É sempre muito bom, seja em que circunstância for, somar três
pontos numa competição de nível tão elevado como é a Liga dos Campeões. O 0-2
definido já bem perto do final espelha melhor a décalage entre a equipa da casa
e campeão português. O conjunto azul e branco esteve muito longe de fazer uma
exibição de gala. Bastou-lhe gerir a posse de bola com segurança e ir
aproveitando as fragilidades evidentes do setor recuado do adversário croata.
Vitória saborosa, pois claro. Mas, por aquilo que se viu, tinha de ser
obrigatória.
Com efeito, este Dínamo de Zagreb não demonstra melhoras da
paupérrima prestação da Champions da temporada passada. Pouca capacidade na posse de
bola e demasiada tremedeira ao sair da sua área cristalizam as limitações desta
equipa sem andamento para esta competição. Vítor Pereira, mesmo assim, não
facilitou e respeitou o adversário. Sinal claro através da inclusão de Miguel Lopes
à direita, privilegiando a robustez defensiva. O português cumpriu e
integrou-se em manobras ofensivas sempre que solicitado.
Bem cedo a equipa azul e branca chamou a si a condução do
jogo. Num ritmo sempre pausado o FC Porto circulava a bola de forma confortável
perante a inépcia pressionante adversária. James e Varela fletiram muitas vezes
das laterais para dentro afunilando a construção portista. Mas, curiosamente, eram mais
perigosos e desequilibradores quando alargavam o jogo pelas suas alas. Alex
Sandro, o outro defesa lateral, foi igualmente importante nestas manobras.
Se ao domínio do encontro já nada faltava para os comandados
de Vítor pereira fazer o que queriam, pecava a equipa nos poucos lances de
finalização que criava. James ainda tentou fora de área uma vez e depois veio o
brinde de Kelava onde Jackson Martinez resvalou para o lado anedótico do
futebol. Sem tempo para a merecida risada – ou insulto de todo o dragão que se
preze, Lucho deu vantagem às nossas cores, na sequência de um bom “raide” de
Alex Sandro até á linha final. O capitão corrigia o que deveria ter sido
confirmado pouco antes.
Ao regresso das cabines as bases do encontro foram-se mantendo
inalteráveis, num domínio portista total, sem um perceptível incómodo dos homens da
casa. Até ao minuto 65 tudo era simplificado e fácil de ordenar. Uma letargia
que quase contagiou o dragão, passando depois por um par de sustos quando o discernimento
se toldou, o Dínamo acelerou e nosso meio campo se perdeu. Helton foi
resolvendo sempre com muito acerto e ainda lançou dois contra ataques venenosos.
Ainda assim durou pouco a investida croata. Em pouco mais de
dez minutos o entusiasmo caseiro afrouxou e a crença na reviravolta no resultado era
quase nula. Cristian Atsu, pouco incomodado com os humores do adversário,
lançou-se ao ataque do golo da tranquilidade. Com uma bela arrancada e um passe
certeiro pôs Defour à mercê do golo que viria a selar o resultado final. Finalmente, mais
folgado, como poderia e deveria ter saído, mais cedo.
18 comentários:
depois veio o brinde de Kelava onde Jackson Martinez resvalou para o lado anedótico do futebol.
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Penalty por marcar escandaloso.
Artigo mesmo ao meu gosto: simples, claro, conciso e objectivo!
Está tudo dito, ou quase, pois acho que se deveria enaltecer o grande jogo do Comandante Lucho no dia em que recebeu a notícia da morte do seu pai!
Fraquinho mas chegou.
Obrigado Lucho.
Fraquinho?..opera so no Scala de Milão!
Vivo nos EUA e nao consegui melhor do que ouvir o relato e ver um resumo dos lances mais importantes. O Jackson foi displicente, mas foi completamente varrido pelo Tonel, que tinha de ir para a rua.
Também concordo com penalty escandaloso sobre o Martinez!
"e depois veio o brinde de Kelava onde Jackson Martinez resvalou para o lado anedótico do futebol"
Não tenho a certeza, mas quero acreditar que este lado anedótico do futebol se refere ao arbitro...
Olá
O resultado é um prémio merecido Para o presidente e para o capitão.
Um abraço para eles.
Costa, assino por baixo o seu post.
Uma dúvida: porque não jogou Danilo?
Cumprs
Augusto
O Jackson Martinez foi muito lento a executar mas, sem dúvida, o árbitro devia ter assinalado penalty e expulsado o Tonel.
A importância do Lucho na equipa do FC Porto excede, em muito, o seu mero desempenho futebolístico (que é bom).
em relação ao lance do Jackson, mesmo sendo penalty claro, qualquer avançado que se preze tem de meter a bola lá dentro antes de o defesa ter a possibilidade de o derrubar.
Lucho, não há palavras para descrever este verdadeiro ícone portista.As minhas sentidas condolencias.
Não gosto de bater no ceguinho, mas a dupla Kleber e Varela é de irritar até um monge tibetano.Tantas e tantas chances tiveram até agora, e continuam a não mostrar o porque de integrarem a lista de convocados.
2 anos consecutivos em má fase para Varela e 1 ano para Kleber é muita coisa para um clube como o FCP.
É como jogar com 1 a menos, enquanto os miúdos cheios de genica para mostrar serviço como Iturbe ou Kelvin não tem tido tantas oportunidades quanto as 2 nulidades.
Atsu em meia hora fez o triplo que varela no tempo em que esteve de corpo presente em campo.
Kleber nem comento.
O mistério Jackson continua.Ainda não tenho opinião formada sobre ele, que tanto mostra tiques de craque como de perna-de-pau.
Não tem (que ainda se tenha visto) killer instinct, não tem velocidade e seus movimentos parecem mas de um médio que um centroavante.
De resto, não fizemos mais que a nossa obrigação.
Se o melhor jogador deles é Tonel, tá tudo dito.
Ontem, o Lucho levitou sobre o relvado do Zabreg embalado pelo espírito do pai. As pernas não pesaram, a estamina inesgotável e a vontade de ganhar inquebrantável.
No minuto 41, Lucho pressentiu que o guarda-redes adversário largaria a bola e lhe entregaria a oportunidade para homenagear o pai. Nada, nem ninguém lhe impediria de marcar aquele golo tão especial e desejado.
Após o golo, Lucho olhou para o céu e uma estrela brilhava mais intensamente no bréu da noite. Naquele momento, Lucho encontrou, pela última vez, o seu pai que lhe sorria orgulhosamente e se despedia com um até breve. Naquele momento, o Lucho encontrou um conforto no seu coração que lhe minorou a dor.
Força, Lucho. Força, campeão.
Como se o jogador ficou com pouco angulo e o terreno estava dificil.
Foi grande penalidade escandalosa não marcada.
Não sei porquê mas tive a sensação que passamos ao lado de uma goleada!!!
Fomos imperiais, fomos "colectivos", mas tivemos momentos que tambem fomos sobranceiros, daí o meu sabor a pouco no placard...
A minha salva de palmas para Lucho e Defour que dentro do colectivo sobressairam...
Lucho é o exemplo de profissionalismo e de um grande homem e que ajudou o FC Porto na vitória em Zagreb!
Obrigado! Obrigado Lucho!
Jackson não podia rematar de imediato, porque estava num ângulo difícil, portanto tinha de procurar uma melhor posição e "ajeitar" a bola, quando se preparava para rematar foi "varrido" pelo Tonel. Nãao censuro o nosso avançado porque não estava numa posição para rematar de primeira.
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