Já (quase) toda a gente opinou sobre a saída de André Villas-Boas para o seu trono em Inglaterra. Contudo, na véspera do S. João, o JN publicou uma crónica de Daniel Deusdado (em que me revejo quase totalmente), na qual, para além de abordar a forma como Villas-Boas saiu da sua ex-“cadeira de sonho”, o director-geral da Farol de Ideias e mentor do premiado programa ‘Liga dos Últimos’, lança pontes para o futuro, perspectivando desde já uma relação de Antero Henriques (e de outros futuros elementos da SAD portista) com um treinador que irá ser um “interlocutor privilegiado em grandes clubes”.
Tal como Daniel Deusdado, também eu estou convicto que André Villas-Boas irá voltar a Portugal e ao FC Porto, embora dificilmente isso vá acontecer na próxima década. Não porque os portistas estejam zangados com ele (o tempo cura as feridas e as pazes serão feitas sem grande dificuldade) mas porque, mesmo que as coisas não lhe corram bem no Chelsea, a gestão da sua carreira irá levá-lo para outros países, onde não faltarão convites de médios/grandes clubes europeus, com capacidade financeira para pagar três ou quatro vezes mais do que a FC Porto SAD.
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«A máquina do F. C. Porto vai perdoar a saída de um dos mais recentes talentos? André Villas-Boas escolheu uma via algo precipitada, capaz de surpreender um clube pouco habituado a confiar tão profundamente em alguém. Sim, ele disse que ficaria mais um ano. Sim, agora é tarde para ir buscar Domingos. Sim, talvez não tivesse muito a perder se adiasse por um ano o seu voo internacional. E, claro, não há nada como manter a palavra dada.
Mas as regras do futebol são estas. Os treinadores entram e saem em função dos resultados e interesses do clube – que está sempre acima de qualquer fidelidade, como a história mostra. Usar a mesma regra, desta vez no interesse do treinador, é algo que Pinto da Costa pareceu encaixar com fair-play, tanto mais que o valor da cláusula foi fixado pelas duas partes há um ano. Isto podia acontecer e não faz sentido que os admiradores de Villas-Boas passem agora a ser os adeptos do Benfica e do Sporting, como em alguma medida aconteceu aquando da saída de Mourinho...
Foi certamente uma decisão difícil para o ex-treinador portista, que não encaixa facilmente no estereótipo da pessoa a quem só importa o dinheiro. E a escolha não era entre o Benfica/Sporting ou o Porto. A gestão de carreira pesou certamente mais que os milhões de um salário melhor no imediato. A que máximo pode aspirar um treinador? Barcelona, Real Madrid, Manchester United seriam inacessíveis face à idade e ao currículo. Abramovich propôs-lhe voltar ao Chelsea, casa já conhecida, e onde os adeptos têm capacidade de não hostilizar a chegada de um jovem talento. Outro ponto importante: a Liga inglesa é a melhor prova para um tirocínio na alta roda europeia.
Há comboios que não param duas vezes na mesma estação. O treinador decidiu apanhar o deste ano, com medo de não ganhar a Liga dos Campeões na próxima época e perder currículo. É realista, embora fosse possível ousar mais – ele tem talento para tal. Era nisto que secretamente acreditavam todos os portistas.
Com a saída antecipada, o clube das Antas encaixa 15 milhões pelo treinador, provavelmente 30 milhões por Falcao e eventualmente 40 milhões por João Moutinho (ou outro jogador). Poderão ser 85 milhões de euros frescos a entrar de imediato num clube que tem a notável oportunidade de endireitar as contas (será que o faz?), ainda por cima sem desfazer o plantel do ponto de vista estratégico. Ou seja, Villas-Boas (tal como Mourinho) paga duplamente em vendas extra.
Independentemente das circunstâncias da saída, André torna-se num novo nome extraordinário da constelação de estrelas portuguesas no futebol internacional, a juntar-se a Mourinho e Cristiano Ronaldo. Há, no entanto, uma diferença: nasceu e cresceu na escola portista. Há todas as razões para se pensar que um dia pode voltar ao Dragão. Será certamente daqui a uns bons anos. Mas Antero Henriques e os futuros elementos da SAD têm a ganhar com alguém que sempre foi genuíno no seu portismo.
