segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

SMS da tarde

Se querem que Pinto da Costa despeça o treinador, o melhor é acabarem com os protestos e com os lenços brancos. Pinto da Costa nunca gostou que pudessem pensar que ele anda atrás da turba. É uma atitude típica dos grandes líderes - para o bem e para o mal: sabem que a sua função é mandar e não ser mandados.

23 comentários:

José Lopes disse...

Isso e' verdade, mas o Fernandez e (ainda mais) o Octavio foram despedidos quando eram muito contestados. Para tudo ha excepcoes.

José Lopes disse...

E mais uma coisa: por muito grande lider que Pinto da Costa seja, ninguem e' dono do clube. Se a contestacao ao treinador chega ao ponto de ontem e se ha cada vez menos gente no estadio, entao e' mais que provavel que despedir o treinador seja mesmo a melhor opcao.

.:GM:. disse...

É deixar de ir ao Estádio. Quando o dinheiro dos ingressos deixar de entrar e o Estádio estiver às moscas, pensarão duas vezes. E não me venham com tretas de que devemos apoiar a equipa em todos os momentos. A mediocridade não se apoia. Corrige-se, censura-se. A melhor forma do adepto demonstrar o seu descontentamento não é indo para o estádio assobiar. É deixando as bancadas vazias.

giovani disse...

O problema é saber se Pinto da Costa ainda é um grande líder. Se o fosse, tinha aprendido alguma coisa com o título do ano passado que caiu do céu e prepararia este ano com cuidado e não sobre o joelho como se está a ver. Não tinha deixado desbaratar a equipa e deixar abalar jovens promissores como Iturbe. Uma equipa que vai em desespero buscar Quaresma é bem liderada? Não me parece. cada pessoa tem o seu tempo e ser grande é saber abalar e preparar a sucessão. É o que fez Belmiro de Azevedo, Jerónimo Martins, Bill Gates, etc. Às vezes dá a ideia que o nosso Presidente está com o mal do Benfica há uns anos, o de olhar só para o passado e para o museu, vivendo de glórias passadas. Muito lhe devemos, mas se tivesse visão, quando este treinador, por ele escolhido, perdeu os pontos de vantagem, devia ter tomado as medidas necessárias. Um facto simples - em cada jogo, com ele à frente, a equipa joga pior. Será só ele que não vê?

José Lopes disse...

Em condicoes normais, discordo, acho melhor aparecer e manifestar-se do que nao por la os pes. Mas neste caso, se os que aparecem e gritam e insultam sao apenas a turba irracional e a direccao e' que a racional e sabedora, entao mais vale nao ir mesmo. Talvez assim percebam.

Tenho pena que tenha havido canticos insultuosos dirigidos ao treinador. Ele nao tomou o lugar de assalto. Nao tem competencia para o lugar, mas quem o contratou e mantem contra toda as evidencias e' que devia ser responsabilizado.

Mário Faria disse...

Acho que PdC não é imune aos protestos. Porém, tal como ele não acho conveniente que o poder caia na rua: não defendo uma situação de insurreição permanente e, vejam lá, para mudar um treinador. Que coisa é essa, amigo portista? O PF tem sido humilhado até à exaustão: ninguém merece um tratamento destes. É uma fúria que não entendo, dirigida a um homem só. Ontem, o que assisti nas bancadas deixou-me triste, embora reconheça que o FCP merece um justo e intenso “assobio”; o que não concordo é que se faça do treinador o único culpado e ficaria desagradado se PdC deixasse cair o treinador desta forma e empurrado pela ligeireza dos lenços brancos. PF vai sair no tempo que o presidente achar conveniente: essa é uma competência que lhe cabe por inteiro, bem como a sua substituição que espero não seja o Marco do Estoril nem ninguém das redondezas. É bom que se aproveite a oportunidade para incomodar os instalados e aparecer nos locais próprios para de viva voz mostrar o nosso descontentamento. Apareçam sff.

DC disse...

Já disse isso aqui há uns tempos. Acho que é a mensagem mais forte que se pode passar. Pelo menos para o dinheiro que entra em caixa eles devem olhar.

José Lopes disse...

Os grandes lideres demonstram visao, agem antes de lhes ser apontado (ou gritado) o caminho. Pinto da Costa nao precisa de mostrar que e' lider. Se ainda precisa, ao fim de todos estes anos e todos os titulos, entao nao ha lider com autoridade no mundo inteiro.

Nao sei se esta bizarra teimosia tem a ver com cegueira pura de alguem enclausurado no seu mundo, se tem a ver com demonstracao de poder para alguem dentro da estrutura, se se esta a queimar tempo a espera da disponibilidade de alguem, se, se... O que sei e' que se o lider que temos prefere mostrar lideranca sabendo que com isso vai enterrar de vez as ambicoes desportivas da epoca e desvalorizar os jogadores, entao isto ja entra no campo da negligencia.

