Uma das boas sensações que costumo ter no ano futebolístico é a do primeiro jogo da época no Dragão. Há um sentimento de reencontro, de reunião "familiar" e de regresso a casa.
Ora, várias vezes penso nesta sensação e nas dificuldades que a maioria das famílias têm, em especial em momentos de crise como os que temos presenciado, para poder viver esse momento de "família portista" em família (de sangue).
Um lugar anual é algo que muitas famílias não conseguem dar a todos os seus membros, e muito menos quando algum ou alguns dos membros não logram garantir presença num número mínimo de jogos.
Parece-me que seria de estudar a hipótese de haver cartões familiares com obrigação de aquisição de entradas anuais para um certo número de membros mas que permitisse duas coisas:
1. Por um lado, a entrada livre de qualquer membro da família usando para tanto os lugares anuais adquiridos. Por exemplo, na minha família, composta por 7 pessoas, não obstante sermos todos sócios, só 4 membros têm lugar anual. Ora não há qualquer direito a que os outros 3, caso um dos 4 não possa ir a um jogo, entre no seu lugar.
2. Por outro lado, a aquisição a um preço reduzido (por sócios do mesmo agregado familiar de sócios com lugar anual) de entradas nos jogos aos quais compareçam os seus familiares. Isto estimularia cada jogo como um "momento de família" e poderia conduzir, inclusivamente, à possível aquisição de lugares anuais pelos membros que, inicialmente não os tinham. Esta aquisição a preço reduzido poderia até estar sujeita à condição de que, no princípio do ano, se pagasse um pequeno fee para que cada um dos sócios pudesse fazer valer esse direito mais tarde (o que garantia logo uma receita por um direito que até poderia nunca ser exercido).
Não duvido que a estrutura do FCP esteja atenta ao pricing e às possibilidades existentes, mas penso que este tipo de relação teria vantagens financeiras e clubisticas (associativas) a considerar.
Quanto a mim só posso confessar que me custa sempre um pouco estar "em família" no Dragão e ter deixado parte da família em casa...
8 comentários:
Há uns anos que pode emprestar o cartão de sócio, caso não possa usar o seu lugar anual, a qualquer pessoa
"Ora não há qualquer direito a que os outros 3, caso um dos 4 não possa ir a um jogo, entre no seu lugar."
Embora isso seja verdade, nunca foi um problema, os seguranças não estão interessados em verificar. Basta levar e passar o cartão, como sempre.
Desde que tenhas cartão que até pode ser da tua sobrinha de 6 anos, entras á vontade, vontadinha...
Sim, claro Rogério. Posso na prática mas não tenho esse direito reconhecido, apenas tolerado. Acho que se poderia ir mais longe e, para além disso, a quem, como eu, compra 4 lugares, deveria ser permitida uma forma mais económica de, por vezes, levar o resto da família em condições especiais (nem que fosse pagando um fee inicial para mais tarde usar - ou não - essa hipotese
Leu bem Paulo. Como comento acima, apenas nos é tolerado algo que deveria ser um direito e uma forma de mais facilmente fazer dos jogos um momento de família
Eu sei, Felisberto. Somos uma família de 7 com 4 lugares anuais.... :-). Mas por que razão manter isso como uma mera tolerância?
se fosse um direito prestar-se-ia a candongas, não?
Talvez Antonio. Mas quanto a candongas, sendo tolerado, hoje também seria possível. Nada impede, a nao ser a minha consciencia que eu pegue no cartao da minha filha e venda a entrada para um jogo. Mas o que eu acho é que, por um lado, deveria ser indiferente qual dos membros da família (que tivesse adquirido um bilhete anual de família equivalente por exemplo a 4 lugares anuais) vai ao jogo. É, por outro lado, nem que fosse pagando-se no inicio do ano um fee, poderiam os demais membros adquirir para um determinado número de jogos bilhetes mais baratos do que os dos que são apenas socios
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