sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O “sargentinho” e o “engenheiro”

Sim, este grupo de apuramento era acessível.

Sim, atendendo aos critérios de apuramento, a seleção portuguesa tinha a obrigação de ser (como foi!) uma das 24 seleções apuradas para a fase final do Europeu 2016 (em França).

Mas, olhando para o "estado comatoso" em que estava a seleção portuguesa há 13 meses atrás, é impossível não ver as diferenças.

Onze inicial do Portugal x Alemanha (0-4), Salvador da Bahia, 16-06-2014

A vergonha do Portugal x Albânia (0-1), 08-09-2014

E a diferença principal foi a substituição de um (in)tranquilo “sargentinho”, com tiques autoritários, por um experiente “engenheiro fazedor de pontes”, que soube (re)unir o grupo e formar uma verdadeira equipa.

Jogadores como Ricardo Carvalho, Tiago, Dani e Quaresma que, por razões diversas, não faziam parte do leque de escolhas de Paulo Bento, foram recuperados por Fernando Santos e tiveram um papel importante neste trajeto vitorioso – 6 jogos oficiais, 6 vitórias.


Uma fase de qualificação difícil, em que começámos mal mas acabámos bem. A vinda de Fernando Santos foi uma mais-valia, recuperou alguns jogadores que faziam falta
Cristiano Ronaldo

O míster [Fernando Santos] foi a pessoa mais importante neste apuramento, conseguiu formar um grupo muito forte, pois seis vitórias seguidas não são fáceis no apuramento. Nós temos a nossa parte mas o míster é sem dúvida a cabeça do sucesso
Tiago



Que isto sirva de lição, não só aos dirigentes da FPF, mas a todos os adeptos de “sargentões” ou “sargentinhos”.

15 comentários:

Ricardo disse...

Bem escrito, gostei do "sargentinho".

De facto ter um timoneiro sem problemas existenciais é importantíssimo.

Quid disse...

Qual Sargentinho.. esse pilantra, nem para Furriel.

Quando penso no mal que ele fez à nossa Selecção, e a jogadores como Tiago, Bosingwa, Danny, Quaresma, Ricardo Carvalho.

Unknown disse...

Fernando Santos é uma execelente pessoa e foi muito inteligente quando percebeu a necessidade de ir buscar alguns dos proscritos do inenarrável Paulo Bento até porque não tinha substitutos à altura nem experiência. Com isso conseguiu aumentar ainda mais o respeito de todos e juntou a qualificação para o Euro de uma forma fácil e justa.

Agora, como treinador é e será sempre um treinador mediano, medroso e limitado porque ser uma excelente pessoa pode chegar para qualificar a selecção mas não iremos não dá para pensar grande. No entanto, parabéns à selecção e muito especialemnte ao Engenheiro pela sua inteligência.

Grande jogo de Danilo Pereira e magnífico golo de João Moutinho.

Lápis Azul e Branco disse...

Muito de acordo

Miguel Lourenço Pereira disse...

Grupo extremamente fácil e (facilitado) pelo hara-kiri da Sérvia que não justificava outro resultado.

Seleccionador tacticamente do mais medroso que Portugal já teve, com exibições execráveis e uma qualidade de jogo a rivalizar com o Tondela num onze que ultrapassa os 400 milhões de euros de valorização em jogadores (sim, só o CR é um quarto desse valor).

Desprezo total e absoluto pela meritocracia com a convocatória inexplicável de vários jogadores que não aportam nada à selecção e a omissão de outros tantos, sobretudo os sub21 que já deviam ter uma relevância muito maior e estão vedados pela "brigada do reumático" que domina as convocatórias.

Com esta atitude, Portugal seguramente será a Grécia do próximo Euro, aranhando talvez o apuramento para os oitavos (há 4 grupos onde vão passar 3 equipas como os Mundiais entre 1982 e 1994) caindo depois com a primeira equipa a sério que apareça.

De facto, o Engenheiro, o único treinador capaz de perder uma liga com Mário Jardel no pleno das suas faculdades, está de parabens, deve estar orgulhoso da sua obra!

Unknown disse...

de facto, ainda hoje não consigo perceber como conseguimos perder esse campeonato.

Unknown disse...

Bom dia,

Parabéns pelo artigo. Aproveito apenas para corrigir o facto de serem 24 e não 32 selecções.

Abraço

Paulo Marques disse...

Então agora já queremos saber da selecção e consequentemente da corja da FPF?

José Correia disse...

Miguel, há treinadores que têm melhor perfil para serem seleccionadores do que para serem treinadores de clubes de topo.
Penso que é o caso de Fernando Santos.

E não falo, apenas, pelas diferenças entre a selecção de Paulo Bento e a mesma selecção treinada por Fernando Santos.

Após a saída de Fernando Santos, veja-se o desempenho da selecção grega na atual fase de grupos de apuramento para o EURO 2016.

José Correia disse...

"...o Engenheiro, o único treinador capaz de perder uma liga com Mário Jardel no pleno das suas faculdades..."

Miguel, eu lembro-me bem da época 1999/2000 (e até já escrevi sobre isso aqui no RP).
Posso garantir-te que não foi, apenas, por incompetência do engenheiro do Penta que perdemos esse campeonato.

José Correia disse...

"...corrigir o facto de serem 24 e não 32 selecções"

Obrigado. Já corrigi.
Abraço

José Correia disse...

Bruno Paixão - Época 1999/2000
http://www.reflexaoportista.pt/2008/11/paixo-em-campo-maior-i.html

José Correia disse...

Ele (Bruno Paixão) continua por aí…
http://www.reflexaoportista.pt/2014/11/ele-bruno-paixao-continua-por-ai.html

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

"Posso garantir-te que não foi, apenas, por incompetência do engenheiro do Penta que perdemos esse campeonato."

Nem eu afirmei que fosse "apenas" pela sua incompetência. As arbitragens desse ano foram especialmente habilidosas. Mas o certo é que houve um importante relaxamento da equipa em relação ao ano anterior - onde o título também foi inesperadamente sofrido - e um enfoque na Champions (vide roubalheira de Munich) e a gestão do plantel não foi a melhor.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

Estou de acordo que há treinadores que jamais darão bons seleccionadores - são tipos que precisam do trabalho diário para fazer funcionar as suas ideias, basta lembrar-me de Sacchi - e outros que estão mais cómodos a trabalhar nesse posto. E também acho, como tu, que o Fernando Santos se sinta muito mais cómodo nessa situação, como o Scolari ou o Queiroz.

Aliás, acho até que o "pé frio" do Santos com os clubes é inversamente proporcional ao "pé quente" como seleccionador como ficou demonstrado. Houve vários jogos deste Portugal que muito provavelmente, com outro treinador (que nao Bento) tivessem acabado em empates e derrotas. Mas a qualidade é absolutamente sofrivel como era a da Grécia, aliás.