«Se se proibirem totalmente fundos de investimento vai ser uma tragédia, vão matar o futebol português tal como o conhecemos hoje em dia, com a competitividade atual e com a capacidade para formar jogadores», garantiu Mário Figueiredo em declarações exclusivas à Agência Lusa.
Desde que escrevi aqui, na passada semana, sobre a problemática da extinção da co-propriedade, muitas têm sido as vozes que se têm igualmente levantado contra a medida. Alguns por oportunismo, outros por convicção. O que está claro é que a medida não é popular nos países afectados e não há na Europa um caso tão flagrante como o de Portugal e dos seus clubes.
As palavras do actual presidente da Liga são a mais pura verdade.
Significa isso que tem razão? Em parte, porque de certa forma, a necessidade dos clubes portugueses em recorrer de forma constante a este modelo deve-se também à sua péssima gestão financeira da última década. Se os clubes tivessem tido abordagens radicalmente diferentes das que tiveram, a situação não seria tão dramática. O drama é real, ninguém pense o contrário.
Clubes podem desaparecer, clubes podem perder o pouco que têm e mesmo os grandes minguarão, forçosamente, até encontrar forma de se levantar outra vez. Com este modelo permitiu-se que os clubes portugueses tenham ajudado da Liga Sagres a trepar ao quinto posto do ranking UEFA. Com este modelo permitiu-se vencer uma Europe League - com um semi-finalista e um finalista vencido no mesmo ano - mas também as boas performances europeias tanto em Champions League (2009, FC Porto, 2012, SL Benfica) como na Europe League (campanhas de Braga, a épica de 2011 e a semi-final do Sporting no ano passado). Ninguém duvida que as equipas que aí chegaram não o poderiam ter feito se tivessem de arcar com o 100% da ficha salarial mais o 100% dos passes dos seus jogadores. Com as dividas já acumuladas pelas principais instituições do futebol português, esse sobrepeso financeiro o que fará, não se iludam, é acabar com a competitividade desses mesmos clubes contra os rivais europeus.
Mas se Platini e Blatter conseguem aprovar a lei, que podem os clubes fazer?
O projecto está agora em discussão e diz-nos a experiência que demorará sempre um par de anos até ser aplicado. No caso da UEFA a ideia do Fair Play Financeiro, desde a sua divulgação até à sua aplicação, tardou mais de cinco anos enquanto que o 6+5 ainda está em discussão - por envolver a lei comunitária - enquanto que a utilização obrigatória de 6 jogadores de formação nacional no plantel de 25 na Europa (3 do mesmo clube) foi aplicada em três temporadas. Tempo providencial para clubes como o FC Porto adoptarem medidas urgentes a olhar para o futuro.
1) Aposta séria e inequívoca na formação.
É inevitável. O fim da co-propriedade vai impedir que o clube mergulhe em mercados estrangeiros com a mesma regularidade. Não se enganem. Muitas vezes a co-propriedade não é uma eleição nossa mas uma exigência de quem vende. Os empresários e fundos compram jogadores para sacarem lucro e quanto mais tempo detenham parte do passe, melhor. Caso este cenário acabe, o preço dos jogadores subirá porque a margem de lucro, forçosamente, será menor. Um James, a 100%, custará bem mais do que custa a 70%, não tenham dúvidas.
Para evitar esta realidade há que captar jogadores cada vez mais novos e fazê-los parte do nosso sistema de formação, como já fazem o Arsenal e o Barcelona há uma década e que também é uma das ideias por detrás do 6+5 que Platini quer aplicar.
2) Comprar nacional
O mercado português é o que é e um jogador na liga lusa vale sempre menos que um jogador das ligas sul-americanas ou europeias. É lei de mercado. Para poder deter a 100% o passe de um jogador ele tem de ser mais baixo e mais acessível. Lima, quando estava no Belenenses, poderia ter sido do FC Porto por muito menos do que se pagou por Jackson. Não quer dizer que seja melhor, quer dizer que no futuro, quando não exista tanto dinheiro disponível para jogar com os passes, será nesses jogadores que nos temos de focar.
3) Fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão
Uma ideia que esteve perto de se tornar real este Verão e que continua a ser fundamental para garantir que os clubes não possuem planteis de 50 jogadores para depois usá-los para manobras políticas de bastidores e garantem que esses jogadores permanecem nos clubes de origem.
4) Criar um lobby dentro da ECA.
Portugal não é o único país afectado por esta realidade. A co-propriedade envolve clubes sul-americanos mas também clubes do sul da Europa, de Espanha à Turquia, da Grécia a Itália passando por ligas como a romena, sérvia ou croata. É a realidade de uma Europa a duas velocidades.
O FC Porto, um clube com um peso institucional na Europa incomparável em relação aos outros clubes portugueses, deveria procurar dentro da ECA - European Club Association - construir pontes que exijam da FIFA e da UEFA outras medidas que, aplicadas ao mesmo tempo que o fim da co-propriedade, defendam a competitividade de clubes como o nosso. Medidas que podem ser, por exemplo:
- A aplicação definitiva do 6+5.
A UEFA tem encontrado problemas com a União Europeia porque estes entendem que não se podem restringir a cidadãos europeus a actuação em clubes dentro da UE. Mas o que podem é exigir que exista um máximo de 5 jogadores não-europeus no onze titular. Isso permitira que o mercado sul-americano e africano não seja exclusivo de uns poucos e se mantenha uma via livre para clubes como o FCP.
- Acabar com o Marketpool da Champions League e repartir os valores pelas ligas mais prejudicadas.
Actualmente há clubes de Inglaterra e Espanha que, eliminados na fase de grupos, acabam por ganhar quase tanto dinheiro com a Champions como se o FC Porto fosse campeão. Sem o Marketpool ou, pelo menos, desenhado noutros moldes, e esse dinheiro redistribuído os clubes poderiam encontrar um importante balão de oxigénio numa fase de transição. A medida não seria definitiva mas sim um mecanismo de solidariedade.
- Obrigatoriedade por parte da UEFA da venda colectiva de direitos televisivos
Esta medida não só tornaria a distribuição do dinheiro entre os clubes europeus mais equitativa como acabaria com o profundo desequilíbrio entre clubes no espectro nacional como também sucederia o mesmo no espectro europeu. A Bundesliga e a Ligue 1 são o melhor exemplo.
- Obrigatoriedade da UEFA em passar de 6 para 10 os jogadores de formação nacional no plantel europeu
Essa medida, que agora mesmo nos seria prejudicial, no futuro poderia ser uma tábua de salvação. Obrigaria os tubarões europeus a alinhar com 10 jogadores formados no seu país nos seus planteis europeus - que são, no fundo, os seus planteis anuais - e defenderia os melhores jogadores dos vários países europeus de ser alvo de constante cobiça. Se o clube apostasse nos primeiros dois pontos que mencionei e os restantes clubes europeus fossem forçados a fazer o mesmo, os jogadores sul-americanos, africanos, asiáticos ou de outros países da Europa não estariam concentrados numa dúzia de clubes forçosamente.
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Com estas medidas - ou metade delas pelo menos - teríamos um clube mais sustentável, mais financeiramente saudável, mais preparado para os desafios do futuro e igual de competitivo.
É um processo longo, complexo e que acabaria com algumas das políticas de favores em que directivos da SAD têm sido tristemente protagonistas, com um certo compadrio com agentes, fundos e personagens externos à realidade do clube. Não existem gestões perfeitas nem clubes perfeitos mas encontrar um rumo auto-sustentável, com olhos para o depois de amanhã, seria uma jogada importante por parte da directiva e um sinal de que no Dragão há quem consiga ver para lá do imediato.
84 comentários:
Discordo em absoluto do ponto 3.
Atsu por exemplo é um caso de sucesso que surgiu graças a esse empréstimo. E marcou um golo ao Porto portanto todas essas habituais suspeitas caem por terra.
Além disso, clubes como o Rio Ave por exemplo também vão sofrer com esta questão dos fundos. Não são só os grandes que compram jogadores em percentagem e portanto os empréstimos para eles significam uma poupança muitas vezes essencial. Até porque, caso se proíbam os empréstimos existem formas de disfarçar um empréstimo como vendas com cláusula de recompra por valores mínimos.
Acho que dos pontos discutidos os fulcrais seriam os que focam os direitos televisivos e as regras de mínimo de jogadores da formação. Se o Real Madrid e o City fossem obrigados a ter gente da formação nos titulares já não gastariam os balúrdios que gastam em suplentes certamente.
E os direitos televisivos, caso aumentassem para a média europeia em Portugal aumentariam brutalmente a nossa competitividade. Já temos os melhores treinadores, já temos jogadores com qualidade, já temos grandes olheiros, aliando a isso uma repartição justa do dinheiro teríamos tudo para ser competitivos.
1) Eu tenho outra teoria, que com o fim das negociatas a favor de intermediários que os preços tenderão a baixar, até porque os clubes não passam magicamente a ter mais dinheiro para os jogadores do que têm agora.
4.1) As actuais regras permitiram uma idade de ouro para clubes, jogadores, treinadores e seleções nacionais, facto que toda a gente esquece com os sonhos dos milhões.
4.4) Obviamente, completamente ilegal no mercado comum.
1) Eu tenho outra teoria, que com o fim das negociatas a favor de intermediários que os preços tenderão a baixar, até porque os clubes não passam magicamente a ter mais dinheiro para os jogadores do que têm agora.
4.1) As actuais regras permitiram uma idade de ouro para clubes, jogadores, treinadores e seleções nacionais, facto que toda a gente esquece com os sonhos dos milhões.
4.4) Obviamente, completamente ilegal no mercado comum.
Bom artigo.
em relação aos empréstimos entre clubes da mesma divisão acho muito bem que acabem (ainda que de forma gradual e planificada).
É lógico que os clubes pequenos ficam mais fortes ao terem estes jogadores a um custo mais acessível.
No entanto, não é correcto os clubes com mais poderio financeiro utilizarem outros clubes da mesma divisão como clubes satelites que, por sua vez, utilizam recursos que não são seus para combaterem com clubes que também não têm capacidade para ter esses recursos, logo serão obrigados a criar relações de "vassalagem" para poderem competir com os outros.
querem inserir um jogador gradualmente na equipa principal? utilizem a equipa b.
não tem espaço na equipa principal ou querem po-lo a jogar mais frequentemente? campeonatos estrangeiros ou 2ª liga.
DC,
O caso dos empréstimos já defendi aqui. Da mesma maneira que entendo quem ache a co-propriedade concorrência ilegal e esteja a favor do seu fim, só pode ser coerente e exigir o fim dos empréstimos porque permite equipas com boas relações contar com jogadores melhores do que podia pagar em relação a um rival directo. A coerência exige-me ser contra os dois modelos e, progressivamente, deveriam acabar.
