O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (I)
O tom, conteúdo e o contexto dos discursos (II)
Pinto da Costa tornou-se Presidente do FC Porto prometendo vitórias, conquistas e afiançando o crescimento do clube, ao contrário de LF Vieira que utiliza uma estratégia retórica que, como principal motor, denunciava inimigos a abater e concentrando a atenção anímica dos adeptos no ódio a outro clube.
Mas poderá, argumenta esse benfiquista, o tom do discurso actual de Vieira ser semelhante ao tom de discurso Pinto da Costa? Sim, o tom, mas daí não significa que o contexto e o conteúdo sejam idênticos, porque senão – novamente as comparações históricas – teríamos de dizer que o discurso do General De Gaulle e o discurso de Churchill, quando invadidos e atacados pelos nazis, eram idênticos, na motivação, ao discurso de Hitler, apelando à guerra e à violência. Se analisarmos um discurso só pelo tom usado nele, muitos discursos com motivações e legitimações diferentes seriam erradamente “metidos no mesmo saco”, pois o tom do discurso do General De Gaulle, em Junho de 1940, exortando os seus compatriotas à resistência face à invasão nazi, e o tom do discurso de Churchill apelando aos britânicos para “lutarem em qualquer sítio” contra os ataques e violências nazis, continham o mesmo tom de um discurso de Hitler: inflamado, ardente, excitado; mas a justificação e correspondente conteúdo para o discurso não era o mesmo, um discurso era legitimado pela circunstância de se ser vítima real de uma agressão, e o outro discurso apresentava como legitimação a existência de um presumível conluio e uma maquinação – imaginário e inventado – entre os Judeus e os regimes democráticos contra a Alemanha Nazi.
Concluindo e indo ao âmago da questão, podemos afirmar, com algumas reservas certamente, que o tom de um discurso actual de Vieira pode ser semelhante ao tom de um discurso de Pinto da Costa nos anos 80, mas o conteúdo, o contexto são totalmente divergentes e possuem motivações muito diferentes. Mas, estou a imaginar a réplica do benfiquista, este argumento pode ser invertido, ou seja, existe legitimidade para o discurso de Vieira e não existia legitimidade para o discurso de Pinto da Costa. Sendo assim, e para estabelecermos uma avaliação rigorosa sobre quem possui legitimidade e sobre quem a não possui, convoquemos uma entidade isenta e imparcial denominada realidade, que foi o que eu procurei fazer ao longo deste artigo, e chegaremos à conclusão de que um discurso de Pinto da Costa – mesmo quando exagerava nos argumentos e exacerbava os acontecimentos – era sempre baseado em casos concretos, enquanto o discurso de Vieira é baseado em supostas e imaginárias conspirações e conluios contra o SLB, e com um palavreado que contém, implicitamente, advertências para terceiros, sejam adversários ou entidades independentes, fazendo lembrar um discurso “gobbeliano” quando desferia avisos dissimulados para os regimes democráticos e para os países vizinhos da Alemanha Nazi.
Reconheço que, nos últimos anos, Pinto da Costa tem caído num discurso sarcástico, com algumas piadas fáceis e brejeiras, que não eram habituais no conteúdo dos discursos dos anos 80, onde existia uma ironia mais requintada e um estilo mais sério. Mesmo assim considero que esteve excelente nas declarações que fez após ouvir as explicações benfiquistas sobre o desaire da equipa do SLB em Braga.
Tivemos, ultimamente, mais um exemplo do método benfiquista de apelar à intolerância e ódio contra os adversários (FC Porto). No jornal de “A Bola”, aparecia a notícia de que um vice-presidente do SLB foi alvo de uma cilada e atacado na cidade Invicta. Dissimuladamente esta notícia quer lançar os benfiquistas contra os adeptos portistas e – o alvo principal – a direcção do FC Porto. Para mim toda esta história me parece inventada para criar um estado de animosidade contra o FC Porto e – lá voltam as comparações – nada neste método é novo. Já os Nazis, antes da II Guerra Mundial, inventavam notícias nos jornais e nos meios de comunicações controlados pelo Partido Nazi, de crimes e delitos que os judeus cometiam, tudo numa tentativa de criar um ambiente de ódio e intolerância do povo alemão contra os judeus. O exemplo mais flagrante deste método é o incêndio, realizado intencionalmente e à socapa pelos nazis, do Parlamento Alemão para nos dias seguintes virem para a praça pública atirar a responsabilidade pelo incêndio aos judeus, em conluio com os comunistas e outros democratas.
