quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O último dos moicanos?

Com a saída de B. Alves, ficamos perante uma situação inédita na (longa) história do FCP: pela primeira vez vamos ter uma equipa titular sem um único jogador formado em casa (a não ser que haja uma enorme surpresa com uma titularidade improvável de Castro ou Ukra, tapados como estão pela concorrência de peso).

No ano em que fomos campeões europeus (e já bem dentro da "era Bosman") tínhamos 3 na equipa titular (4, se considerar o critério da FPF ou da UEFA de "formação" como sendo pelo menos 3 épocas completas até aos 21 anos: Deco a acrescentar a Baía, J. Costa e R. Carvalho). Se recuarmos 10 anos tínhamos também 4.

Curiosamente (ao contrário do que muitos possam pensar) se recuarmos a 86/87 (quando nos sagrámos campeões europeus) tínhamos "apenas" 3 (J. "Broas" Pinto, J. Magalhães e F. "bibota" Gomes): havia muitos portugueses, mas quase todos chegados já adultos ao FCP (mesmo jogadores que ficaram para sempre associados ao clube tendo cá passado muitos anos, como Frasco, Sousa ou André), ou então não eram titulares (como Zé Beto).

O marco histórico agora atingido deixa-me um pouco triste, mas será quiçá sinais dos tempos (tanto por razões externas - leia-se acórdão Bosman - como por razões internas). Isto não é uma crítica, apenas uma constatação de um facto e do sentimento que me provoca.

Mas um pequeno pormenor com que me deparei há uma semana deixa-me desapontado e será um pouco sintomático dos tempos em que vivemos: no "viveiro" de putos que é o campo da Constituição (recuperado de forma excelente pela SAD, diga-se de passagem) há em grande destaque a fotografia individual (em jeito de placa comemorativa) de vários jogadores do FCP, mas... em cinco, apenas um deles foi formado no FCP (B. Alves, sendo os outros Fucile, R. Micael, R. Meireles e Varela). Aliás, dois desses jogadores até estão no FCP há um ano ou menos (Rúben e Varela), sendo pois difícil considerá-los como "referências" a homenagear.

Penso que se de facto se quer inspirar os putos que lá treinam a tentar vir a ser alguém no FCP, seria muito mais adequado destacar jogadores formados na casa (como B. Alves, sim, mas também Baía, Domingos, J. Pinto, F. Gomes, etc...).

É que, e brincando um pouco com a situação, para alguns putos até pode passar uma mensagem implícita e subliminar do tipo: "rapaziada, se querem singrar aqui no FCP têm mais chances se vierem a ser... contratados de fora do clube, do que formados nestas instalações".

59 comentários:

Luís Carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Carvalho disse...

"(...) será quiçá sinais dos tempos (tanto por razões externas - leia-se acórdão Bosman - como por razões internas). Isto não é uma crítica, apenas uma constatação de um facto(...)"

Mas é obvio que isto terá sempre que ser uma crítica, com todas as letras.
Não há que fugir com o rabo à seringa: as "razões internas" são completamente culpa nossa.

Não ter jogadores formados no nosso clube vai ser prejudicial, mais cedo ou mais tarde. É uma questão de "quando" e não de "se".

José Rodrigues disse...

Bem, Luís, isto pode ser uma nuance mas é para mim uma nuance importante: para mim, o fundamental não é ter prata da casa a titular, mas sim ter um nr considerável de prata da casa no PLANTEL (nem q seja no banco). Serem titulares ou não, é secundário.

Para ilustrar: se tivéssemos um BANCO repleto de prata da casa q fossem opções válidas (jogadores tipo Ricardo Costa, por ex) eu já me dava por muito satisfeito.

O q interessa acima de tudo na questão prata da casa é, através disso, gastar menos em contratações e salários. Só assim poderemos ombrear a sério com clubes com maior poderio financeiro. Agora, tendo um banco repleto de gajos em q se gastou no passe vários milhões à cabeça, só pode desgastar as finanças do clube (e por consequência a competividade desportiva, já q obriga ou a vender mais, ou então a gastar menos para as lacunas em q estamos mesmo carentes, ou as duas coisas).

A segunda melhor opção é ter muitas contratações a la Varela ou Fucile (i.e. jogadores bons contratados fora, mas muito baratos) mas isso é mais bonito de se falar do q de se fazer (se bem q eu acho q o filão do campeonato português, q é onde se encontrar mais casos desses, podia ser melhor aproveitado, parcialmente em detrimento do mercado de milhões sul americano).

BATCdC disse...

Concordo com o José Rodrigues e levanto ainda outra questão (se calhar o exemplo não será o mais feliz pois acredito no potencial do jogador em questão, mas aqui vai):

Quando se tem um Ukra que é sem dúvida uma promessa efectiva (bem mais que os últimos extremos H.Barbosa, Bruno Gama, Ivanildo, que de uma forma ou outra tiveram as suas oportunidades), para quê se contratar por 6 milhões o James Rodriguez?
Em caso de aposta, o treinador quase é levado a apostar no que custou mais € de forma a justificar o dinheiro gasto.
Volto a referir que acredito bastante no potencial do colombiano, mas é mais uma questão de prioridades...jogando com 2 jogadores colados à linha por jogo, e contando com (Varela, Hulk, C.Rodriguez, Mariano e Ukra), para quê contratar mais um extremo?...
Esse dinheiro deveria ter sido canalizado para um excelente central por exemplo.
Poderia dar outros exemplos como Paulo Machado/Guarin ou Castro/Tomas Costa...

meirelesportuense disse...

É verdade que a transformação contínua que se está a dar no plantel do Porto tem destas leituras.Hoje o jogador mais antigo terá escassas épocas cumpridas, Helton será um desses jogadores, daí ser um dos capitães.
A formação do Clube também não tem feito o que lhe está cometido, criar disponíveis capazes para integrar o plantel principal, mas tem fornecido elementos suficientes para cumprir outros objectivos...
E nós assistimos a uma revolução permanente do núcleo do plantel.Curiosamente os que tem saído são normalmente jogadores estrangeiros, este ano foi diferente.Mas nós exigimos resultados, os adversários fazem o mesmo, a Direcção tenta estar à altura das exigências e procura jogadores que cumpram objectivos no imediato.
Reparem nos planteis dos nossos adversários, acontecem coisas semelhantes...Reparem nos planteis dos colossos Estrangeiros...
Há uma competição desenfreada, que obriga a um trabalho pouco tranquilo e atempado.Um pouco por todo o lado.
A alternativa seria realizar um trabalho virado quase exclusivamente para a formação, mas e os resultados?...

Jorge Aragão disse...

