sexta-feira, 30 de novembro de 2012

SAD: resultados consolidados do 1o trimestre

Já se conhecem os resultados do 1o trimestre de 12/13 (i.e. JAS), com um resultado positivo de 12,8M€, que podem ser consultados na íntegra aqui:


Como de costume não vou aqui debitar um "rôr" de rácios «crus» ou usar termos demasiado técnicos, tentando apenas transmitir dados e conclusões que me pareceram salientes com uma linguagem que qualquer adepto possa compreender.

Pois bem: a situação continua problemática (ainda que longe de catastrófica) mas com tendência a piorar, fruto tanto de um aumento de custos como uma diminuição das receitas (excluindo vendas de jogadores). A um nível agregado isto verifica-se em 2 coisas:

1) Se não fosse a venda de Hulk e A. Pereira neste período, teríamos feito um prejuízo (em 3 meses...) de 16M€. Há um ano atrás, o prejuízo equivalente (i.e. antes de ter em conta a venda de Falcão) era de 13M€, ou seja, a situação deteriorou-se em cerca de 1M€/mês.

Já tendo em conta a sazonalidade de alguns custos e receitas (LC,...), prevejo que por este caminho vamos fazer um prejuízo de uns 25 a 35M€ nos restantes 9 meses, antes de se tomar em conta a venda de mais jogadores. O que é equivalente a dizer que para não fazer prejuízo em 12/13 (o que não é uma obrigação por si só) seria provavelmente preciso encaixar ainda uns 25 a 40M€ brutos em vendas de jogadores (dependendo de quem é vendido, já que as mais-valias variam bastante de jogador para jogador, em função do que custou, quando, e a % de passe que detemos).

Salvo erro vi há um par de meses um dirigente da SAD a dizer que não precisava de vender mais nenhum titular esta época para equilibrar as contas, mas ou não sabia do que estava a falar ou então mentiu.

2) De um ponto de vista de tesouraria (que é o que mais interessa a curto prazo), apesar das vendas de Hulk e A. Pereira chegámos a 1 de Outubro com o mesmo saldo negativo de curto prazo  que tínhamos 3 meses antes (80M€), i.e. o saldo do que temos a pagar e a receber até Setembro do próximo ano.

O novo empréstimo obrigacionista (25M€) vai tapar apenas 30% desse «buraco». 

Outra parte será certamente tapada por receitas da LC (que não estavam ainda previstas), um pouco de bilheteira e pouco mais, mas certamente  isso não vai ultrapassar uns 20M€ extra no total em relação ao que já estava contabilizado.

Sobra o quê? O «sinal» de novas vendas de jogadores, que dificilmente ultrapassará uns 20M€ (com o resto a ser pago depois de Set 2013), a que se terá que descontar o «sinal» de novas compras e comissões de intermediação; e novos empréstimos (com juros mais altos do que os que caducam entretanto).

Passo agora a alguns detalhes interessantes nas contas:

1) Os custos com pessoal aumentaram 30% (!!) no primeiro trimestre, ou 2,7M€. Nem um «pio» no R&C a explicar isto, apesar de em outras coisas com muito menos peso se terem dado ao trabalho de dar detalhes.

Ainda há um pouco de salário de Hulk e A. Pereira nesses números e porventura haverá alguns efeitos pontuais, mas por aqui parece-me desde já impossível que cheguemos ao fim da época com custos com pessoal mais baixos do que em 11/12, apesar da apregoada contenção nesta rubrica.

2) Os 50M€ brutos de Hulk e A. Pereira traduziram-se em mais-valias de apenas 28.4M€, pouco mais do que metade. Não é propriamente uma surpresa, já aqui eu tinha previsto algo do género (tendo em conta o que eles nos tinham custado e que só detínhamos 75% do passe do Palito).

3) O Zenit já pagou 20M€, vai pagar 10M€ nos próximos 12 meses, e os restantes 10M€ para além de 2013.

4) Em JAS o A. Madrid abateu 9M€ ao que nos devia, mas mesmo assim ainda nos deve 16M€.