Nada nesta história da agressão a Rui Gomes da Silva me convence, a começar pela personalidade em causa. A palavra dele não é fiável, esta pessoa lembra-me o que o 1º Ministro Inglês Clement Atlee disse de Estaline, “ (um homem) sem princípios, recorre a quaisquer métodos (para atingir os seus fins), mas também não tem uma linguagem floreada. É sempre um sim ou um não, embora só se pode acreditar nele quando diz não”. Contudo eu considero que nem quando Rui Gomes da Silva diz não se pode acreditar na palavra dele. Basta lembrar o caso do afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI em 2004, e que teve como um dos mentores Rui Gomes da Silva, na altura Ministro do XVI Governo Constitucional, sendo que o próprio negou a responsabilidade do afastamento do comentador da TVI, para posteriormente se descobrir que afinal sempre existia, no afastamento, pressão política e responsabilidade ministerial.
Para terminar quero apenas salientar outro aspecto que os benfiquistas atacam nos discursos de Pinto da Costa. Acusam-no de possuir um conteúdo regionalista, mas, depois de contextualizar a obra de Pinto da Costa ao serviço do FC Porto, dificilmente se pode considerar como regionalista o seu discurso. Sim, o FC Porto é um clube cimentado numa cultura que é própria e específica da cidade Invicta, mas os valores e virtudes que o clube exalta, apesar de historicamente consagrados na cidade Invicta, são universais: a coragem, a insubmissão, a audácia, são virtudes que tanto se podem encontrar na cidade do Porto como noutro ponto do País ou do Mundo. Hoje existem portistas no Minho, no Algarve, em Lisboa, nas ilhas ou em qualquer parte do País.
Confesso que fiquei surpreendido quando, na minha adolescência, descobri e encontrei em pleno coração do Minho, na Póvoa de Lanhoso – terra da minha família materna – um senhor dos seus 45 a 50 anos que possuía na sala da sua casa um retrato/quadro de uma equipa do FC Porto e, para admiração minha, essa equipa do quadro não era a – na altura – actual, a de Robson, nem era o Porto treinado por Artur Jorge ou Ivic, que foram campeões da Europa e do Mundo. Não, o retrato era da equipa que foi bi-campeão nacional com Pedroto em 1978/79. Ora, ali estava um minhoto que se seduziu e foi atraído pelo FC Porto e não se sentiu incomodado por aquilo que os benfiquistas designam de discurso “regionalista” de Pinto da Costa.
São pessoas, como este portista que eu encontrei no Minho na minha adolescência, possuidoras de uma personalidade audaz e ousada que serão o destinatário da mensagem e do discurso – apelando a virtudes nobres e sublimes que catapultam para vitórias – de um Presidente do FC Porto, e não pessoas portadoras de um espírito e mente ingénuas, com um carácter submisso – terreno fértil para o crescimento das tiranias – que são o destinatário de um discurso demagogo, porque apelando aos instintos humanos mais baixos e primários, tão ao estilo de LF Vieira e da actual direcção benfiquista.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Pedro Miguel Pereira a elaboração deste artigo (3ª parte).Mas poderá, argumenta esse benfiquista, o tom do discurso actual de Vieira ser semelhante ao tom de discurso Pinto da Costa? Sim, o tom, mas daí não significa que o contexto e o conteúdo sejam idênticos, porque senão – novamente as comparações históricas – teríamos de dizer que o discurso do General De Gaulle e o discurso de Churchill, quando invadidos e atacados pelos nazis, eram idênticos, na motivação, ao discurso de Hitler, apelando à guerra e à violência. Se analisarmos um discurso só pelo tom usado nele, muitos discursos com motivações e legitimações diferentes seriam erradamente “metidos no mesmo saco”, pois o tom do discurso do General De Gaulle, em Junho de 1940, exortando os seus compatriotas à resistência face à invasão nazi, e o tom do discurso de Churchill apelando aos britânicos para “lutarem em qualquer sítio” contra os ataques e violências nazis, continham o mesmo tom de um discurso de Hitler: inflamado, ardente, excitado; mas a justificação e correspondente conteúdo para o discurso não era o mesmo, um discurso era legitimado pela circunstância de se ser vítima real de uma agressão, e o outro discurso apresentava como legitimação a existência de um presumível conluio e uma maquinação – imaginário e inventado – entre os Judeus e os regimes democráticos contra a Alemanha Nazi.