Em relação a isso o problema é que se deixou de dar hipóteses aos nossos jovens.
Ao contrário preferimos sempre jogadores igualmente jovens, estangeiros e geralmente a saírem furados, de igual ou pior valia.
Vieirinha foi queimado em Leiria,Hélder Barbosa em grande na Académica, veio e não jogou mais, Paulo MAchado nunca teve chances,Nuno André Coelho foi o que sabemos, Castro está em dúvida se fica ou não e é melhor que alguns de fora que lá estão...Só para dar alguns exemplos...
Este é o problema...
Projecto 611??? PAra quê?

fiona bacana disse...

Meus caros,
eu até alinharia no mesmo paradigma.Enche-me a alma ler que Arnold Wetl antes dos 0-5 na Supertaça na Luz, teve o Jorge Costa e o Paulinho Santos a berrarem-lhe ao ouvido dizendo "Temos de ir para cima deles!". E depois leio as declarações do havaianas no pé do Helton "não é 1 jogo de vida ou morte". Dois estados de espírito brutalmente diferentes. Ainda falam no Helton para capitão...

Bom, mas dizia eu:

Eu até alinho nesse paradigma do jogador da casa. Mas vejamos os 11 das duas equipas do FCP que foram campeãs europeias e veremos que em 87 só João Pinto, Eduardo Luís e André (este até tenho dúvidas) e Fernando Gomes eram prata da casa, e em 2004 só Baía e Jorge Costa. Mas via-se, quer numa equipa quer noutra, jogadores que pareciam morrer em campo por aquela camisola que nada tinham de prata da casa: Costinha, Derlei, Jaime Magalhães, Frasco.

Então a questão é chave: para que serve a prata da casa?

cumps

José Rodrigues disse...

"Quando se tem um Ukra que é sem dúvida uma promessa efectiva (bem mais que os últimos extremos H.Barbosa, Bruno Gama, Ivanildo, que de uma forma ou outra tiveram as suas oportunidades), para quê se contratar por 6 milhões o James Rodriguez?"

É uma excelente questão, Bruno, até porque jogamos em 4-3-3 e para além do Ukra já temos 3 bons jogadores para as alas (Cebola, Varela e Hulk).

E neste caso para além de tapar o Ukra assinalo q para o James vingar é preciso q Cebola ou Hulk (ou até mesmo os dois, se o Varela ganhar a titularidade) vão para o banco - dois investimentos de vulto que ou é para tirar rendimento a sério, ou então é para valorizar e vender (e não é no banco q o vão fazer).

Se um destes dois últimos fosse vendido agora, eu até compreendia a chegada do James. Mas não parece q venha a ser o caso.

BATCdC disse...

Jorge,
Respeito a tua opinião mas não concordo.
Desses jogadores que referiu (Vieirinha, H.Barbosa e P.Machado), apenas este último é que não teve oportunidades.
Poderá ter faltado paciência em alguns casos mas a verdade é que o Vieirinha só agora no PAOK está a brilhar e o H.Barbosa nunca mais jogou ao nível dessa 1ª metade de época na Académica.
Outros jogadores que brilharam nos clubes emprestados (S.Conceição no Felgueiras, R.Carvalho no Leça, B.Alves no AEK) regressaram e acabaram por demonstrar o salto qualitativo de promessas para certezas.
Se calhar o problema destas eternas promessas é mais psicológico e pessoal. Talvez não tenham aguentado a pressão ou terem achado que já eram grandes vedetas (passou-se o mesmo com o Ricardo Sousa...)

Força F.C.P.

José Rodrigues disse...

"Mas via-se, quer numa equipa quer noutra, jogadores que pareciam morrer em campo por aquela camisola que nada tinham de prata da casa: Costinha, Derlei, Jaime Magalhães, Frasco.

Então a questão é chave: para que serve a prata da casa?"

É preciso ver que os J Magalhães e Frasco tinham muuuuitos anos de casa. Se de facto tivermos jogadores com muitos anos de casa, o sentir da camisola é mais forte mesmo não havendo prata da casa; mas isso hoje em dia é utópico (a média deve andar para aí em 2 anos e meio, e nota-se na hora de escolher capitães; acho q podia aumentar, mas no contexto actual uma média de digamos mais do q uns 4 anos é impossível).

Claro q cada caso é um caso, e há certamente jogadores paraquedistas que até demonstram "querer morrer em campo"... ou prata da casa q não o demonstra. Mas não há dúvidas q essa atitude em média está muito mais presente na prata da casa e em segundo lugar jogadores com muitos anos de casa, mais do q em jogadores recentes. O q é perfeitamente normal.

Fernando B. disse...

Amigos,
E que dizer daquelas 200 crianças que vão todos os anos à Constituição, de sapatilhas ao ombro, e que me lembre, só o Jaime Mag. chegou lá... Agora façam as contas, vinte e tal anos x 200 = !!! é de pasmar...

Pedro disse...

"pela primeira vez vamos ter uma equipa titular sem um único jogador formado em casa"

- Não tenho bem a certeza, mas a equipa base campeã com o Adriaanse também não tinha nenhum... aliás creio que na história isso já tinha acontecido algumas vezes.

Helton
Bosingwa
Pepe
P.Emanuel
Marek Cech
R.Quaresma
Lucho
R.Meireles
P.Assunção
McCarthy
Adriano

Foram os jogadores mais utilizados nessa época. Destacando-se ainda Jorginho, Ibson, e V.Baia que iniciou a época a titular mas que perdeu esse estatuto para Helton.

nelson barbosa disse...

De certo modo partilho do estado de espirito do autor em relação ao facto de não haver actualmente jogadores formados de raiz no clube.
Porém, se quisermos continuar a ter uma equipa competitiva, isso é uma realidade inelutável no mundo actual. Por melhor que seja a prospecção e formação, não é mais possivel limitar-se apenas aos portugueses. Todos os clubes que apostam na formação, fazem o recrutamento de jovens a nível global. O importante, na minha opinião, não é tanto a nacionalidade do jogador mas a relação preço qualidade e aqui, infelizmente para nós portugueses, tem de incluir-se sempre além do rendimento desportivo, o lucro a obter com a venda do seu passe.
Claro que me daria uma satisfação especial se alguns dos jovens que tem saído da formação do FCP, como Helder Barbosa, Paulo Machado, Ivanildo, Ukra, Castro e outros que pouco tendo a ver com essa formação do clube, como Vieirinha, Bruno Gama, Os dois Nunos Coelho, etc. são portugueses, que prometiam bastante no inicio, mas infelizmente não tem evoluido de acordo com o potencial anunciado.
Quase todos, senão mesmo todos os que referi, tiveram as suas oportunidades na Dragão e sobretudo tiveram-nas em equipas de menor dimenção onde jogaram ou jogam com regularidade, sem que até agora tenham explodido. Alguns como por exemplo o Bruno Gama, joga praticamente o mesmo agora com 22, como jogava há seis anos, quando tinha 16. Helder Barbosa, idem, Ivanildo, parece que ainda joga menos, enfim... acho que a politica de manter sob contrato alguns jovens mais promissores saidos das escolas, e i-los emprestando a equipas onde se possam revelar, parece-me a mais razoável.