Villas-Boas – para além de ver a sua contratação como a mais alta alguma vez feita por um treinador – passa também a ganhar cinco milhões de euros por ano. Para a economia portuguesa todos os capitais são bem-vindos (se é que vêm para Portugal...). Cinco milhões/ano correspondem a muitas PME a exportar toneladas de produtos.
Há, portanto, razões para se pôr uma pedra sobre a forma da saída e ver o essencial. Ele é “made in Porto” – nasceu e cresceu numa rua da cidade e, com 33 anos, ascende à categoria de um dos treinadores mais bem pagos do Mundo. É um extraordinário detector de talentos. Vai tornar-se num interlocutor privilegiado em grandes clubes. Quantos mais êxitos somar, maior potencial se cria em redor desta indústria de alto nível que o Porto (e Portugal) representa enquanto empresas exportadoras de futebol. Simboliza também capacidade de se transmitir conhecimento entre gerações, ao mais alto nível de competência. O Porto (Portugal) como “Fábrica de Talentos Globais”. Temos de conseguir fazer isto mais vezes em muitos outros sectores.»
Daniel Deusdado
in JN, 23/06/2011
Tal como Daniel Deusdado, também eu estou convicto que André Villas-Boas irá voltar a Portugal e ao FC Porto, embora dificilmente isso vá acontecer na próxima década. Não porque os portistas estejam zangados com ele (o tempo cura as feridas e as pazes serão feitas sem grande dificuldade) mas porque, mesmo que as coisas não lhe corram bem no Chelsea, a gestão da sua carreira irá levá-lo para outros países, onde não faltarão convites de médios/grandes clubes europeus, com capacidade financeira para pagar três ou quatro vezes mais do que a FC Porto SAD.
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«A máquina do F. C. Porto vai perdoar a saída de um dos mais recentes talentos? André Villas-Boas escolheu uma via algo precipitada, capaz de surpreender um clube pouco habituado a confiar tão profundamente em alguém. Sim, ele disse que ficaria mais um ano. Sim, agora é tarde para ir buscar Domingos. Sim, talvez não tivesse muito a perder se adiasse por um ano o seu voo internacional. E, claro, não há nada como manter a palavra dada.
Mas as regras do futebol são estas. Os treinadores entram e saem em função dos resultados e interesses do clube – que está sempre acima de qualquer fidelidade, como a história mostra. Usar a mesma regra, desta vez no interesse do treinador, é algo que Pinto da Costa pareceu encaixar com fair-play, tanto mais que o valor da cláusula foi fixado pelas duas partes há um ano. Isto podia acontecer e não faz sentido que os admiradores de Villas-Boas passem agora a ser os adeptos do Benfica e do Sporting, como em alguma medida aconteceu aquando da saída de Mourinho...
Foi certamente uma decisão difícil para o ex-treinador portista, que não encaixa facilmente no estereótipo da pessoa a quem só importa o dinheiro. E a escolha não era entre o Benfica/Sporting ou o Porto. A gestão de carreira pesou certamente mais que os milhões de um salário melhor no imediato. A que máximo pode aspirar um treinador? Barcelona, Real Madrid, Manchester United seriam inacessíveis face à idade e ao currículo. Abramovich propôs-lhe voltar ao Chelsea, casa já conhecida, e onde os adeptos têm capacidade de não hostilizar a chegada de um jovem talento. Outro ponto importante: a Liga inglesa é a melhor prova para um tirocínio na alta roda europeia.
Há comboios que não param duas vezes na mesma estação. O treinador decidiu apanhar o deste ano, com medo de não ganhar a Liga dos Campeões na próxima época e perder currículo. É realista, embora fosse possível ousar mais – ele tem talento para tal. Era nisto que secretamente acreditavam todos os portistas.
