Nem o frango faltou à festa

Está explicado o motivo da requisição especialíssima de escolta policial (ou será militar?) dirigida ao Ministro de Administração Interna e ao seu Ministério, o milhafre já nem se contem nas suas próprias fraldas, tamanho o medo por ter enfrentar o fogo do dragão. Esta noite, nem com meia dúzia de chaimites na frente da baliza de Roberto, a equipa do capoeiro sairia viva da cidade Invicta.

A diferença está, como nós todos portistas bem sabemos, na mentalidade e na atitude competitiva com que o FC Porto se distância do seu rival. Podem eles julgar que a grandeza está nos números que ostentam, nos títulos – sejam eles reais ou virtuais – mas nunca perceberão que aquilo que nos separa, aquilo que faz de nós mais fortes e únicos, é a raça, a mística e orgulho tripeiro.

E, pegando no carisma tão vincado e particular que o nosso clube ostenta, André Villas Boas tem sabido usar habilmente esse desígnio para dar o “toque a reunir” de todo o plantel, tal como o próprio tem vindo a referir frequentemente. A base de sucesso deste Porto assenta na auto-confiança e no estofo mental para debelar as dificuldades que nos atravessam pelo caminho.

Com um grupo solidário e de grande espírito de entreajuda, não admira que uma ausência tão importante como Fernando – pedra basilar do miolo azul e branco – tenha passado completamente despercebida. À capacidade de luta de Guarín, juntou-se a meticulosa basculação e desbravamento de Belluschi e Moutinho, que aniquilaram por completo este milhafre de trazer por casa.

Junte-se-lhes agora, a este meio campo ultra competente, uma frente de ataque que deslaça os rins adversários com a mesma facilidade com que a faca corta a manteiga, salpicado com pormenores de pura classe – como é tão exemplar o primeiro golo de Falcao – para se perceber como se conjugou este resultado tão invulgar e que nos deixa a todos nós embevecidos.

Ao visitante só lhe restava a esperança de um golpe de bola parada – fórmula única para se aproximarem da baliza de Helton. Tudo o mais a defesa portista foi irrepreensível, limpando tudo o que lhe apareceu pela frente. Nada de estranheza perante esta solidez. Esta casa está assente sob pilares resistentes, projectada por um “arquitecto” novato nestas andanças, mas que já vai metendo num bolso certos “mestres” da táctica.

Saudações muito especiais aos Ruis Gomes das Silvas, aos Araújos Pereiras, aos Vasconcelos e às Pinhões deste País.

Fotos: uefa.com, JN