Quanto aos direitos, neste caso, há exemplos gritantes de diferenças, entre o que existe em ligas como a francesa, alemã e inglesa e o modelo espanhol, português e italiano. Um pack comum que respeitasse as mesmas regras aproximaria ainda mais os médios dos grandes e os pequenos dos médios, basta estudar as diferenças do que ganham as equipas em Portugal e Espanha e as de Alemanha e Inglaterra.
Nightwish,
Numa segunda etapa talvez, mas até aí passarão alguns anos em que os preços subam porque os protagonistas são os mesmos. E seguramente encontrarão formas de criar falsos fundos, clubes fantasmas, como este aqui:
http://www.futebolmagazine.com/san-felipe-o-clube-fantasma-do-chile
Quanto ao ponto 4.4, não é ilegal. Actualmente já é obrigatório existir 5 jogadores formados no país no plantel europeu.
Pedro M,
Totalmente de acordo!
Miguel Lourenço Pereira
Antes de mais parabéns pela sua análise.
A extinção da co-propriedade nunca poderá ser uma medida popular em países onde os clubes não tenham meios para investir em jogadores como acontece nas ligas mais ricas e onde os grandes magnatas são proprietários de clubes e os financiam com as suas fortunas pessoais.
Agora esta realidade não invalida que esta necessidade dos clubes portugueses em recorrer de forma constante a este modelo é em geral consequência a uma péssima gestão financeira, não na última década; mas sim desde sempre. Não nos podemos esquecer que já antes os clubes tiveram que negociar o Totónegócio para os clubes pagarem o dinheiro que durante décadas andaram a desviar do fisco e mais recentemente vieram as SAD para injectar dinheiro nos clubes. O que é que aconteceu, e basta analisar as contas do FCP SAD e do CLUBE FCP; o passivo não só diminuiu como aumentou e já se está outra vez com a corda na garganta.
“Com este modelo permitiu-se que os clubes portugueses tenham ajudado da Liga Sagres a trepar ao quinto posto do ranking UEFA… Ninguém duvida que as equipas que aí chegaram não o poderiam ter feito se tivessem de arcar com o 100% da ficha salarial mais o 100% dos passes dos seus jogadores”
Mas mesmo os principais clubes e únicos beneficiários do ranking da UEFA com a sua presença nas provas realizadas não deixaram de aumentar os seus passivos. O FCP é um caso paradigmático; foi o clube que mais beneficiou em termos monetários com a sua assídua presença na LC; mas mesmo assim não desceu o seu endividamento e passivo para valores exequíveis com uma boa gestão profissional.
“Com as dividas já acumuladas pelas principais instituições do futebol português… é acabar com a competitividade desses mesmos clubes contra os rivais europeus”
O mesmo acontece a nível interno: actualmente e com os resultados financeiros que se conhecem temos o FCP e o SLB grandemente destacados em relação ao 3º SCB (que dos três é o que tem as contas mais equilibradas; mas com menos potencial de fazer receitas) e que já está a anos-luz dos outros concorrentes.
1) Aposta séria e inequívoca na formação.
É inevitável estou de acordo… mas
“O fim da co-propriedade vai impedir que o clube mergulhe em mercados estrangeiros com a mesma regularidade”
Também estou de acordo; mas os preços pedidos também iram descer tendo em conta que vai haver menos oferta.
“Não se enganem. Muitas vezes a co-propriedade não é uma eleição nossa mas uma exigência de quem vende”
Se acabar a co-propriedade; Há outras formas legais de os co-proprietários fazerem valer os seus direitos.
“Os empresários e fundos compram jogadores para sacarem lucro e quanto mais tempo detenham parte do passe, melhor”
Bem aqui prevalece as regras normais de quem investe; se correr bem é lucro se correr mal é prejuízo; ou seja; os riscos são partilhados normalmente por ambas as partes. E tudo depende se é um FALCAO ou um PREDIGER por ex.
“Caso este cenário acabe, o preço dos jogadores subirá porque a margem de lucro, forçosamente, será menor. Um James, a 100%, custará bem mais do que custa a 70%, não tenham dúvidas”
Mas a sua venda também dará mais proventos a 100% do que a 70%; o que não pode haver é as obscenas comissões que normalmente são pagas pelo FCP na venda e na compra e na renegociação.
“Para evitar esta realidade há que captar jogadores cada vez mais novos e fazê-los parte do nosso sistema de formação, como já fazem o Arsenal e o Barcelona há uma década e que também é uma das ideias por detrás do 6+5 que Platini quer aplicar”
Aqui mais uma vez estou completamente de acordo; o problema é que esta realidade diminui em muito ou até acaba com as grandes negociatas dos empresários e dirigentes que ganham a vida com a constante transacção de jogadores pelos clubes.
@Anónimo
Não significa que exista menos oferta, muitos desses jogadores de qualidade irão para outros campeonatos que até agora compram a clubes como o FC Porto como clube-ponte! O que baixará é o preço dos jogadores de terceiro nível mas qualquer bom gestor, seja de que clube for, deveria desde já, com e sem co-propriedade, abster-se de entrar por aí.
O que não vai acabar são as comissões aos empresários. Só a sua posse de percentagem do passe. Parece que isto está a gerar muita confusão. O FCP continuará a pagar comissões por compra, venda e renegociação de contracto e talvez ainda mais para manter-se nas boas graças dos empresários que vão usar a influência para colocar os jogadores a 100%.
Um abraço
2) Comprar nacional
“O mercado português é o que é e um jogador na liga lusa vale sempre menos que um jogador das ligas sul-americanas ou europeias. É lei de mercado… Lima, quando estava no Belenenses, poderia ter sido do FC Porto por muito menos do que se pagou por Jackson… quando não exista tanto dinheiro disponível para jogar com os passes, será nesses jogadores que nos temos de focar”
Completamente de acordo; mas não é uma lei de mercado é a uma lei que impera em Portugal e no FCP porque os “abutres” internos e externos aos clubes ganham muito mais em comissões etc… quando compram um Jackson por 9M do que um Lima por 4M; ou por exemplo quando fazem negócios tipo A.Pereira, que é titular absoluto como DE e é vendido por 10M, o que origina comissões etc a pagar aos “abutres” e ao mesmo tempo compra-se pelo mesmo preço um outro DE Alex Sandro e paga-se mais 3M em comissões etc… Em conclusão se o FCP mantivesse o mesmo DE estava tão bem servido como está hoje; mas desta forma foram cerca de 6M para bolsos alheios ao FCP.
3) Fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão
“Uma ideia que esteve perto de se tornar real este Verão e que continua a ser fundamental para garantir que os clubes não possuem planteis de 50 jogadores para depois usá-los para manobras políticas de bastidores e garantem que esses jogadores permanecem nos clubes de origem”
E que deve entrar o mais depressa possível em vigor; mesmo sabendo que a entrada das equipas B veio atenuar um pouco esta ANTI-DESPORTIVA realidade; pois pode-se ser preso por ter cão como por não ter. E dá sempre azo a desconfianças quando as coisas correm mal para o clube que emprestou e para o atleta emprestado e quando digo correr mal, referi-me por ex o dito atleta provocar uma grande penalidade a despropósito a favor do clube de origem; já para não falar nos vencimentos que muitas das vezes são pagos pelos clubes de origem na sua totalidade ou em parte ou nas lesões de última hora quando o jogo é contra o clube proprietário do passe do atleta etc…
4) Criar um lobby dentro da ECA.
“Portugal não é o único país afectado por esta realidade. A co-propriedade envolve clubes sul-americanos mas também clubes do sul da Europa, de Espanha à Turquia, da Grécia a Itália passando por ligas como a romena, sérvia ou croata. É a realidade de uma Europa a duas velocidades”
A Europa a duas ou até mais velocidades; infelizmente é já hoje uma realidade na social e económica dos diferentes países que a constituem e que transvaza também para o mundo do futebol.
“O FC Porto, um clube com um peso institucional na Europa incomparável em relação aos outros clubes portugueses, deveria procurar dentro da ECA - European Club Association - construir pontes que exijam da FIFA e da UEFA outras medidas que, aplicadas ao mesmo tempo que o fim da co-propriedade, defendam a competitividade de clubes como o nosso. Medidas que podem ser, por exemplo”
O peso do FC Porto é uma realidade; mas sem apoio e esforços unificados por parte dos outros grandes clubes portugueses esse peso só por si não chega e mesmo o esforço de todos tem que ser apoiado pela LIGA e FPF para ter peso crítico.
- A aplicação definitiva do 6+5.
“A UEFA tem encontrado problemas com a União Europeia porque estes entendem que não se podem restringir a cidadãos europeus a actuação em clubes dentro da UE. Mas o que podem é exigir que exista um máximo de 5 jogadores não-europeus no onze titular. Isso permitira que o mercado sul-americano e africano não seja exclusivo de uns poucos e se mantenha uma via livre para clubes como o FCP.”
Bem; eu aqui também estou de acordo; mas acho muito difícil aplicar esta regra dentro das actuais leis gerais e de trabalho da união europeia. É que um cidadão seja ele Brasileiro ou Africano por exemplo e quando tem permissão de trabalho para um país europeu que por ex faça parte do espaço Shengen; pode circular livremente por esse espaço não só como cidadão como trabalhador; logo como a lei do trabalho europeia não pode cortar direitos aos trabalhadores sejam estes europeus ou não; logo não os pode limitar de poderem ser ou não efectivos nos seus clubes e lá vai a lei dos 6+5 pelo cano abaixo.
Sem esquecer que o grande fornecedor de mão-de-obra barata e de qualidade do futebol português e transversal a todos os clubes e escalões e hoje em dia até nos escalões mais novos; são precisamente os jogadores Brasileiros em 1º lugar pelo factor dupla nacionalidade e africanos.
- Acabar com o Marketpool da Champions League e repartir os valores pelas ligas mais prejudicadas.
“Actualmente há clubes de Inglaterra e Espanha que, eliminados na fase de grupos, acabam por ganhar quase tanto dinheiro com a Champions como se o FC Porto fosse campeão. Sem o Marketpool ou, pelo menos, desenhado noutros moldes, e esse dinheiro redistribuído os clubes poderiam encontrar um importante balão de oxigénio numa fase de transição. A medida não seria definitiva mas sim um mecanismo de solidariedade.”
Uma realidade tanto ao nível da LC como a nível interno; goste-se ou não, é essa mesma ideia que foi posta em prática pela a actual direcção da liga ao lançar uma “guerra” a Joaquim Oliveira com o fim de retirar o monopólio á Olivedesportos tendo em vista a centralização da renegociação dos direitos de transmissão televisiva na própria Liga; para melhor repartir e o mais equitativamente possível pelos diversos clubes; principalmente os mais pequenos.