Com a saída antecipada, o clube das Antas encaixa 15 milhões pelo treinador, provavelmente 30 milhões por Falcao e eventualmente 40 milhões por João Moutinho (ou outro jogador). Poderão ser 85 milhões de euros frescos a entrar de imediato num clube que tem a notável oportunidade de endireitar as contas (será que o faz?), ainda por cima sem desfazer o plantel do ponto de vista estratégico. Ou seja, Villas-Boas (tal como Mourinho) paga duplamente em vendas extra.
Independentemente das circunstâncias da saída, André torna-se num novo nome extraordinário da constelação de estrelas portuguesas no futebol internacional, a juntar-se a Mourinho e Cristiano Ronaldo. Há, no entanto, uma diferença: nasceu e cresceu na escola portista. Há todas as razões para se pensar que um dia pode voltar ao Dragão. Será certamente daqui a uns bons anos. Mas Antero Henriques e os futuros elementos da SAD têm a ganhar com alguém que sempre foi genuíno no seu portismo.
Villas-Boas – para além de ver a sua contratação como a mais alta alguma vez feita por um treinador – passa também a ganhar cinco milhões de euros por ano. Para a economia portuguesa todos os capitais são bem-vindos (se é que vêm para Portugal...). Cinco milhões/ano correspondem a muitas PME a exportar toneladas de produtos.
Há, portanto, razões para se pôr uma pedra sobre a forma da saída e ver o essencial. Ele é “made in Porto” – nasceu e cresceu numa rua da cidade e, com 33 anos, ascende à categoria de um dos treinadores mais bem pagos do Mundo. É um extraordinário detector de talentos. Vai tornar-se num interlocutor privilegiado em grandes clubes. Quantos mais êxitos somar, maior potencial se cria em redor desta indústria de alto nível que o Porto (e Portugal) representa enquanto empresas exportadoras de futebol. Simboliza também capacidade de se transmitir conhecimento entre gerações, ao mais alto nível de competência. O Porto (Portugal) como “Fábrica de Talentos Globais”. Temos de conseguir fazer isto mais vezes em muitos outros sectores.»
Daniel Deusdado
in JN, 23/06/2011
Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.
24 comentários:
Bom post. Claro que a saída de Villas-Boas ocorreu numa má altura. Claro que foi contra aquilo que foi sendo afirmado ao longo da época. Agora, quantas vezes o próprio clube também não rompeu contratos de jogadores e treinadores a curto prazo e em função dos seus interesses imediatos, por muito dedicados e até portistas que os intervenientes pudessem ser? Não deveria sequer ser necessário papaguear a velha tautologia do negócio e não sei quê, mas parece que há ainda quem perca o sentido comercial da coisa entre os petardos, os estandartes e as fotografias sépias das velhas glórias.
Quando as federações nacionais e internacionais começarem a atribuir as taças (campeonato, champions, etc..) ao clube que mais talentos exportar, seremos realmente o melhor clube do mundo!
Enquanto isso não acontece, interessa-me é ver a minha equipa a contar com os melhores jogadores e treinadores possiveis e de preferencia que não usem o clube como um mero degrau na carreira, muito menos depois de pregarem aos sete ventos que são do clube desde pequeninos e não têm pressa para ir a lado nenhum nos próximos 15 anos...
"Foi certamente uma decisão difícil para o ex-treinador portista, que não encaixa facilmente no estereótipo da pessoa a quem só importa o dinheiro. (...) A gestão de carreira pesou certamente mais que os milhões de um salário melhor no imediato."
Se o dinheiro não foi a razão pela opção tomada só resta outra: a falta de confiança nas próprias capacidades para continuar o trajecto de sucesso! Alguem acredita nisso?
"Há comboios que não param duas vezes na mesma estação. O treinador decidiu apanhar o deste ano, com medo de não ganhar a Liga dos Campeões na próxima época e perder currículo."
Perder curriculo se não ganhar a champions? Argumento ridiculo! Alguem lhe ia tirar os 4 trofeus ganhos na época passada? E alguem acredita que não tivesse todas as condições para chegar à 2ª fase da champions e (no minimo) bater-se de igual para igual com qualquer outro clube da europa?
