Minuto 90: Hulk, após apontar, com muito sangue frio, o penalty do empate, incentiva os seus companheiros: "Vamos! Ainda é possível dar a volta!".
Bola ao centro, e esta aparece, de novo, nos pés dos médios do FCP. E, mais uma vez, a habitual incapacidade para, em velocidade, encontrar alguém, num passe rápido e objectivo. Mais uma vez, aquela eterna dificuldade em segurar o esférico. Mais uma vez, a bola perdida para os cipriotas. Em menos de 30 segundos, o FCP voltava ao mesmo. Aquele golo não tinha servido para nada.
Apenas 30 segundos mais e o nosso outro grande problema ficava novamente à mostra de todos: uma defesa de papel.
Lance em contra-pé. 3 contra 3. Os nossos vão todos pelo meio, ninguém cobre as alas. Pior: nenhum dos 3 do meio cobre sequer os 2 adversários que sobram.
1-2 sem nenhuma dificuldade. Fim da partida. Fim de linha. Tudo num minuto.
O FCP não tem qualquer desculpa.
Uma dificuldade absurda em trocar 2/3 passes seguidos que sejam.
Todos os cruzamentos vão invariavelmente directos para as mãos do guarda-redes contrário.
Jogadores há que nem sequer existem em campo (Moutinho, Belluschi, Kléber). Outros em má forma: Hulk e Varela (este, de forma que se eterniza).
Fucile de olhar perdido, antes sequer de entrar em campo, quando as equipas se alinhavam no túnel.
Um A.Pereira que passa metade das partidas a pensar nos outros locais em que poderia estar naquele momento.
Um Rolando que perdeu, definitivamente, o seu grande trunfo: o dom de parecer invisível. Agora os seus erros estão à vista de todos.
Mangala, um "central" que, em corrida, não fica "nas covas" como tantas vezes sucede com Otamendi. Falta porém o resto: mais idade, mais experiência.
Deveria ter sido comprado outro tipo de "central".
Um treinador, agora sim, perdido. As boas ideias - teóricas - já são passado. Tudo agora é feito sob pressão e tarde. Demasiadamente tarde e previsível. Bom ou mau, este, porém, já não é o verdadeiro Vítor Pereira. Este, agora, é apenas um homem a tentar sobreviver.
Mas tudo passou de excelente a medíocre em apenas meio-ano?
Obviamente que não.
Muita coisa já estava mal na época transacta. O FCP chegou a estar completamente à rasca em ambos os jogos contra o Sevilha, também no encontro de Moscovo contra o CSKA e ainda contra o Villarreal, cá e lá. Era só ler nas entrelinhas e não apenas olhar os resultados finais.
Valia-nos, sempre, uma ataque demolidor que, tudo que tocava, transformava em bola no fundo da rede. E existia, ainda, aquela famosa "estrelinha".
Agora, em 2011/12, estes problemas até aqui bem escondidos passaram de "camuflados" a demasiadamente (pre)visíveis, com o apagar do tal ataque-que-marcava-sempre.
Pura e simplesmente, a qualidade não está lá. Nomeadamente no meio-campo e na defesa. Pouco há a fazer.
A tudo isto se juntou uma lentidão abusiva, que passa tanto pelo cansaço, como por um "deixar correr" inadmissível.
E que diferença, neste aspecto, para este actual APOEL...
Que colectivo impressionante, muito mais valioso que a soma das suas partes.
Salvaguardando as devidas distâncias, parecem-se a nós, nos anos 80, quando batíamos o pé a Barcelonas, Dínamos Kiev e Bayerns. Tudo à custa de muita garra, concentração e querer.
E, de repente, loucura das loucuras, até ficamos com pena de não contarmos com um Charalambidis, um Manduca ou um Trickovski, do nosso lado.
E estaremos à espera de quê, para não comprarmos um Ailton destes já em Janeiro?
Bola ao centro, e esta aparece, de novo, nos pés dos médios do FCP. E, mais uma vez, a habitual incapacidade para, em velocidade, encontrar alguém, num passe rápido e objectivo. Mais uma vez, aquela eterna dificuldade em segurar o esférico. Mais uma vez, a bola perdida para os cipriotas. Em menos de 30 segundos, o FCP voltava ao mesmo. Aquele golo não tinha servido para nada.
Apenas 30 segundos mais e o nosso outro grande problema ficava novamente à mostra de todos: uma defesa de papel.
Lance em contra-pé. 3 contra 3. Os nossos vão todos pelo meio, ninguém cobre as alas. Pior: nenhum dos 3 do meio cobre sequer os 2 adversários que sobram.