Acho pertinente a comparação entre o Ukra e o James Rodrigues, são ambos jovens, extremos, sendo as grandes diferenças a nacionalidade e o preço do passe. No entanto, para mim há mais diferenças. Mesmo sendo ambos jovens, o Rodrigues tem menos 3 anos de idade, e, por aquilo que vi, quer directamente, quer através da televisão é bem mais evoluido tecnicamente. Parece-me um daqueles jogadores que não engana e não vai demorar muito a impôr-se. Por sua vez o Ukra, que de facto tem evoluido e de quem gosto, deixa-me algumas dúvidas apesar de tudo. Um jogador que actua na frente, que o faz durante toda a época, como aconteceu no Olhanense e só marca um golo, e de penalty, não se destaca pelo número de assistências, enfim... espero que tenha as oportunidades suficientes, mas o FCP não pode viver de promessas.

Saudações Portistas

Jorge Aragão disse...

Bruno:

O Vieirinha foi lançado às feras num jogo em Leiria quando estavam o titulares de cabeça perdida. Nada resolveu... nunca mais jogou..
O Hélder Barbosa estava em grande na Académica, veio em Dezembro e .. nunca mais jogou...
O André Coelho foi lançado às feras no Arsenal... nunca mais jogou, etc...
Não houve política de lançar estes jovens de forma sustentada e assim ficamos sem saber se realmente eram bons ou não...
Mas para mim, não eram inferiores a certos estrangeiros caros que lá estavam.
Então o Paulo Machado é um caso gritante..´
O próprio Hugo Almeida, não sendo super é um bom jogador e diferente do que lá temos...Mas este ainda foi jogando mas foi uma pena ter saído...

BATCdC disse...

Penso que o Nelson já disse tudo o que puderia dizer acerca destes jogadores.
A verdade Jorge, é que a carreira deles continuou noutros clubes e nenhum deles se destacou ou destaca (tirando o Vieirinha que foi eleito o melhor jogador do campeonato grego para minha surpresa).
"A politica de manter sob contrato alguns jovens mais promissores saidos das escolas, e i-los emprestando a equipas onde se possam revelar, parece-me a mais razoável." Concordo em absoluto com esta politica,mas infelizmente o que muitas vezes acontece é que os jogadores no regresso ao dragão não revelam a evolução pretendida que outros conseguiram no passado.
Esperemos que o Diogo Viana nesta sua passagem pela Holanda, e mesmo o Castro e Ukra se forem emprestados, possam voltar muito mais forte e para pegar de estaca no plantel.

Força F.C.P.

Anónimo disse...

É um facto que há muito não produzimos um craque como Domingos, Oliveira ou Gomes, mas a questão não é apenas essa: os Helderes Barbosas, Vieirinhas e Paulos Machados deste mundo eram jogadores mais fracos que os Marianos González, os Freddy Guarins, os Sebastian Prediger e os Tomás Costas? Não me parece que o fossem, além de não implicarem o dispêndio de grossos cabedais.

A filosofia parece ser esta: os da casa têm de ser craques, senão são dispensados; mas já os de fora podem ser jogadores medianos. Lógica da batata.

Mas não pode passar em claro o facto por mim primeiramente referido. Se há muito não produzimos esses craques, é caso também para questionar a qualidade da nossa prespecção, bem como o famoso Projecto Visão 611, ou lá como se chama ele.

Ter jogadores da casa no plantel não é apenas uma questão romântica: alimentam e dão continuidade à "mística" (que assim corre o risco de desaparecer) e poupam dinheiro aos depauperados cofres da SAD.

Pedro Reis disse...

Off-topic (1)

Gostei bastante das declarações hoje do AVB, especialmente reagindo às alfinetadas do JM.
Mostrou personalidade!

Off-topic (2)

O Stepanov foi dado ao campeão turco, correcto? Acho que a única coisa que se garantiu foi 50% de uma venda futura...

José Rodrigues disse...

Nélson disse: "o FCP não pode viver de promessas"

Ó Nélson, mas o q é q eram a maior parte das contratações chegadas ao Dragão nas últimas 5 épocas, senão "promessas"?

Guarin era um valor confirmado (no banco do St Etienne...)? Hulk era um valor confirmado? T Costa era um valor confirmado? Prediguer era um valor confirmado? Fucile era um valor confirmado? James Rodriguez é um valor confirmado? etc etc

Os jogadores q chegaram como valores confirmados foram poucos, olhando para o CV q tinham... eu diria q Moutinho, Lucho, Lisandro, Cebola, e pouco mais.

Além disso a questão James não é só vs. Ukra, como já disse anteriormente... se não tivéssemos titulares q dessem um mínimo de garantias, compreendo os 5 milhões... mas para 2 posições já tínhamos (e excluindo o Ukra) Cebola, Varela e Hulk. O custo do James não é só os 5 milhões, mas tb a desvalorização de Hulk, Varela e Cebola se ele os "enviar" para o banco.

Nuno de Campos disse...

Nos anos 80 a formação de equipas da área do grande Porto como o Varzim, Rio Ave, Leça e Leixões, foram muito importantes para o FC Porto. De lá nos chegaram jogadores que acabaram por se tornar jogadores da casa. Casos como os do André, Lima Pereira, Sousa, Quim, Paulinho Santos, Frasco, Fonseca, são para todos os efeitos semelhantes a outros que deram os primeiros passos nas camadas jovens do FC Porto. Cresceram portistas e serão sempre portistas. O próprio Bruno Alves fez a sua formação no Varzim vindo para o Porto com 16 anos.

Um outro lado da questão que aqui não foi abordado é, quantos destes jogadores de referência terminavam as suas carreiras com a camisola do Porto, mantendo a cultura de combatividade, dedicação e vitória. Houve durante muitos anos a capacidade de manter no clube jogadores veteranos de referência, ou de os fazer voltar na parte final das suas carreiras para assegurar a continuidade de uma tradição. Mais recentemente enquadram-se neste grupo jogadores como o Víctor Baía, Domingos, Aloísio, Nuno Espírito Santo e Jorge Costa. Nos anos 80 poucos eram os jogadores que conseguiam uma transferência vantajosa para o estrangeiro.

Não foi difícil, com uma revisão contratual fazer com que Lucho Gonzales decidisse acabar a sua carreira no Porto. A vida na cidade é muito boa e mais barata do que nas grandes capitais europeias, o clube não fica em organização, ambição competitiva atrás de muitos. Depois acabou vendido, muito contra vontade, antes do fecho das contas de 2009.

O caso do Bruno Alves é em tudo semelhante. Segundo dizem ganhava 1,2 milhões no Porto e foi para o Zenit ganhar mais 700 mil por ano. Por favor corrijam se os números não estão certos. Num contrato de 4 anos são 2,8 milhões a diferença, bastante menos do que pagamos pelo passe do Prediger. Com o mesmo ordenado, tinha Bruno Alves ficado? Estou certo que sim.