Aceito que muitos portistas encarem com naturalidade a opção tomada pelo ex-treinador, mas eu não aceito de animo leve a troca para um clube menor (tendo em conta que a grandeza não se mede em €uros) numa altura em que tinha tudo para ter sucesso num clube que dizia ser o seu...
O dinheiro, o dinheiro, o dinheiro... parece que serve de solução e desculpa para tudo.
Quem é Portista verdadeiramente até pagava para ter a oportunidade que libras-boas tinha, quanto mais receber um milhão por ano.
Ele podia ser um caso raro no FC Porto e no futebol português e tornar-se no primeiro treinador a fazer toda a sua carreira no mesmo clube, excluindo os seis meses de estágio na Académica. Seria um Alex Ferguson de Portugal mas preferiu ir para Londres ajudar o russo a lavar dinheiro.
Para mim não haverá tempo nenhum que me faça esquecer a acção de libras-boas. Os amores não se trocam, ainda para mais no inicio que é quando ainda estão fortes e insensíveis à razão e à lógica. Esse tipo logo que lhe acenaram com notas fez as contas e borrifou-se para o seu "grande amor" e pôs-se a andar.
Por mim, agradeço o ultimo ano de vitórias (e que vitórias) e agora que vá à vidinha dele e que ela lhe corra o mais medianamente possível.
É só uma opinião.
Compreendo e aceito a decisão de André Villas-Boas.
Para mim, é um episódio encerrado, pois sou daqueles que apenas me preocupo com os que cá estão.
Apoiar quem ficou e ignorar quem saiu, vai continuar a ser o meu lema, porque sei que o amor à camisola não existe e a força do dinheiro será sempre determinante.
Acredito que, saia quem sair, o FC Porto reunirá argumentos para continuar a lutar pela liderança da hegemonia nacional.
Um abraço
Pois eu concordo com o que o Miguel Sousa Tavares escreveu hoje na Bola. E se o AVB voltar para o FCP podem deixar de contar comigo como sócio pagante.
Não vale a pena dourar a pílula.
O desertor vendeu-se por dinheiro.
Se o russo lhe tivesse oferecido o mesmo salário que ganhava no FCP, ele continuava na sua cadeira de sonho..
Concordo com a ideia geral expressa no artigo do Daniel Deusdado: o André VB vai ser uma imagem/símbolo do FC Porto por onde passar, vai transmitir a ideia de que o nosso clube é uma "fábrica de talentos", o sucesso dele vai ser entendido, não só como obra e talento individual dele -que o é na maioria - mas também como sinal característico do FC Porto, tanto falam em marketing, ora aqui está uma oportunidade para capitalizar e enriquecer a imagem de sucesso do nosso clube.
Realtivamente à saída do André repito o comentário que escrevi no post "O excesso do sucesso": Relativamente ao André VB, penso que ele esteve sempre com o discurso da fidelidade ao FC Porto, porque eram constantes as irritantes perguntas da imprensa, afecta aos nossos rivais, sobre uma possível saída do FC Porto - pudera, queriam era despachá-lo - que ele (portista de coração e alma, e não é a sua abrupta saída que coloca em causa o seu amor ao FC Porto) não tinha outra alternativa senão responder que estava na sua cadeira de sonho, por forma a essa imprensa - e consequentemente os clubes nossos rivais - ficar ainda mais arreliada.
Não lhe guardo rancor, é preciso perdoar, mas não esquecer que uma proposta €€€€€€€ pode fazer perder a cabeça a muitos profissionais.
Ainda me lembro como fiquei magoado quando o Vítor Baía foi para o Barça - também sentida como traição pelos portistas - quando lhe acenaram com uma fabulosa proposta e ele largou o FC Porto. Também lhe perdoei, espero que muitos façam o mesmo com o André VB porque acredito que ele vai voltar ao nosso clube, que também é o dele, para ser novamente vitorioso.
Concordo com a ideia geral expressa no artigo do Daniel Deusdado: o André VB vai ser uma imagem/símbolo do FC Porto por onde passar, vai transmitir a ideia de que o nosso clube é uma "fábrica de talentos", o sucesso dele vai ser entendido, não só como obra e talento individual dele -que o é na maioria - mas também como sinal característico do FC Porto, tanto falam em marketing, ora aqui está uma oportunidade para capitalizar e enriquecer a imagem de sucesso do nosso clube.