Concluindo e indo ao âmago da questão, podemos afirmar, com algumas reservas certamente, que o tom de um discurso actual de Vieira pode ser semelhante ao tom de um discurso de Pinto da Costa nos anos 80, mas o conteúdo, o contexto são totalmente divergentes e possuem motivações muito diferentes. Mas, estou a imaginar a réplica do benfiquista, este argumento pode ser invertido, ou seja, existe legitimidade para o discurso de Vieira e não existia legitimidade para o discurso de Pinto da Costa. Sendo assim, e para estabelecermos uma avaliação rigorosa sobre quem possui legitimidade e sobre quem a não possui, convoquemos uma entidade isenta e imparcial denominada realidade, que foi o que eu procurei fazer ao longo deste artigo, e chegaremos à conclusão de que um discurso de Pinto da Costa – mesmo quando exagerava nos argumentos e exacerbava os acontecimentos – era sempre baseado em casos concretos, enquanto o discurso de Vieira é baseado em supostas e imaginárias conspirações e conluios contra o SLB, e com um palavreado que contém, implicitamente, advertências para terceiros, sejam adversários ou entidades independentes, fazendo lembrar um discurso “gobbeliano” quando desferia avisos dissimulados para os regimes democráticos e para os países vizinhos da Alemanha Nazi.
Reconheço que, nos últimos anos, Pinto da Costa tem caído num discurso sarcástico, com algumas piadas fáceis e brejeiras, que não eram habituais no conteúdo dos discursos dos anos 80, onde existia uma ironia mais requintada e um estilo mais sério. Mesmo assim considero que esteve excelente nas declarações que fez após ouvir as explicações benfiquistas sobre o desaire da equipa do SLB em Braga.
Tivemos, ultimamente, mais um exemplo do método benfiquista de apelar à intolerância e ódio contra os adversários (FC Porto). No jornal de “A Bola”, aparecia a notícia de que um vice-presidente do SLB foi alvo de uma cilada e atacado na cidade Invicta. Dissimuladamente esta notícia quer lançar os benfiquistas contra os adeptos portistas e – o alvo principal – a direcção do FC Porto. Para mim toda esta história me parece inventada para criar um estado de animosidade contra o FC Porto e – lá voltam as comparações – nada neste método é novo. Já os Nazis, antes da II Guerra Mundial, inventavam notícias nos jornais e nos meios de comunicações controlados pelo Partido Nazi, de crimes e delitos que os judeus cometiam, tudo numa tentativa de criar um ambiente de ódio e intolerância do povo alemão contra os judeus. O exemplo mais flagrante deste método é o incêndio, realizado intencionalmente e à socapa pelos nazis, do Parlamento Alemão para nos dias seguintes virem para a praça pública atirar a responsabilidade pelo incêndio aos judeus, em conluio com os comunistas e outros democratas.
Nada nesta história da agressão a Rui Gomes da Silva me convence, a começar pela personalidade em causa. A palavra dele não é fiável, esta pessoa lembra-me o que o 1º Ministro Inglês Clement Atlee disse de Estaline, “ (um homem) sem princípios, recorre a quaisquer métodos (para atingir os seus fins), mas também não tem uma linguagem floreada. É sempre um sim ou um não, embora só se pode acreditar nele quando diz não”. Contudo eu considero que nem quando Rui Gomes da Silva diz não se pode acreditar na palavra dele. Basta lembrar o caso do afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI em 2004, e que teve como um dos mentores Rui Gomes da Silva, na altura Ministro do XVI Governo Constitucional, sendo que o próprio negou a responsabilidade do afastamento do comentador da TVI, para posteriormente se descobrir que afinal sempre existia, no afastamento, pressão política e responsabilidade ministerial.