1-2 sem nenhuma dificuldade. Fim da partida. Fim de linha. Tudo num minuto.
O FCP não tem qualquer desculpa.
Uma dificuldade absurda em trocar 2/3 passes seguidos que sejam.
Todos os cruzamentos vão invariavelmente directos para as mãos do guarda-redes contrário.
Jogadores há que nem sequer existem em campo (Moutinho, Belluschi, Kléber). Outros em má forma: Hulk e Varela (este, de forma que se eterniza).
Fucile de olhar perdido, antes sequer de entrar em campo, quando as equipas se alinhavam no túnel.
Um A.Pereira que passa metade das partidas a pensar nos outros locais em que poderia estar naquele momento.
Um Rolando que perdeu, definitivamente, o seu grande trunfo: o dom de parecer invisível. Agora os seus erros estão à vista de todos.
Mangala, um "central" que, em corrida, não fica "nas covas" como tantas vezes sucede com Otamendi. Falta porém o resto: mais idade, mais experiência.
Deveria ter sido comprado outro tipo de "central".
Um treinador, agora sim, perdido. As boas ideias - teóricas - já são passado. Tudo agora é feito sob pressão e tarde. Demasiadamente tarde e previsível. Bom ou mau, este, porém, já não é o verdadeiro Vítor Pereira. Este, agora, é apenas um homem a tentar sobreviver.
Mas tudo passou de excelente a medíocre em apenas meio-ano?
Obviamente que não.
Muita coisa já estava mal na época transacta. O FCP chegou a estar completamente à rasca em ambos os jogos contra o Sevilha, também no encontro de Moscovo contra o CSKA e ainda contra o Villarreal, cá e lá. Era só ler nas entrelinhas e não apenas olhar os resultados finais.
Valia-nos, sempre, uma ataque demolidor que, tudo que tocava, transformava em bola no fundo da rede. E existia, ainda, aquela famosa "estrelinha".
Agora, em 2011/12, estes problemas até aqui bem escondidos passaram de "camuflados" a demasiadamente (pre)visíveis, com o apagar do tal ataque-que-marcava-sempre.
Pura e simplesmente, a qualidade não está lá. Nomeadamente no meio-campo e na defesa. Pouco há a fazer.
A tudo isto se juntou uma lentidão abusiva, que passa tanto pelo cansaço, como por um "deixar correr" inadmissível.
E que diferença, neste aspecto, para este actual APOEL...
Que colectivo impressionante, muito mais valioso que a soma das suas partes.
Salvaguardando as devidas distâncias, parecem-se a nós, nos anos 80, quando batíamos o pé a Barcelonas, Dínamos Kiev e Bayerns. Tudo à custa de muita garra, concentração e querer.
E, de repente, loucura das loucuras, até ficamos com pena de não contarmos com um Charalambidis, um Manduca ou um Trickovski, do nosso lado.
E estaremos à espera de quê, para não comprarmos um Ailton destes já em Janeiro?
5 comentários:
Luis,
Subscrevo cada palavra tua.
O APOEL é hoje o que nós já fomos, às vezes ganhavamos, outras perdiamos, mas as Antas já foram o inferno de Nicósia. Hoje o Dragão é um campo dócil, sem chama. Os jogadores já comeram a relva, sentiram a camisola (e nao faz falta ser do Porto, basta sentir identificaçao) e agora julgam que o valor de mercado seu é muito superior ao seu valor real, vivendo em constante ilusão dos grandes negócios pretéritos do FCP e do paleio dos agentes.
No meio de tudo isto sempre defendi que a defesa do FCP era um cancro na equipa do ano passado e por isso Villas-Boas sempre procurou a defesa-alta e a aposta em marcar muitos golos. Porque sabia que os poderia sofrer, eventualmente, e que se a defesa ficasse atrás, ia-se notar mais, sem o apoio do meio-campo as suas falhas estruturais. Viu-se o massacre do Villareal na primeira parte do Dragão, os jogos na Russia ou em Sevilla - e os minutos finais no Dragao - e na primeira mao da Taça contra o Benfica. Uma defesa com jogadores de perfil baixo e valor médio como Sapunaru, Fucile, Rolando, Otamendi ou Maicon não dá em nada. Mangala é verde, Alvaro vive na lua e isso é o primeiro passo para a auto-destruição. Se no meio disto tudo o técnico teima em sacrificar sempre o homem a quem o AVB confiou as chaves da defesa, o Fernando, temos o caldo entornado.
um abraço
O futebol e o desporto estão cheios de acontecimentos inusitados, de vitórias imprevistas de derrotas inesperadas (humilhantes como gostam de dizer os jornalistas), face a equipas tidas como vulgares (às vezes de escalões inferiores) que vencem colossos por números expressivos, que deixam qualquer adepto dessas equipas à beira de um ataque de nervos. Quando o SLB perdeu com o Celta de Vigo por 7-1, o JVP veio pedir desculpa aos sócios, com a corda na garganta qual Egas Moniz. Macabro!