Realtivamente à saída do André repito o comentário que escrevi no post "O excesso do sucesso": Relativamente ao André VB, penso que ele esteve sempre com o discurso da fidelidade ao FC Porto, porque eram constantes as irritantes perguntas da imprensa, afecta aos nossos rivais, sobre uma possível saída do FC Porto - pudera, queriam era despachá-lo - que ele (portista de coração e alma, e não é a sua abrupta saída que coloca em causa o seu amor ao FC Porto) não tinha outra alternativa senão responder que estava na sua cadeira de sonho, por forma a essa imprensa - e consequentemente os clubes nossos rivais - ficar ainda mais arreliada.
Não lhe guardo rancor, é preciso perdoar, mas não esquecer que uma proposta €€€€€€€ pode fazer perder a cabeça a muitos profissionais.
Ainda me lembro como fiquei magoado quando o Vítor Baía foi para o Barça - também sentida como traição pelos portistas - quando lhe acenaram com uma fabulosa proposta e ele largou o FC Porto. Também lhe perdoei, espero que muitos façam o mesmo com o André VB porque acredito que ele vai voltar ao nosso clube, que também é o dele, para ser novamente vitorioso.
Ainda bem que há adeptos, que não perdoam, que não alinham no "politicamente correcto", que é "aceitar", "compreender", e outras molezas do genero, que fizeram este País ser a "merda movediça", que agora somos...(desculpem !)
AVB procedeu mal, ponto final !
Eu sei que nem foi tanto as libras!!! ele quer é seguir o caminho do Mou... este possivelmente será corrido do RM durante esta época, ou no final. Claro que regressará a Inglaterra, e o mais certo seria o Chelsea, onde poderia tapar por alguns anos o caminho ao "rapazola".
Mas a vida é o que é... e o russo despediu nos ultimos 7 anos
5 treinadores 5 !
Por isso muito bem @miguel87 + @Cochise.
Agora espanto espanto, é não haver Portistas que perdoem Mourinho, que saiu depois de ser Campeão Europeu, e avisou com 3 meses de antecedência !!! O rapazola fugiu com meia duzia de dias... Valha-nos Santa Tartaruga...
@miguel87, @Nelson Machado, @Cochise, @c. silva, @Fernando B.
Amor à camisola no futebol profissional? Sim, é algo de que ouvi falar quando era miúdo.
Meus caros, no futebol actual, para além de jogadores, treinadores, preparadores físicos, fisioterapeutas, etc., até os dirigentes já são profissionais (e bastante bem pagos) e cada vez são mais os que já trabalharam em mais do que um clube (exemplos: José Veiga, Carlos Freitas). Por isso, mais do que acreditar, compreender, aceitar, perdoar, … , importa perceber onde está o interesse do FC Porto e como o clube (neste caso a SAD) poderá tirar partido desta situação.
É esta a mensagem essencial do artigo de Daniel Deusdado e, estou certo, é essa a perspectiva de pessoas como Pinto da Costa e Antero Henrique, os quais, por mais que nesta altura lhes tenha doído a “traição” de Villas-Boas, não querem fechar portas, nem quebrar pontes, de modo a deixarem em aberto futuros entendimentos com os (grandes) clubes onde André Villas-Boas for treinador.
Porque, como muito bem disse um grande portista, largos dias têm 100 anos!
Concordo com quase tudo do artigo. Compreendo perfeitamente o sentimento de traição que muitos vão verbalizando porque também o sinto, mas, embora considere que nem tudo tem o seu preço e que a atitude foi feia e eticamente reprovável, não tenho dúvidas que AVB também pensará assim e nunca se sentirá totalmente confortável com a decisão que tomou.
Ele foi e será sempre portista, quer queiram quer não. Se não o demonstrou como tal...que atire a primeira pedra quem nunca pecou.