É a decisão de os deixar sair- de vender os jogadores de referência (assim como os de formação) para financiar a compra a peso de ouro de estrangeiros de qualidade incerta que aqui se questiona.

Penso que este modelo de "entreposto de jogadores", na presente conjuntura económica está esgotado. Se os grandes clubes tradicionalmente compradores estão altamente endividados e já pararam de comprar, para quê continuar a acumular mercadoria?

Espero que o nosso clube não tenha que esperar por uma revolução para cortar com 6 anos de mordomias e mudar de paradigma. Que seja já neste mandato e quanto mais depressa melhor. Ganhar primeiro, comprar e vender sempre depois.

José Rodrigues disse...

Pedro disse: "Não tenho bem a certeza, mas a equipa base campeã com o Adriaanse também não tinha nenhum... [...] Helton [..] Foram os jogadores mais utilizados nessa época."

Errado.

Baía fez todos os jogos da LC (6) a titular, e fez 24 jogos no campeonato contra apenas 11 do Hélton. Acho portanto que com estes dados não há dúvidas quem foi mais frequentemente titular nessa época (na baliza).

Unknown disse...

Comparar o James e o Ukra em termos de reputação é torcer a realidade.

O James foi um dos melhores, quiçá o melhor jogador do campeão argentino. O Ukra fez uma boa época num clube do meio da tabela.

Mais importante, jogadores com níveis de reputação semelhantes, com "provas dadas" são valorados muito diferentemente ao ponto de não serem comparáveis.

Aqueles que seguiram o último Europeu Sub-19 sabem que há uma diferença entre, por exemplo, o avançado espanhol Dani Pacheco e o português Nelson Oliveira (e isto poderia dizer-me para a esmagadora maioria das posições) - apesar de poucas diferenças existirem no domínio das "provas dadas". Ninguém de bom senso diria "se já se tem o Nelson Oliveira, para quê contratar o Dani Pacheco?". Ou "se já se tem o Nuno Pratas Coelho, para quê contratar o Fernando?".

Por isso, o "para quê o James se temos o Ukra" é uma absoluta falácia. Por alguma coisa o preço de mercado do James é umas 80 vezes superior ao do Ukra - e não é por o Porto os valorar assim, é por a generalidade dos clubes o fazer. O Ukra até pode vir a ser melhor jogador que o James, mas o colombiano, neste momento, tem mais potencial e já mostrou mais a alto nível.

Mais, tem a certeza que o Lisandro era um valor mais confirmado que James Rodriguez? Porque era o Lisandro um valor confirmado e não o Prediguer? Carreiras semelhantes na Argentina - época e meia no topo dos melhores jogadores do campeonato, o Prediguer até foi chamado para a selecção. Ou mesmo que o Hulk? Eu acho que no mundo do futebol a reputação do Hulk ainda antes de chegar ao Porto era muito maior que a do Lisandro nas mesmas condições. Por isso é que foi muito mais caro.

Parece que o José Rodrigues confunde reputação e se um jogador é "valor confirmado" ou não com "reputação aos olhos do adepto europeu de futebol médio". O que é, concordaremos, ridículo.

Além disso a questão James não é só vs. Ukra, como já disse anteriormente... se não tivéssemos titulares q dessem um mínimo de garantias, compreendo os 5 milhões... mas para 2 posições já tínhamos (e excluindo o Ukra) Cebola, Varela e Hulk. O custo do James não é só os 5 milhões, mas tb a desvalorização de Hulk, Varela e Cebola se ele os "enviar" para o banco.

Isto deveria fazer parte do manual de como NÃO construir uma equipa. O ano passado, quando o Rodriguez encostou e o Hulk foi castigado, tinha dado muito jeito ter um jogador com potencial para os encostar.

Mais importante, um clube como o Porto não pode comprar jogadores apenas com o horizonte temporal da próxima época. Isso seria suicídio. Aposto que o José Rodrigues também não concordou com a contratação do Fernando porque o Porto já tinha o Assunção, o Bollati e mais dois ou três miúdos das camadas jovens emprestados.

Unknown disse...

Além disso a questão James não é só vs. Ukra, como já disse anteriormente... se não tivéssemos titulares q dessem um mínimo de garantias, compreendo os 5 milhões... mas para 2 posições já tínhamos (e excluindo o Ukra) Cebola, Varela e Hulk. O custo do James não é só os 5 milhões, mas tb a desvalorização de Hulk, Varela e Cebola se ele os "enviar" para o banco.

Isto deveria fazer parte do manual de como NÃO construir uma equipa. O ano passado, quando o Rodriguez encostou e o Hulk foi castigado, tinha dado muito jeito ter um jogador com potencial para os encostar.

Mais importante, um clube como o Porto não pode comprar jogadores apenas com o horizonte temporal da próxima época. Isso seria suicídio. Aposto que o José Rodrigues também não concordou com a contratação do Fernando porque o Porto já tinha o Assunção, o Bollati e mais dois ou três miúdos das camadas jovens emprestados.

nelson barbosa disse...

José Rodrigues: Não foi só nas últimas 5 épocas, foi desde sempre. Confirmados confirmados, assim de repente só me lembra do Cubilhas. Mesmo o Futre, Madjer, Lucho, Lisandro, sendo já bons foi no Porto que se confirmaram como grandes jogadores. Na minha opinião, Moutinho e mesmo o "Cebola" ainda necessitam de o fazer.

Claro que aquisições falhadas, sempre houve, há e haverá. Ainda hoje muitos portistas se referem ao sucesso das compras do tempo do Mourinho, lembrando Paulo Ferreira, Nuno Valente, Derlei e Maniche. Mas não se recordam de uns tais; Tiago, Maciel, Marco Ferreira, Bruno Morais e outros que não me lembro agora. O ideal seria que todas as contratações fossem como as do Sissoko, Fucile, Varela, para falar só das mais recentes, mas quem o conseguir ficará rico depressa.

"O custo do James não é só os 5 milhões, mas tb a desvalorização de Hulk, Varela e Cebola se ele os "enviar" para o banco".
Meu caro; esse seria um bom problema. Se "enviar para o banco", será apenas um deles e isso significaria que estaríamos de facto na presença de um fora-de-série aos 19 anos.

Unknown disse...

Quando à entrada de jogadores oriundos das camadas jovens na equipa principal, o problema está na formação - se não se formam jogadores com qualidade suficiente para a equipa principal, como é que eles aí podem jogar?

E o problema não é só do FC Porto, é transversal a toda a formação em Portugal - basta ver os resultados das selecções nacionais jovens nos últimos anos.

É que, e brincando um pouco com a situação, para alguns putos até pode passar uma mensagem implícita e subliminar do tipo: "rapaziada, se querem singrar aqui no FCP têm mais chances se vierem a ser... contratados de fora do clube, do que formados nestas instalações".

Eu quero crer que os jogadores das camadas jovens do Porto são mais inteligentes do que isso.