5) Os juros pagos nos empréstimos já «vão» numa taxa média de 7,5% (que vai subir ainda mais com o novo empréstimo obrigacionista). Tendo em conta o tamanho do passivo, isso é má notícia: como já disse anteriormente, são cerca de 10M€/ano (mais do que recebemos de receitas de TV) que vão pela janela fora só para servir a dívida.

Concluindo: para já não se descortina qualquer esforço sério e significativo de contenção de custos (pessoal, FSE, ...), apesar do «buraco» estrutural e da evolução negativa que se perspectiva de algumas receitas (em particular a bilheteira), a não ser uma contenção relativa no último defeso no que diz respeito a contratações; vamos a ver nos próximos defesos se essa contenção nas contratações foi meramente pontual e excepcional (como na época em que Co Adriaanse chegou) ou se é o princípio de uma mudança gradual e sustentada no rumo da gestão desta Direcção (e vamos ver também se enveredam por um esforço de contenção em outros custos para além dos passes e salários de jogadores). 

32 comentários:

Zefansa disse...

Actualmente é muito complicado equilibrar as contas dado o nivel de amortizações de passes de jogadores muito elevado, que anda acima dos 30M de euros, gerar mais valias para compensar isto já é de si muito dificil quanto mais cobrir isto mais o défice que vem dos resultados operacionais excluindo passes de jogadores.. e o problema é a grande inercia que estas amortizações tem, precisamos de 5 anos a contratar como este ano abaixo dos 15M de euros para trazer isto para níveis aceitáveis.

A receita com bilheteira vai cair muito este ano e por isso os prémios da UEFA não se vão notar em relação a este ano dado que apenas vão servir para cobrir isso.


Porque precisar de 50M de mais valias ano para ter um saldo positivo é impraticável..

Joaquim Lima disse...

Mais uma vez parabéns pela excelente forma como expõe estes números, de forma clara e concisa!
Há 2 dúvidas que gostava que me esclarecesse...

1) Não percebi o que significa JAS.

2) O Porto fez agora um empréstimo obigacionista com uma taxa de juro de 8.25% (se não me engano). Segundo um comunicado do Porto a procura foi claramente superior à oferta, com "ordens de subscrição que correspondem a 16.157.548 obrigações solicitadas e a um montante total de 80.787.740 euros (323,15% do montante máximo da operação)". Ora, se a oferta é assim tão elevada, o Porto não poderia pedir um empréstimo com juros mais baixos, 4-5%, onde a procura continuaria a cobrir a oferta?

José Rodrigues disse...

1) JAS = Julho+Agosto+Setembro

2) Excelente pergunta. De facto uma enorme subscricao e' sinal de que se ofereceu juros demasiado elevados (lei da oferta e procura, certo?), e nao um sinal de "enorme sucesso" (nomeadamente quando os juros sao elevados, como aqui).

O problema, presumo, e' q a SAD nao conseguiu fazer uma estimativa correcta da procura que ia ter, tendo portanto receio em oferecer juros mais baixos e nao aparecendo subscritores (suficientes).

Isso e' sempre bastante complicado de estimar, havendo no entanto formas de ficar com uma ideia (fazendo bchmk com outros emprestimos obrigacionistas recentes, sondando os grandes investidores, ...). Mas para acertar em cheio, so' mesmo com uma bola de cristal.

José Rodrigues disse...

Correcto.

E' por isso mesmo que eu estou farto de avisar nos ultimos anos que o grande volume de compras e' uma autentica "time bomb", ja' que o efeito disso na demonstracao de resultados e' gradual (mas de dificil inversao num curto espaco de tempo), ao longo de tipicamente 4 ou 5 anos.

Mas dito isto, como sabemos a amortizacao do passe e' um mero exercicio contabilistico e o mais importante e' a gestao do cashflow, da tesouraria no curto prazo (dai eu ter mencionado o tal saldo de 80M negativos a 1 de Outubro). Se conseguirmos ir gerindo esse cashflow de forma a irmos abatendo o passivo gradualmente (e em particular os emprestimos) e sem estar dependente para tal de encaixes gigantescos em vendas de jogadores, e' meio-caminho andado para uma gestao sustentavel (ja' q isso vai levar a menos necessidade de vendas e a uma diminuicao nos muitos milhoes de juros).