Ah!, e muitos dos que se mostram indignados não tenho dúvidas que tomariam a mesma decisão. Não lhes ponho em causa o seu portismo pelo que dizem nem o poria se o fizessem mas a verdade é que seja pelos euros seja pelo desafio ou pelo projecto, cada um sabe de si. Não foi bonito. Deixou-nos no altar por outrem depois de um ano de juras de amor eterno... mas não acho que seja censurável por todas as razões.
Acima de tudo, temos todos de por uma pedra em cima do assunto. Passámos uma época brilhante. Gozámos por ela e tudo o que conquistámos ficará na história. Ficam as taças, e os feitos e isso é muito maior do que tudo o resto. Daqui para a frente, há novos protagonistas...
A forma como AVB saiu, digam o que disserem, só tem um nome: traição.
Vendeu-se, sabendo que nesta altura ia prejudicar grandemente o seu (?) clube e frustar os seus adeptos. O dinheiro não é, não pode ser, tudo.
O Mourinho (que não é portista nem nunca o ouvi a fazer juras de amor a este clube)saiu no final da época, deixando espaço de manobra à SAD para poder preparar o ano seguinte (e, mesmo assim, foi o que se viu). O Vilas Boas não nos deu tempo para nada. E se o Vitor Pereira o tivesse seguido? Nesta altura estariamos a começar a época sem treinador e equipa técnica, com o grupo de trabalho à deriva.
Já agora, penso que a escolha do Vitor Pereira foi a solução ideal dadas as circunstâncias. Para mim, e até prova em contrário, é o melhor treinador do mundo. E que bofetada de luva branca daríamos se ele tivesse o sucesso com que todos sonhamos. Para mim, uma época bem sucedida será ganhar o campeonato (que vai ser muito mais disputado) e eliminar o Chelsea na Champions.
Olá Portistas!
Sob o ponto de vista puramente economicista até concordo com a exposição feita!
Abraço e
FC Porto sempre!
Artigo muito inteligente...
Procura perceber e explicar as razoes da saida do AVB sem negar o seu portismo e tambem mostra o que o Porto tem a ganhar com essa saida.
Se bem que seja saudavel as pessoas terem avaliacoes diferentes deste processo abordagens delirantes, em que se tenta explicar uma posicao puramente emocional com raciocinios absolutamente ilusorios.
Mesmo assumindo que a decisao do AVB tenha sido por uma questao financeira, reparem que no artigo previo se critica o Porto por aumentar o preco dos lugares. Sendo consistentes com o raciocinio de muitos portistas, o Porto poderia aumentar os bilhetes bem mais do que fez, ja que os verdadeiros portistas deveriam estar dispostos a sacrificar quaisquer regalias em prol do clube.
Caro Fernando B,
Perdoar-me-á, mas não vamos agora branquear o Mourinho por causa da atitude do Villas Boas.
O Mourinho, ao contrário do que diz, não "avisou com três meses de antecedência, mas foi, sim, visto a almoçar no "Camelo" com dirigentes do Chelsea, numa altura em que ainda podíamos defrontar aquele clube. O Pinto da Costa disse depois que preferiu "fazer-se de camelo" a deitar a perder a hipótese de ganhar a Liga dos Campeões, e acho que fez bem.
Também não estou a imaginar o Villas Boas a dizer que vir ao Porto é como ir a Palermo, e outros mimos semelhantes.
Um abraço
Alexandre,
Agradeço o seu comentário ao meu, não queria que entendesse estar agora eu a branquear o Mou... não foi com essa intenção que fiz a comparação.
Quanto à história do "profissional", e que será sempre assim, diga-me:
-conhece es declarações do AVB, em que ele se refere aos dinheiros do profissionalismo, e diz explicitamente que com ele não será assim ( ??)
Para quem tem a mente completamente aberta a todas as vicissitudes da personalidade humana, existem aqui muitos a bons argumentos.Eu próprio criei uma hipótese pró-maquiavélica que colocaria a possibilidade desta transferência ser uma coisa pensada para apenas beneficiar o nosso Clube...