A mensagem que passa é simplesmente esta: "rapaziada, se querem singrar no FCP têm de ser melhores do que aqueles que podemos contratar lá fora. Serem formados aqui não é nenhum salvo-conduto ou privilégio para o resto da carreira".

Não se percebe porque ficou o José Rodrigues "desapontado" com isto.

meirelesportuense disse...

À margem do tema:
-Dois dossiers importantes foram encerrados:-Bruno Alves e Farias assinaram pelos seus novos Clubes.

nelson barbosa disse...

Nuno Campos: A sua análise à situação dos anos 80 é correctíssima, só que entretanto ocorreu o caso Bosman e deu-se a globalização a todos os níveis. Acabou-se. Hoje a realidade é diferente, infelizmente não vale a pena ter ilusões. O caso Lucho é paradigmático. Estava disposto a terminar a carreira no Porto, até que apareceu alguém a oferecer-lhe mais do dobro daquilo, que já não era pouco, ganhava por cá. Até acredito que o Bruno Alves ficasse, a receber bem menos do aquilo que vai ganhar lá nos confins da Rússia, só que entre os 1.2 milhões que se diz, ganhava aqui e os 3 milhões que se diz vai facturar por lá, existe uma enorme diferença.

Além disso, para o clube não se trata apenas do vencimento a pagar ao jogador durante os 4 anos de contrato, mas também dos cerca de 20 milhões(incluindo já os bónus) no caso do Lucho e 22 no do Bruno, que deixava de receber.

Em teoria, era preferível gastar o dinheiro do Prediguer, do Tomás Costa, eu diria até o do Belluchi, que é bem mais, para manter o Bruno, mas também o Barcelona se pudesse voltar um ano a trás, não daria 25 milhões por um defesa central e o vendia agora por 15, ou 45 milhões mais o Etto, por Ibraimovic, e agora cedia-o por metade, se alguém o quisesse.

K disse...

Vejo muito textos acerca de BA e de como será daqui para a frente e... ai meu Deus que grande desgraça.
Já foi, e foi como foi, morreu e enterrou-se. Adeus. Ele substituiu alguém e alguém o há-de substituir.
BLUE ALERT.
Problema bem maior se não for resolvido atempadamente e com consequências a todos os níveis no clube.
Raul Meireles, vai ou fica, vende-se barato para despachar e fechar a posição que ocupa ou retém-se até pagarem o que o FC Porto acha que ele vale?
E se fica e não joga e desvaloriza, ou se fica e fica desmotivado e joga mal, pela 2º época consecutiva. Como será que se vai resolver esta "coisa".
Quando foram gastos 11 milhões na compra de Moutinho toda a gente garantia que para isso acontecer era porque o RM tinha já destino traçado. Não me parece e acho que JM foi um capricho de PC que abriu os cordões à bolsa só porque era um desejo antigo e não porque tinha um plano traçado de compra e venda de jogadores.
Isto ainda pode resultar muito mal, mas no entanto sobre isto não vejo reflexão.

PS:Pode até parecer que quero ser eu a decidir o que deve ser debatido no blog, mas garanto-vos que não, é que tanto o tema que abordei ontem como o de hoje só o fiz porque este blog é um dos que mais opiniões(de quem faz os posts e das opiniões na caixa de comentários) válidas tem (pelo menos para mim) e como tal é daqui que costumo tirar as melhores reflexões, e como não vejo ninguém a debater uma estratégia para a época e a falar do "elefante" que está a vista de todos mas que parece ser tabu falar nele, então falo eu.

José Rodrigues disse...

"Xavier" disse: "O ano passado, quando o Rodriguez encostou e o Hulk foi castigado, tinha dado muito jeito ter um jogador com potencial para os encostar."

Bem, se quisermos construir o plantel partindo do princípio q vamos ter os dois melhores jogadores para a mesma posição afastados por bastante tempo simultaneamente (e salvo erro até chegámos a ter o Varela afastado ao mesmo tempo q estes dois), então concordo q vale a pena investir a sério. Mas nesse caso pergunto: porque não fazê-lo para todas as posições, já agora? Ah, é verdade... o dinheiro não estica muito. Há pessoal q se esquece q não somos o Real Madrid... e quando se joga tanto pelo seguro, à custa disso somos depois forçados a vender os Luchos e B Alves...

Já agora, qual é a probabilidade isso acontecer outra vez este ano com os extremos? O q aconteceu no ano passado é uma coisa q historicamente acontece muito raramente (e já agora, para alguma coisa existe o mercado de inverno, o q ajuda), ou será q o Xavier sabe alguma coisa q não sabemos?

José Rodrigues disse...

"Xavier" disse: "Aposto que o José Rodrigues também não concordou com a contratação do Fernando porque o Porto já tinha o Assunção, o Bollati e mais dois ou três miúdos das camadas jovens emprestados."

O Xavier esquece-se do "pequeno" pormenor de q o Fernando custou pouco mais de 1 milhão contra mais de 5 no caso do James (por 70% do passe)...uma "pequena" diferença relevante para esta discussão, não?

Nuno de Campos disse...

Os últimos 6 anos estão a cegar muita gente, e poucos percebem a magnitude e o impacto da presente crise. O endividamento dos clubes de topo e as regulamentações que aí vem estão já a mudar muita coisa.

Vejam a lista de transferências deste defeso e verifiquem quantos clubes gastaram mais dinheiro que o FC Porto - cerca de 25 milhões de Euros, mais o central que aí vem. Depois apurem as receitas correntes desses clubes e as fortunas dos seus donos.

O que está em causa não é um determinado jogador. Ninguém pode adivinhar o futuro do James Rodriguez, muito embora todos saibamos a verdadeira razão da sua contratação.

O que se questiona e verdadeiramente importa são estratégias financeiras e desportivas, e a sua adequação aos tempos presentes.

rbn disse...

Nos tempos que correm, PdC deve estar mais preocupado em ter homens de barba rija no plantel do que arriscar com a prata da casa.

Nos galináceos não existe um único jogador da cantera, ooops, da granja lampiônica que seja titular ou que seja sempre convocado por Jorge "cabelos de apresentador de programa pimba de tv" Jesus.

Os 2 únicos, Rodrick é suplente do suplente do suplente e Miguel Vítor já foi vendido aos árabes.

De resto, nos tempos que correm, é saber(ou contar nos dedos) nos 3 ditos grandes quantos jogadores portugueses fazem parte do plantel, depois quantos sairam da cantera e por último, quantos são titulares absolutos.

Já agora, no FCP, quantos jogadores portugueses no plantel?quantos são titulares?

E pracabá, os 2 treinadores brasileiros que estavam cotados para treinar o FCP, Muricy e Mano, foram os preferidos pela CBF para treinar o ESCRETE.

O 1º recusou, porque achou que a CBF agiu mal com o Fluminense e preferiu honrar o contrato e a palavra com o clube, e por isso é o novo ÍDOLO da torcida tricolor(da qual faço parte).