O problema e' q nao conseguimos abater esse passivo. Conseguimos ao menos estabiliza-lo nos ultimos 15 meses, mas isto depois de ter subido para niveis preocupantes nos anos anteriores, e sem perspectivas de o diminuir nos proximos tempos (bem pelo contrario), a nao ser q se comprometa consideravelmente a valia desportiva do plantel.

Isto faz lembrar a situacao das contas publicas portuguesas...

Anónimo disse...

O José Rodrigues pode dizer-nos se vê algo de positivo nas contas? É que 12 milhões de lucro é mesmo isso, lucro... Diga-nos também se acha que as pessoas do Porto são incompetentes.

José Rodrigues disse...

Estamos a falar de um lucro TRIMESTRAL e com um enorme factor pontual.

Se houvesse perspectivas de fazer um lucro de 12M todos os trimestres seria de facto um optimo resultado, mas nao sei porque^ nao me parece q vamos andar a vender sistematicamente 2 titulares por 50M€ de 3 em 3 meses...

De resto em lado nenhum disse ou insinuei q os gestores sao incompetentes. Limitei-me a constatar factos e extrapolacoes sobre as contas em si (e nao sobre quem as gere), sem juizos de valor: cada um que tire daí as suas conclusoes, e se alguem (comecando pelo anonimo) discorda com alguma frase específica q eu tenha escrito agradecia q o dissessem e porquê ao certo.

Mas se o anonimo tem tamanha curiosidade para saber o que eu penso de quem nos gere, satisfaço-lhe a curiosidade: o principal objectivo da SAD é ganhar titulos onde a SAD tem claramente cumprido. Ja´ no aspecto economico (q é importante e acima de tudo pelo medio prazo, já para nao falar na importancia no curto prazo de nao se andar com salarios em atraso ou faltar nos pagamentos a quem compramos jogadores) a gestao tem sido mediocre.

Se preferir, de zero a 20 valores (e nos ultimos, digamos, 3 a 5 anos):

- gestao desportiva: 18 valores.
- gestao economica: 10 valores.
- Computo geral: uns 14 valores.

Anónimo disse...

Se os dirigentes do FCPorto dizem que a situação é sustentável, porque razão hei-de confiar mais em si que passa a vida a agoirar?

José Rodrigues disse...

LOL

Homem, por quem sois! Esteja perfeitamente à vontade em confiar cegamente nos dirigentes, e para desconfiar intensamente de mim.

Eu nao tenho a MINIMA pretensao de q o anonimo ou qualquer outro leitor «confie» em mim! Este blogue existe para fomentar a reflexao e discussao de forma minimamente fundamentada; nao para iniciar cultos de fé ou mandar bitaites superficiais, carago.

A unica coisa q peço é q se os leitores vislumbram algum erro no conteudo dos artigos o assinalem, tal como contra-argumentem de forma fundamentada e tao especifica quanto possivel se virem algum raciocinio escrito de q discordem, que terei todo o gosto em discutir com os leitores na caixa de comentarios.

Agora, nao vou é dar corda a conversas do genero «eu confio em fulano e desconfio de cicrano». Alias, pelos vistos o leitor anonimo esta-se a borrifar para o conteudo especifico do meu artigo por isso (e para mais tendo em conta q pelos vistos desconfia de mim) nem sei porque é q se deu ao trabalho de o ler...

Alexandre Burmester disse...

Anónimo,

E por que não confiar antes em si e não em terceiros, seja a Administração da SAD, seja o José Rodrigues? A explanação que este meu colega de blogue aqui fez permite a qualquer um, mesmo leigo em matéria financeira e contabilística, tirar as suas conclusões.

Vá por mim!

José Rodrigues disse...

"O José Rodrigues pode dizer-nos se vê algo de positivo nas contas?"

