quarta-feira, 11 de abril de 2012

Os amigos de Carlos Daniel

Quando fui convidado para fazer o Zona Mista, as pessoas que me contactaram sabiam qual a minha tendência clubística
João Gobern, PUBLICO, 04/04/2012


«Não me peçam, nem agora nem nunca, que não festeje um golo do Benfica. Faço-o há muitos anos, desde que me reconheço como gente. (…)
Festejei o golo no enquadramento errado. Se não tivesse consciência plena desse deslize, não tinha posto o meu lugar no “Zona Mista” à disposição ainda antes de as campanhas orquestradas chegarem ao seu destino. Ou seja, tenho consciência de que errei. (…)
Foi infeliz o gesto? Sim. Foi desajustado? Sim. Foi tudo um grande azar? Quero continuar a pensar que sim. Mas não posso sequer garantir, para ser sincero, que não voltaria a fazer-me o mesmo, de uma forma espontânea e não premeditada. (…)
Tendo reconhecido o erro, tendo lamentado o sucedido, há uma pessoa que me obriga a ir mais longe. Por ter apostado em mim quando nada o obrigava, por me ter brindado com este desafio e porque o capítulo final é tão murcho, resta-me pedir desculpas ao meu amigo Carlos Daniel. Garantindo-lhe que há casos em que a memória funciona mesmo.»
João Gobern, Facebook, 07/04/2012


Eu já suspeitava que o convite feito ao João Gobern, para ser comentador na RTP, tinha partido do benfiquista mais famoso de Paredes, mas nada como ser o próprio Gobern a confirmá-lo.

Aliás, não me custa a acreditar que também tenha sido ideia de Carlos Daniel, o convite para um dos árbitros preferidos de Luís Filipe Vieira (Paulo Paraty) passar a ser comentador de arbitragens na RTP.

Evidentemente, o Carlos Daniel tem todo o direito de ser benfiquista e de ter pertencido ao núcleo inicial que fundou a casa do slb de Paredes, mas ao jornalista da RTP, com responsabilidades na RTP Porto e que já pertenceu à Direção de Informação da RTP, pede-se alguma contenção.

Ora, até para defesa do próprio e da sua imagem, Carlos Daniel deveria evitar qualquer envolvimento em convites de amigos seus benfiquistas para a RTP (já nem falo nos almoços com o treinador do slb no restaurante do conhecido Barbas). Até porque, convém não esquecer um “pequeno pormenor”: a RTP ainda é uma empresa do Estado (paga por todos os contribuintes!) a qual, supostamente, presta um serviço público.

P.S. Quando o Carlos Daniel despe a camisola do slb e tira os óculos encarnados, eu até gosto de ouvir as análises e comentários que faz aos jogos de futebol. É pena fazê-lo poucas vezes.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

15 comentários:

Bacalhau_com_belgas disse...

Caro José Correia, acalme-se homem. Você ultimamente não fala de outra coisa. O campeonato já está encaminhado, vocês até conseguiram ser os menos medíocres de todos no final de contas. Respire fundo, não arranje para aí uma úlcera nervosa...

Silver(io) disse...

P.S. Quando o Carlos Daniel despe a camisola do slb e tira os óculos encarnados, eu até gosto de ouvir as análises e comentários que faz aos jogos de futebol. É pena fazê-lo poucas vezes....
Só que quando desce a camisola vermelha veste a anti-Porto..
Fora com esse canalha da tv de todos nós..ainda hoje ao almoço deu mais uma prova do mais canhestro faciosismo

JCCJCC disse...

Está mais que visto que o Benfica domina na comunicação social.

Até os blogs supostamente do Porto estão povoados de Benfiquistas a julgar pela quantidade de posts que fazem sobre um clube que nos últimos 17 anos ganhou 2 miseros campeonatos...

Daniel Gonçalves disse...

Não se pode colocar um post com senso e sentido crítico, como este do José Correia, sobre as incoerências do benfiquismo e as vastas artimanhas usadas pelos seus caudilhos, que aparecem logo os "Polícias do Pensamento" benfiquistas prontos a acusar os outros de estarem sempre a falar do clube deles, como se tal fosse um crime ou sinal de obcecação dos portistas. Ora existe uma explicação racional, e portanto fundamentada, para posts como este do José Correia: não existisse um monopólio e posição privilegiada - mas na maioria dos casos ilegítima porque causadora de distorção, parcialismo e intolerância para com os outros adversários - dos benfiquistas nos meios de comunicação social e não seria necessários posts a denunciar tal situação.
Úlcera nervosa parece-me que possuem a maioria dos benfiquistas, como o Bacalhau com Belgas, por verem o FC Porto a ganhar.

