terça-feira, 5 de maio de 2015

André entrevistado por Bernardino Barros


"A maior alegria da minha vida foi ter vindo para o F.C. Porto"

António dos Santos Ferreira André nasceu em 24 de Dezembro de 1957, em Vila do Conde.

Formado no Rio Ave F.C., ingressou no Varzim S.C. aos 17 anos. Na época de 1984/85 foi contratado pelo FC Porto onde jogou até ao final da carreira, na época 1994/95. O FC Porto foi campeão nacional nessa época. No último jogo, nas Antas, André foi substituído e recebeu uma ovação impressionante dos sócios que durou largos minutos.

André, 11 épocas de FC Porto

Palmarés enquanto jogador:
1 Taça Intercontinental
1 Taça dos Campeões Europeus
1 Supertaça Europeia
7 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal)
3 Taças de Portugal
5 Supertaças Cândido de Oliveira

André pertence ao grupo de jogadores que, juntamente com treinadores e dirigentes, construiu um FC Porto à escala mundial. Foi entrevistado por Bernardino Barros na semana passada. Vale a pena ver.

André entrevistado por Bernardino Barros

Os tempos agora são outros, já não há jogadores assim, mas esta entrevista deveria ser obrigatória para o actual plantel e para alguns dirigentes portistas.

10 comentários:

Pedro Mota disse...

Enorme André..Lembro me bem do seu ultimo jogo nas Antas..Lembro me tambem que que alem de ser um poço de raça ,jogava muito á bola. Actualmente ele, tal como muitos daquele tempo, não duravam nem 2 épocas no Porto sem um colosso financeiro o vir buscar..Outros tempos de facto.
Alguém sabe me dizer se o André tem algum papel na equipa técnica ou na estrutura do futebol do Porto?.
Obrigado pela partilha.

Pedro disse...

Absolutamente fantástica a entrevista. Sobretudo o entusiasmo com que fala do Porto, do ganhar e da vontade de ganhar, da recusa em aceitar a derrota. E se na altura tinhamos 5 ou 6 "chefes" de balneário... hoje não temos nenhum.

Penta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jnporto disse...

É um prazer ouvir estas entrevistas, desta gente que jogou e que sente o FC Porto. André é um exemplo e um orgulho para o ser portista. Recordo que ele chegou com Quim ao Porto depois de quase entrarmos em pânico quando os de Alvalade nos roubaram Jaime Pacheco e Sousa e que tanto um como outro se tornaram peças fundamentais na equipa de então. O futebol deu de facto uma grande volta. Hoje em dia tem muitas pipocas, paparoca ao intervalo, os chamados "selfies" e mensagens para as redes sociais. Tempos modernos, em suma. Os jogadores têm uma relação diferente com o clube e, como bem refere aqui Pedro Mota, se forem bons, não duram duas épocas no clube sem que um colosso os venha buscar. Há o comprar e o vender e as percentagens de lucro que transformam os nossos clubes em entrepostos de negócios afundando a progressão e a visibilidade dos melhores jogadores das camadas jovens. Não foi por acaso que as duas Ligas dos Campeões que o nosso Porto ganhou acontecerem com muitos jogadores portugueses, a última das quais em 2004 quando a tendência dos melhores se irem embora já se entranhava pela Europa. Custa-me a crer que a Óliver, Jackson ou Tello só para mencionar alguns dos nossos, que o FC Porto e o Porto lhes diga alguma coisa e isso faz diferença para não dizer "a diferença". Pepe passou pelo Porto e foi no Porto que se fez jogador, como sabemos, mas para meu espanto numa grande entrevista [salvo erro a Daniel Oliveira] mostrou o seu baú de recordações e o Porto não estava lá. Pois fiquemos com André, com João Pinto e com outros grandes portistas que sentiram a nossa camisola e que são o nosso orgulho. Cumprimentos.

Penta disse...

@ Pedro Mota

passa quase imperceptível na entrevista, mas António André está no Departamento de 'Scouting'/prospecção de talentos

ps:
porr@ para o corrector ortográfico de um telemóvel que, em escrita, é tudo menos inteligente. ou então serei eu que sou burro, e tal... :D

abr@ço
Miguel | Tomo III

DragoesJuntos disse...

O André pertence à equipa de Scouting do FC Porto.

meirelesportuense disse...