O 2º aceitou, e é o novo mister da seleção brasileira.

Afinal, PdC não anda apenas a apreciar cabritinhas de 23 anos...

Pedro disse...

"Errado.

Baía fez todos os jogos da LC (6) a titular, e fez 24 jogos no campeonato contra apenas 11 do Hélton. Acho portanto que com estes dados não há dúvidas quem foi mais frequentemente titular nessa época (na baliza)."

O Helton foi titular na 2ª fase do campeonato, a fase que nos fez arrancar para o titulo ( com 10 vitórias consecutivas creio). Independentemente do número de jogos total a verdade é que nessa equipa base que nos deu o titulo estavam 0 jogadores da formação no 11 titular. E deram-se bastante bem...

José Rodrigues disse...

"Não se percebe porque ficou o José Rodrigues "desapontado" com isto"

Eu joguei na Constituição muitas vezes (tanto pelas escolas do FCP - uma época - como em jogos de captação para infantis e iniciados, ou até mesmo com amigos quando o campo estava disponível - na altura dava para isso...). Por isso a forma como sinto isto é capaz de ser difícil de compreender para quem não passou por aquela casa.

Mesmo assim penso q a maior parte dos adeptos vai compreender muito bem q alguém fique desapontado que, num sítio em q se incentiva a formação, a dar destaque a alguém nas paredes devia ser muito mais a grandes jogadores q seguiram as mesmas pisadas (de formação no FCP) do que de jogadores vindos de fora, ainda mais quando nem sequer cá estão há um ano que seja (como um Varela ou Ruben).

Mas se calhar daqui a dois meses já lá está a efígie de um Sereno a substituir a do B. Alves, sei lá... algo q a acontecer e segundo o "Xavier" naturalmente não devia deixar ninguém desapontado, presumo.

Para acabar, ressalvo q estou a falar da Constituição, um sítio dedicado à formação... se nas paredes do Dragão fizessem algo do género já acharia muito mais normal q pegassem em bons jogadores "à sorte", independentemente da proveniência.

Anónimo disse...

nelson barbosa disse: "O caso Lucho é paradigmático. Estava disposto a terminar a carreira no Porto, até que apareceu alguém a oferecer-lhe mais do dobro daquilo, que já não era pouco, ganhava por cá."

Isso é uma visão caritativa do que de facto se terá passado, caro Nelson Barbosa. Salta à vista que foi a SAD que o quis vender, pois aproximava-se o fim do exercício e "convinha" terminá-lo com resultados positivos, e o próprio Lucho deu a entender depois de estar em Marselha que a iniciativa de sair não partiu dele. Foi um caso de má gestão pelo qual pagámos caro.

Pedro disse...

Mas que interessa gastar 25 milhões se vendermos uns 40?

Mas que interessa comprar o James Rodriguez em vez de apostar só no Ukra?

Há aqui muita gente com o dom de ver o futuro, de imediatamente saber se uma contratação vai ou não ser uma mais valia desportiva. Eu prefiro esperar.

Mas sinceramente, comparar o Ukra, jogador perfeitamente mediano que não vai evoluir mais, com o James Rodriguez... é patético.

A mim basta ver um jogo treino para ver quantas bolas perde o Ukra, quantos cruzamentos consegue enfim acertar, e quantos remates de qualidade faz...

Triste é esta conversa da treta de valorizar sempre os miudos da formação só porque sim. Pergunto a muita gente deste blog quantos jogos por ano observam da formação?

Se forem como eu que vejo uns 15/20 por ano não tinham essa conversa. A qualidade geral é baixa, são jogadores para clubes do meio da tabela.

E quando penso nos últimos 20 anos de FCP... lembro-me de Deco, Jardel, Alenitchev, McCarthy, Lucho, Lisandro, Anderson, Madjer. Os mágicos eram quase todos estrangeiros. Digam-me um jogador português que se compare a Lucho Gonzalez...

Nuno de Campos disse...

Nelson Barbosa, desculpar as nossas asneiras com as asneiras dos outros não ajuda.

A sua analise do Barcelona só prova que os tempos mudaram, e que gastar o que o FC Porto gastou este defeso, sem estar presente na LC, é uma loucura.

No que diz respeito ao Moutinho o Steve Bracotelli tem toda a razão. Vamos precisar de muita sorte para vender o Meireles por mais.

José Rodrigues disse...

S. Bracotelli disse: "Problema bem maior se não for resolvido atempadamente e com consequências a todos os níveis no clube.
Raul Meireles, vai ou fica?"

Steve, levantas uma boa questão mas sem saber ler as mentes dos colegas do blog (e sem sequer ter discutido isto com eles - como já foi dito não temos agenda editorial e cada um vai escrevendo o q lhe dá na cabeça sem grande coordenação), presumo q tal como eu ainda estejam na expectativa de ver a venda do Meireles anunciada nos próximos dias.

Se no entanto o tempo continuar a passar sem q isso aconteça, então estou certo q alguém vai escrever sobre isso antes do fim do mês. Olha, prometo-te q se não for mais ninguém, sou eu, daqui a uns 10 dias no máximo! :-)

Pessoalmente quero acreditar q a decisão para a venda do Meireles já foi tomada antes da contratação do Moutinho, havendo ofertas em carteira, e q neste momento estarão a tentar esticar a corda ao máximo nas negociações para "fazer render o peixe". Tal como fizeram com o BA, aliás.

Mas posso estar enganado, de facto é estranho q nem sequer haja rumores insistentes (ao contrário por ex do q aconteceu com BA e Zenit). Se calhar desta vez os dois clubes e o jogador (e pai...) estão a ser muito mais discretos, sei lá.

Pessoalmente acho q de 10M€ para cima é de vendê-lo.

Unknown disse...

Eu joguei na Constituição muitas vezes (tanto pelas escolas do FCP - uma época - como em jogos de captação para infantis e iniciados, ou até mesmo com amigos quando o campo estava disponível - na altura dava para isso...). Por isso a forma como sinto isto é capaz de ser difícil de compreender para quem não passou por aquela casa.

Eu passei lá bastante mais tempo do que você. Se calhar é isso que faz a diferença na forma de entender o clube e a possível mensagem subliminar.

Que jogadores queria que lá estivessem? Os miúdos gostam é dos ídolos, querem lá saber da formação deles.

No fundo o que interessa é que eles percebam que no plantel principal do Porto singram os melhores, sejam formados no Porto ou não.

O Xavier esquece-se do "pequeno" pormenor de q o Fernando custou pouco mais de 1 milhão contra mais de 5 no caso do James (por 70% do passe)...uma "pequena" diferença relevante para esta discussão, não?

Se isso faz a diferença, quer dizer que foi a favor da contratação do Fernando?

José Rodrigues disse...

