temos... é a vergonha q temos de suportar, até quando???
Já recebi por e-mail um link para assinar uma petição para que a prova continue no Porto. Temo que os portuenses não entendam que isto não vai lá com petições. O que temos a fazer em primeiro lugar é dar um murro na mesa e exigir de imediato a regionalização bem como o fim dos grandes roubos lisboetas aos fundos QREN e uma maior equidade no desenvolvimento de infra-estruturas a nível regional.
Ao invés de assinarmos uma petição devemos, por exemplo, listar um conjunto de marcas que tenham a sua sede em Lisboa e um conjunto de marcas similares/substitutas que tenham a sua sede/produção no Porto ou no Norte e, depois, na altura de consumir, discriminar no consumo as marcas que não são da nossa terra. Uma das armas que temos é o consumo. Se, no limite, os nortenhos consumissem apenas as marcas da sua terra haveria uma muito maior concentração de riqueza no Norte do que no resto do país.
Nuno Nunes, és cá dos meus, eu sou exactamente assim, mal acabe o contrato com a MEO(PT) vai logo ao ar, e já falta mt pouco.
As pessoas tem de agir, eu por exemplo, tenho o canal benfica "bloqueado" para nao ter de o ver ao fazer fapping, sei q é lixo e como tal não lhe dou "tempo de antena".
Quanto à Galp, já não era cliente e agora mt menos!!!!!
Sugestão ao manso que está na sentado no cadeirão da CM Porto:
Porque não experimenta convidar, na mesma altura, uma bebida energética concorrente para fazer um evento na cidade do Porto?
Por exemplo, a DARK DOG patrocinou uma "Technoparade" em Paris em 2009 e teve uma assistência superior a 400.000 pessoas. Salvaguardadas as devidas proporções, aqui conseguiria criar um evento com poder de atracção de alguns
milhares de pessoas à cidade. Veja aqui as fotos (bem interessantes):
http://www.darkdog-energydrink.com/en/09_43.php
Saudações,
Não houve surpresas e aconteceu o que se anunciava.
Concordo com o que o Pedro Azevedo quer dizer mas não na forma como argumenta principalmente quando refere o drama na perda de uma empresa. Esta empresa a que se refere também pode ser privada, argumento que utilizada no inicio, e se quer encerrar portas ou não tem capacidade para competir deve realmente extinguir-se, salvaguardando-se a posição dos trabalhadores com os apoios conhecidos, que é para isso que eles servem.
O Red Bull pode potenciar riqueza na região se realmente as coisas funcionarem em termos turísticos não só na “exploração” do Porto como na região do Douro em geral. Será que temos este esquema montado para poder beneficiar na plenitude da potencialidade do Red Bull? (Desconheço o que os presidentes de câmara têm feito neste aspecto, provavelmente por estar mal informado.)
Quanto à Industria e principalmente a têxtil, já lá vão os dourados anos dos Ferraris e afins. As empresas foram descapitalizadas, e continuam a ser, e nessa altura ninguém se lembrou que podiam ter um Mercedes, modernizar as fabricas e sobreviver durante algum tempo mais. Já para não falar no conceito de valor acrescentado, principalmente relacionado com as marcas, que só recentemente está a ser explorado.
Penso que falta um trabalho de base, rigoroso para potenciar a cidade e a região. Este deveria estar na agenda politica, se não da central pelo menos da regional. Red Bulls e “calhambeques” (o que eu sonho com um Skyline dos anos 70) seriam como lenha para um lume já acesso.
Acrescentar que o que disse não impede estar contra a mudança para Lisboa.
O Nuno Nunes apresenta uma excelente ideia. Foi-se o Red Bull mas há que ter este espírito de iniciativa e de mudança.
Qualquer dia ninguém quem ver isto na televisão, nem patrocinar este evento. Há que estar mais à frente.
Força aí Nuno.
Era uma vez um menino rico e um menino pobre. O menino rico tinha montes de brinquedos mas nunca se dava por satisfeito e queria sempre mais brinquedos e cada vez mais caros. Ora, como o menino rico gostava muito de brincar com carros, barcos, comboios e aviões, o paizinho do menino rico oferecia-lhe túneis, quilómetros e quilómetros de auto-estradas, pontes, linhas de metro com estações luxuosas, portos, aeroportos, TGV’s, etc.
Já o menino pobre tinha cada vez menos brinquedos e alguns estavam a ficar muito velhos. Era da crise, explicava-lhe o pai.
Um dia emprestaram ao menino pobre um presente que o menino rico ainda não tinha. Não podia ser, gritava o menino rico, “eu também quero, eu também quero”. O problema é que o brinquedo não dava para dividir pelos dois. Não me interessa, gritou o menino rico, “eu quero, eu quero, eu quero”. “Como é que esse pobretanas pode ter um brinquedo que eu ainda não tenho?”
