«Este moço, o Bruno, tem paixão pelo erro. Pelo disparate. Pela falcatrua. Afilhado do poder, tem podido de mais. A torto e a direito. Sem olhar às mais elementares regras de bom senso. Das regras do jogo, já nem me atrevo a falar. (...)
Lembram-se de um jogo em que o FC Porto tenha sido tão descaradamente prejudicado como no tristemente célebre prélio de Campo Maior? Eu não. Há vinte anos que não sou capaz de recordar um outro Bruno com tanta paixão encomendada.
Este moço, o Bruno, tem as costas quentes. A sua atracção pelo erro, alguém a guia. E é a guiar árbitros destes que a famosa verdade desportiva se adultera. Em termos puramente futebolísticos, este Bruno tem uma paixão adúltera. Mal conduzida. (...)
Errar é humano. Mas também é excepção. A regra da negra história de Paixão em Campo Maior era intimidar o Jardel, enervar o FC Porto, assustar os dragões, e garantir a vitória do Campomaiorense. (...)
Perante tudo isto a reacção portista tem sido super 'soft' para meu gosto. Não ser capaz de mandar, não é a mesma coisa que não ser capaz de mudar. Quando assistimos a arbitragens encomendadas, como a do moço Bruno em Campo Maior, todos os dragões que se prezam são "obrigados" a reagir. Do Presidente ao roupeiro, dos associados anónimos à equipa técnica não é possível aceitar isto com um encolher de ombros, nem é bonito ouvir só palavras bonitas, a pretexto de uma suposta nova educação nas relações entre os agentes do futebol.
Exibições como a do moço Paixão em Campo Maior não se podem atribuir a incompetência, falta de preparação ou deficiente conhecimento das regras. É preciso ir mais fundo e perceber quais são os fundos em jogo.»
Manuel Serrão, O Jogo, 27/02/2000
Perante arbitragens como a do João “pode ser” Ferreira na última Supertaça, eu tenho uma opinião semelhante à que o Manuel Serrão expressou há 10 anos atrás, a propósito de um célebre Campomaiorense x FC Porto. Isto é, “do Presidente ao roupeiro, dos associados anónimos à equipa técnica não é possível aceitar isto com um encolher de ombros”, e o facto de, apesar da arbitragem do Major Ferreira, o FC Porto ter ganho, não é motivo para nos calarmos, pelo contrário, reforça ainda mais a legitimidade que temos para protestar.
Ficando caladinhos, daqui a umas semanas teremos o Vítor Pereira a nomeá-lo para um jogo do FC Porto ou, pior ainda, do... slb!
P.S.1 Com a ajuda preciosa de Bruno Paixão (mas não só), o FC Porto haveria de perder o campeonato 1999-2000.
P.S.2 Com este artigo, encerro a minha contribuição para o peditório "quando é que alguém da estrutura do FC Porto vai reagir à arbitragem do João Ferreira?".
Foto: Manhãs da 3 no Estádio do Dragão
18 comentários:
Para não me repetir vou fazer copy-paste do que escrevi em outro artigo:
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Temos "comido e calado" durante demasiado tempo (aliás, até mesmo o próprio Labaredas - q tem pouquíssimo impacto - demonstrou preferência por picardias irrelevantes com jornais).
Antes era a desculpa do Pito Dourado, agora já não faço ideia qual será a desculpa...
Estamos permanente em guerra, disso não haja dúvidas. E em guerra deve-se usar das várias armas ao nosso dispôr, e o púlpito público é uma delas.
Digo sem pejo o seguinte: gostava de ver os árbitros aterrorizados com a possibilidade de errar contra o FCP e a favor do slb, com medo de levarem bocas (ou até mesmo no focinho) de algum adepto que ficasse mais exaltado com fortes declarações públicas a denunciar casos precedentes da parte de Pinto de Costa (ou outros dirigentes).