Mas como esta é uma medida que não agrada pelos motivos óbvios aos grandes de Portugal, até porque a maioria dos consumidores que geram a receita final são efectivamente simpatizantes desses clubes; o mesmo acontece ao nível da UEFA.
- Obrigatoriedade da UEFA em passar de 5 para 10 os jogadores de formação nacional no plantel europeu
Esta é para mim uma das medidas que mais facilmente poderia ser implementada e de maior probabilidade de sucesso tendo em conta a realidade das actuais leis europeias. Eu pessoalmente até defenderia uma cota de 50%.
Antes de mais nada uma correção a algo varias vezes aqui repetido: as vagas reservadas a jogadores formados no pais nas comp europeias não são 5, mas sim 6 (dos quais 3 no próprio clube).
Quanto à ilegalidade da proposta, isso é um disparate: na UE só temos livre circulação de oriundos da UE, não de qq parte do mundo.
@Anónimo,
Estou totalmente de acordo, a co-propriedade foi um capote para tapar da tempestade a que muitos clubes com péssimos erros de gestão se agarraram. Mas também é a consequência de querer manter-se competitivo num mundo onde as diferenças são cada vez mais gritantes.
O futebol europeu pode seguir dois rumos: ou o do futebol de elite, dos milionários, fechado, afastado definitivamente das origens e coisa de uns poucos, um modelo de projecção mundial, tipo NBA, mas sem impacto local ou regional ou um modelo similar ao actual mas regido de forma a ser sustentável na melhor medida possível.
Acabar com a co-propriedade sem as restantes medidas - ou outras melhores que alguém seguramente terá - é caminhar para o primeiro cenário.
um abraço
@Anónimo,
Sem dúvida, que ninguém se engane que essa é a verdade absoluta de mercado.
Reparem, o FC Porto nunca foi um clube de cantera como pensamos mas um clube com um óptimo olho para o mercado interno. Foi daí que vieram os Jaime Pacheco, Sousa, Drulovic, Artur, Zahovic, Deco, Capucho, Bosingwa, Pepe, Meireles, Moutinho, Helton e tantos mais que me escapam agora. Por valores, salvo o caso de Moutinho, que os equivalentes internacionais triplicariam em muitos dos casos.
Que o FCP faça óptimos negócios lá fora, como foi o de Jackson, não invalida que esteja muito mais atento ao mercado interno e não apenas por provocação política (como aconteceu com Djalma-Kleber e o Maritimo). O Alex Sandro custou uma barbaridade porque veio de fora enquanto que o Coentrão ou o Ruben, no mercado interno, teriam custado muito menos.
Não se acerta sempre, mas deve haver uma política com um plano de fundo bem definido e o actual acaba por pagar factura!
@Anónimo,
Como escrevi aqui no Verão, totalmente de acordo!
@Anónimo,
Sem dúvida, e tal como no plano político, se a segunda (ou terceira) Europa, não se une, o desfecho será igual!
@Anónimo,
Exactamente, e nesse capitulo, os clubes grandes uniram-se para o que lhes interessa: acabar com o fim dos empréstimos, não sentar-se a negociar um contrato colectivo e isso quer dizer que apesar de ser politicamente incorrecto para os adeptos, como acontece em Espanha, quando lhes doi no bolso e nos planos politicos, são capazes de se unir.
Eu já vi o presidente da FPF e da liga manifestarem-se contra esta realidade publicamente. Quero ver agora os clubes!
“Com estas medidas - ou metade delas pelo menos - teríamos um clube mais sustentável, mais financeiramente saudável, mais preparado para os desafios do futuro e igual de competitivo.”
Aqui estou em desacordo; porque mesmo sem estas leis o clube poderia estar mais e melhor em termos económicos e financeiros e logo muito mais sustentável e isso só não acontece não porque as leis existentes não o permitiam, mas sim por uma gritante má gestão por parte das sucessivas administrações; umas piores que as outras; mas todas a insistirem no mesmo erro de empurrar com a barriga para a frente os vários deficits de execução orçamental. Se exceptuarmos os sucessos desportivos e se nos fixarmos simplesmente no balanço da gestão da FCP SAD… ela é de bradar aos céus.
Por exemplo para mim é escandaloso que a administração ganhe prémios de desempenho por mérito desportivos e não por méritos de sucesso económico-financeiro. Mesmo que enterre o presente e futuro da FCP SAD com gastos que permitam o sucesso desportivo.
O que se analisarmos bem pode permitir por ABSURDO que uma administração por exemplo numa época “alugue” a equipa toda do Barcelona mais o CR7 por umas centenas de milhões como seria de esperar e que ficasse a seu cargo mais os vencimentos dos jogadores “alugados”, o que seria mais umas centenas de milhões de custos… ou seja… muitos milhões de prejuízo se nos confinássemos ás habituais receitas da Liga Portuguesa; Taça de Portugal; Taça da Liga e Liga dos Campeões e mesmo que fossemos 100% vitoriosos. A seguir era fechar portas para falência, mas sem nos esquecer de pagar os chorudos prémios á administração pelo estrondoso mas ruinoso sucesso desportivo entretanto alcançado.
“É um processo longo, complexo e que acabaria com algumas das políticas de favores em que directivos da SAD têm sido tristemente protagonistas, com um certo compadrio com agentes, fundos e personagens externos à realidade do clube. Não existem gestões perfeitas nem clubes perfeitos mas encontrar um rumo auto-sustentável, com olhos para o depois de amanhã, seria uma jogada importante por parte da directiva e um sinal de que no Dragão há quem consiga ver para lá do imediato.”
É precisamente este parágrafo que me faz recear o futuro do FCP; porque há mais de 30 anos que não conhecemos se não uma realidade do FCP; que é o FC PORTO de PINTO DA COSTA. E como será quando PdaC deixar a presidência; pois o homem não é eterno e não está a andar para novo.
Para mim esta falta de alternativa e de visão para um futuro cada vez mais próximo é já actualmente um problema que mais tarde só tende agrava-se. Que é sequencia da falta desde há décadas de uma oposição mesmo que construtiva ao poder instalado; pois esta teria sido benéfica e obrigaria a haver uma maior transparência da direcção para com os sócios sobre tudo o que se passa no FCP.
Por exemplo na minha opinião já deveria ter sido realizada uma auditoria externa que englobasse todo o UNIVERSO FCP e não só a SAD e o CLUBE de forma independente.
E já agora; saber quem é que está por detrás da imensidade de empresas e contas bancárias que estão sediadas em paraísos fiscais e que são a maior parte das entidades beneficiadas com as transacções de jogadores para dentro e fora do FC Porto e respectivas comissões? Acho que ajudaria a esclarecer e muito tudo o que escrito por si.
@José,
Tens razão, são 6, vou corrigir o erro!
Do Anónimo para o Miguel
“Estou totalmente de acordo, a co-propriedade foi um capote para tapar da tempestade a que muitos clubes com péssimos erros de gestão se agarraram. Mas também é a consequência de querer manter-se competitivo num mundo onde as diferenças são cada vez mais gritantes.”
Completamente de acordo.
“O futebol europeu pode seguir dois rumos: ou o do futebol de elite, dos milionários, fechado, afastado definitivamente das origens e coisa de uns poucos, um modelo de projecção mundial, tipo NBA, mas sem impacto local ou regional ou um modelo similar ao actual mas regido de forma a ser sustentável na melhor medida possível.”
Mais uma vez concordo em absoluto; eu pessoalmente sou fã desportivamente e do modelo de gestão utilizado na NBA. Que utiliza melhor que ninguém, um quadro de competitividade quer desportivo quer financeiro que permite adquirir os melhores para jogarem com os melhores e proporcionarem a todos aquilo que as pessoas querem ver e pagam bem para isso… GRANDES ESPECTACULOS. Mas também tem em conta a dimensão do mercado onde as equipas estão inseridas; por exemplo uma cidade da dimensão de LA que tem quase tanta população como Portugal; tem duas equipas. Em Portugal temos um quadro competitivo completamente desequilibrado e desadequado há dimensão do mercado; o mesmo acontece ao nível da maior parte das ligas europeias salvando as devidas diferenças.
Acabar com a co-propriedade sem as restantes medidas - ou outras melhores que alguém seguramente terá - é caminhar para o primeiro cenário.
Sem dúvida.
Abraço
Eu concordo com as propostas, com a excepcao de duas:
1) dividir o marketpool de forma igual por todos. Era bom era mas isso e' totalmente utopico (e nem me pareca q tenhamos um bom argumento para tal).
2) obrigar as ligas nacionais a negociacoes colectivas dos direitos de TV.
Antes de mais nada, desculpem la' mas isso e' meter o bedelho onde nao devem... uma medida demasiado "comunista" para o meu gosto. Nao cabe 'a UEFA andar a impor aos seus paises membros um "equilibrio" nacional. Nas competicoes europeias va' q nao va', nos campeonatos nacionais, NAO.
Em segundo lugar isso so' iria enfraquecer a competitividade europeia dos melhores clubes dos paises perifericos (como o FCP).
Ah, ja' agora sou contra q se acabe com os emprestimos entre clubes da mesma divisao (e ja' agora, essa medida nao tem absolutamente nada a ver com a questao da co-propriedade, nao vejo porque entrou no "pacote" deste artigo).
Ca' eu acho q nem 8, nem 80. Ou seja: sou a favor q se imponha um limite de jogadores emprestados a uma dada equipa, precisamente de forma a evitar q se entre por "equipas satelites" ou situacoes caricatas (como o Leiria - slb de ha' uns meses).
Um max de 2 jogadores/equipa parece-me um bom numero. Zero e' que ja' nao vejo razao para tal.
Do Anónimo para o Miguel
Sem deixar de estar de acordo com as suas observações, o que eu quis dizer é que ao acabar a tal co-propriedade; vai originar que muito do dinheiro que circula no mercado futebol com origem em investidores de risco, mas que apostam na alta rentabilidade das operações bem sucedidas, vão acabar por sair do mercado futebol; o que leva haver menos dinheiro no mercado, logo o preço em geral baixa de certeza. È verdade que determinados jogadores ainda se tornam mais acessíveis aos cofres dos clubes mais ricos; mas penso que estes vão continuar em geral a utilizar clubes “Ponte” como o FCP pois o risco de insucesso é muito menor.
Dou como exemplo o caso de Falcao; este foi um jogador que o FCP comprou por cerca de 6,5M por 75% do passe salvo erro; um valor de pouco significado para os vários tubarões europeus que já na altura o tinham debaixo de olho; mas eles próprios não avançaram porque achavam que ele teria que crescer e confirmar o seu valor num quadro mais competitivo. Ou seja, geralmente os grandes clubes querem e podem investir nos melhores jogadores, mas com créditos já firmados.