Pedro disse: "O Helton foi titular na 2ª fase do campeonato"

O Hélton como eu disse fez 11 jogos no campeonato, contra 24 do Baía (mais 0 contra 6 na LC) - menos de metade, logo não chegou a ser "titular na 2a fase do campeonato", mas sim apenas no último terço (e tu até disseste q o Hélton foi quem fez mais jogos preto no branco, ao q eu reagi).

Para além disso eu não disse em lado nenhum q nunca tivémos uma fase sem titulares q fossem prata da casa, referi-me a épocas no cômputo global, e em 04/05 claramente foi o Baía o mais titular num rácio superior a 2:1. E muito menos disse q equipas titulares sem prata da casa são necessariamente mais fracas...

José Rodrigues disse...

Xavier disse: "Eu passei lá bastante mais tempo do que você."

Como não disse em lado nenhum quanto tempo é q lá passei (e vi lá muitos jogos como adepto, principalmente de juniores) não faço ideia como é q o Xavier conseguiu tirar essa conclusão. Só se lá passou mais anos do q eu tenho de vida, tendo verificado isso no meu profile...só se for isso.

Mas se de facto passou muito tempo, então compreendo ainda menos a sua não-compreensão perante o meu desalento, mas ok, fiquemos por aqui.

"Que jogadores queria que lá estivessem?"

É só ler outra vez o artigo, caramba: Baía, Domingos, João Pinto, Fernando Gomes, e até mesmo Jorge Costa (q chegou salvo erro já com 19 anos, mas tornou-se um símbolo do clube). Porventura seria esse um fraco "ramalhete"??

Ah, alguns putos não sabem quem são ou o q fizeram no FCP, será isso? Ora aí está então uma boa ocasião para os treinadores da formação (e pais) lhes explicarem um pouco da história do clube q não lhes faz mal nenhum!

Anónimo disse...

Pedro disse:

1)Há aqui muita gente com o dom de ver o futuro

2)Mas sinceramente, comparar o Ukra, jogador perfeitamente mediano que não vai evoluir mais (...)

Não estás na segunda frase a incluires-te naqueles a que te referes na primeira?

José Rodrigues disse...

"Mas que interessa gastar 25 milhões se vendermos uns 40?"

Se com isso enfraquecermos a equipa comprometendo a conquista do título (como aconteceu no ano passado)...interessa muito. De qq forma para já só vai em 22 de vendas, faltam 18 para os tais 40.

Além disso se alguém achar q podemos contar sempre com vendas de 20 milhões para cima - e várias - todos os anos, aconselho a estarem mais atentos ao mundo do futebol em geral. A tendência geral para se gastar muito dinheiro em contratações é cada vez menor (o q até já deu azo a análises e artigos em Financial Times e quejandos sobre o assunto).

José Rodrigues disse...

"Se isso faz a diferença, quer dizer que foi a favor da contratação do Fernando?"

Agradeço a curiosidade, caro Xavier, mas como são casos bem distintos não vou expandir-me sobre isto porque não vem minimamente ao caso; é q se fosse por aí então ainda tinha agora que comentar aqui todas as dezenas de contratações dos últimos anos, uma a uma...:-)

José Correia disse...

José Rodrigues disse...
«O Xavier esquece-se do "pequeno" pormenor de q o Fernando custou pouco mais de 1 milhão contra mais de 5 no caso do James (por 70% do passe)»

Tinha a ideia que o Fernando custou 700 mil euros, mas se calhar estou enganado.
É uma pena a SAD não comunicar à CMVM o custo de todas as contratações efectuadas.

Pedro Vale disse...

Xavier disse...
É que, e brincando um pouco com a situação, para alguns putos até pode passar uma mensagem implícita e subliminar do tipo: "rapaziada, se querem singrar aqui no FCP têm mais chances se vierem a ser... contratados de fora do clube, do que formados nestas instalações".

Eu quero crer que os jogadores das camadas jovens do Porto são mais inteligentes do que isso.

A mensagem que passa é simplesmente esta: "rapaziada, se querem singrar no FCP têm de ser melhores do que aqueles que podemos contratar lá fora. Serem formados aqui não é nenhum salvo-conduto ou privilégio para o resto da carreira".

-----

Creio que a mensagem que quer ser passada, tem mais a ver com a atitude que esses jogadores demonstram do que com o facto de serem estrangeiros/portugueses ou da formação/contractados...

De qualquer maneira, acho que só ficava bem colocar lá simbolos do clube, de preferência que representem ambas as preferências: portugueses da formação.

José Correia disse...

Pedro disse...
«comparar o Ukra, jogador perfeitamente mediano que não vai evoluir mais, com o James Rodriguez... é patético»

Até me arrepiei ao ler esta frase. É que quem passa a vida a classificar as opiniões dos outros como sendo "patéticas" é o António Pedro Vasconcelos.
Espero que não tenhamos aqui o APV disfarçado de "Pedro"... ;-)

José Correia disse...

Pedro disse...
«Pergunto a muita gente deste blog quantos jogos por ano observam da formação? (...) A qualidade geral é baixa, são jogadores para clubes do meio da tabela.»

Eu estou de acordo e já referi isso em vários textos que publiquei. A qualidade dos jogadores saídos da formação portista é preocupantemente baixa. Não há projecto Visão 611 que nos valha.

meirelesportuense disse...

O Clube só é obrigado a dar a conhecer à CMVM contratos com valores superiores a um determinado montante.
A formação deixou de ser tão acompanhada, porque a ida para o Olival tirou-lhe muito público...Se os jogos dos mais velhinhos se realizassem na Constituição, tenho quase a certeza de que enchiam...E os miúdos necessitam de ter público, até para se sentirem apreciados.
-Admito também que os miúdos gostem mais dos novos e actuais ídolos, dos que conhecem e vêm jogar na Televisão ou no Estádio, nós os mais velhos, é que nos lembramos dos velhos ídolos, porque pertenceram aos nossos tempos, um adepto mais velhinho quereria ver ali plasmadas as fotos do Barrigana ou do Carvalho.
Os novitos não sabem quem eles são...

Anónimo disse...

Não há nenhum montante fixado a partir do qual o clube tem de fazer a comunicação, caro Meireles. O que o regulamento diz é que as sociedades cotadas em bolsa têm de comunicar à CMVM "factos relevantes", o que obviamente deixa muita margem de manobra às sociedades.

meirelesportuense disse...

Pois será Burmester, mas então haverá valores a partir dos quais se podem ou devem ser considerados valores relevantes...Onde fica essa fronteira?...Deve ela existir ou então a CMVM, pode considerar todo e qualquer valor como relevante ou ao invés.
Que já li qualquer coisa sobre essa obrigatoriedade, já li e não fixei, ou não me foi dado de todo a conhecer, esse limite.Mas que existe um tecto para essas comunicações, lá isso é verdade.
Se não entramos no domínio da ficção.

José Rodrigues disse...

Meireles, claro q não há.

E tenho uma forma muito simples de demonstrar isso: mostra-me por favor o comunicado da SAD em q anuncia o custo do Anderson, e caso não exista (q não existe, digo-te já) a multa q a CMVM passou ao FCP (q tb não existiu...).