Eu nao sei porque e' q me dou ao trabalho de responder tendo em conta q pelos vistos tudo o q leitor precisa de saber e' q os nossos dirigentes dizem q a situacao e' sustentavel e q acha q eu dou "agoiro" (so' falta dizer q a subida dos juros foi por causa dos meus artigos no RP...), mas aqui vai:

No q diz respeito a novidades no R&C do trimestre nao, infelizmente nao vejo nenhum dado novo positivo.

Nao vivo na lua por isso ja' sabia q tinhamos vendido Hulk e Palito por 50M e q portanto o resultado do trimestre iria ser forcosamente positivo (faltava saber em quanto). A amortizacao de passes diminui ligeiramente, mas isso tb ja' se sabia q ia acontecer fruto da saida desses 2 e da contencao nas compras (q referi no artigo como um ponto positivo).

De resto os novos dados nao sao positivos (alguns sao neutros, outros negativos): aumento brusco dos custos com pessoal (uma autentica surpresa negativa), bilheteira em queda e juros da divida em alta (mas ja' se esperava), FSE q nao desceram (mas tb nao subiram), mais-valias em Hulk e Palito ligeiramente mais baixas do q esperava,...

José Rodrigues disse...

De facto e' tudo o q pedimos, q cada um pense pela sua cabeca, caso contrario nao ha' "discussao" possivel no verdadeiro sentido da palavra.

Alias, quando isso nao acontece temos "reflexos" e nao "reflexoes"...

De resto falou-se aqui em situacao "sustentavel".

Vamos la' a ver: como ja' disse acho q a situacao esta' longe de ser "catastrofica"; pelo q escrevi no artigo parece-me a mim que a curto prazo (i.e. ate' ao Verao pelo menos) pode-se perfeitamente controlar a situacao sem se entrar em falencia (pratica, porque em falencia tecnica ja' nos estamos) ou sem ser necessario fazer uma razia no plantel dando uma enorme machadada na competitividade desportiva para a px epoca.

Ja' a medio prazo (1 a 5 anos) a situacao para mim claramente nao e' sustentavel, porque seremos forcados ou a dar um "estoiro" (se se tentarem fugas para a frente a la SCP) ou entao a perder gradual e inexoravelmente competitividade desportiva, indo vendendo a pouco e pouco os "aneis" todos do plantel sem ter dinheiro para os substituir em condicoes (e nao haja ilusoes de q sera' possivel continuar a ter o mesmo sucesso num cenario de um onze titular apenas 'a base de prata da casa e de contratacoes de tostoes).

Por exemplo: acho q e' impossivel manter a mesma competividade de forma sustentada enquanto for preciso (como agora) enderecar a TOTALIDADE do encaixe de TV *e* lucro de merchandising so' para pagar os juros da divida, sem a abater.

Zefansa disse...

Tanto não é/era sustentável continuar da mesma forma que já se reduziu nas contratação este ano..

HULK 11M disse...

A enorme procura de compra do empréstimo obrigacionista da nossa "FCP-Futebol SAD" é um enorme orgulho para todos nós portistas. Mostra que o mercado confia em nós, apesar dos resultados financeiros do 1.º TRIM/2012, aqui muito bem "dissecados" peo José Rodrigues, não serem, de todo, brilhantes.
Quanto aos juros "aparentemente" demasiado elevados face à enorme procura, em minha opinião não cabe qualquer resposanbilidade à Administração da SAD. São as Instituições Financeiras com quem a SAD trabalha quem tem voz activa neste assunto. Provavelmente acharam que o "mercado" não confiava em nós e a única maneira seria oferecer taxas elevadas. Ou então, essas próprias "respeitáveis" instituições financeiras quiseram, elas próprias, ganhar uns milhoezitos, já que pagam aos seus depositantes cerca de 3% e sacam 8% ao FCP. A exemplo do que se passa nas "dívidas soberanas" e que vai levando os "PIGS" à miséria.


Anónimo disse...

De um anónimo esclarecido

José Rodrigues

Desde já os meus sinceros parabéns pela sua excelente e sucinta explanação em relação aos factos constantes neste último R&C da FCP SAD.