Quanto ao 2º paragrafo; completamente de acordo; agora o que acontece é que por exemplo num quadro sem co-propriedade como o de agora; um jogador como Danilo nunca custaria o que custou ao FCP e muito menos seria exequível pagar 8M em comissões aos empresários como foram pagos... digo eu se calhar na minha ingenuidade.
Um abraço
Miguel,
Não tenho nada acrescentar; está tudo dito.
Abraço
Miguel;
Ha ha ha
Não sabia porque só mais recentemente é que tive conhecimento do blogue.
Mas lá está continuamos a estar em sintonia de ideias a quanto este assunto diz respeito.
Miguel;
É que o mercado futebol é só um sub mercado dentro do mercado global europeu e todo ele está dependente e inter-relacionado com as polticas europeias
Miguel,
Infelizmente nesse caso nós portugueses ainda temos muito que aprender com os espanhois.
De acordo!
Anónimo,
Falcao, a 100%, custaria provavelmente 12 milhões. Os grandes da Europa poderiam não arriscar, mas se não houver clubes pontes, alguns deles vão acabar por fazê-lo ou então o destino será, progressivamente, para a Europa de Leste com passa com o Brasil e a relação com a Ucrânia.
Caro José Rodrigues; não sou jurista, mas pelos exemplos de estrangeiros que eu conheci e que vieram trabalhar cá para Portugal; mas que depois sempre transitaram sem qualquer tipo de constrição pelo espaço Shengen uns como simples turistas e alguns foram trabalhar para outros países do espaço Shengen… só se estavam ilegais e eu não sabia!!! Sinceramente não sei.
Anónimo,
O caso espanhol é igual ou pior, os valores são muito mais altos e Barcelona e Madrid têm bloqueada qualquer alteração que permita aproximar o contrato televisivo ao formato inglês!
Nao me parece q seja bem assim. Ja' agora, nunca percebi qual e' o problema ao certo da UEFA com por ex uma quota para jogadores estrangeiros (MESMO q sejam da UE) na equipa titular.
E' q nao vejo como isso colida com o "direito ao trabalho", se houvesse essa quota mas nao houvesse nenhuma para fazer parte do plantel. "Direito ao trabalho" para um jogador de futebol e' poder ser contratado pelo clube e ter um salario, nao e' a garantia de poder ser titular.
De qq forma isso e' facilmente ultrapassavel como demonstrado substituindo "6 da UE + 5 de fora" por "6 formados no pais + 5 formados no estrangeiro", em cujo caso nao ha' qualquer descriminacao baseada na nacionalidade.
Mais: eles ate' têm espaco para apertar a definicao de "formado no pais", se assim o quiserem (baixando por ex a fasquia dos 21 anos para os 18, ou aumentando o nr de anos inscrito no pais ate' aos 21 anos de 3 para 6, por exemplo, o q ia dar ao mesmo).
@Zé,
É utópico, sim, mas uma medida que poderia funcionar como mecanismo de solidariedade de forma temporal, da mesma forma que a Premier tem um fundo disponível para as equipas despromovidas. Mas sim, reconheço que seja utópico.
Quanto à negociação dos contratos televisivos, se a UEFA se mete em tudo o que tem a ver com o futebol nacional, que utilize linhas gerais para os direitos televisivos não me surpreende. Não quero dizer que dicte os valores, mas sim as linhas.
Em relação aos empréstimos, entra nas linhas de gestão de futuro do clube, o final dos empréstimos, do qual sou totalmente a favor, não só obrigaria o clube a ter menos jogadores no plantel como acabaria com a concorrência desleal entre as restantes equipas.
um abraço
@Anónimo,
Não digo que a situação actual do clube, e do futebol português em geral, se deva a esta realidade. Há muitos pecados passados e presentes bem diferentes.
O que defendo é que estas medidas podem ser uma porta de saída para melhorar as práticas financeiras e direccionar o caminho para uma existência mais sustentável!
um abraço
Miguel,
Eu quando disse em aprender foi na parte que diz respeito de se unirem quando tem uma causa comum, mesmo que estejam no resto divididos.
E eu conheço muito bem a realidade social e politica espanhola.
Quanto ao RM e ao Barça eu sei que é assim.
JR,
Como já afirmei não sou jurista; mas conheço umas coisitas.
Por isso é que o direito do trabalho defende por exemplo que dois trabalhadores com a mesma categoria profissional, quando são contratados para uma determinada empresa para executar uma mesma função tem que ter deveres, direitos e oportunidades iguais... se não há descriminação.
Logo não pode haver descriminação seja ela qual for só porque a nacionalidade não é a europeia.
Por ex nas provas da UEFA a cota dos jogadores é uma cota para jogadores formados localmente e não tem nada haver com a nacionalidade... eles até podem ser todos estrangeiros... mas formados localmente. É o caso de Messi no Barcelona
"Por ex nas provas da UEFA a cota dos jogadores é uma cota para jogadores formados localmente e não tem nada haver com a nacionalidade..."
Eu sei isso muito bem: por isso mesmo e' q escrevi o q escrevi no comentario anterior, e' so' reler ;-)
"Por isso é que o direito do trabalho defende por exemplo que dois trabalhadores com a mesma categoria profissional, quando são contratados para uma determinada empresa para executar uma mesma função tem que ter deveres, direitos e oportunidades iguais... se não há descriminação."
Se houvesse quotas na equipa titular, o estrangeiro tinha possibilidade na mesma de ser titular, nao tinha qq descriminacao contra a sua pessoa. Tinha e' q a ganhar 'a custa de outro estrangeiro...
Expliquem-me direitinho em q medida e' q isso e' diferente do caso seguinte: em cada vez mais empresas na UE (e governos, ja' agora) temos uma quota minima de mulheres no conselho de administracao.
Ora uma quota minima para as mulheres e' automaticamente equivalente a dizer q ha' uma quota maxima para os homens... se eu la' quiser entao chegar, tera' q ser em detrimento de outro homem, tal & qual como no exemplo q dei acima. Onde esta' a diferenca?
Para mim esta falta de alternativa e de visão para um futuro cada vez mais próximo é já actualmente um problema que mais tarde só tende agrava-se. Que é sequencia da falta desde há décadas de uma oposição mesmo que construtiva ao poder instalado; pois esta teria sido benéfica e obrigaria a haver uma maior transparência da direcção para com os sócios sobre tudo o que se passa no FCP.
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Isso é uma teoria da treta.
É só olhar para o Sporting, democracia não tem faltado.
Eo benfica já andou pelo mesmo caminho e viu-se os resultados.Melhorou com regime presidencialista.
O Miguel escreveu um excelente guião, mas já constatamos que o mais difícil é passar do papel para a acção e obter os resultados programados. O caminho é estreito e um projecto desportivo sustentável, atira-nos muito provavelmente para a segunda divisão do futebol europeu.
Houve desperdício, crédito fácil e esquecemos a frugalidade. Os êxitos desportivos cimentaram o projecto, as vendas camuflaram os buracos. O ciclo desportivo mantem-se em alta, apesar de esgotar os capitais próprios. O FCP continua ganhar cá dentro e lá fora. Houve gritaria de protesto por não passarmos aos oitavos na CL da época passada. Neste jogo com o SCB, li um comentário neste blog que considerava que o FCP tinha feito 15 minutos de bom nível e o resto tinha sido péssimo. Com este nível de exigência, bem carecemos de altos níveis de investimento para agradar à plateia do Dragão. E, ainda assim, nem sempre acontece o sucesso, como muitos exemplos demonstram. A formação não será capaz de alimentar a máquina, a médio prazo.
O SCP teve desde José Roquete (o pai do novo SCP) pessoas de linhagem e saber, com uma administração da SAD “independente” do clube, uma academia afamada, e onde está o SCP, neste momento? Uma desgraça e uma desgraça nunca vem só.
O FCP tem uma excelente formação e não consigo diagnosticar porque não se consegue promover ao principal escalão mais miúdos vindos das camadas jovens. Temos tudo : estruturas, scouting e técnicos. Está no papel, enquanto plano e tem sido realizado. Das escolas Dragon Force espalhadas por esse país fora, pode ser que se venha a recolher boa colheita depois desta sementeira, mas vamos ter que esperar. Não há milagres. Não há muitas opções : ou tentámos ajustar o actual modelo de gestão de forma a manter uma equipa competente num quadro de um maior equilíbrio orçamental ou então teremos de aprender a empobrecer, se calhar no mesmo grau que está a acontecer ao país. Se calhar, uma inevitabilidade.
Leio muitos comentários críticos sobre a gestão da SAD. Opinião é opinião e é sempre respeitável quando é bem feita e bem intencionada. Porém, não devia dispensar a presença dos adeptos e sócios, se accionistas, nas Assembleias Gerais para comentar, dialogar, perguntar, criticar e votar. Dá um trabalho do carago e ninguém aparece. A “luta” fica-se à distância do clique no computador. É pouco, muito pouco. O FCP merecia mais e melhor.
D. Pedrp;
Não é uma teoria é uma evidencia e isto sem contestar os mais de 30 anos de presidência de Pinto da Costa. Ele está lá porque os sócios votaram nele. o que eu acho é que a partir de determinado momento deixou de haver oposição ou critica construtiva no mínimo a qualquer tipo de decisão ou estratégia seguida e isso na minha opinião não
é bom nem positivo em nenhuma organização. E a melhor prova do que eu afirmo é a actual situação económica e financeira do FCP clube e SAD e a falta de um candidato credível para num futuro próximo substituir Pinto da Costa.
Dou-lhe um ex a nível político; como se sabe Cavaco esteve para o PSD como PdaC está para o FCP (ainda mais) a sua liderança secou a oposição de tal forma que a partir da sua saída do PSD; este entrou num processo de guerra interna que ainda hoje existe e está longe de ser resolvida.
Quanto ao SCP; onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. Mas nunca deixaram de ter mais que um candidato a eleições.
Quanto ao SLB, o mesmo se aplica e durante a vigência LFV este mesmo arrasando nas urnas tem tido sempre oposição.
É que para mim a unanimidade não é sinónimo de união e normalmente esta mais cedo ou mais tarde trás problemas
Abraço
Bem, antes de mais nada convem nao misturar alhos com bogalhos: a existencia ou ausencia de oposicao nao tem nada a ver com o sistema de gestao (muito ou pouco presidencialista). Como se tem visto no slb, por exemplo, um sistema presidencialista mas com oposicao.
De resto concordo q a unanimidade e' inimiga da perfeicao, porque fomenta a complacencia e "vicios" e leva tambem a q no momento de discordia (q chegara' mais cedo ou mais tarde) haja mais caos, por falta de habito de discussao e confronto de ideias.