Não estou a dizer q defendo q adeptos agridam árbitros, longe disso: apenas q os árbitros deviam ficar com medo de serem figurativamente *linchados na praça pública* quando nos lixam; e nada melhor do q declarações públicas dos nossos dirigentes para nos assegurarmos de q arbitragens como a de sábado são facilmente esquecidas.
De resto como disse é para usar todas as armas disponíveis nesta "guerra", o q naturalmente quer dizer q lá por devermos utilizar o púlpito público devemos abdicar de jogos de influência (legítimos) nos bastidores, como por ex ter uma conversa séria com o presidente da Liga ou até mesmo V. Pereira. Claro q não devemos: é para utilizar TODAS as "armas".
Também me parece que era altura de começarmos a insurgir-se contra estas coisas.
Se fosse ao contrário, os tinhosos já tinham 10 horas de telejornal, 25 processos na UEFA e mais 50 na FIFA e provavelmente pediam que o FCP descesse de divisão.
Estou inteiramente de acordo com as posiçoes aqui assumidas e, também a mim, surpreende o silêncio que se "ouve" dos dirigentes do nosso clube.
Na entrevista que saí amanha no expresso tem lá umas bocas à arbitragem da Super Taça.
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Vi agora que esses links não estão a dar, volto a postar a ver se fica correcto.
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Espero que já fique a dar :)
O silêncio não significa ausência de acção... Vocês ás vezes parecem portistas de há 5 dias.
Vinha deixar um link para a entrevista do Expresso mas o Rui já disponibilizou os links.
Bem, de qualquer forma podem sacar em pdf e aqui fica o link, que até é de um blog Portista.
vale bem a pena ler as 7 páginas.
Também penso que o Porto deve falar e denunciar estas situações, até porque urge sanear estes biltres e vigários, sejam civis ou militares de carreira...Não é desculpável este tipo de comportamentos, calar é pactuar com a indigência intelectual.
É a primeira vez que me pronuncio neste blog que há muito sigo pela sua qualidade e faço-o porque penso que já é tempo de uma reacção mais visível ás arbitragens descaradas como a que vimos na supertaça.
É tempo de os órgãos responsáveis do clube reagirem de forma a impedir que este tipo de "esperteza" passe sem um forte eco que impeça a sua repetição como tem vindo a acontecer.
Um erro não é prejudicar deliberadamente uma equipa á vista de todos de forma sistemática sem receio de consequências.
Nem fica bem ao Porto deixar passar arbitragens escandalosamente tendenciosas em claro.
José Rodrigues: sem tirar nem por!
É isso mesmo, não nos respeitam. Se respeitassem muitas das coisas que aconteceram o ano passado (e principalmente no Dragão...) nunca aconteceriam. Há lances no Dragão, golos mal anulados, penaltys por assinalar que eu não consigo conceber. Têm as costas quentes e andam com o apito descontraídos com uma prepotência arrogante. Até já apertam o pescoço aos nossos jogadores!!!! Até onde é que é preciso chegar para nos insurgirmos à séria?
Por outro lado, na luz os árbitros andam sempre borradinhos... qualquer pena que vá ao chão, apitam e chanfralhada dos lampiões em adversários no pasa nada... quantas vezes o luisão devia ter sido expulso por agressões a época passada?
Não nos respeitam, esse é que é o problema e a meu ver, é uma travessia que está longe de estar passada...
A entrevista será muito interessante - e estou a fazer o download, desde já agradecendo ao Steve Bracotelli - mas justificar o silêncio, ou pretender que ele não existe, com esta entrevista, não é argumento que eu aceite. A entrevista aborda vários temas e tem o seu lugar e é bem-vinda, mas uma arbitragem como a de Aveiro requer uma tomada de posição oficial e não diluída no meio de outros assuntos.
Quanto aos "5 dias" de que fala o Pedro, e embora se não dirigisse a mim, eu só sei que dantes protestávamos a bom protestar (vide Pedroto e os "roubos de igreja no Estádio da Luz") e todos aplaudíamos e pelo menos ficava-nos a sensação de que não nos comiam por parvos. Aliás, algo me diz que se o PC tivesse esta semana feito umas declarações públicas bombásticas a propósito do jogo de Aveiro, os mesmos que agora procuram defender o silêncio o aplaudiriam de pé e pediriam "encore".