Isto para mim é SERVIR COM AMOR E PAIXÃO O FC PORTO e não fazer como muitos que se dizem os Paladinos do que é ser PORTISTA; que o que normalmente fazem é serem no mínimo seguidistas se não mesmo unanimistas a tudo o que a direcção faz ou defende. Mesmo que as linhas defendidas sejam essas sim prejudiciais ao FC Porto.

Como o J.R referiu e bem a sua análise não é um documento de intenções contra ou favor é simplesmente uma constatação de factos expresso no próprio R&C.

Que quando bem compreendidos por que os lê; facilmente chega á conclusão que a actual situação económica do FCP… e faço das suas, as minhas palavras: “… a situação continua problemática (ainda que longe de catastrófica) mas com tendência a piorar…”

Claro está que esta é uma análise fria e racional do estado em que se encontra o FC Porto SAD; o que leva há massa adepta do FCP menos esclarecida (a grande maioria) a não ver ou não querer ver a realidade dos factos. Confundindo e mal; Sucessos Desportivos com bons actos de gestão económica e/ou financeira e sem muitas vezes compreenderem que o Sucesso de uma politica desportiva pode estar intimamente ligada ao insucesso ou aos maus resultados da politica de gestão e ambas como o senhor sabe e eu também, neste caso são indissociáveis uma da outra. Ou seja, o que se quer é uma gestão responsável que dê equilíbrio sustentável ao sucesso desportivo a ponto de não termos que um dia abrir falência; é que se tal acontecer é certo que nada mais vamos ganhar num futuro próximo.

E quando esses factos são apontados e são contrários (oposição, mesmo de forma construtiva… mais há frente explico este abre parêntesis) há canção da sereia que constantemente é cantada em uníssono pela direcção do FCP (vide caso em relação há última oferta pública de obrigações); logo e infelizmente como há muito se tornou habitual no universo Portista, dá origem ao levantamento infundado de suspeições de quem as faz… por portistas anónimos ou não dando como ex esta citação de um anónimo:

“Se os dirigentes do FC Porto dizem que a situação é sustentável, porque razão hei-de confiar mais em si que passa a vida a agoirar?”

Só faltou de o acusarem como é também habitual de quem não tem argumentos intelectuais para contrapor que o José Rodrigues é Benfiquista… a mim já me aconteceu.

Nota: A palavra Oposição Construtiva foi citada por mim aqui há uns dias atrás quando se discutiu Co-Propriedade dos passes. Como sabe caro José, a palavra oposição é estar contra e o seu texto sem dúvida que é estar “contra” de uma forma construtiva a uma leitura de quem só vê cor-de-rosa nos números deste último R&C. E não contra o FCP ou esta direcção no caso em concreto.

Abraço

Anónimo disse...

Completamente de acordo.

O que vai obrigar que as futuras direcções estejam bastantes condicionadas na sua gestão económica e/ou finanaceira que em tudo vai condicionar a gestão desportiva.

"Isto faz lembrar a situacao das contas publicas portuguesas..."

Boa comparação; é verdade que durante anos os sucessivos governos andaram a viver acima das possibilidades e a desbaratar dinheiro; hipotecando o presente, mas acima de tudo o futuro.

A politica tinha como base a seguinte ideia: Quem vier que feche a porta; o que interessa é dar ao povo aquilo que ele quer, sem olhar a meios e nem aos fins, pois só assim se ganham eleições e nos perpetuamos no poder.

Agora temos cá a Troika, estamos falidos e nos próximos 30 anos pelo menos e se tudo correr bem é que vamos atingir o nivel de vida que tinhamos em 2010... agora já está a baixo de 2002 e continuamos a descer.

Boa comparação sem dúvida nenhuma.

Anónimo disse...

O José Rodrigues já respondeu e bem há sua questão no ponto 2, na minha opinião.