Mas mais do q a existencia ou nao de "oposicao" o mais importante para mim e' q haja um espirito critico e dialogo, de forma constante, dos adeptos em geral. Isso faz-se como diz o M Faria atraves da participacao em AGs em 1o lugar (q tem sido uma miseria) nao para "votar contra" mas principalmente para colocar questoes e partilhar observacoes, e tb no dia a dia de todos: em conversas de cafe', em foruns na net, em blogs, etc.
Discordo completamente da questão dos empréstimos e não percebo nenhum dos argumentos elencados. Basta pegar nas visitas do Wilson Eduardo a Alvalade para o 1° cair por terra. Nunca vi um único caso de um jogador ou equipa que facilitasse contra o detentor do passe. Que os atrasadinhos do Carnide usem isso como desculpa, até percebo, naquela óptica imbecil do mundo contra eles. Agora nós..?
Também não percebo onde está a distorção na concorrência, qualquer clube se pode candidatar a receber um jogador emprestado. Se apresentar melhores argumentos, garante o empréstimo por mérito próprio. Se um clube tem melhores relações institucionais com qualquer outro, está no seu direito, provavelmente é sinal de uma política de empréstimos com sucesso.
Por último, os planteis de 50 jogadores vão ser corrigidos por impossibilidade de tesouraria que os sustente, não precisam de legislação adjacente. Mas estou curioso por saber porque carga de água os planteis de 50 jogadores servem ter uma equipa B mas já são incomportáveis quando é para ter meia dúzia de putos emprestados.
Para mim os empréstimos na Liga têm sido a melhor forma de corrigir o desfasamento competitivo (orçamental, estrutural e por aí fora) entre 3 grandes e resto da malta. Cumprem o seu propósito para o clube que os empresta e para o que os recebe emprestados, é win-win e ninguém está vedado a nenhuma das possibilidades. Portanto não estou a perceber o celeuma..
José Rodrigues28 de Novembro de 2012 08:14
Mas mais do q a existencia ou nao de "oposicao" o mais importante para mim e' q haja um espirito critico e dialogo, de forma constante, dos adeptos em geral. Isso faz-se como diz o M Faria atraves da participacao em AGs em 1o lugar (q tem sido uma miseria) nao para "votar contra" mas principalmente para colocar questoes e partilhar observacoes, e tb no dia a dia de todos: em conversas de cafe', em foruns na net, em blogs, etc.
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Certo.
E gostei da apreciação igualmente do Mario Faria.
Como dizia um velhinho militante de um clube do Norte com muitos adeptos, muitas vezes os "piores inimigos" estão dentro dos clubes e referia-se às "oposições" dizia "ele" :vale tudo com frequencia.
É evidente que existem sempre criticas pertinentes.
E a gestão PC dos ultimos trinta anos foi semmpre mais forte na area desportiva que na gestão economico/financeira, pese embora PC tenha recebido o clube emfalencia tecnica.
Agora o FCP seguiu sobretudo nos ultimos anos uma politica "EXPANSIONISTA" que visava criar "MASA CRITICA" que atenuasse as nossas "debilidades" relativamente à "2ªCircular" , cs e centralismo.
E isso tem tido custos economico/financeiros.
Mas o clube tem crescido nos mais diversos parametros FORMIDAVELMENTE.
Ainda esta semana tem cá estado a imprensa FrANCESA, Coreana e Japonesa para se inteirar como trabalha o FCP pois é um "case study".
@João,
Achar que jogadores que se lesionam dias antes de jogar contra a sua equipa, que vêm a sua exibição questionada joguem bem e joguem mal é normal, é uma opinião mui sui generis, mas respeitável.
Agora não me seja inocente e acredite que todas as equipas se podem candidatar a receber um jogador emprestado. Os empréstimos são laços políticos que traçam os clubes com outras instituições e que depois se trocam por apoios em reuniões da LPF ou em questões mais internas e não creio que isso seja positivo para qualquer competição.
Quanto ao último ponto, basta dizer que um jogador que actue na equipa B pode ser chamado em qualquer momento para jogar com a A. Um emprestado nem por isso. É uma diferença significativa não acha?
Mário,
Totalmente de acordo!
Do Anónimo de 27 de Novembro de 2012 19:23
Mário Faria;
“O caminho é estreito e um projecto desportivo sustentável, atira-nos muito provavelmente para a segunda divisão do futebol europeu”
Estou de acordo; mas mais vale a 2ª divisão do futebol europeu de que ter um projecto desportivo insustentável e como sequencia a falência e a extinção do FCP
“Houve desperdício, crédito fácil… Os êxitos desportivos cimentaram o projecto, as vendas camuflaram os buracos… apesar de esgotar os capitais próprios. O FCP continua ganhar cá dentro e lá fora”
É este o exemplo típico de um projecto insustentável a médio, longo prazo. É o exemplo típico da realidade actual da economia portuguesa; viveu-se durante uns largos anos acima das possibilidades; eram obras e mais obras; o povo todo contente com as suas casas novas, as férias nas Caraíbas e a troca de automóvel de dois em dois anos e hoje é o que se vê. Falidos de mão estendida e no espaço de um ano retorcemos dez e ainda não acabou o ajustamento… Não é isto que eu quero para o futuro do FCP; mas para lá caminhamos.
“Houve gritaria de protesto por não passarmos aos oitavos na CL da época passada”
Da minha parte houve; mas pela simples razão que éramos a equipa mais forte do grupo e das mais caras. No mínimo essa tinha sido a obrigação. Só o vencimento do Hulk dava para pagar a equipa toda do Chipre. E claro foi feito um investimento enorme e insustentável para os resultados obtidos; o que nos fez perder a hipótese de realizar mais receita.
“Neste jogo com o SCB, li um comentário neste blog que considerava que o FCP tinha feito 15 minutos de bom nível e o resto tinha sido péssimo.”
Também estive de acordo com esse comentário; mais uma vez pela razão que o Mário aponta:
“Com este nível de exigência, bem carecemos de altos níveis de investimento para agradar à plateia do Dragão.”
É que esta equipa já custa uma obscenidade de dinheiro para aquilo que realmente produz e principalmente tendo em conta os adversários que na grande maior parte da época enfrentamos. Só o orçamento do SCB para toda uma época é menor que o que custou o craque Danilo ao FCP. Os altos níveis de investimento já foram feitos a equipa é que não corresponde da melhor forma ao investimento feito.
Do Anónimo de 27 de Novembro de 2012 19:23
“O FCP tem uma excelente formação e não consigo diagnosticar porque não se consegue promover ao principal escalão mais miúdos vindos das camadas jovens.”
Infelizmente por uma razão já aqui apontada. A promoção de jogadores oriundos da formação do FCP vai dificultar e muito as já habituais compras e vendas e recompras de jogadores por parte do FCP e intermediadas pelos os também e já habituais “abutres” a entidades sediadas de preferência em paraísos fiscais e que dão muitos milhões a ganhar em comissões a esses “abutres” á conta do FCP.
“Não há milagres. Não há muitas opções: ou tentámos ajustar o actual modelo de gestão de forma a manter uma equipa competente num quadro de um maior equilíbrio orçamental ou então teremos de aprender a empobrecer, se calhar no mesmo grau que está a acontecer ao país”
Infelizmente penso que é uma inevitabilidade dentro do actual contexto social e económico em que Portugal se encontra, até porque a actual divida e passivo do FCP a isso vai obrigar nos próximos anos. Até porque a maioria das receitas futuras como as dos direitos de TV, há muito que já foram gastas durante a gestão presente.
“Porém, não devia dispensar a presença dos adeptos e sócios, se accionistas, nas Assembleias Gerais para comentar, dialogar, perguntar, criticar e votar. Dá um trabalho do carago e ninguém aparece. A “luta” fica-se à distância do clique no computador. É pouco, muito pouco. O FCP merecia mais e melhor”
Completamente de acordo; mas há pelo menos uma década atrás ainda me lembro uns poucos de sócios que marcavam presença nas AG do clube dentro do espírito construtivo que o Mário aponta e logo eram criticados e tratados como se escória se trata-se; já para não falar das “pressões” que alguns deles muitas vezes eram alvo após as ditas AG pelos mesmos elementos que da mesma forma “pressionaram” até profissionais do clube e tudo com o beneplácito da direcção. E assim até a tal oposição construtiva e saudável desapareceu.
Sem dúvida que o FCP e os Portistas mereciam nesse caso bem melhor.
Abraço.
Para quem não tem acesso ao Porto Canal, fica o link para ver online:
http://tvfree4.me/porto-canal-emissao-online
Anónimo27 de Novembro de 2012 19:23
João,
Não poderia estar mais em desacordo consigo em relação a este assunto. Onde me revejo na totalidade na resposta que o Miguel Lourenço Pereira lhe colocou sobre este assunto.
Aproveitando só para acrescentar que uma equipa B de determinado clube, nunca pode defrontar a equipa mãe, por estar impossibilitada de competir na mesma competição profissional em que esta está inserida. Mas também os seus mais directos adversários.
Logo está posta de parte muita da suspeição que se levanta quando a empréstimos se trata; até porque normalmente não é um empréstimo ou outro a determinada equipa que normalmente levanta essas suspeições; mas sim haver equipas que muitas das vezes quase que se tornam uma equipa B da que empresta; não só pela quantidade de jogadores emprestados; mas acima de tudo pelo número de jogadores nucleares que fazem parte da equipa principal.
Recordo o caso por exemplo da época passada a equipa do U. Leiria em grande parte ser fornecida quer em quantidade quer qualidade pelo SLB e o mesmo aconteceu entre o FCP e o Olhanense há duas épocas atrás.
“Mas estou curioso por saber porque carga de água os planteis de 50 jogadores servem ter uma equipa B mas já são incomportáveis quando é para ter meia dúzia de putos emprestados”
Sem dúvidas que há diferenças; a 1ª é que a maioria dos jogadores que são emprestados e pesam na despesa dos clubes e bem; são normalmente os CRAQUES comprados e pagos a peso de ouro que por uma ou outra razão acabam por não ter lugar na equipa principal e não os tais “putos” porque esses normalmente não “pesam” a nível de vencimentos e outras contra-partidas. Agora se a maioria desses CRAQUES estiverem na equipa B do FCP; logo são uma mais valia em termos económicos; pois mais adeptos vão aos jogos como os querem ver na TV e isso sem dúvida é uma grande ajuda a diluir ou até a pagar os ditos investimentos. Em conclusão são activos que estão ao serviço do clube quer desportivamente, quer economicamente.
Abraço.
Concordo totalmente com o João e digo mais, não vale a pena estar a chover no molhado.
O 5LB mal os protestos foram chumbados vendeu o Oblak ao Rio Ave com opção de recompra. Ou seja, estar aqui a armar-se em virgens ofendidas quando uma venda com opção de recompra vai dar exactamente ao mesmo que um empréstimo não tem a mínima lógica.
A não ser que se proíbam as vendas também...