Como bem diz o José Rodrigues, têm de ser usados todos meios num assunto desta gravidade.
Este blog não será lido por gente ligada aos SuperDragões?
É que se realmente houver uma postura assumida pela administração da Sad de se manter em silencio perante estas rebaldarias, penso que os SuperDragões serão a segunda voz mais alta que temos.
São uma claque enorme com muita gente, com muitas vozes, com capacidade logistica suficiente para fazer barulho sonoro e visual através de tarjas espetadas nas câmaras de televisão.
Seria interessante que o Fernando Madureira e seus pares meditassem sobre isto e se tornassem mais activos e incisivos nesta área particular.
Seria muito interessante que se nomeasse um porta-voz especificamente para esta área.
Tem sido uma batalha que também tenho travado, na entrevista o Presidente fala da arbitragem, mas ao ler aquilo mais perplexo fico quanto ao estrondoso silêncio que toda a gente no clube e SAD tiveram desde o sábado passado.
É grave e é quanto a mim um claro indício do que aí vem.
Desde a nomeação, à actuação e posterior "lavagem".
Mais do que um roubo descarado, esteve em causa a integridade física de vários atletas do FC Porto. Activos valiosíssimos que podiam ser "aniquilados" por aquele festival de pancadaria.
Ninguém se recorda do que fizeram ao Anderson.
Eu não concordo com o silêncio nem encontro justificação plausível para o mesmo.
Veremos o que por aí vem.
Há 30 anos atrás, em 1977/78, a dupla constituída pelo chefe do Departamento de Futebol e pelo treinador do FC Porto, tiveram de lutar muito fora do campo, para que dentro do campo fosse possível a uma grande equipa do FC Porto interromper um longo jejum de 19 anos.
"FC Porto campeão? Depende dos árbitros", afirmou José Maria Pedroto, e Pinto da Costa acrescentava: "O critério de nomeação dos árbitros, se não é uma palhaçada, o que é que é?"
Foi nessa época (1977/78), que Pedroto teve uma das suas frases mais famosas contra o "polvo", o sistema herdado do antigamente e que dominava o futebol:
"Temos de lutar contra os roubos de igreja!"
Era assim, sem papas na língua, que o saudoso Zé do Boné colocava os nomes aos “bois”. Sem falinhas mansas, sem se preocupar com o politicamente correcto, na defesa do Norte e do seu muito amado FC Porto.
"Verifica-se um estado de espírito geral de apoio incondicional ao Benfica"
Pedroto, 1979, em entrevista a A Bola
Pedro disse...
"O silêncio não significa ausência de acção... Vocês ás vezes parecem portistas de há 5 dias"
Recordo que o FC Porto já tinha sido roubado nos dois jogos do campeonato passado e, também aí, os dirigentes do FC Porto "reagiram" com um silêncio sepulcral.
Ora, perante estas não-reacções, é óbvio que quem nomeia os árbitros e estes dentro do campo, se sentem à vontade para continuar a ter desempenhos como os da última Supertaça.
Concordo com as ideias aqui expressas a reprovar o inexplicável silêncio dos dirigentes do FC Porto sobre as actuações dos juízes do apito...!
Mas meus amigos para vossa surpresa garanto-vos o seguinte : há uns tempos atrás numa assembleia para aprovação do relatório de contas do FC Porto, salvo erro na época de 2008/09, abordei o Antero Henriques referindo-lhe a miserável actuação do João Ferreira em Guimarães, na qual este árbitro permitiu autênticas agressões ao Costinha e ao Areias pelos jogadores do Vitória que ficaram impunes, ou seja sem que merecessem a reprovação do João do apito (sem as respectivas sanções)!
Sabem o que ele me respondeu? Que não pensasse assim e que o João Ferreira era um bom árbitro!!!
Portanto não se admirem do silêncio destes dirigentes...!
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