Rúben Neves |
Estou muito satisfeito pelo facto do FCP ter cumprido o primeiro grande objectivo da época: a passagem à fase de grupos da CL, com as vantagens desportivas e financeiras que a inclusão na prova maior permite acolher. Não foi perfeito o exame da passada terça-feira, mas a prova correu bem porque
trabalhámos muito e fomos competentes. Vencemos com um agregado de 3-0, mas há quem esteja descontente, porque não chega: a rapaziada é razoável e exige o limite. Aos outros de preferência. Assobia-se porque a equipa perdeu alguma coesão a meio da primeira parte ou porque o treinador entendeu não meter o Quaresma na última substituição que podia fazer, depois de ter queimado uma por incapacidade física de Alex Sandro. Que pecado capital cometeu o mister para merecer tanta severidade? Nunca bati tantas palmas a um treinador para ajudar a abafar essa opinião sonora de descontentamento incompreensível que não serve o clube, não apoia o jogador que vai entrar, legitima a rebeldia de Quaresma e potencia um aval indirecto de revelia à autoridade do treinador. No FCP, para alguns, a autoridade do treinador acaba quando a integração de Quaresma se intromete e se torna uma obrigação para esses iluminados. Que estranha obsessão.
A exibição do FCP contra o Lille não foi perfeita. Mas, um bom gestor deve reconhecer as forças e fraquezas do grupo e agir em conformidade com essas realidades. Mais, deve acomodá-las ao modelo de jogo do clube, aos actores que tem à disposição e aos diferentes momentos da competição. A ultrapassagem do play-off que a equipa tinha de cumprir (obrigatoriamente) no início da época para estar na CL, não permitia devaneios artísticos. O treinador chamou a si todas as responsabilidades e não teve medo de correr riscos em defesa da segurança e do controlo de jogo que entendeu imprescindível para passar o Rubicão. Da última vez que tivemos idêntico desafio, calhou muito mal com um precário Anderlecht.
Temos uma equipa jovem e ainda não fomos derrotados o que é estranho numa equipa com um treinador sem experiência na CL e tarimba de balneário e em que Fabiano não dá confiança, Danilo escorrega sem jeito, Indi não sabe saltar e sair a jogar, Reyes está verde, Casemiro talvez sirva mas não
é forte na posição 6, Herrera não sabe passar a mais de 10 metros de distância, o miúdo ainda não é gente, tal como Óliver que retém a bola e joga para o lado. Salvam-se o Martinez e o Brahimi, por enquanto. Maicon está no limbo e Alex Sandro sujeito a novas observações. Se fosse cínico, diria que o treinador conseguiu um milagre, dada a sua inexperiência e à fragilidade dos atletas que temos, por quem ajuíza e sabe da poda.
Pela minha parte, estou entusiasmado com o trabalho produzido, embora reconheça que precisámos de melhorar a nossa presença no ataque. Mas, nestas coisas da bola não basta consultar a wikipedia ou estar atento aos conselhos de Freitas Lobo para lá chegar. Demora e é feito de riscos, porque não raramente tapa-se de um lado mas destapa-se do outro. Brahimi fez uma excelente segunda parte a que não foi alheio o facto de haver mais espaços porque chegámos à vantagem no arranque do segundo tempo.
Assino por baixo a política de contratações e alienações no plantel, embora Ádrian Lopez ainda esteja muito longe de justificar o investimento que foi feito. Uma última consideração para o Rúben que deve ser tratado como uma pedra rara que deve ser lapidada com muito carinho. Acho que o miúdo saiu da sua zona de conforto e está a aprender a jogar num registo diferente. Acredito na perspicácia de Jullen para acompanhar o seu crescimento. Por fim, espero que Lopetegui saiba gerir o conflito com o Ricardo Quaresma e que o clube lhe saiba dar apoio esclarecido, como fez com Mourinho aquando do processo disciplinar a Vítor Baia, até porque o Mustang não é uma referência como foram Fernando Gomes e Jorge Costa e acabaram por sair por razões disciplinares. Estou muito contente, pois claro e o Rúben representa essa crença de confiança no futuro.
8 comentários:
Bravo assino por baixo.
Ainda é muito cedo para termos uma equipa a carburar em pleno. Mal estaríamos se já nos encontrássemos no pico de forma da época em pleno Agosto. Quando esta equipa estiver afinada e com as alternativas que dispõe, vai dar que falar podemos estar descansados.
Muito bem!
Quanto aos assobiadores acrescentaria que deixaram de ter lugar nas bancadas do Dragão. Nao gostam? Nao apareçam.
Quanto ao Quaresma, nem deveria ser assunto. O Porto este ano voltou a ser uma equipa em que a dita e o clube têm que estar acima das vontades e dos humores de cada um. Ponto final.
Estou contigo Mario.
A única questão é mesmo o Ádrian, mas dou o beneficio da dúvida porque está-me a parecer que ele está a ter dificuldades a ambientar-se à posição aos colegas e ao próprio futebol português, que é bem mais fechado que o espanhol.
De resto a equipa melhora de jogo para jogo... o jogo de Paços por exemplo, foi um caos depois de estarmos a ganhar... com o Lille, depois do golo perdemos um pouco a organização, quando o Lille respondeu mas depois ganhamos novamente o controlo das operações.
P.S.: Outra coisa que me preocupa é o Nuno Espírito Santo ter dito que ainda vão entrar um Médio e um Avançado no Valência até final de segunda-feira e que um dele vai ser uma "bomba"... é que não estou a ver muitos avançados "Bomba" no mercado tirando o nosso (que o Chicarrito Hernandez não é bomba)... Espero que larguem mesmo o Jackson da mão.
Partilho do optimismo (consciente) e aproveito para sublinhar o seguinte parágrafo: "Temos uma equipa jovem e ainda não fomos derrotados o que é estranho numa equipa com um treinador sem experiência na CL e tarimba de balneário e em que Fabiano não dá confiança, Danilo escorrega sem jeito, Indi não sabe saltar e sair a jogar, Reyes está verde, Casemiro talvez sirva mas não é forte na posição 6, Herrera não sabe passar a mais de 10 metros de distância, o miúdo ainda não é gente, tal como Óliver que retém a bola e joga para o lado. Salvam-se o Martinez e o Brahimi, por enquanto. Maicon está no limbo e Alex Sandro sujeito a novas observações. Se fosse cínico, diria que o treinador conseguiu um milagre, dada a sua inexperiência e à fragilidade dos atletas que temos, por quem ajuíza e sabe da poda." Ironia lapidar.
Assino por baixo.
A atitude de alguns adeptos para com a equipa é deplorável e ainda bem que vivo no Canada e não vejo jogos no Dragão porque desconfio, se bem me conheço, que me iria chatear com um assobiador em todos os jogos e iria obviamente, de uma forma desagradável, convidá-lo a não voltar a pôr os cotos naquele estádio e sinceramente acho que se devia começar um movimento geral e corrosivo contra os estafermos dos assobiadores com tarjas, contra-assobios e confrontação directa se necessário.
É o Negredo, do Man City. Aos jornais portugueses dá jeito veicular o Jackson.
Os assobios, nesta fase da época, e considerando ainda os resultados conseguidos até aqui, são completamente despropositados. O treinador e a equipa têm estado bem, mas a liberdade de expressão tem destas coisas: uns usam-na para assobiar, e uns usam-na para dizer mal dos outros.
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