Eu próprio já dei ordens de compra; mesmo tendo no coração o nosso clube; coloco sempre em 1º lugar a minha familia e quando olho os nº da SAD... o que me leva a investir neste produto é a sua alta rentabilidade e que se fosse na casa dos 5 ou 6%; não investiria, pois há no mercado outros investimentos mais seguros e igualmente renumerados.

Anónimo disse...

O JR já lhe respondeu e bem... mas eu acrescento na parte económico financeira ao que diz respeito o penultimo e último R&C divulgado... no minimo há falta de qualidade.

Anónimo disse...

Se alguma coisa aqui é agoirenta é a verdade dos números... agora não quer que o homem faça como a avestruz que quando o cenário não é de feição, toca a enterrar a cabeça.

JOSE LIMA disse...

Caro José Rodrigues
Tencionava, como costumo fazer depois de ler o RC, publicar uma crónica noutro blogue onde colaboro. Entretanto o caro amigo colocou o seu artigo, sobre o qual, não tenho a mínima discordância, tais as “verdades” ali postadas.
Sabe? Quando andava a estudar há muitos, muitos anos, gostava muito da Disciplina de Português e de uma coisa chamada Estilística. Aprendi que um texto deve ser escrito com “Pureza, Correcção e Clareza”. Acrescento um elemento. O autor deve saber do que está a falar.
O meu caro, já tem dado provas da sua competência na matéria, e conseguiu reunir estes “quatro elementos” no seu artigo. Quem não o conseguir entender não entende nada.
Por isso muito obrigado pelo artigo, e as benevolentes respostas aos comentadores anónimos.
Abraço

Anónimo disse...

HULK 11M

Não sejamos ingénuos; Essa da “confiança” pode ter duas leituras a sua, a tal que todos “nós” nos “orgulhamos”; como se pedir dinheiro emprestado, porque não temos capacidade por nós próprios cumprirmos as nossas obrigações, fosse um motivo de orgulho! E se tal não acontecesse neste momento rapidamente entraríamos em ruptura de tesouraria; Ou a outra leitura e para mim a mais correcta: se os juros valerem o risco de quem está disposto a investir; então lá aparece a dita “confiança do mercado”.

Veja o caso de Portugal; nós só cá temos a troika, não porque não houvesse sempre alguém a querer emprestar dinheiro; haver, havia e há; mas com juros elevadíssimos bem acima dos 7% que o antigo ministro das finanças Teixeira dos Santos afirmou que era o máximo que Portugal conseguia suportar.

É o caso deste empréstimo obrigacionista da SAD; a procura estará sempre condicionada ao estado real das finanças da SAD e os juros oferecidos se são ou não bons para quem investe e se compensa ou não o risco do investidor.

Não sei se é ou não investidor; eu sou, e posso lhe afirmar que neste momento existem no mercado outros investimentos muito mais seguros que as obrigações da FCP SAD; com juros um pouco mais baixos entre os 5 e os 6%... porque é que pensa que forma oferecidos os tais 8,25%.

abraço

Anónimo disse...

HULK 11M

“Quanto aos juros "aparentemente" demasiado elevados face à enorme procura, em minha opinião não cabe qualquer responsabilidade à Administração da SAD. São as Instituições Financeiras com quem a SAD trabalha quem tem voz activa neste assunto”

Se é só ingenuidade ou desconhecimento ou ambas não sei; mas quem define as condições finais do empréstimo é a FCP SAD através da sua administração. É verdade que existem normalmente entidades financeiras a assessorar… mas não a OBRIGAR.

Essas entidades no máximo têm capacidade de influenciar o que mais lhes convém… mas isso só acontece se eles tem a FCP SAD na mão; ou seja; a FCP SAD já estão de tal forma endividadas e dependentes dessas instituições que origina que na realidade quem tem o verdadeiro poder de mandar não é a administração mas sim essas instituições; mas se tal aconteceu é por única e simples responsabilidade da administração.

Anónimo disse...

HULK 11M

“Ou então, essas próprias "respeitáveis" instituições financeiras quiseram, elas próprias, ganhar uns milhoezitos, já que pagam aos seus depositantes cerca de 3% e sacam 8% ao FCP. A exemplo do que se passa nas "dívidas soberanas" e que vai levando os "PIGS" à miséria.”