A SAD há 10 anos comprometeu-se, *informalmente*, a comunicar aquisições acima dos 2,5 milhões (mas sem qq obrigação formal). No entanto desde então isso tem sido mais a excepção do q regra (cadê a comunicação sobre Anderson, Prediguer, Farias, etc?), e nào há consequências porque de facto não há nada formalizado sobre isto.

meirelesportuense disse...

"A SAD há 10 anos comprometeu-se, *informalmente*, a comunicar aquisições acima dos 2,5 milhões (mas sem qq obrigação formal)."

-Confio em si Rodrigues e na sua convicção, mas bem me parecia e tinha lido que havia um valor, formal ou informalmente delineado.E depois se não cumprirem, sujeitam-se a sanções que podem ou não ser aplicadas, de acordo com a maré do momento...Em relação ao Anderson penso que houve comunicação dos valores, falou-se nos 10 Milhões de Euros.Até se comentou muito a obrigatoriedade de ter de ser acompanhado pela sua mãe, lembro-me de dizerem que trabalhava no Dolce Vita.Prediguer nos 4 Milhões...e por aí fora.

José Rodrigues disse...

Carago, ó Meireles... os comunicados da SAD ainda lá estão no site do clube em "Investor relations", se não te acreditas vai lá confirmar pessoalmente o q te digo.

Se fores lá vais ver q houve sim um comunicado, mas apenas a dizer q o FCP tinha adquirido os direitos desportivos do Anderson, sem qualquer menção sobre o custo do passe. O seu custo nunca foi oficialmente comunicado (quer dizer, apareceu no R&C no total de aquisições feitas, misturado com outras aquisições do mesmo período).

meirelesportuense disse...

OK Rodrigues, não vou estar a perder tempo com questões que não me são importantes e nas quais não posso interferir...Nem sei o que isso tem a ver com o momento presente.
Os jogadores são adquiridos por um valor que é negociado, há sempre alguns envolvidos e os adeptos querem lá saber se custou muito ou pouco, entram sim no campeonato nacional das transferências, eu vendi por 20 e tu?...É uma brincadeira pegada.
Mas a ser assim, não percebo as suspensões das cotações das acções em determinados momentos.

Unknown disse...

Agradeço a curiosidade, caro Xavier, mas como são casos bem distintos não vou expandir-me sobre isto porque não vem minimamente ao caso; é q se fosse por aí então ainda tinha agora que comentar aqui todas as dezenas de contratações dos últimos anos, uma a uma...:-)

Porquê? Nesse caso, porque opinou sobre a contratação do James Rodriguez? Basta dizer se o mesmo princípio se aplica a outras contratações - como a do Fernando - ou se isso são críticas desgarradas e ad-hoc. Tenho dificuldades em perceber esse raciocínio - acha que alguém está mesmo interessado no seu comentário sobre todas as contratações? É só sobre o Fernando, rapaz.

A sua recusa em responder é, julgo eu, esclarecedora para todos. E demonstra bem a insanidade do seu raciocínio. O Porto não se pode dar ao luxo de formar os seus planteis de acordo com o principio das necessidades posicionais de curto prazo.

Unknown disse...

A SAD há 10 anos comprometeu-se, *informalmente*, a comunicar aquisições acima dos 2,5 milhões (mas sem qq obrigação formal).

Isto é mentira. Não há qualquer obrigação informal de comunicar aquisições acima de 2,5 milhões ou qualquer outro montante, há uma obrigação formal de comunicar ao mercado factos relevantes. Não existe qualquer fasquia objectiva. Aliás, em duas aquisições de jogadores por valores similares uma pode ser comunicada e outra não.

E as comunicações são ao mercado, não à CMVM. As comunicações não se fazem para os adeptos saberem ou para informação pública ou para controlo da CMVM. São para o mercado. De resto, quase todas as transacções são acompanhadas e comunicadas à CMVM. Apenas uma parte muito restrita - aquela que pode alterar o valor da sociedade ou a percepção pelo mercado do mesmo - é comunicada ao mercado. A suspensão de cotações e pedidos públicos da CMVM apenas acontecem quando a comunicação feita quotidianamente pelos canais normais e privados não surtiu efeito.

Unknown disse...

Creio que a mensagem que quer ser passada, tem mais a ver com a atitude que esses jogadores demonstram do que com o facto de serem estrangeiros/portugueses ou da formação/contractados...

De qualquer maneira, acho que só ficava bem colocar lá simbolos do clube, de preferência que representem ambas as preferências: portugueses da formação.


Eu estava a gozar com a treta das mensagens subliminares. Isto é overthinking. Estão lá os jogadores que são os ídolos dos miúdos. Não podem estar todos, estão alguns.

Os jogadores das camadas jovens, da formação, têm contacto directo e diário com os símbolos do clube. Em todas as equipas técnicas há pelo menos um histórico do clube. Os putos não dão às fotografias que estão na Constituição 1% da importância que lhe dão aqui. Não é homenagem nenhuma, nem pretende apresentar referências e o diabo a sete: é apenas um placard e as fotografias mudam frequentemente.

José Rodrigues disse...

Caro Xavier,

antes de mais agradeco por me fazer sentir jovem outra vez. Ja' ha' bastante tempo q me ninguem me chamava de 'rapaz', tendo eu 38 anos. E enalteco o'a-vontade com q se me dirige nao me conhecendo de lado nenhum, ja' q nao gosto de formalidades.

O James foi comprado agora logo e' natural q fale da sua contratacao. So' vou falar de contratacoes feitas ha' anos se o achar relevante para a discussao, e como a do Fernando nao o e' nao vou falar dela como tb nao vou falar da contratacao de, sei la', um Mogrovejo ou de um do varios Ruis q contratamos nos ultimos 20 anos.

De resto cada um pensa pela sua cabeca, o q e' optimo. Esta' plenamente no seu direito de achar q a minha opiniao (de q gastar tanto dinheiro em mais um extremo deixa imensas reticencias com os jogadores q ja' tinhamos, enquanto por ex temos um buraco em outras posicoes e situacao financeira muito apertada) e' uma demonstracao de insanidade de raciocinio.

So' e' pena e' q nao consiga contra-argumentar com um minimo de pes e cabeca, o q pelos vistos devia ser muito facil caso a minha opiniao seja de facto insana...

José Rodrigues disse...

Ainda quanto 'a Constituicao, o Xavier acha q estao la' 'os jogadores q sao os idolos dos miudos'.

Especulacao pura, a nao ser q o Xavier nos de^ referencias de sondagens q demonstrem q um Ruben ou Varela sao mais idolos junto dos putos do q um Falcao, Hulk ou mesmo jogadores q ja' sairam do Fcp (como um Lisandro ou Quaresma).

De qq forma isso seria um criterio possivel entre outros, e sobre isso ja' disse o q tinha a dizer.