Alexandre Burmester disse...

Não pretendi dizer que não entendo que se proteste (embora o estilo de alguns protestos seja lamentável). Mas não durante os jogos: durante os jogos acho inconcebível que se assobie a equipa, seja em que circunstâncias for. Essa, sim, é uma boa medida da qualidade do adepto, e não se ele fica no sofá, se come pipocas no estádio, ou se berra e grita mais alto que os outros.

MM disse...

Sim, porque os lugares anuais não estão pagos nem nada...

E com todo o respeito, essa da "falta de comparência" perante os problemas é mesmo à portuguesa.

José Lopes disse...

MM, falta de comparencia e' da direccao ao ver o barco a afundar e preferir nao tomar atitutes.

Ruca disse...

Concordo. E apesar de ser evidente que o treinador deu um passo maior do que a perna, apesar de provar que foi uma aposta errada, nós adeptos tornamo-nos excessivamente intolerantes perante resultados negativos. Precisamente porque as derrotas não são habituais e então não sabemos como reagir perante as mesmas. Principalmente as gerações mais novas, na qual me incluo, já que desde 84 que vejo o meu clube a ganhar quase sempre.

Não podemos ser como os lagartos e lampiões nestas merdas. Mudar de treinador como quem muda de meias, só porque sim, sem ter ideia de quem poderá ser o substituto, ou ir nas cantigas da merda da comunicação social que temos. Por isso, ontem gostei de ouvir o Oliveira. Os lagartos do Bruninho e a vermelhada do Orelhas, hipócritas com uma lata do tamanho do universo, estão no campo para ver se mudam o rumo das coisas...e "pelo outro lado".
Mais, a história do "fim de ciclo" é para boi dormir, e só temos que pegar nesse paleio e transformá-lo em vitórias memoráveis, tal como aconteceu depois do título do túnel.

O NGP está aí para durar e ontem provou-o. Os meninos não têm que fugir dos adeptos - que por acaso nem eram muitos - devem perceber a responsabilidade que têm quando entram em campo e a quem devem, verdadeiramente, explicações.

Esta época parece condenada...mas vamos ver. Confio no Presidente.

.:GM:. disse...

MM, e são só os lugates anuais que contam? O facto de ter o Estádio às moscas não é um sinal muito mais forte que a falta de receita? Falta de comparência à Portuguesa uma treta porque eu não sou seguidista, não sou cego e não sou carneiro. Eu pago para ver um bom espectáculo seja de futebol ou do que for. Se a qualidade do mesmo não for de acordo com o expectável, terá sido não só o dinheiro deitado fora como tempo perdido. E se há coisa que eu não gosto, é de perder tempo. Cada um é como cada qual, se achares por bem continuar a investir tempo e dinheiro sem retorno desse investimento, força.

MM disse...

Eu adoro ir ao Dragão.

Era o que faltava se agora para além de ter de "aturar" este FC Porto de fraca estirpe ainda ficasse sem esse prazer. Ainda para mais estando o lugar pago até ao final do ano.

Mas cada um sabe de si, se o caro GM vai à bola com todo esse "utilitarismo militante" é lá consigo.

Voltando ao assunto base, simplesmente acho que a não comparência resolva alguma coisa. As grandes mudanças no FC Porto (por exemplo em 1982 e no ano do Octávio) fizeram-se da luta e da militância, não por abandonar as Antas e deixar as coisas rolarem...

Mas pronto, são opiniões, cada qual sabe de si e faz o que achar melhor.

Luís Vieira disse...

Hedonismo bacoco na sua máxima expressão. Mil vezes um assobiador do que um desertor.

Luís Vieira disse...

"Se tem a ver com demonstração de poder para alguém dentro da estrutura": parece-me que este é um dos factores importantes a pesar no momento; talvez resida mesmo aqui a pedra-de-toque da questão. É apenas um feeling, não disponho de qualquer inside information, mas não me admiraria nada, face aos rumores que têm corrido, que o Presidente esteja a protelar a decisão para tomar uma posição de força para o interior, confrontando os arrivismos latentes. Por outro lado, está a tentar manter a coerência e não cair no ridículo, depois de ter afirmado há bem pouco tempo que renovaria com Paulo Fonseca, caso a época tivesse terminado.

Portuense Verdadeiro disse...

Eu cá proponho que apenas se vá ao estádio quando a equipa começar a ganhar 20-0...Fora isso, é deixar o estádio às moscas e virar costas ao clube...

Isto de puxar pela equipa e apoiar o clube quando se está na mó de baixo, é só para os ignorantes dos adeptos do frankfurt que mesmo a lutar pela manutenção e a jogar um futebol fraquinho, não se cansam de apoiar...são mesmo atrasadinhos os filhos da merkl...

.:GM:. disse...

Seguidistas.