Não há desportivamente nenhuma diferença entre um empréstimo e uma venda com opção de recompra.
Nos empréstimos se o jogador se mostrar volta ao clube de origem, caso não se mostre o clube dispensa-o por um valor reduzido. Na venda com opção de compra caso o jogador se mostre o clube recompra-o por um valor reduzido, caso não se mostre fica por lá, ou até é recomprado para vender por outro preço a outro clube, ou para fazer mais uma venda com opção de recompra para rodar mais um ano.
É pura perda de tempo estar a falar no fim dos empréstimos.
Anónimo28 de Novembro de 2012 16:33
D.PEDRO
Em democracia e para um democrata a oposição é sempre uma mais valia; pois é através dum combate de ideias divergentes que se constrói e se prepara um melhor presente e ainda um melhor futuro; claro que estar em oposição de uma forma responsável, não é estar do contra pelo contra, mas sim porque existe uma outra alternativa para se chegar ao mesmo ponto em discussão; ou a outro ainda melhor. E é muitas vezes da divergência de opinião que se encontra uma melhor solução e logo a convergência.
Abraço
Anónimo28 de Novembro de 2012 16:33
“… Pese embora PC tenha recebido o clube em falência técnica.”
D.PEDRO; quando diz que PC recebeu o clube em falência técnica está-se a referir a que período? Quando ganhou as eleições ao Dr. Américo de Sá? Se for esse o caso salvo erro em 1982; o Dr. Américo de Sá tinha acabado de construir um Pavilhão e a Piscina; Uma obra há muito sonhada por todos os portistas; mas durante anos nunca concretizada; o que originou passivo; mas passivo controlado e longe de qualquer tipo de falência.
Na verdade foi já com o nosso actual presidente no clube, que a divida se descontrolou e que já passada mais de uma década da saída do Dr. AS da presidência do clube é que o FCP entrou em falência técnica; o que veio depois originar que o FCP fosse um dos primeiros clubes a aproveitar o advento das SAD`s para tentar inverter a situação a que tínhamos chegado.
Infelizmente se formos analisar e comparar o património e passivo do Universo do FCP na altura que éramos só FCP; com o universo actual e já como FCP SAD; chegamos facilmente á conclusão que estamos bem piores do que estávamos.
A única coisa que os sócios do FCP podem ou não verdadeiramente questionar é se esta enorme “Cratera de descontrolo económico” que condiciona fortemente o presente e o futuro do FCP em termos de viabilidade, mas também de futuros sucessos desportivos e que está em plena actividade e que não se percebe muito bem como se conseguirá a sua extinção; valeu ou não a pena por estes 30 anos repletos de sucessos desportivos.
Abraço
Miguel, tentar legislar suspeições tem muito que se lhe diga. Eu suspeito que uma boa parte dos árbitros e fiscais da AF Lisboa e Setúbal apitam de cachecol. É uma suspeição legítima, vamos agora legislar para acabar com os árbitros portugueses no campeonato? Suspeito que metade dos stewards e polícias no estádios abonam no pessoal consoante a cor da claque que está à frente. Vamos acabar com a segurança nos estádios? Se há base para suspeita, criam-se mecanismos de controlo e supervisão, investiga-se se preciso for.
Agora estar a proibir uma determinada estratégia de gestão de plantel (principalmente quando esta pode simplesmente ser substituída por outra menos transparente ainda, como o DC mostrou) só porque pode gerar "suspeitas" sem qualquer tipo de fundamento para tal que não seja a cartilha de desculpabilização da incompetência lampiã, é um abuso.
PS: O Porto deve ter laços políticos até com a filarmónica de Vila Chã, à quantidade de clubes (rivais entre si incluídos) a que já emprestou jogadores nos últimos 10 anos.
DC
Entendo onde quer chegar com o seu raciocínio; mas essa situação já faz uma grande diferença, mesmo estando longe da ideal; é que os vencimentos ou parte deixam de ser pagos pelo clube de origem… supostamente. E o próprio jogador fica formalmente desvinculado. E possíveis “aldrabices” como lesões de última hora são mais difíceis de ser “contratualizadas”
Claro que como tudo na vida e principalmente em Portugal e ainda mais no futebol; haverá muitas formas legais para dar a volta pretendida; mas que dá mais trabalho dá e que trás mais transparência a tudo isto também é uma verdade.
Mas só esta frase faz toda a diferença "uma venda com opção de recompra" e como é que se garante que o clube vendedor vai exercer essa opção e se não a exercer não poderá desta forma a levar a prejudicar o jogador e o clube comprador?
É que este tipo de "empréstimo" já não tem as mesmas garantias, deveres e direitos para todas as partes envolvidas como um EMPRÉSTIMO mesmo.
Para reforçar a minha ideia; se o DC me emprestar a sua casa mesmo com determinadas condições acordadas legalmente; se entretanto houver uma quebra do compromisso assumido por uma das partes ou ambas... a casa é sempre sua perante um juiz... já com uma venda com uma opção de recompra; muito vai depender dos argumentos legais apresentados pelas partes para saber, quem é que fica com a casa. Mesmo que haja direito a indeminizações.
Abraço.
Democracia pura em clubes ?!
Não acredito nisso.
Se calhar a democracia nem solução para todos os povos é.
Quanto à falencia tecnica em 1982 era um facto nem dinheiro nem credito, uma desgraça.
A piscina vem de Pinto de Magalhaes e o Pavilhão ao tempo que tinha sido construido.
Você desculpe mas parece fala como um "filho do Verão Quente".
È que o clube CRESCEU TANTO,TANTO em todos os aspectos que a sua argumentação nÂO TEM PONTA de ADESÃO À REALIDADE.
João e DC,
Onde há a lei, há o engano e sempre encontrarão fórmulas para contrariar a verdade desportiva, mas como o anónimo aponta bem, uma venda, com opção de recompra (um modelo usado há muitos anos em Espanha e Itália) obriga o outro clube a arcar com os salários (por lei) e diminui o risco de criarem-se desequilíbrios nos planteis.
Proibir os empréstimos significa não só proibir essa suspeita de corrupção mas nivela todas as equipas às suas reais capacidades e promove as equipas que apostam na formação ou numa gestão racional.
E nem todos os laços e empréstimos são feitos com esse motivo, creio que o João sabe bem que citar exemplos como esse fica bastante longe do eixo da conversa que estamos a ter, até porque a proibição de empréstismos que falo seria essencialmente entre equipas da mesma divisão!
Anónimo, os seus argumentos têm lógica mas todos eles podem ser facilmente contrariados.
Por exemplo, a questão dos salários pode ser diluída nos valores de venda e recompra, ou seja o Porto vender por X e comprar por X + os salários do jogador nesse ano.
A questão das lesões nunca esteve contratualizada portanto manter-se-á sempre esse tipo de suspeitas.
Na minha opinião aliás, esse tipo de estratégias iria aumentar ainda mais a suspeição no futebol português pois passaríamos a ter transferências entre clubes grandes e clubes pequenos em números muito elevados, por montantes provavelmente não revelados e se calhar com algum dinheiro a ser desviado por causa disso.
Acreditem, os empréstimos não fazem absolutamente mal nenhum, as grandes ligas do mundo nunca os proibiram (O United, Chelsea, Arsenal, etc emprestam jogadores todos os anos, o Real também, etc, etc)e a abolição deles só ia levar ao surgimento de estratégias menos transparentes.
Para vos dar um pequeno exemplo, lembram-se dos 7 ou 8 jogadores que foram de uma vez do Alverca para o 5LB? Amoreirinha, Zé Rui, Yannick, Artur Futre, Manu, Roland Garcia, Anderson e Bruno Aguiar? Nenhum deles ficou no plantel, alguns nunca sequer fizeram jogos oficiais pelo 5LB. O que impede os clubes grandes de todas as épocas andarem com estes "pacotes" de jogadores de um lado para o outro?
Miguel, "nivelar todas as equipas às suas reais capacidades" significa não só promover a triporalização do futebol português, condicionando MUITO a competitividade possível das outras equipas no panorama nacional e internacional mas também abolir uma estratégia que beneficia todas as partes envolvidas e que potencia da melhor forma um dos poucos trunfos que o campeonato português tem no contexto europeu - o acesso privilegiado e know how no mercado sul americano.
Isto porque há uma suspeição. Ou um clima de suspeição. Há qualquer coisa, vá. Ninguém sabe muito bem o quê nem muito melhor no que se baseia. Há uns tipos que aparecem lesionados, há outros tantos que fazem o jogo da época contra o "patrão". Mas por via das dúvidas, vamos abolir a prática por inteiro. Parece-me bem. Já imagino a solução do Miguel para o Rendimento Social de Inserção, p.e. Há meia dúzia de ciganos a receberam aquilo indevidamente, em vez de se apostar na fiscalização, acaba-se com o subsídio. Está resolvido. Terra queimada.
É sensato.
PS: Os exemplos que estava a citar servem perfeitamente. Quer contar a quantos clubes da actual 1ª Liga o FCP nunca emprestou um jogador? Mas sim, é provável que na 2ª sejam outros tantos. E isso só reforça a ideia.
Quanto a “oposicao”, acho q a situacao nao e’ comparavel a um pais... o sistema no FCP e’ “winner takes all” com poder absoluto apos a eleicao, e sem qq organismo (parlamento, conselhos, ...) em q a “oposicao” tenha assento. A "democracia" no FCP traduz-se no direito de eleger a direcao de 3 em 3 anos e participar em AGs, e parece-me suficiente.
Sendo assim para mim nao faz grande sentido existir uma oposicao declarada em permanencia: tem as suas vantagens e desvantagens, mas provavelmente mais desvantagens q vantagens (do ponto de vista do bem do FCP). Isso nao invalida no entanto q eu ate’ acho bem q haja listas concorrentes AQUANDO das eleicoes.
Mas como ja’ disse, para mim o mais importante e’ q os portistas continuamente fomentem o debate e a reflexao (entre si e com a direcao), comecando pelas AGs (mas nao so’, usando tb a TV, a Net, os cafes, ...). E mais: e’ muito melhor (e mais credivel perante muitos adeptos) q isso venha de quem nao tem quaisquer ambicoes de poder no FCP, do q de uma “oposicao”.
E’ verdade q o ambiente nas AGs e’ hostil aquando de criticas (mesmo q construtivas), mas tambem nao e’ preciso tanta coragem como isso, q eu saiba nunca ninguem foi espancado ou preso apos o fazer... coragem e’ preciso para fazer algo do genero num Irao, isso sim. Ha' sim acima de tudo muita inercia.
Uma ultima palavra para dizer q isso tb nao invalida q fique desiludido e ache mesmo imaturo q a direcao e (muitos) adeptos vejam isso como “traicao” ou algo do genero. Alias, essa do “inimigos dentro” e’ quase ridiculo quando quem foi eleito tem todo o poder do mundo nas suas maos, havendo uma pequenissima ou mesmo nula margem para “oposicoes” ou simples vozes criticas poderem minar o trabalho da direcao.