Para terminar quero apenas salientar outro aspecto que os benfiquistas atacam nos discursos de Pinto da Costa. Acusam-no de possuir um conteúdo regionalista, mas, depois de contextualizar a obra de Pinto da Costa ao serviço do FC Porto, dificilmente se pode considerar como regionalista o seu discurso. Sim, o FC Porto é um clube cimentado numa cultura que é própria e específica da cidade Invicta, mas os valores e virtudes que o clube exalta, apesar de historicamente consagrados na cidade Invicta, são universais: a coragem, a insubmissão, a audácia, são virtudes que tanto se podem encontrar na cidade do Porto como noutro ponto do País ou do Mundo. Hoje existem portistas no Minho, no Algarve, em Lisboa, nas ilhas ou em qualquer parte do País.
Confesso que fiquei surpreendido quando, na minha adolescência, descobri e encontrei em pleno coração do Minho, na Póvoa de Lanhoso – terra da minha família materna – um senhor dos seus 45 a 50 anos que possuía na sala da sua casa um retrato/quadro de uma equipa do FC Porto e, para admiração minha, essa equipa do quadro não era a – na altura – actual, a de Robson, nem era o Porto treinado por Artur Jorge ou Ivic, que foram campeões da Europa e do Mundo. Não, o retrato era da equipa que foi bi-campeão nacional com Pedroto em 1978/79. Ora, ali estava um minhoto que se seduziu e foi atraído pelo FC Porto e não se sentiu incomodado por aquilo que os benfiquistas designam de discurso “regionalista” de Pinto da Costa.
São pessoas, como este portista que eu encontrei no Minho na minha adolescência, possuidoras de uma personalidade audaz e ousada que serão o destinatário da mensagem e do discurso – apelando a virtudes nobres e sublimes que catapultam para vitórias – de um Presidente do FC Porto, e não pessoas portadoras de um espírito e mente ingénuas, com um carácter submisso – terreno fértil para o crescimento das tiranias – que são o destinatário de um discurso demagogo, porque apelando aos instintos humanos mais baixos e primários, tão ao estilo de LF Vieira e da actual direcção benfiquista.
Foto: Glórias do Passado
29 comentários:
Parabéns Pedro. São 3 excelentes artigos que me deram gosto de ler.
Comunistas e outros democratas?
outros?
está tudo doido aqui...só pode.
e o conteúdo político desse texto é tão desconexo da realidade que nem vou fazer grandes comentários, pois não é o local adequado.
Passo a invocar a Lei de Godwin!
Não sei (não me lembro) se o "tom" do discurso de PdC nos anos 80 era parecido com o actual de LFV.
Mas isso para mim é irrelevante sabendo q a "atitude", essa sim, era MUITO diferente. PdC manteve relações cordiais com o slb, apoiando-os na final da TC em 1988, ou tendo-os nas Antas como clube convidado para o jogo de inauguração do "renovado" estádio (rebaixado, com mais lugares), ou almoçando com alguma regularidade com F. Martins.
Semelhante atitude hoje em dia da parte de LFV para com o FCP é completamente impensável. E isso faz toda a diferença em qq análise comparativa.
Thor disse: "Comunistas e outros democratas?
outros?"
Para si, e dentro do contexto político actual, pode não ter significado a divisão/diferença entre comunistas e outros democratas (isto é de outros partidos políticos) mas no período entre as duas Guerras Mundiais, entre os anos 20 e 40 do século passado, a distinção existia no panorama político/social/cultural europeu, porque após o estabelecimento da União Soviética os comunistas europeus não eram associados ao regime democrático ocidental, e na Alemanha dos anos 30, pós República de Weimar, os comunistas eram vistos como "estranhos" ao sistema político vigente, daí no artigo referir "comunistas e outros democratas" pois era assim que o regime nazi via a realidade política.