Em Portugal um dos termos mais utilizados é “vergonha”. Os portugueses são useiros e vezeiros na sua utilização. Essa generalização retira-lhe força. É apenas uma arma de arremesso que se atira a terceiros para os magoar. No futebol, é o assobio não sonoro para humilhar treinadores e jogadores ou para servir (na sua versão mais soft)de “puxão de orelhas” para que os visados se portem bem. Como se faz às crianças.
O artigo do Luís dividiu-me : por um lado estou de acordo com algumas leituras que faz do momento da equipa, por outro lado parece-me que se contradiz porque numa leitura abrangente o que acontece neste momento, relativamente ao ano passado, é estarmos em pior condição física, não termos Falcão (o resto do ataque mantém-se) e sem ajuda da estrelinha da sorte.
Ora se tudo é assim tão fácil e simples de explicar, como não perceber que as coisas não estejam a correr de feição. Estava escrito nos astros. Se adicionarmos as ausências de estrelinha e de Falcão, a um a pré-época cheia de ausências, com jogadores de partida que ficaram, e outros que chegaram (e vão chegar) para lugares com unidades em demasia, todos sob o comando de um técnico ex-adjunto sem carisma, como é reconhecido pelos que sabem, podemos quase dizer que afinal nem estamos mal, porque ainda não perdemos nada.
Por outro lado, se este Apoel parece o FCP que se bateu no passado com os Barcelonas, como nos podemos admirar que nos vença numa situação de falta de confiança e de talento da nossa equipa, e ainda por cima em má condição física. Também estava escrito nas estrelas.
Algumas exibições do FCP, na presente época, mereceram os maiores encómios. Alguns jogadores foram postos nas nuvens : James na liderança, Defours como uma promessa de ser um reforço importante. Até Souza aparecia como um elemento bem mais útil na posição 6, porque era bem melhor de bola que Fernando.
Não temos defesa, nem meio campo e a avançada não chega para ganhar jogos, diz o escrito. Como podemos vencer e ter ambições sem equipa (apesar dos 100m€ de orçamento), sem treinador e perdida a confiança entre as partes ao que parece ?
Quando O Jogo aponta o alvo (VP), algo está em vias de acontecer. E provavelmente vai ocorrer, com a saída da equipa técnica. No tempo de Co algo de semelhante se passou, ainda com mais gravidade, após a derrota frente ao SLB, no Dragão. A CL foi, igualmente, uma desgraça nessa época. Fomos campeões com um plantel mediano, depois do treinador ter arrumado alguns intocáveis. Helton, Pepe, Paulo, Lucho, Quaresma e Lisandro (e a bem sucedida inclusão de Adriano em Janeiro) foram os mais de uma época de transição muito difícil.
Acho Mangala um excelente reforço e é um jogador com o perfil que carecemos. Uma equipa que joga com uma defesa avançada (ou deve jogar) precisa de alguém rápido e possante. O homem cometeu falhas mas foi o único pronto socorreu que ainda funcionou, apesar de tudo, no Chipre.
A equipa está mal. O colectivo não funciona as individualidades não conseguem servir de locomotivas da equipa. O Moutinho é um excelente jogador, mas qualquer equipa com olhinhos (como fez o Apoel) põe um homem a cair sobre ele e alguém nas sobras e, desta forma, corta o cordão umbilical (mais operativo) entre o meio campo e o sector mais avançado.
E, daí, a necessidade de reforçar o meio campo com mais gente, em jogos em que não se pode perder, especialmente se o momento não for de euforia exibicional.
Hulk acontece um pouco do mesmo : é cercado por adversários e raramente tem espaços para explodir. O problema com o Hulk é que ainda não aprendeu a mudar o registo e a saber pisar outros terrenos. E torna-se previsível, tal qual como o lado esquerdo da nossa defesa com os avanços do Alvaro e a falta das devidas compensações.
Mas, no futebol tudo se transforma rapidamente : de bestiais a besta é apenas um instante, e o seu contrário também. Espero que o treinador e os jogadores não desistam. A coisa não está bem e só os fortes resistem, neste tempos de indignação e intolerância obsessivas.
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