Mas eu acredito na inteligência dos afectos e seguindo por aí o meu raciocínio qualquer teoria deslocada do "gesto simplesmente egoísta" carece de qualquer consistência...É evidente que se as coisas correrem a AVB pior do que agora, ele certamente pensará na possibilidade de regressar, Mourinho fará o mesmo -se os cabedais a tal pedirem-, mesmo depois de chamar Palermo ao Porto e ter vindo até aqui coberto de seguranças, mas a falta de vergonha é também uma das "qualidades possíveis" dos seres humanos, mas lá que custa a engolir custa.
Portanto para uns isto é apenas Mercado -DeusDado é um especialista- mas eu como sou humanista, acredito mais nos argumentos humanos, que nos argumentos do dinheiro...Embora não desconheça que os ventos da história não se encontram do meu lado.
Devo também confessar que não consigo desprezar o André, ele acabou por ocupar um espaço que não é facilmente descartavel, mas sinceramente estou ainda na fase de digerir as suas atitudes...
Caro Fernando B,
Não, não conheço tais declarações, nem a isso me referi.
Abraço
@José Correia
Este foi mais um mito que para mim acabou, deusdado "IS A GREAT SHIT", mais um a justitificar o injustificável, como o MST escreve hoje o que desejo é que o bastardo tenha um futuro de derrotas, o melhor site é o que conta os dias que esse rapazola vai estar à frente dos betinhos de LÇondres dirigidos pelos rublos mafiosos, o tal deusdado(será destrambelhado)que daqui a 10 anos o judas escariote ainda pode voltar, está doido ou quê?
A GUERRA AO JUDAS NUNCA ACABARÁ VAI PASSAR DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO TODOS OS TRAIDORES SERÃO RENEGADOS.
VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO
Olá Portistas!
meirelesportuense!
Também eu estou na fase de:
....digerir as recentes atitudes do AVB.
Porem não é minha intenção levantar aqui o problema da fuga do AVB,acho que teria ficado muito bem ao AVB ter resistido ao assédio do russo e ter tentado ganhar a "Champions League with the FC Porto". Porque estou crente que com o Plantel que temos poderíamos com um pouco de sorte( não há campeões sem sorte) atingir o objectivo. E então o AVB a sair do FC Porto sairia com o seu prestígio muito mais reforçado.
Mas deixemos este assunto: a minha proposta é concentrar-mo-nos e apoiarmos a actual equipa técnica, o amigo "Vitá" (como lhe chamava o irmão mais novo) e desejar-lhe "good luck", porque se avizinham tempos muito difíceis para a equipa que vai ter de defrontar o Barça que é só o campeão europeu! E no caso da equipa entrar com o pé direito na próxima época, e, conseguir uma vitória logo de inicio com a conquista da Supertaça europeia, defrontando este adversário, seria altamente moralizador para o restante percurso da época!
Abraço
FC Porto sempre!
Mais uma vez digo, escusam de vir tentar branquear o comportamento do traidor que eu não tenho memória curta.
Já mudei de emprego algumas vezes,mas sempre com nível e respeito pela entidade patronal.
Concordo em absoluto consigo caro "dragão atento", a partir do momento em que passou a ser o treinador principal do Porto, o Vítor Pereira deve contar com todo o nosso apoio e eu não vou ser excepção, sem dúvidas, nem preconceitos...Estou à espera de ver o regresso aos trabalhos e com a novidade de haver Semedo integrado na nova equipa técnica.
Não sabia que ele já estava ao serviço do Clube, acho que merece esta oportunidade, sempre me suscitou simpatia e fiquei muito desagradado quando ocorreu aquela infeliz situação no final da sua carreira desportiva.
-Os adversários esperam de nós alguma desorganização e desnorte, mas julgo que mais uma vez lhes vai sair o tiro pela culatra...Só é necessário que os principais jogadores se mantenham, com um ou outro ajuste especialmente na defesa, mais os "rostos" anunciados, creio que há todas as condições para esta época correr muito bem...
Cumprimentos.
Caro Hugo,
Tal como disse ao "Paulop" nos comentários a outro artigo, aqui não há branqueamentos nem "escurecimentos", apenas opiniões. Cada um tem a sua, mas nós publicamo-las sem "nicks".
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