Daniel Gonçalves disse...

A presença do Carlos Daniel no canal público, RTP, assemelha-se muito a um couto feudal, em que ele possui uma posição privilegiada podendo colocar os seus "vassalos" (tipo Gobern) a participar num programa; em compensação ele (Carlos Daniel) recebe do "vassalo" uma recompensa, ou seja, a defesa fanática da causa. Por seu lado C. Daniel é "vassalo" de outro "suserano" superior ( um político????) que protege aquele, na condição de o vassalo fornecer um bom préstimo na televisão, e após C. Daniel ter feito um voto de fidelidade.

InVicturioso disse...

Acho estranho que se aceitem comentários como do Bacalhau com belgas neste blog. Não é o facto de ser benfiquista que me incomoda, acho aliás muito bem que o benfiquistas visitem este blog pois pode ser que aprendam a razão da sua mediocridade. O que incomoda é o comentário ser totalmente "vazio" de conteúdo tendo apenas como finalidade "largar" um pouco de veneno a ver se cola...
Enfim, espero que ele próprio se aperceba o quão ridículo este tipo de comentários é e para próxima tente trazer alguma coisa de útil à discussão.

Danilo Oliveira disse...

Sendo Benfiquista quero deixar dois reparos ao artigo.
1. Se foi Carlos Daniel que convidou Gobern, sendo o mentor do programa Zona Mista, quem convidou o "portista" João Prata? Não terá sido o mesmo Carlos Daniel?
2. A respeito de contenção "clubista", se há alguém que a tem, esse alguém é Carlos Daniel. Aliás a melhor prova disto é a sua fantástica moderação do programa Trio de Ataque com Rui Moreira, Antonio Pedro Vasconcelos e Jorge Gabriel. Em momento algum deixou transparecer a sua cor clubistica nesse programa.

Finalmente, podia aqui recordar outro nome da RTP, que já não faz parte dos quadros pois mudou-se para a torre das Antas. Rui Cerqueira. Esse mesmo, que agora se dedica à agressão de antigos colegas.

Se há adeptos benfiquistas absolutamente incapazes de lidar com o cargo de jornalista (que os há) Carlos Daniel, não é de todo um desses casos.

Obscure disse...

Querem queimar um comentador, queimem o Bruno Prata, já não posso com aquelas falhas vocais constantes, o não saber respirar a frente das camaras enquanto fala, é irritante e inadmissível, ele que vá gaguejar para outro sitio. Agora não queimem o melhor comentador de desporto dos nossos canais públicos tenha ele a cor clubistica que tenha. Outro que podiam queimar era o tótó do Trio de Ataque do SCP, pagar mentecaptos é que não.

André disse...

Uma pequena correcção.
Não é "João Prata" o jornalista em causa é o Bruno Prata..e é sportinguista. O mero facto de não saber qual é a preferência clubística do Bruno Prata só prova a sua isenção e profissionalismo e o flagrante contraste com o João Gobern.

Quanto à "fantástica moderação" do Carlos Daniel remeto-o para as declarações do Rui moreira, é só fazer uma busca no google. O fantástico moderado na noite do SLB FCP afirmou com todo odescaramento que o penalty do Cardoso era um pequeno pormenor enquanto o golo do Maicon em fora de jogo era muito grave, aliás bem secundado pelo recordista de descidas de divisão num ano, o ressabiado Luis Campos.

O Rui Cerqueira é portista, mas não era um dos responsáveis do canal e nunca foi comentador ou moderador nos programas de debate futebolístico, é comparar o incomparável.

José Correia disse...

Blogger Bacalhau_com_belgas disse...
Caro José Correia, acalme-se homem. Você ultimamente não fala de outra coisa.

Eu estou calmíssimo e, por mais que isso incomode adeptos do meu ou de outros clubes, irei continuar a falar daquilo que me apetecer (relacionado com o FC Porto, os seus adversários ou o futebol em geral), porque foi para isso que criei e sou um dos cofundadores do ‘Reflexão Portista’.
De resto, era só o que faltava que eu não pudesse falar e chamar à atenção para determinado tipo de posicionamentos e comportamentos que me parecem pouco corretos quando, ainda por cima, estamos a falar de pessoas que trabalham em empresas públicas (como é o caso da RTP).

José Correia disse...

Blogger Danilo Oliveira disse...
Se foi Carlos Daniel que convidou Gobern, sendo o mentor do programa Zona Mista, quem convidou o "portista" João Prata? Não terá sido o mesmo Carlos Daniel?