Daniel, percebeste-me mal.
eu quis salientar precisamente a diferença entre Comunistas e Democratas.
ou se é Comunista ou se é Democrata, as duas coisas juntas não dá. é impossivel.
e portanto não pode haver "outros democratas", a palavra "outros" não deveria lá estar, porque isso implicaria a "democraticidade" dos Comunistas.
deveria ter sido "Comunistas e Democratas" sem lá estar a palavra "outros".
ah e mil vezes fascismo do que qualquer comunismo.
este tópico tinha boa intenção, mas ao falar de política, nazis e judeus, enveredou por caminhos que não devia.
lamento.
comparem os benfiquistas com judeus e com comunistas, nunca com nazis...
quanto muito poderia ser com fascistas (nazis e fascistas são coisas bem diferentes)
Excelentes artigos.
Talvez, por ser mais velho, seguir e ser sócio do FCP há mais de muitos anos, senti-me compelido a fazer algumas considerações sobre o passado, indo um pouco mais atrás da era PdC.
O FCP foi campeão em 56 com Yustrich, depois de um jejum de largos anos e, logo a seguir, entrou em convulsão. Tínhamos uma excelente equipa que Béla Guttmann refinou, dando-nos o campeonato em 58. Perdemos o treinador e José Augusto que o mister “levou consigo” para o SLB. O resto faz parte da história : foi duas vezes campeão europeu e o SLB nem tinha melhor plantel que o FCP, antes de contar com Eusébio e Simões.
Nessa altura, em 58, perdemos uma excelente oportunidade de criar condições para um crescimento e reforço das estruturas organizativas, na base do sucesso desportivo que a continuidade de Guttmann era expectável que garantisse. Não soubemos perceber que o futebol (já) era negócio e que não rima com amadorismo. Vitimizamo-nos como era costume.
O ditadura e o centralismo beneficiavam a capital, e no futebol o Presidente da Federação rodava entre personalidades indigitadas pelo SLB, SCP e FCB, os três grandes de Lisboa, e por isso se compreende todo o vergonhoso cenário na última jornada que ditou o FCP como campeão nesse longínquo 58. Mas ganhamos e muito mais teríamos a ganhar se não fossemos anjinhos. Não pode ser imputada toda a inércia, amadorismo e instabilidade reinante no FCP à ditadura cuja acção era bem mais gravosa em todos os outros domínios da actividade social.
Pinto Magalhães (PM) teve o bom senso de chamar Pedroto, jovem, ambicioso e de grande capacidade. Tinha ideias, sabia o que queria, mas não teve tempo para mostrar obra. Quando surgiram clivagens no balneário – num período fundamental em que nos batíamos pelo campeonato - a corda partiu e Pedroto caiu. PM terá sido um bom banqueiro, mas no FCP não passou da mediocridade.
Depois de um largo interregno, Pedroto regressou ao FCP e revolucionou toda a gestão da modalidade. Não se quedou pela metodologia do treino e o comando da equipa. Em tudo o que pudesse envolver a equipa e o seu rendimento não permitia intromissões. Fez a guerra ao domínio centralista, mas não se esqueceu de criar as condições para ser mais forte e de forma continuada. Nunca antes tinha sido assim.
Depois do Verão quente, os vícios do passado voltaram e não duraram muito porque PdC tomou o poder. Deu continuidade à obra e mostrou a excelência do seu perfil quando, contra ventos e marés, em vez de manter Morais chamou Artur Jorge para treinador do FCP. A partir deste momento deixou de ser, definitivamente, um discípulo de Pedroto e passou a caber-lhe, com inteira justiça, o primado de ser o grande obreiro da viragem e das conquistas do FCP.
Porém, como lembrou o Alexandre, Pedroto foi o homem que lançou os alicerces, desafiou Lisboa ao ponto de ter sido constituído inimigo público dessa coligação SLB/SCP que se formou basicamente para o combater e destronar.
Não podemos chorar sobre leite derramado. O centralismo continua e a luta com o SLB será sempre desigual. Por isso, temos de ser mais fortes. Mais nada !
"Pinto Magalhães (PM) teve o bom senso de chamar Pedroto, jovem, ambicioso e de grande capacidade."
e teve também o "bom-senso" de deixar sair o Pedroto em 68, a poucos jogos do fim, quando o FCP se preparava para ser finalmente campeão, e apenas porque Pedroto recusou ingerências na equipa de futebol.
além disso, ainda proibiu o regresso do Pedroto em AG (só teve amnistia para voltar em 76)
essa brincadeira do banqueiro custou esse campeonato.