Há uma profunda diferença entre quem paga os salários. Eu não falo no fim dos empréstimos nem considero que seja uma perda de tempo. Falo no fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão, que é distinto.
Para que é que os clubes querem equipas B afinal?
João,
Como se pode defender a abolição da co-propriedade, dando como argumento que disnivela a competição entre quem tem boas relações com os fundos e os empresários e quem não, e não aplicar o mesmo raciocinio aos empréstimos.
A estratégia beneficiaria todas as equipas se todas as equipas tivessem o mesmo número de empréstimos e da mesma proveniência. Qualquer outra coisa é falsear a competição!
PS: Para que quer o FCP, e outro clube, emprestar jogadores quando tem a sua equipa B e devia trabalhar para reduzir a sua massa salarial se não por influência política?
O Miguel não quer comparar a competitividade da 1ª à da 2ª Liga pois não?
Vai uma aposta que nenhum dos jogadores da equipa B será promovido ao plantel principal? e que alguns, depois de um empréstimo a clubes da 1ª liga para o ano, aí sim ganharão lugar no plantel?
Era muito bonito se a nossa 2ª liga fosse do nível duma espanhola ou inglesa, agora qualquer um que veja alguns jogos vê a mediocridade existente (relvados, árbitros, jogadores, treinadores, tácticas...).
E já agora, se falam em vantagens das vendas face aos empréstimos serem o não pagamento de salários, pois uma das vantagens dos empréstimos face à equipa B é essa, o não pagamento de pelo menos uma parte do salário.
Continuo a bater na mesma tecla, alguém acredita que Atsu ou Melgarejo, por exemplo, seriam o que são sem a passagem por um clube de 1ª liga? Eu não!
Mas esse desnivelamento existe a todos os níveis. Há desníveis gigantescos e bem mais significativos de orçamentos, p.e. A seguir vamos obrigar todas as equipas a terem o mesmo orçamento? O mesmo potencial económico? A mesma capacidade estrutural? O Paços não tem um estádio para 55 mil pessoas à saída da A1. E agora? Mudamos o Dragão para a Mata Real ou a Mata Real para o mercado abastecedor? Por amor de deus, haja bom senso.
Em relação à equipa B, primeiro está condicionada a jogar na 2ª Liga, interdita a participar nas competições europeias e Taças. Logo por aí tem uma perspectiva de competitividade menor que metade dos clubes da 1ª Liga. O Ukra estava emprestado a uma equipa de Champions, portanto nem vamos estar a comparar o incomparável. Segundo, COMO (!?) a sério, em que planeta é que é preferível manter um plantel completo para a equipa B do que meia dúzia de jogadores emprestados. Isso é um completo contra senso, não faz sentido nenhum. Nem a abolição dos empréstimos garante só por si o reequilíbrio da folha salarial. Os clubes podem continuar a carregar camiões de sul americanos. Têm é que os manter na equipa B. Ou emprestar a equipas do 2º escalão. Que, por acaso, até disputam o campeonato com a equipa B. Isso já não desnivela nem desvirtua a 2ª Liga? Afinal já só podemos emprestar a equipas da 3ª, daqui a pouco vamos nos distritais..
PS: Eu nunca disse que era a favor da abolição da co-propriedade, portanto não há aqui incoerência alguma. Sinceramente, não me faz muita comichão. A ideia em si. O facto de haver empresários e dirigentes a encher o bolso com negociações pouco transparentes não é ideal, longe disso. Mas isso resolve-se facilmente legislando formas de controlo e fiscalização, não há necessidade rigorosamente nenhuma de abolir a prática por inteiro. É a ideia que tenho, mas não domino o assunto.
DC e João,
Sinceramente? Há equipas da 1º Liga que estão ao mesmo nível de equipas da 2º Liga, não porque as segundas sejam muito boas mas porque as primeiras são bastantes fracas.
O que ganha um jogador ofensivo em ser emprestado a equipas que jogam a defender constantemente? Que capacidades desenvolvem que faz com que seja tão importante tê-los nessas equipas? E empréstimos fora de Portugal, como sucedem com grandes equipas mundiais e como já temos feito?
Quanto ao desnivelamento, estamos a entrar na dimensão da retórica pura e absoluta. Como se pode comparar a natureza dos clubes como instituições e as suas mais valias a poderem aceder, por acordos de preferência, a jogadores que seriam incapazes de pagar? A comparação, retoricamente falando, seria a do Paços alugar o Dragão para fazer mais dinheiro com as receitas.
um abraço
Anónimo das 19:23 disse "por uma gritante má gestão por parte das sucessivas administrações...." A avaliar pelas suas palavras, o Sr. deve ser um génio em gestão económica-financeira, para classificar desta forma a actuação da Administração do FC Porto. A realidade parece discordar da sua avaliação, mas se quer mesmo ajudar o FC Porto, apareça nas Assembleias Gerais e apresente as suas brilhantes ideias e propostas, ninguém o censurará ou o votará ao ostracismo, nem ninguém, com responsabilidade no Clube exercerá, "pressões" para que se calem os sócios, como falsamente o caro anónimo alega ter acontecido no passado.
"se nos fixarmos simplesmente no balanço da gestão da FCP SAD… ela é de bradar aos céus...." Os números vindos a públicos ontem sobre o desempenho económico da SAD e o lucro obtido desmentem a sua afirmação.
Se a situação financeira do Clube podia estar melhor? Talvez, eu não sou economista ou contabilista para ter uma posição firme sobre o assunto mas, a avaliar pelos peritos, a situação não está tão "negra" como o anónimo alega.
"da falta desde há décadas de uma oposição mesmo que construtiva ao poder instalado." Mais importante do que a oposição, é haver alternativa(s) ao rumo seguido, e que no interior da Administração vigente exista diálogo, troca de opiniões, debate de ideias, o que para quem acompanha a vida do FC Porto e das suas manifestações administrativas, sempre existiu. Jorge Nuno Pinto da Costa antes de tomar qualquer decisão importante sempre ouviu conselhos, trocou ideias, nunca existiu um poder monolítico.
Eu sou da opinião de que, se não apareceram - desde os anos 90 - listas alternativas nas eleições para Presidente do FC Porto foi porque não só o sucesso desportivo frustrou qualquer alternativa, mas também porque não existiam projectos estruturais a nível económico-financeiro que garantissem melhores resultados. Oposição pode significar meramente desejos de vingança pessoal, vontade de alcançar "o poder pelo poder", ou significar um ego e vaidade com desejos de ascensão social. É possível haver troca de opiniões, debate de ideias e a apresentação de propostas alternativas sem que tal implique uma "oposição. A unidade, em muitas situações, é tão importante como o confronto de posições, pois a desagregação e a anarquia resultante de um violento confronto de posições é tão prejudicial como um unanimismo amorfo. Sempre me senti contente por nenhuma das situações - unanimismo ou oposição por desejos egocêntricos - não terem existido no FC Porto nos últimos 30 anos. A aparição de "aventureiros" a marcar posição e com vontade de proeminência pública é típica de outras instituições.
Anónimo das 19:23 disse "Para mim esta falta de alternativa e de visão para um futuro..." sabendo como funcionam as coisas no FC Porto ninguém ajuizado acreditará que não existe um projecto para o futuro e que todas as alternativas, nas várias vertentes, são ponderadas e analisadas. Em que factos é que o anónimo se fundamenta para afirmar que o FC Porto, e a sua Administração, não possuem uma visão de futuro?
"Que é sequência da falta desde há décadas de uma oposição mesmo que construtiva ao poder instalado..." Já rebati no meu comentário anterior esta sua afirmação, penso que o Sr. anónimo é muito influenciado por Hegel, sempre preocupado com a oposição, ou na terminologia hegeliana a antítese. No essencial considero esta obcecação com a «oposição» no FC Porto um "recalcamento" do inconsciente benfiquista, sempre desejosos por que apareça um aventureiro ou idealista qualquer a defrontar Pinto da Costa nas eleições, não é à toa que conste mente surgem benfiquistas nos media a pronunciarem-se sobre a ausência de listas alternativas no FC Porto, e aproveitando para hipocritamente deduzirem daí um alegado poder anti-democrático por parte do Presidente do FC Porto.
"a haver uma maior transparência da direcção para com os sócios sobre tudo o que se passa no FCP..." Esta afirmação soa a difamação sem fundamentos. Ninguém de boa-fé pode acusar a Administração do FC Porto de não ser transparente sobre a situação económico-financeira do Clube, não creio, e a realidade para tal aponta, que usem dos mesmos métodos do Vale e Azevedo. Mais uma vez lhe aconselho para ir às Assembleias. Mas também considero que, por Razões de Estado, deve haver uma política de sigilo sobre certos dados «específicos», por uma questão de sobrevivência e de competitividade para com os nossos rivais, sem que tal impeça que se seja transparente nos dados «gerais» e no global. Política de sigilo, ou segredo de Estado, existe em qualquer regime democrático.
ò Miguel mas qual foi o jogador emprestado pelo Porto a um clube da 1ª Liga que eles não fossem capazes de pagar?
Não me recordo de emprestar o Hulk...
O Paços não conseguia pagar um Atsu? um Tiago Ferreira?
Quer-me parecer que os seus argumentos são demasiado subjectivos. Fala de boas relações como justificativo para cancelar empréstimos e co-propriedades, como se fosse assim tão difícil pedir um empréstimo a um grande.
Aliás tendo em conta que o Porto já emprestou jogadores a Olhanense, Académica, Rio Ave, Nacional, Paços, Gil Vicente, entre muitos outros, concluo que o 5LB é o único grande prejudicado nesta questão de relações com o Porto. É que para todos os outros praticamente vejo um tratamento perfeitamente equilibrado.
Portanto, conclui-se que:
- economicamente para o Porto os empréstimos são melhores que a equipa B
- desportivamente para os jogadores os empréstimos são melhores do que andar na equipa B
- economicamente para as outras equipas os empréstimos são uma forma de reduzir custos e risco de contratações
Continuo sem ver qualquer razão para acabar com os empréstimos, aliás muito pelo contrário.
Eu concordo com grande parte do que o "Daniel Goncalves" escreveu (basta ler o que eu escrevi antes), mas ha' um ou outro ponto a rebater:
"apareça nas Assembleias Gerais e apresente as suas brilhantes ideias e propostas, ninguém o censurará ou o votará ao ostracismo, nem ninguém, com responsabilidade no Clube exercerá, "pressões" para que se calem os sócios, como falsamente o caro anónimo alega ter acontecido no passado"
Esta' a brincar, nao? O DG certamente nunca foi a uma AG... a hostilidade para intervencoes divergentes e' clarissima, comecando por presidentes de mesa. Como ja' disse ninguem e' espancado e nao ha' razao para demasiado receio, mas que ha' uma hostilidade muito clara isso e' inegavel. Nao so' hostilidade, como um palpavel autismo perante opinioes que colidam com as deles.
