Era(é) estrangeiro, se Del Neri fosse português teria existido alguma relutância em o despedir. Esta é a minha explicação: o "portuguesismo bacoco", e podem considerar a minha opinião totalmente absurda.
Os resultados desportivos de uma equipa tem de ser avaliados de acordo com os critérios de eficácia/eficiência, de qualidade técnica e não de acordo com razões emocionais. Vítor Pereira já demonstrou que não tem - ainda, se acreditarmos que poderá ter num futuro, após muitos anos de adjunto - capacidade e competência, seja ele táctica, estratégica, motivacional, para liderar esta equipa do FC Porto.
O Alexandre Burmester colocou aqui no RP, pelos idos de Julho, um post a referir que, com a escolha de Vítor Pereira para treinador do FC Porto, se tinha vingado e feito justiça a António Morais. Pois já deu para ver que ainda não foi desta que o falecido António Morais foi vingado, e na minha opinião não me parece que vá ser Vítor Pereira que vai vingar o saudoso António Morais.
Um dos problemas do VP é que é precisamente muito parecido ao Morais, e entre duas figuras tão carismáticas como foram o Mestre e o Rei Artur, a figura do Morais é ainda mais caricata. Como disse o Inácio na reportagem sobre o Pedroto que emitiu a SportTv, se Morais fosse Pedroto naquele balneário de Basileia, talvez se tivesse ganho uma taça platinizada.
quando recordei esse post, não foi para ironizar ou satirizar a sua opinião, pois eu também concordei com a comparação.
Que foi feito do adjunto do Arrigo Sachi? Do adjunto do Rinus Michels? Do adjunto do Fabio Capello (dos anos 90)? Onde está o adjunto do Cryuf? Por alguma razão nem todos os adjuntos de grandes treinadores se tornaram também excelentes técnicos. "A genialidade não se contagia" não foi o que o Miguel Pereira afirmou? Pois aqui esta uma prova.
Na mouche, caro Daniel. Concordo com tudo o que disseste, mas vamos por partes.
Para mim é evidente que o grande pecado de Del Neri foi ser estrangeiro. Não, não é um grande treinador, dificilmente teria sucesso, mas teve uma tolerância bem mais pequena da parte de todos. E quando digo "todos" incluo também os adeptos, já que ainda se conseguem ver alguns defensores do Vítor Pereira nesta altura.
Em relação aos adjuntos, mais uma vez de acordo com o Daniel. Esta foi uma daquelas modas estúpidas que às vezes alastram pelo futebol português: a de que o mérito do sucesso dos treinadores principais é dos adjuntos. Foi assim com Queiroz no Manchester (também diziam por cá que o mérito não era do Ferguson, mas sim dele e está à vista) e com Carlos Azenha (lembram-se que quando saiu de adjunto do FCP se dizer que o mérito dos 2 campeonatos ganhos pelo Jesualdo não eram do professor, mas sim dele? Cá eu não me esqueço e olhem que grande treinador que é o Azenha).
Voltando a Del Neri e fazendo a ponte para o Vítor Pereira, no caso do VP sair espero que a SAD pense friamente e sem seguir os patriotismos de uma franja de adeptos do nosso clube. O Pedro Emanuel está longe de ser um treinador maduro ainda. Pode ser mais líder que Vítor Pereira (embora para mim o grande problema não seja a falta de liderança ou de pulso firme), mas ainda tem muitíssimo que aprender. Leonardo Jardim, idem, pelo menos a mim não me convence. Ou seja, não há um único português com capacidade para ocupar o lugar. Logo, só uma solução externa poderá servir.
Vê lá se a direcção não está à espera de uma previsivel eliminação frente à Bósnia para relevar o VP!!
Daniel,
Tens toda a razão, o artigo adapta-se perfeitamente ao VP. Os únicos adjuntos que conheço que realmente foram bem sucedidos: o Bill Paisley, o rei Artur, o Mourinho e o Schonn.
Homens como o Rexach ou Taylor dão bons exemplos de como se pode ser muito útil ao lado da cadeira de sonho mas nunca lá sentado.
8 comentários:
Era(é) estrangeiro, se Del Neri fosse português teria existido alguma relutância em o despedir. Esta é a minha explicação: o "portuguesismo bacoco", e podem considerar a minha opinião totalmente absurda.