"ao ponto de ter sido constituído inimigo público dessa coligação SLB/SCP que se formou basicamente para o combater e destronar."
errado. a coligação SLB/SCP sempre existiu.
era um dos pilares do Estado Novo e do próprio país.
a rivalidade entre os dois é recente e só surge já em meados da década de 80.
SLB e SCP andaram sempre de braço dado na história do futebol, para aí até à saída do João Rocha.
a pseudo-rivalidade que eles fingiam antes disso, dava vontade de rir.
subalternidade total dos verdes em relação ao regime (SLB) que ganhava 3 titulos para lhes deixar 1 ao fim do quarto ano...
rivalidade sempre foi Lisboa vs FCP
e ultimamente é apenas SLB vs FCP
mais nada!
"O exemplo mais flagrante deste método é o incêndio, realizado intencionalmente e à socapa pelos nazis, do Parlamento Alemão para nos dias seguintes virem para a praça pública atirar a responsabilidade pelo incêndio aos judeus, em conluio com os comunistas e outros democratas."
É curioso que, logo a seguir a ter sido noticiado o apedrejamento da comitiva do SLB, logo aí, achei que este apedrejamento era uma espécie de incêndio do "Reichstag" organizado pelas sinistras cúpulas benfiquistas; Ou seja, algo fabricado (para mim isto foi tão fabricado como as pseudo agressões a Rui Gomes da Silva), para gerar uma onda de ódio contra adeptos, dirigentes e atletas do FCP e justificar todas as violências (que aí vêm e bem reais) contra eles.
Vão ser necessários todos os cuidados na próxima deslocação ao antro do clube do regime.
E eis que, após muitos mails e comentários lidos, surge a desilusão (com os comentários).
Que não aceitem comentários ofensivos contra portistas compreendo, que aceitem comentários ofensivos para pessoas com determinado pensamento político acho estranho.
Só para terminar tenho o prazer de ter pessoas familiares e conhecidas que foram presas etc. para que agora os difamem, se acham isso correcto, é o vosso critério.
Agora associar comunismo com anti-democratas bem, ou é ignorância de teoria política ou estreitamento de vistas (todos no mesmo saco e siga).
Cumprimentos e boa noite
Hugo Andrade
@Thor:
"ah e mil vezes fascismo do que qualquer comunismo."
-Perfeito, esta é a argumentação mais escutada entre os "democratas"...
Gostei, adorei...
O Hugo tem razão, mas eu ate já estou a habituar-me a estes bitaites foleiros, porém fui ao Dicionário e verifiquei que Demo-Cracia quer dizer Poder-do-Povo, se isto tem alguma coisa a ver com o espírito de certos "democratas" estou conversado...
As eleiçoes no antigo bloco sovietico,na coreia do norte,em cuba e na china sao um exemplo da mais pura democracia.
Nao quero ferir susceptibilidades (nem sou um gajo de direita) mas o comunismo tem muito pouco de democratico,alias as liberdades individuais sao eliminadas em funçao do bem comum(!!).
Gostei do post mas n concordo com as extrapolaçoes.Ha temas q devem ser tratados com o maximo dos pruridos.
«A palavra fascismo com o tempo foi associada a qualquer sistema de governo que, de maneira semelhante ao de Benito Mussolini, exalta os homens e usa modernas técnicas de propaganda e censura, fazendo uma severa arregimentação econômica, social e cultural, sustentando-se no nacionalismo e em alguns casos até na xenofobia, privilegiando os nascidos no próprio país, apresentando uma certa apatia ou indiferença para com os imigrantes.»
E sim, o nazismo era uma forma de fascismo.
Caros leitores,
o artigo procurava contextualizar social, cultural e políticamente os discursos de Pinto da Costa quando este se tornou Presidente do nosso clube, e para tal era necessário uma referência ao Portugal de então, acabado de sair do Estado Novo e após o 25 de Abril, SÓ ISSO, o artigo não tinha intenção de ferir sensibilidades partidárias ou agradar a outras, e todas as referências políticas do artigo estão historicamente correctas. Portanto era desnecessária e sem sentido qualquer ilação e interpretação político/partidária do artigo, assim como não era este o local para tecer comentários sobre preferências político/partidárias dos leitores. Portanto considero errado comentarem aqui sobre apreciações/considerações, meramente pessoais, sobre política ou que o regime X era preferível ao Y, como o fez o Thor e que consequentemente levou outros leitores a responderem ao comentário que ele efectuou.
