domingo, 16 de março de 2014

BASTA!

Um roubo ao raio-x (19-05-2008)

Cartoon, O JOGO (25-08-2008)

O apito encalhado (13-04-2012)




«Os “factos” de que o presidente do Sporting fala não são factos, muito menos reconhecidos por toda a gente, mas há factos envolvidos no assunto e um deles contraria toda a mensagem da conferência da última segunda-feira: é que o Sporting esteve na origem de quase todas as alterações que houve na arbitragem pelo menos desde que o futebol profissional passou para as mãos da Liga, há uns 20 anos. E houve muitas. Quando Bruno de Carvalho diz “Basta!” é preciso especificar. Basta do quê? De ter sócios do Sporting a presidir ao CA? Da última grande mudança, que só tem três anos e consistiu em transladar a arbitragem para Lisboa, como o Sporting queria? Tirar a arbitragem da Liga e colocá-la na Federação, como o Sporting queria? Montar o conselho de arbitragem (CA) através do método de Hondt, que mistura elementos das listas candidatas, como o Sporting queria? O atual regime jurídico das federações foi feito só para isto e saiu diretamente de Alvalade para os ouvidos do ex-secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias.»
José Manuel Ribeiro, O JOGO, 15-03-2014


P.S. Pedro Proença vai estar hoje à noite sob enorme pressão e, conhecendo o público de Alvalade, não é preciso ser bruxo para antecipar que um dos objectivos é o de amarelar e/ou expulsar jogadores do FC Porto (Mangala, Abdoulaye, Fernando e Defour serão os alvos principais). A haver expulsões, espero que não sejam vergonhosas, como as de Maicon (em 2010/2011), ou a de Carlos Eduardo esta época (para a Taça da Liga).

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

sábado, 15 de março de 2014

Defour, o sucessor natural

No dia 25 de Maio de 2013, num artigo intitulado Moutinho saiu? Chamem o “pronto-socorro”, escrevi o seguinte:

«Defour ainda não é um jogador de top internacional mas, na minha opinião, é um jogador de qualidade, com uma cultura táctica muito acima da média (…) a saída de João Moutinho para o AS Monaco (o novo “brinquedo” do multimilionário Dmitry Rybolovlev) é uma oportunidade de ouro para o belga se afirmar como titular dos dragões porque, parece-me, ser ele quem está na pole position para ocupar o lugar do melhor médio português da atualidade.
Estou convencido que se o Defour se fixar na posição em que rende mais (na posição 8, que era ocupada por João Moutinho), em vez de ser o pronto-socorro que, por falta de alternativas no plantel, jogou em 5-6 posições diferentes, a tendência será o seu rendimento subir.»

FC Porto x Arouca, O JOGO


«Saiu Paulo Fonseca, entrou Luís Castro e Steven Defour voltou a ser feliz. (…) Fonseca optou, desde o início, pela inversão do triângulo, mas nas primeiras jornadas do campeonato recorreu sempre a Defour. Fernando ocupava a posição seis, mais recuada, e Defour jogava ligeiramente mais à frente do Polvo e muito atrás de Lucho. Para o campeonato, porém, Defour não era titular a desempenhar esta função desde o dia 22 de setembro de 2013, no empate em casa do Estoril. 2-2. Daí para cá, e até à vitória por 4-1 sobre o Arouca, Defour foi só mais duas vezes titular e sempre por indisponibilidade de Fernando: na vitória por 2-0 ao Sp. Braga (7 de dezembro) e na derrota por 1-0 em casa do Marítimo (1 de fevereiro), Defour foi o trinco da equipa e andava triste.
Luís Castro regressou ao esquema dos anos anteriores, Defour voltou a ser box-to-box, com liberdade para rematar e surgir em zonas de finalização


«Defour, 7
Mais uma partida em cheio do belga, que voltou a colocar grande intensidade em todas as ações do jogo. Excelente na pressão e leitura dos lances
FC Porto x Nápoles, FC Porto um a um, in O JOGO


«“Eu sou um jogador que gosta de fazer um pouco de tudo, gosto de defender e de atacar. Este é o meu jogo. E neste caso, no meio-campo, é bom para mim”, afirmou Defour no final do jogo com o Nápoles, quando questionado sobre a melhoria significativa das suas exibições registada após a chegada de Luís Castro ao comando técnico do FC Porto. Em suma, o internacional belga, de 25 anos, assumiu que é a cumprir as missões que recentemente, no Dragão, pertenciam a João Moutinho, que melhor se sente. Todavia, ao fim de duas épocas e meia de azul e branco, a verdade é que ainda não teve a oportunidade de o fazer com regularidade. Algo que parece estar agora a mudar, para felicidade do jogador.
Fiz dois bons jogos. Quero que assim continue. Vou fazer tudo por isso, pois acho que estou num bom momento”, atentou Defour, referindo-se às partidas com o Arouca e com o Nápoles, nas quais voltou a ser médio-interior, como tanto gosta. Depois de dois anos na sombra de João Moutinho, período no qual foi mais vezes trinco ou até mesmo extremo do que médio-interior, tudo fazia crer que esta época seria a da afirmação do belga no coletivo portista, mas Paulo Fonseca acabou por trocar-lhe as voltas. A opção por um esquema com dois médios defensivos chegou a ser vista pelo próprio Defour como boa para as suas características, mas isso nunca funcionou na prática e, ao jogar na mesma linha de Fernando, interrompeu o trabalho que desenvolveu durante dois anos para suceder a Moutinho no onze e aproximar o seu estilo de jogo ao do internacional português.»
in record.pt, 15 março de 2014 | 07:03


O Defour é um exemplo elucidativo do mito, n vezes repetido, da "falta de qualidade do plantel portista". Foi, seguramente, um dos jogadores mais sub-avaliados durante os oito meses em que Paulo Fonseca esteve no comando técnico da equipa do FC Porto e, por pouco, não seguiu os passos de Otamendi e também saiu no período de transferências de Janeiro.