Luís Vieira disse...

"Seguidismo - qualidade de quem segue ou é defensor incondicional de alguma ideia, teoria ou partido, sem nunca se questionar ou fazer juízos de valor". Ora, o que estamos aqui a fazer é precisamente questionar e fazer juízos de valor sobre a decisão de demitir ou não o Paulo Fonseca. E esta, hein?

Daniel Gonçalves disse...

Pinto da Costa, como muito bem salientado pelo Alexandre Burmester, sempre demonstrou no passado que não é refém dos humores, das voláteis opiniões ou dos caprichos da turba, e ainda bem porque tal é sinónimo de liderança forte e independente, sempre foi uma qualidade que admirei no nosso Presidente. Mas também é atributo dos grandes líderes saberem antecipar, através da observação e análise da realidade envolvente e dos factos ocorrentes, o possível desenrolar dos acontecimentos - como referido pelo José Lopes no comentário das 17:13 de ontem -, ora se o nosso Presidente procede correctamente ao não ceder facilmente à opinião arbitrária da turba, não esteve tão bem ao deixar a situação agonizar-se até este ponto. Deve ser o líder a determinar - até onde for humanamente possível – o desenrolar dos acontecimentos, e não a ser levado pela força da realidade a reagir após os factos consumados e quando já não é possível influir no desenrolar dos acontecimentos.

Daniel Gonçalves disse...

Se Pinto da Costa queria dar um sinal claro de força e independência após o jogo, e a derrota, face ao nosso rival, não era necessário chegar ao ponto de afirmar que “renovava de imediato o contrato ao Paulo Fonseca” bastava assinalar que “o treinador ainda possui confiança da direcção para continuar o seu trabalho” ou então “mantenho o apoio e confiança no treinador”, dando a entender que não estava descontente mas que era necessário melhorar e fazer melhor. Ao afirmar o que afirmou deu a entender que estava «totalmente» satisfeito com o trabalho do Paulo Fonseca e estávamos perante o melhor dos mundos possíveis, quando tal não correspondia à verdade. A sua afirmação levava a um compromisso total e cego com o trabalho do treinador quando se tornava necessário deixar margem de manobra, e alguma flexibilidade na avaliação ao trabalho do PF, caso a situação não melhorasse e continuasse a deteriorar-se, como tem acontecido. Também se colocava numa situação difícil pois se as exibições, e os resultados da equipa, se mantivessem ou piorassem ficava limitado a apenas 2 escolhas, despedir incoerentemente o treinador quando tinha acabado de lhe dar total “carta branca” e mostrado uma satisfação completa com o trabalho, ou mantê-lo para lá dos limites do aceitável enquanto a situação se deteriorava

Daniel Gonçalves disse...

Agora, quando já não existem condições psicológicas do treinador e no balneário para o mesmo continuar, Pinto da Costa vai acabar por demitir o PF, guardando para si a altura, e as condições, em que tal acontecerá, apenas para poder dizer que não cedeu às exigências da turba e tal demissão se deveu exclusivamente à sua vontade. Mas não se livrará do estigma de acabar por ser refém dos acontecimentos e ter de ceder, mesmo que involuntariamente, aos apelos da turba, quando podia perfeitamente ter “adivinhado” que a massa adepta não aceitaria os resultados negativos por muito tempo e agido em conformidade atempadamente. Considero que após o jogo da Madeira poderia ter sido a altura ideal, pois não se registaram manifestações «visíveis» de desagrado dos adeptos portistas nem houve «exageros» face à derrota no jogo, e quando ainda era possível manter as aspirações no campeonato. No entanto neste processo ressalvo a forma digna, respeitosa com que Pinto da Costa defendeu a pessoa Paulo Fonseca dos ataques ad hominem e dos insultos pessoais com que o treinado foi brindado por alguns adeptos, de louvar a posição do Presidente, mas também aqui se se tivessem tomado medidas atempadamente se poderia ter evitado todo este culminar de ataques pessoais ao treinador.

Daniel Gonçalves disse...

"Se um líder é considerado inconstante, leviano, pouco corajoso e irresoluto torna-se desprezível (...) deve esforçar-se para que nas suas acções se reconheça uma certa grandeza, magnanimidade, seriedade, força (...) e nas suas decisões uma certa irrevocabilidade", Pinto da Costa tem o perfil traçado nestas ancestrais palavras. Ninguém o pode censurar, ou criticar, por ser vítima das ilusões, quando considerou que Paulo Fonseca seria uma formidável treinador e um predestinado, pois ninguém é imune a erros ou ilusões, não podemos fugir da condição humana não somos deuses, mas persistir num erro quando este se tornou demasiado visível ou evidente, e a teimosia face ao desenrolar de acontecimentos negativos não valorizam um líder, e acabam por levar à contestação dos adeptos, como vimos nos últimos dias.