Os resultados desportivos de uma equipa tem de ser avaliados de acordo com os critérios de eficácia/eficiência, de qualidade técnica e não de acordo com razões emocionais. Vítor Pereira já demonstrou que não tem - ainda, se acreditarmos que poderá ter num futuro, após muitos anos de adjunto - capacidade e competência, seja ele táctica, estratégica, motivacional, para liderar esta equipa do FC Porto.
O Alexandre Burmester colocou aqui no RP, pelos idos de Julho, um post a referir que, com a escolha de Vítor Pereira para treinador do FC Porto, se tinha vingado e feito justiça a António Morais. Pois já deu para ver que ainda não foi desta que o falecido António Morais foi vingado, e na minha opinião não me parece que vá ser Vítor Pereira que vai vingar o saudoso António Morais.
Daniel,
Um dos problemas do VP é que é precisamente muito parecido ao Morais, e entre duas figuras tão carismáticas como foram o Mestre e o Rei Artur, a figura do Morais é ainda mais caricata. Como disse o Inácio na reportagem sobre o Pedroto que emitiu a SportTv, se Morais fosse Pedroto naquele balneário de Basileia, talvez se tivesse ganho uma taça platinizada.
um abraço
Daniel,
De facto fiz esse comentário. As circunstâncias são agora bem diversas, mas mantenho a comparação.
Abraço
Alexandre
Alexandre,
quando recordei esse post, não foi para ironizar ou satirizar a sua opinião, pois eu também concordei com a comparação.
Que foi feito do adjunto do Arrigo Sachi? Do adjunto do Rinus Michels? Do adjunto do Fabio Capello (dos anos 90)? Onde está o adjunto do Cryuf? Por alguma razão nem todos os adjuntos de grandes treinadores se tornaram também excelentes técnicos. "A genialidade não se contagia" não foi o que o Miguel Pereira afirmou? Pois aqui esta uma prova.
Daniel,
Estou perfeitamente de acordo consigo, e não interpretei o seu comentário como ironia ou sátira.
Um abraço
Na mouche, caro Daniel. Concordo com tudo o que disseste, mas vamos por partes.
Para mim é evidente que o grande pecado de Del Neri foi ser estrangeiro. Não, não é um grande treinador, dificilmente teria sucesso, mas teve uma tolerância bem mais pequena da parte de todos. E quando digo "todos" incluo também os adeptos, já que ainda se conseguem ver alguns defensores do Vítor Pereira nesta altura.
Em relação aos adjuntos, mais uma vez de acordo com o Daniel. Esta foi uma daquelas modas estúpidas que às vezes alastram pelo futebol português: a de que o mérito do sucesso dos treinadores principais é dos adjuntos. Foi assim com Queiroz no Manchester (também diziam por cá que o mérito não era do Ferguson, mas sim dele e está à vista) e com Carlos Azenha (lembram-se que quando saiu de adjunto do FCP se dizer que o mérito dos 2 campeonatos ganhos pelo Jesualdo não eram do professor, mas sim dele? Cá eu não me esqueço e olhem que grande treinador que é o Azenha).
Voltando a Del Neri e fazendo a ponte para o Vítor Pereira, no caso do VP sair espero que a SAD pense friamente e sem seguir os patriotismos de uma franja de adeptos do nosso clube. O Pedro Emanuel está longe de ser um treinador maduro ainda. Pode ser mais líder que Vítor Pereira (embora para mim o grande problema não seja a falta de liderança ou de pulso firme), mas ainda tem muitíssimo que aprender. Leonardo Jardim, idem, pelo menos a mim não me convence. Ou seja, não há um único português com capacidade para ocupar o lugar. Logo, só uma solução externa poderá servir.
Duarte,
Vê lá se a direcção não está à espera de uma previsivel eliminação frente à Bósnia para relevar o VP!!
Daniel,
Tens toda a razão, o artigo adapta-se perfeitamente ao VP. Os únicos adjuntos que conheço que realmente foram bem sucedidos: o Bill Paisley, o rei Artur, o Mourinho e o Schonn.
Homens como o Rexach ou Taylor dão bons exemplos de como se pode ser muito útil ao lado da cadeira de sonho mas nunca lá sentado.
um abraço
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