As entidades assessoras só cobram (“sacam”) os seus serviços e respectivos feed`s em relação há operação contratada pela a entidade emissora, neste caso a FCP SAD. Os 8,25% neste caso são os juros de quem empresta; no caso em concreto de quem adquire as obrigações. Ou seja, quem “saca” é quem empresta.

Anónimo disse...

1)Os custos com pessoal aumentaram 30% (!!) no primeiro trimestre, ou 2,7M€. Nem um «pio» no R&C a explicar isto, apesar de em outras coisas com muito menos peso se terem dado ao trabalho de dar detalhes.

José Rodrigues,

Será que este aumento tem haver com os habituais prémios que a administração recebe pela performance dos resultados desportivos… mesmo que estejam a levar o clube e a SAD para a falência?

É que sinceramente também não consigo compreender este a aumento; tendo em conta a saída por exemplo de Hulk que tinha um vencimento de cerva de 5M ano.

Anónimo disse...

2) Os 50M€ brutos de Hulk e A. Pereira traduziram-se em mais-valias de apenas 28.4M€, pouco mais do que metade. Não é propriamente uma surpresa, já aqui eu tinha previsto algo do género (tendo em conta o que eles nos tinham custado e que só detínhamos 75% do passe do Palito).

Também já aqui o tinha afirmado; de resto um caso muito semelhante á venda de Falcao e R.Micael que dos cerca de 47M recebidos, também só originaram cerca de 20M em mais-valias.

O que por esta andar leva que a cada 50M em vendas se faça menos de metade de mais-valias; que poderia ser óptimo se não houvesse um serviço de divida abater e se esse dinheiro fosse todo reinvestido em craques.

O que só confirma que aquilo que alguns já escreveram aqui; há uns anos comprava-se bom e barato e vendia-se M. Bom e caro o que originava grandes mais-valias (um pouco o que hoje faz o SLB); Agora compra-se o bom muito Caro e vendesse quando se consegue caríssimo ou a maior parte das vezes um pouco mais caro, o que origina que as mais-valias não sejam na maior parte das vezes muito significativas em comparação com as de há uns anos atrás.

Anónimo disse...

5) Os juros pagos nos empréstimos já «vão» numa taxa média de 7,5% (que vai subir ainda mais com o novo empréstimo obrigacionista). Tendo em conta o tamanho do passivo, isso é má notícia: como já disse anteriormente, são cerca de 10M€/ano (mais do que recebemos de receitas de TV) que vão pela janela fora só para servir a dívida.

O que é preocupante e começa a ser insustentável. E o pior é que as futuras direcções se nada de novo acontecer; vão gerir uma SAD com grande parte das receitas possíveis já “penhoradas” ao serviço de pagamento da divida que vai muito para lá do mandato desta Direcção.

Em conclusão os “Louros” ficam para quem colocou as contas da SAD neste estado e os próximos ficam com o ónus de pagar os desmandos dos “Laureados”

Joaquim Lima disse...

Logicamente é melhor investir com juros de 8.25% que 5-6%...
No ano passado o Porto efectuou um mesmo tipo de negócio com juros de 6% e penso que a oferta mais que dobrou a procura! Por isso é que acho que com juros menores o Porto conseguiria atingir facilmente os 25M que objectivou.

Anónimo disse...

J. Lima,

A FCP sad ainda hoje acabou por esclarecer o porquê desta oferta. Como já aqui foi demonstrado, a situação não é mesmo nada famosa e este empréstimo sò financia uma parte do "buraco" dos 80M que temos que fazer frente até Setembro; cerca de 30%. Desta forma e com a procura ser um pouco maior do que o esperado e de acordo com a opção que a FCP sad tinha até 11 de dezembro, aumentou o valor de 25M para 30M. Mesmo assim penso que o FCP vai ter que realizar um grande encaixe até Setembro com vendas de jogadores... Vamos lá ver se não á já em Janeiro!

Anónimo disse...