Também vi esta entrevista e foi muito bonita por revelar alguém senhor de uma enorme simplicidade e entrega ao seu Clube de coração.
Hoje fazem muita falta essas referências, embora por exemplo o Helton tenha ganho esse estatuto e seja um senhor.

Mário Faria disse...

É óbvio que os jogadores no passado tinham uma relação íntima com os clubes. Até 1974 um jogador representava um clube para toda a vida, a menos que o quisesse dispensar ou "vender". Hoje, as regras são diferentes e naturalmente influenciam a ligação entre as partes.
Dito isto, sempre digo que nos anos de Pedroto e de Artur Jorge ocorreram muitas situações de tensão que são conhecidas. Não era tudo um mar de rosas. Embora estas entrevistas sejam muito interessantes, gostaria que houvesse uma narrativa histórica que fosse para além das coisas boas.

meirelesportuense disse...

Os jogadores no passado tinham uma ligação forte com os Clubes porque a Legislação permitia uma relação desigual entre Clubes/Entidade Patronal e os jogadores. Hoje tudo se alterou, para além de existir uma enorme percentagem de jogadores estrangeiros nos plantéis dos Clubes...Essa diferença na composição da estrutura do Futebol faz com que a ligação afectiva entre jogadores e Clubes seja muito mais reduzida.Por isso os jogadores entram e saem com uma facilidade assustadora.Tensões sempre existiram e existirão em organizações humanas, estou sinceramente convencido que acontecem em todo o lado.O que é necessário é haver sabedoria para ultrapassar essas divergências.Se os Clubes dessem prioridade aos jogadores oriundos da sua formação, essa identificação seria muito mais alargada, mas essa não é a tendência actual e se ela acontece neste momentos em alguns Clubes é mais por imposição das dificuldades financeiras que eles próprios atravessam, que por outra razão qualquer.

PortoMaravilha disse...

Viva,

E' a partir da "decisão Bosman" - Jean-Marc Bosman que joga no Standard de Liège quer se transferir para o Dunkerque. O clube Belga recusa e o jogador apela para as instâncias juri'dicas Europeias, evocando o direito à livre circulação dos trabalhadores comunita'rios no âmbito do espaço comunita'rio. Obtem razão e começa, então, a "valsa" de transferências em 1995/96... Transferências miliona'rias (Zidane,Figo...).

Antes de 1974 os clubes da capital dispunham de inu'meras filiais que eram u autênticas reservas ou equipas B disfarçadas. Assim, Artur Jorge, por exemplo, antes de jogar pelo Benfica jogou pela Académica de Coimbra, etc, etc. Mas é preciso, igualmente, ter em conta que as filiais dos clubes lisboetas também existiam na colo'nias. O rapto de Eusébio pelo benfica para que o avançado não assinasse pelo sporting, aquando a sua chegada a lisboa, pode ilustrar, duma certa maneira, o monopo'lio que os clubes de lisboa tinham no contexto do futebol português, quer na metro'pole quer nas colo'nias.

O Porto é até hoje o clube português que melhor resistiu e soube se adaptar à transformação do mundo do futebol. Não sendo um clube que vive numa a'rea urbana densa - contrariamente aos clubes de lisboa - tem, sem du'vida ainda mais mérito. Também ha' que realçar que, no contexto europeu, se adaptou melhor que muitos histo'ricos europeus.

Penso que o futebol Europeu vai mudar quanto à sua arquitectura. Um campeonato Europeu por divisões? O Porto tem que continuar a ter visibilidade Europeia... Pensar o Porto em termos unicamente nacionais é condenar a equipa, parece-me.

Penso que existe um relato narrativo que tem tendência a exaltar a ligação afectiva do jogador com o clube. Pode é claro existir, mas antes de tudo o jogador é também um professional cuja carreira pode depressa ser destruida por um "azar". Gomes transferiu-se para o Bétis de Sevilha, Bai'a para o Barcelona e regressou porque, apo's lesão, nunca mais foi titular...

Portugal tem com o Japão e a Coreia do Sul a taxa de fertilidade por mulher mais baixa do mundo... quais jovens?

A estabilidade financeira é, quanto a mim, a melhor garantia dum futuro sereno. E é claro a preservação da memo'ria.

E Viva o Porto!