E vai daí, o paizinho do menino rico foi ter com o dono do brinquedo, abriu os cordões à bolsa, e convenceu-o a retirar o brinquedo que tinha emprestado ao menino pobre, para assim o oferecer ao menino rico.
P.S. Evidentemente, qualquer semelhança entre esta história e o desvio da Red Bull Air Race para Lisboa é pura coincidência.
1- O Lucilio foi nomeado para o SLB-FCP. Mais um roubo a nascer.
2- Acho que somos caso único na Europa. Já vi cidades europeias a tentar roubar eventos a cidades de outros paises. 2 cidades do mesmo pais... nunca vi.
3- Caro Pedro Azevedo. Que eu saiba o Turismo de Lisboa não é uma entidade privada. E que eu saiba efectuar negociações secretas no próprio pais e negar tudo durante meses não em parece ético. Junte a isto o facto da RedBull há umas semanas se ter reunido com a câmara do Porto e Gaia e já se vê a laia da REdBull também. Por isso tire as palas dos olhos e veja o "caldo" que se fez para tirar do Porto o único evento internacional relevante, com centenas de horas de promoção nas televisões estrangeiras.
4- Qual petição qual quê. É murro na mesa já! É criar o primeiro partido regional já e lutar pela nossa região já que os politicos não o fazem. E o mesmo devem fazer as pessoas de Setubal, de Coimbra, de Faro, de Beja, de Braga etc.
Uma questão, para me ajudar a perceber melhor esta muito portuguesa "estória": a GALP, a EDP ou a TMN, ou qualquer outra empresa pseudo-privada, patrocinavam já o evento no Porto, ou só agora apareceram? Este aspecto parece-me importante para se perceber o grau de manipulação por trás desta decisão.
Quanto ao Turismo de Lisboa, eu creio, mas não estou certo, que esse tipo de organismos está directamente dependente da Secretaria de Estado do Turismo, pelo que, apesar do seu nome, não passa de um departamento governamental.
A TMN era a principal patrocinadora aqui no Porto. Consta, segundo o Presidente de Gaia, que participou nas negociações.
concordo em absoluto com o NUNO NUNES.
isto sim, é falar :)
é isto que nos tem feito falta, espírito de iniciativa, garra, não temer ir à luta...
dasss... não haverá por cá criativos para começar-mos já a planear nem que sejam meia dúzia de eventos para as mesmas datas, a transmitir para todo o mundo e que possam abafar os aviõezinhos?...
chorar não adianta e corremos o perigo de ficar iguais aos calimeros.
nem que nisso se tenha de gastar um balúrdio (o retorno virá) assim de repente estou a pensar nessa coisa do Dark Dog, os U2 em dois concertos abertos a toda a gente no parque da cidade, trazer os maiores pirotécnicos a nível mundial, um mini torneio com as melhores equipas de futebol a nível mundial...
sei lá... o criativo não sou eu, quero é abafar aquela coisa :)
p.s. tenho as mesmas dúvidas do Alexandre Burmester e que gostava de ver melhor esclarecidas, mas também não tenho visto a imprensa cá sítio a pegar no assunto
Como disse o António Lobo Xavier: "só não levam o São João porque não podem ir com as Fontaínhas atrás."
Há muito que não vale a pena perder muito tempo a discutir quais são as roupas do assaltante.
Em duas palavras: Independência. JÁ!!
A LPF está sediada no Porto. O Presidente é de Oliveira de Azeméis, o Presidente do CJ também é do Porto. Não é ? E depois ?
Na política, como no futebol o jogo é duro e muitas vezes sujo.
A transparência e o fair play são conceitos excelentes para anunciar, nomeadamente por aqueles que não têm qualquer intenção de os praticar.
É com o Red Bull, é com a nomeação de Lucílio, é com o apito final, é com o Estorilgate, é como lhes dá mais jeito.
O FCP usou sempre uma linguagem de guerra e é provável que nem sempre tenha agido com fair play.
Podemos não gostar, mas como censurar ? Não temos que mudar, está visto. Apenas temos de parecer que mudamos, como aconselham as boas regras. Mais urbanos e educados e, depois, lixá-los com "f".
Força Porto.
Que no fim de semana do megaevento tão invejado haja um temporal incapaz de levantar um avião.
Deus não dorme!
A INVEJA e A LUXURIA são pecados mortais...
O motor destes eventos deveria ser essencialmente a iniciativa privada (e nela, para este efeito, não incluo as empresas em que o Estado tem golden shares) e não as câmaras ou repartições governamentais. Se a iniciativa privada portuense se não mostra suficientemente interessada, eles lá sabem. Claro que depois os do costume aproveitam.
Oh Pedro Azevedo,não me atires tu tambem areia para os olhos!
Para isso já basta o colonialismo lisbonense e o testa de ferro do rui ri!
Em 1755 ouve um grande tremor de
terra em Portugal, e há dias atráz
houve outro mais fraquinho!!!!!!!
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