Não sei se o Bruno Prata é portista (há quem o conheça pessoalmente e garanta que ele é sportinguista) mas, por acaso, já o viu da cachecol do FC Porto ao pescoço ou, durante um programa televisivo, a festejar um golo dos dragões em direto?

José Correia disse...

Blogger Danilo Oliveira disse...
A respeito de contenção "clubista", se há alguém que a tem, esse alguém é Carlos Daniel.

Se, por acaso, estivéssemos obcecados em falar na falta de isenção clubística do Carlos Daniel, teríamos de publicar um artigo por semana.
Mas, se quiser consultar alguns exemplos, clique na Tag ‘Carlos Daniel’ e poderá ler uns artigos que publicamos neste blogue e onde são referidos casos concretos.

José Correia disse...

Danilo Oliveira disse...
Aliás a melhor prova disto é a sua fantástica moderação do programa Trio de Ataque com Rui Moreira, Antonio Pedro Vasconcelos e Jorge Gabriel. Em momento algum deixou transparecer a sua cor clubistica nesse programa.

Só por piada se pode escrever uma coisa destas.
E, se bem me lembro, após sair do programa Trio de Ataque, o próprio Rui Moreira fez alguns comentários públicos acerca da “isenção” do Carlos Daniel.

José Correia disse...

Extractos de uma entrevista de Rui Moreira publicada no DN (13 de Novembro de 2010):

DN: Que dividendos e custos resultaram da participação no programa [Trio d'Ataque]?
Rui Moreira: No início deu-me prazer. Tratava-se de uma tertúlia entre pessoas independentes, sem ligação oficial aos clubes e penso que foi isso que deu tanta visibilidade ao programa de canal invisível. Há um momento em que o António-Pedro Vasconcelos (APV) chegou mesmo a dizer que Vieira não era benfiquista - fui eu que defendi o presidente do Benfica. Nessa fase, APV promoveu a candidatura do Moniz, ligou-se depois ao candidato Bruno Carvalho e, como consequência, sofreu uma enorme pressão. Resultado, converteu-se. Perdeu a liberdade e isso alterou as regras do jogo: eu estava lá para defender as minhas ideias; ele para defender a versão oficial. A partir daí o debate teria de resvalar.

DN: Ficou desapontado e zangado?
RM: Nem uma coisa nem outra. Saí de consciência tranquila, por ter defendido os princípios em que acredito, a propósito de uma pessoa que muito admiro. Aquele já não era o Trio d'Ataque para que fui convidado. Era um programa em que havia um representante do Benfica e em que eu só me representava a mim.

DN: Não combinavam os temas?
RM: Nunca falávamos antes do programa e por isso fui apanhado de surpresa. Nunca ninguém me ouviu dizer que um treinador tem cara bovina, nunca ofendi ninguém. Carlos Daniel é um dos grandes responsáveis porque, mesmo já não sendo o moderador, quis sempre continuar a mandar no programa. A direcção também agiu de forma miserável. Tratou mal o actual moderador que bem chamou a atenção para a ilegalidade de se revelar o conteúdo das escutas.

DN: Nunca mais falou com APV?
RM: Não.

DN: Nem vai falar?
RM: Não sei. Tenho falado com o Rui Oliveira e Costa. Recentemente jantou em minha casa e até fui eu que o levei ao estúdio.

Anónimo disse...

Para que conste e não restem dúvidas: o jornalista Bruno Prata é sportinguista.
Não foi um amigo de um primo que conhece alguém na RTP ou no Público, foi o próprio Bruno Prata que, num programa horripilante do José Carlos Malato (num daqueles concursos, suponho que no Milionário Alta pressão, quando convidava concorrentes que eram figuras públicas em sessões especiais) que o disse pela própria boca, instado a pronunciar-se por uma pergunta do também lagarto Malato.
Mas mesmo que fosse portista (é o exercício de uma impossibilidade, mas prossigamos) nunca revelou o descaramento, a desfaçatez e a sem-vergonha desse Gobern pago com dinheiros públicos quando se defrontavam 2 equipas portuguesas, ou já houve secessão na linha do Mondego?
Mais, sendo o editor-chefe da secção de desporto do Público, Prata deixa muito a desejar, dos generalistas é o mais próximo das linhas editoriais de A Bola e do Record. Ler notícias de desporto no Público induz-me, quase sempre, à náusea imediata... E é aquele um jornal da Sonae.
Saudações portistas,
João