Joaquim Lima:
No ano passado o Porto efectuou um mesmo tipo de negócio com juros de 6% e penso que a oferta mais que dobrou a procura!

A taxa de juro do empréstimo obrigacionista do ano passado (10M€) foi/é de 8% e a taxa de procura foi 9,59 vezes a oferta.

No empréstimo anterior - o que acaba agora de 18M€ - é que a taxa de juro foi de 6% e a procura foi 4,52 vezes a oferta.

Já agora:
- em 2006 a taxa foi de 6% e a procura 2,06 vezes a oferta para um empréstimo de 15M€
- e em 2003 a taxa foi de 5,35% e a procura 1,13 vezes a oferta para um empréstimo de 11.5M€

José Rodrigues disse...

Estive ontem a dar uma vista de olhos ao R&C 11/12 do slb (SAD).

Se nos temos um buraco de 80M de curto prazo, eles (a 1 de Julho) tinham um buraco de curto prazo de 180M!

A taxa de juros medida deles anda pelos 5,8%, mas e' preciso ver q isso inclui a divida do estadio com juros baixos, ja' q foi negociada ha' muitos anos (e ao contrario do FCP, eles incorporaram o estadio na SAD).

Eles tem alguns emprestimos q andam pelos 10% (e ja' agora dao muitissimos mais detalhes nesta rubrica do q a FCP SAD).

Pelo q vi concluo q a banca nao lhes esta' a facilitar (muito) nas taxas de juro, fico satisfeito em saber isso.

De qualquer forma os 3 grandes (se e' q o SCP ainda o e') parecem estar empenhados numa especie de corrida para o abismo, em q o SCP leva grande vantagem, seguido de slb e finalmente de FCP.

José Rodrigues disse...

"há uns anos comprava-se bom e barato e vendia-se M. Bom e caro o que originava grandes mais-valias (um pouco o que hoje faz o SLB)"

Bem, ja' la' vao muitos largos anos (cerca de uma decada) em q a regra era comprar barato e vender muito caro: Meireles, Pepe, Maniche, Bosingwa, Derlei, etc.

De facto na ultima decada tem sido muito mais a excepcao do q a regra (por ex Cissokho). A regra tem sido mais comprar carote e vender muito caro: Lisandro, Lucho, Anderson, Hulk, Falcao).

Mas nao me parece q seja assim tao diferente do slb. Sim, eles tiveram uma outra grande venda apos comprarem barato (como Coentrao), mas tambem tem comprado uns quantos jogadores bastantes caros; eles nao tem gastado muito menos do q nos em contratacoes nos ultimos anos.

Nicolau T disse...

Boas noites,

Sou adepto portista desde que me conheço e como tal acho este blog muito, mas mesmo muito elucidativo do que deve ser o portismo...

Eu gostava de saber se alguém me pode indicar onde posso encontrar o pdf do R&C do SLB deste primeiro trimestre?

Em relação ao R&C do meu FCP gostava de perguntar o seguinte, porque não entendo muito de fiscalidade e relatórios...

1- O facto de o FCP ter de "liquidar" o seu empréstimo obrigacionista no exercício 2011/12, não teve muita influência no resultado final?

2- Que eu me lembre, a direcção do FCP e da SAD sempre "admitiram" que a política do clube passaria por comprar jovens jogadores e valorizá-los, para com isso gerar mais valias... Os relatórios apresentados nos últimos 4/5 anos, não são reflexo disso mesmo?

3- O facto de o FCP ter investido no ano passado na equipa (Danilo, Alex, Iturbe, Mangala...) não influenciou muito o resultado do exercício 2011/12? terá sido uma má opção? É que o Danilo e o Alex Sandro são detidos a 100% pelo FCP...

Agradeço desde já, se alguém me tirar estas pequenas "duvidas"...

Cumprimentos portistas

Dany disse...

Alguém me pode explicar o "adiantamento" que está no 1º parágrafo da página 31 do relatório? Estou muito preocupado pois o PC vai embora amanhã ou no máximo em 5 anos e já queimou receitas futuras ao sucessor...