Cada um tem o direito de ter a sua opinião sobre a política mas não será este o local nem a altura para o confronto de opiniões sobre a questão.
Agradecia aos proprietários do blog que os próximos comentários de leitores que contenham apenas opiniões partidárias/políticas não sejam publicados, para evitar que a discussão resvale para assuntos diferentes do futebol, que era a intenção inicial e única do artigo.
Escrevo este comentário porque eu sou o autor do artigo, apesar do nome "Daniel Gonçalves" na conta google.
@Jorge Mota:
-Não venha para aqui com a Coreia do Norte, China ou Cuba, aliás em relação à China parece que todos se dão bem com o sistema Chinês porque aquele País está em crescendo Capitalista enquanto nós estamos cada vez mais acorrentados...Mas quando falo de Comunismo, falo do verdadeiro Comunismo e não do papão construído por oportunistas que depois se percebe não terem nada a ver com o Comunismo, Ieltsin, Putin e quejandos são bem o exemplo disso...O que me parece é que quando se fala em Comunismo fala-se em Solidariedade e a isto muitos têm terror autêntico, preferem uma ditadura a falar em Socialismo...Porque apenas querem XUXAR na teta e não estão disposto a dar um pouco de si mesmos aos outros. Esta é que é a pura verdade, o resto é TRETA...
«-Não venha para aqui com a Coreia do Norte, China ou Cuba, aliás em relação à China parece que todos se dão bem com o sistema Chinês porque aquele País está em crescendo Capitalista enquanto nós estamos cada vez mais acorrentados...»
Todos se dao mto bem efectivamente.tirando o facto de 500 milhoes viverem na mais pura miseria.ja nem falo na ausencia de direitos e liberdades.
«Não venha para aqui»
Vou onde eu quiser
«Mas quando falo de Comunismo, falo do verdadeiro Comunismo»
Qual?O do Stalin,Khruschev,Brejnev ou apenas o do Lenin,Marx e Engels?
«Solidariedade e a isto muitos têm terror autêntico»
Tipo a solidariedade q tiveram para com os 50 milhoes de pessoas q morreram aprisionadas nos gulags??
«Esta é que é a pura verdade, o resto é TRETA...»
A sua verdade.Definitivamente n a minha.
É preciso ter uma certa lata, para, depois de milhºoes de mortos causados pelo comunismo em todo o mundo desde 1917 (e ainda não acabou) vir aqui dizer que comunismo é sinónimo de solidariedade!
Os maiores assassinos do séc. XX (em número de vítimas, o critério mais objectivo) foram Mao Tsé Tung e Staline. Está tudo dito. Isto, claro, não faz do Hitler um bom rapaz, longe disso...
Também lamento as incursões políticas do articulista, nomeadamente a já criticada expressão "comunistas e OUTROS democratas", saída direitinha do jargão do PCP.
Adiante.
"Isto, claro, não faz do Hitler um bom rapaz, longe disso..."
-Vá lá, vá lá...
-Mas Salazar era um excelente moço!...Deus o tenha em ETERNO descanso...
No entanto quero afirmar aqui que sou o primeiro a lamentar e a rejeitar a acção violenta, sobre quem quer que seja e seja qual for a razão que a motive...Portanto reafirmo o meu mais profundo lamento por todas as vítimas de qualquer forma de intolerância, seja ela oriunda de que sector for.