"Os números vindos a públicos ontem sobre o desempenho económico da SAD e o lucro obtido desmentem a sua afirmação"
Esses numeros por acaso sao muito mais fruto de preocupacao do que de elogio, ver o meu artigo de hoje: sim, fizemos 12,8M de lucro no trimestre, mas tendo encaixado 50M em vendas no mesmo periodo. Ha' uns anos bastava encaixar uns 20M NUM ANO para fazer lucro.
"a haver uma maior transparência da direcção para com os sócios sobre tudo o que se passa no FCP..." Esta afirmação soa a difamação sem fundamentos"
Eu concordo q o nivel de transparencia e' aceitavel, mas dai' a associar essa frase do anonimo a "difamacao" vai uma ENORME distancia e so' pode ser um brincadeira de muito mau gosto.
"Importante [...] é haver alternativa(s) ao rumo seguido, e que no interior da Administração vigente exista diálogo, troca de opiniões, debate de ideias, o que para quem acompanha a vida do FC Porto e das suas manifestações administrativas, sempre existiu."
Nao sei se o DG participa nas reunioes do conselho de administracao, provavelmente participa para poder falar assim. E' q nao ha' qualquer sinal de visoes diferentes dentro da SAD do rumo a tomar, no q vem a publico.
"ò Miguel mas qual foi o jogador emprestado pelo Porto a um clube da 1ª Liga que eles não fossem capazes de pagar?"
O DC esta' a brincar, nao? Nao faltam exemplos nos ultimos anos de jogadores emprestados pelo FCP em q continuamos a pagar pelo menos parte do salario, comecando por alguns jogadores colocados num Braga.
De qq forma repito que nao sou a favor de q se proibam os emprestimos 'a 1a Liga, mas ja' sou a favor de que se introduza um limite por equipa (um maximo de 2 emprestados a um dado clube por outro dado clube parece-me um bom ponto de partida para discussao), o q seria mais do q suficiente para eliminar as principais preocupacoes enunciadas pelo Miguel e outros.
DC,
Se o Setúbal, o Olhanense e o Paços nem pagam os salários aos seus próprios jogadores, como vão pagar os salários aos jogadores do FCP?
Como o Zé Rodrigues bem diz, a maioria dos empréstimos que os grandes realizam, incluindo o FCP, a ficha salarial fica quase sempre a cargo do clube grande. Isso é concorrência desleal, usufruir de um jogador a quem não se paga.
O tratamento dos empréstimos de que falas são variáveis. Uma época empresta-se a A, outra a B, e todos chegam com contrapartidas que muitos de nós desconhecemos e que ultrapassam a dimensão futebolistica, como a colocação de um treinador, de um jogador no futuro, relações preferenciais, etc. Se queremos continuar a seguir por aí, tudo bem. Eu pessoalmente não gosto e particularmente com a Equipa B, um projecto que, bem feito, coloca uma série de jogadores à disponibilidade da equipa A e a jogar de acordo com os conceitos da primeira equipa e contra rivais que não variam muito dos Setubal, Olhanense ou Moreirense como são o Belenenses, o Santa Clara ou o Leixões.
Não me faz confusão nenhum que o clube que empresta suporte uma parte dos salários, já que também é parte beneficiária.
Nem que um determinado jogador emprestado esteja fora do alcance salarial do clube que o recebe - supostamente é essa a ideia de base num empréstimo, se os clube tivesse condições para o ter, não o estava a pedir emprestado. Em todas as circunstâncias, sairá garantidamente mais barato que estar a pagar a totalidade de um salário a um plantel inteiro, digo eu. E não tenho nada contra a equipa B.
Como o DC disse, o FC Porto já emprestou a Braga e Vitória, a Olhanense e Portimonense, não estou ver aqui preferência por ninguém. Isto apesar de eu achar que os clubes estão no seu direito de terem melhores ou piores relações institucionais com outros emblemas. Se se aplica aos negócios de compra e venda e a tudo o resto, porque abolir os empréstimos com base nisso? Isto faz algum sentido? O Chelsea é um cliente que paga a tempo e horas, o Atlético de Madrid não, o Porto prefere vender ao Chelsea, logo vamos abolir também os negócios de compra e venda! Por amor de deus..
As relações institucionais não se limitam ao compromisso político, estão presentes em todos os momentos.
Miguel, em relação ao desnivelamento, só pretendi mostrar que desnivelamentos há muitos - orçamental, estrutural, relacional, etc.. - a maior parte deles gigantescos e bem mais significativos do que os que resultam de empréstimos. Portanto e a menos que pretenda legislar todos os aspectos de cada clube, não há razão NENHUMA para este ser um argumento para abolir os empréstimos.
Caro José Correia,
"Esta a brincar, nao? O DG certamente nunca foi a uma AG"
A intenção da minha afirmação não era irónica ou sarcástica, mas honesta. Não, nunca foi a uma Assembleia Geral, e declaro sinceramente que, neste momento, não sou sócio do FC Porto devido a motivos pessoais e profissionais, que não mo permitem e, consequentemente, não possuo o direito de participar numa Assembleia.
"a hostilidade para intervenções divergentes e' clarissima..." Não tinha essa ideia, e pelo que ouço de terceiros (nem sempre fiável) não imaginava tal cenário. A minha única fonte credível, sobre o ambiente dessas AG, é o meu Pai, que participou em algumas nos anos 70 e 80, mas como, devido a razões pessoais, deixou de acompanhar a vida associativa do Clube, não possuo fontes fidedignas sobre o clima de debate. Acredito que haja algum embaraço, incómodo e apreensão por parte dos elementos da Mesa quando interpelados pelos associados, mas hostilidade é uma outra coisa, a ser assim - e porque acredito e valorizo a sua palavra - então reconheço que eu estava errado e toda a razão para si.
"mas dai' a associar essa frase do anonimo a "difamacao" vai uma ENORME distancia e so' pode ser um brincadeira de muito mau gosto..." Não era minha intenção insultar ou desvalorizar a opinião de ninguém, nem estava a ser sarcástico. Em minha defesa considero esta questão ser um equívoco de palavras, pois os nossos rivais ao falarem em falta de "transparência" no FC Porto associam imediatamente essa falta de transparência a corrupção, a actos ilícitos e ilegais, ora como considero tais afirmações uma difamação, sinal de um profundo rancor pelas vitórias do FC Porto, reajo esclarecendo e distinguindo a «transparência» da política sigilosa por motivos que podemos designar por Razão de Estado. Como o anónimo falou em falta de transparência na Administração do FC Porto, procurei esclarecer tal distinção, para que não concluíssem erradamente que a política de sigilo é incompatível com um regime democrático ou que a mesma implica um regime ditatorial. Defendo que, num contexto de competições entre instituições, haja uma política de sigilo sobre a vida interna das mesmas para que a informação não seja usada contra a própria. Mesmo entre aliados existe uma barreira que impede que se comuniquem todos os dados ao dispor, um exemplo real: Churchill ocultou dados, obtidos pelos Serviços Secretos do Exército Inglês, aos Americanos relativamente a movimentos de tropas alemãs, assim como Eisenhower procedeu da mesma forma e no entanto eram aliados numa guerra de vida ou morte. Num País como Portugal se todos os factos da vida interna do FC Porto fossem do conhecimento público não duvido que os nossos rivais usariam esses dados para atacar o nosso Clube, portanto admito e defendo a política de sigilo por parte da Administração do FC Porto, e que a haver transparência esta se revele na apresentação de Contas, na revelação da situação económico-financeira aos sócios e à CMVM, muito do que acontece "no entretanto" deve ficar oculto – sem que tal implique ou seja sinónimo de actos ilícitos - para defesa do próprio FC Porto.
José Rodrigues,
"E' q nao ha' qualquer sinal de visoes diferentes dentro da SAD do rumo a tomar, no q vem a publico."
O problema foi meu, não me exprimi correctamente, o que eu queria dizer é que a Administração antes da tomada de qualquer decisão importante analisa as várias alternativas a tomar, e não opta pela primeira hipótese que apareça. Os benfiquistas falam, como uma "vulgata", de que todas as decisões são tomadas unilateralmente, e sem ouvir qualquer conselho, por Pinto da Costa. Creio não ser o caso, nem que JNPC seja omnipotente e omnisciente no processo de tomada de decisões, acredito existir um debate prévio, uma discussão do rumo a seguir, obviamente que a palavra final e, portanto, o principal papel cabe ao Presidente, mas os seus conselheiros ou os outros elementos da Administração não são meros carneiros ou autómatos que recebem ordens sem um debate crítico, senão como explicar as personalidades de Angelino Ferreira, Adelino Caldeira ou mesmo do actual Presidente da FPF, Fernando Gomes, e a troca de argumentos que existiram com JNPC. Assim como considero que a Administração do FC Porto procura prever e antecipar possíveis realidades que o Clube tenha de enfrentar no futuro, não “navegamos” à sorte do destino. Não, não tenho conhecimento do que se passa no interior das reuniões do Conselho de Administração mas deduzo o cenário que tracei da interpretação que faço dos poucos factos que vêem a público, e com isto não quero dizer que sou um visonário ou um génio.
Um Abraço.
Por lapso meu, no meu 1ª comentário enderecei-o ao José Correia, quando deveria ter escrito José Rodrigues. Peço desculpa pelo engano.
Pinto da Costa não derrotou Américo Sá nas eleições. Acabou por concorrer sozinho, pois o outro candidato, o antigo presidente Pinto de Magalhães, desistira.
E quando PC chegou à Direcção nem crédito na farmácia o clube tinha. Para se aguentar perante a hostil massa associativa, e na sequência do "Verão Quente das Antas", o Dr. Américo Sá entrara em loucuras em termos de ordenados de jogadores. PC perdeu noites de sono a tentar resolver os mais prementes problemas de tesouraria do clube. A sua gestão financeira pode, e deve ser criticada, mas não me venha dizer que o passivo estava controlado.
José se eu estou a brincar então porque é que não dá um exemplo concreto?
Emprestados ao Braga? O Ukra é assim tão caro? ou o Hélder Barbosa? ou o Alan?
Gostava de saber qual foi exactamente o jogador assim tão caro que o Porto emprestou a algum clube nacional e não tenha ficado definitivamente nesse clube por questões financeiras. É que Bruno Gama, Hélder Barbosa, Alan, Ukra, Adriano, etc, etc, etc acabaram no final da época todos ou no mesmo clube ou em clubes ainda piores...
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