Só agora reparei que existem mais comentários sobre as "divagações" políticas do meu artigo, portanto para acabar de vez com as especulações faço o seguinte comentário:
Sr. David disse "Também lamento as incursões políticas do articulista, nomeadamente a já criticada expressão "comunistas e OUTROS democratas", saída direitinha do jargão do PCP." Também eu já me arrependi de ter feito certas referências político/históricas no meu artigo que foram mal compreendidas pelos leitores. Relativamente à expressão "comunistas e OUTROS democratas" desconheço se é jargão do PCP, pois eu não possuo qualquer militância ou preferência partidária, quando utilizei a palavra "outros" foi num sentido académico, já que na minha área, Ciências Sociais, existem vários géneros de "democraticidade", e se especifica que a "democraticidade" ( a que o Thor fez referência) dos comunistas é diferente dos outros democratas, mesmo assim academicamente atribui-se essa categoria da "democraticidade" aos comunistas (afinal não afirmam estes governar em nome do povo=demo), porque concebe-se que podem existir diferentes géneros de "democraticidade", e muitos pensadores incluem os nazis num génreo específico de "democraticidade" pois para todos os efeitos estes alcançaram o Poder através das eleições e afirmando que governavam em nome do "Povo" alemão e eram os seus defensores, ou seja, do "Demos"=Povo, demo_Kratia.
Eu é que LAMENTO que tenham tentado ver no meu artigo intenções políticas, quando tal não era o objectivo, mas será problema meu que, por razões académicas, tenho tendência para ser isento e imparcial na análise da realidade política/social/cultural.
Também lamento que, num artigo tão vasto e versando sobre futebol - embora utilizando uma análise comparativa político-histórica -, certos leitores SÓ tenham tirado dele ilações políticas e não tenham feito qualquer comentário desportivo.
Quando referi no meu comentário anterior que "me arrependi de ter feito certas referências político/históricas no meu artigo que foram mal compreendidas pelos leitores" estava a pensar que me esqueci, na elaboração do artigo, da estreiteza de vistas, do facciosismo, e da cegueira ideológica de alguns leitores que apenas os levariam a ter ilações político/partidárias do artigo. O Sr. David chegou a ponto de afirmar que o meu artigo possui jargão político do partido X, Y ou Z, ora eu desconhecia tal facto e não era essa a minha intenção objectiva, e apenas reparo que - ao contrário de mim - o Sr. David sabe, através de uma leitura sub-reptícia, identificar e classificar partidáriamente um artigo, uma atitude tipíca dos censores que existiam em determinados regimes políticos.
Como eu tinha escrito no meu comentário do dia 25, às 15:49: "Cada um tem o direito de ter a sua opinião sobre a política mas não será este o local nem a altura para o confronto de opiniões sobre a questão." "Agradecia aos proprietários do blog que os próximos comentários de leitores que contenham apenas opiniões partidárias/políticas não sejam publicados, para evitar que a discussão resvale para assuntos diferentes do futebol, que era a intenção inicial e única do artigo."
Considero que a culpa - embora sem intencionalidade - foi do meu artigo "O Tom dos Discursos", pois este continha referências históricos/políticas, o que deu azo a alguns leitores explanaram, atraves dos comentários, sobre as preferências partidárias em vez de tecerem comentários sobre o futebol.
Escusam de publicar este meu cometário.
Sr. Gonçalves/Pereira,
O senhor chama democratas aos comunistas e depois abespinha-se assim tanto por haver quem discorde?
E eu não classifiquei partidariamente o seu artigo, apenas disse que a expressão "comunistas e OUTROS democratas" vem directamente do jargão do PCP. Se o senhor ignorava isso, que hei-de eu fazer?
Passe bem.
Sr. David: eu não me "abespinhei" pelo facto de terem discordado de eu ter "colocado no mesmo saco" os comunistas e "outro género" de democratas, quam se abespinhou foi o Sr. pelo facto de eu ter - academicamente - dado um caráter de "democraticidade" aos comunistas. Sim de um ponto de vista teórico existem vários tipos/géneros de democratas - e os pensadores/teóricos incluem os comunistas e também os nazis nessa categoria - mesmo sabendo que, depois na práctica, alguns desses tipos de democratas possuem um regime político tirânico.
David, n creio q essa frase do Daniel seja motivo pa esta narrativa competitiva.O Daniel escreveu a de forma politicamente correcta e sem qq conotaçao ideologica(penso eu de q).De qq das formas logo nos 1ºs coments percebi q o David tinha razao na sua perplexidade.Daniel,por mais cuidado q se tenha com as palavras os temas Religiao/Politica dao sempre aso a conflito.Bibo PEC!
...
A nossa sorte e q o iluminado do sla deixou passar este post em claro sn levariamos um banho de sensatez socio-politica.
O meu coment reconciliador?!
Hmmm?
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