Luís Castro já não chegou a tempo de recuperar Otamendi mas, no caso de Defour, parece estar no bom caminho.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

quinta-feira, 13 de março de 2014

1 vitória, 0 golos sofridos

Foi um jogo equilibrado, conforme era previsível e os dados estatísticos o demonstram, embora os indicadores ofensivos (remates e cantos) do FC Porto sejam substancialmente superiores aos do Nápoles.

Dados estatísticos do FC Porto x Nápoles (fonte: uefa.com)

Olhando para lá das estatísticas, numa análise mais qualitativa...

O Nápoles teve várias oportunidades de golo; os dragões tiveram mais.

Helton foi decisivo em três lances perigosos do ataque napolitano; Pepe Reina defendeu remates (dois com selo de golo) de Jackson, Defour, Quaresma, Fernando e Varela.

O FC Porto foi feliz em algumas situações que poderiam ter redundado em golo da equipa adversária; mas foi inacreditável a sorte do Nápoles no lance em que a bola vai de Quintero para o poste de uma baliza totalmente escancarada e não entrou.

E a similitude termina aqui. No resto...

Golo (mal) anulado (fonte: LUSA)
O FC Porto foi mais dominador (fruto, também, da estratégia de Rafa Benítez para este jogo) e se não tivesse sido prejudicado por uma arbitragem tendenciosa (quase diria mafiosa), poderia encarar o dificílimo 2º jogo, no San Paolo, com uma vantagem mais dilatada.

E não me refiro apenas ao golo mal anulado a Carlos Eduardo ao minuto 21 (pensava que as indicações eram para os árbitros, em casos destes, darem o beneficio da dúvida a quem ataca...).
Refiro, também, um lance aos 31', em que Britos trava Carlos Eduardo (teve de ser assistido), num contra-ataque perigoso, e não vê o respectivo cartão amarelo.
Refiro o inacreditável cartão amarelo mostrado a Alex Sandro (numa falta forçada) e que irá impedir o lateral-esquerdo brasileiro de alinhar no jogo da 2ª mão.
Refiro a impunidade de Henrique (o Nº 4 do Nápoles), que fez N faltas, mas conseguiu chegar ao final do jogo sem ver um único cartão.

Sete dias após o estreante Luís Castro ter assumido o comando técnico da equipa, o FC Porto, à 5ª tentativa (desta época), finalmente ganhou um jogo em casa para as competições europeias. E ninguém, que seja sério, poderá dizer que foi por o adversário ser fraco, por a equipa portista ter tido mais sorte ou, menos ainda, por ter beneficiado de erros de arbitragem (bem pelo contrário). As razões são outras e estão à vista de quem quiser ver.

Com este resultado (1-0), as possibilidades do FC Porto seguir em frente na Liga Europa aumentaram (serão agora de 50%), mas não haja ilusões, ainda há um longo caminho a percorrer. Para as hipóteses de sucesso serem reais, será preciso continuar a melhorar a articulação entre os sectores da equipa e, nomeadamente, jogar de forma mais compacta e concentrada em termos defensivos.

O Nápoles é favorito mas…

O JOGO, 11-03-2014

O JOGO, 12-03-2014

O JOGO, 13-03-2014


Este Nápoles já provou ser uma grande equipa (veja-se o seu trajecto na fase de grupos da Liga dos Campeões), tem vários jogadores de top e Rafa Benítez, para além de ser o atual detentor do troféu, é um dos treinadores no ativo com mais jogos europeus.

Naturalmente, o Nápoles é favorito (eu diria 70% para os napolitanos versus 30% para os dragões) a seguir em frente para os quartos-de-final da Liga Europa, mas hoje o FC Porto joga em casa e, se as ténues melhorias que se viram no último jogo continuarem, eu acredito que poderá, pela primeira vez esta época, ganhar um jogo no Estádio do Dragão para as competições europeias.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Árbitros internacionais não apitam o SLB

Fonte: record.pt
«Desde que, a 1 de Novembro, a arbitragem portuguesa passou a ter um grupo de nove profissionais, apenas 14 dos 40 jogos disputados pelos três ditos “grandes” na I Liga contaram com juízes deste lote.
Se a análise incluir as 22 jornadas já cumpridas, do total de 62 encontros realizados por Benfica, FC Porto e Sporting, 22 tiveram arbitragem de um dos juízes profissionais – os mesmos nove que possuem o estatuto de árbitro internacional.
O Sporting foi o clube que teve mais jogos apitados por árbitros internacionais: exactamente metade dos 22 disputados na I Liga. No caso do FC Porto foram nove, enquanto o Benfica teve apenas seis árbitros com estatuto internacional em 22 partidas do campeonato. (…)
Os números mostram que os principais árbitros têm estado afastados dos jogos dos três “grandes”.
Pedro Proença, internacional desde 2003 e que em 2011-12 apitou as finais da Liga dos Campeões e do Euro 2012, foi nomeado para dois jogos dos emblemas que lutam pelo título: FC Porto-Vitória de Guimarães e Estoril-Sporting. (…)
Jorge Sousa foi o melhor árbitro português em 2012-13, segundo a classificação do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, mas também só apitou dois jogos de candidatos ao título – Marítimo-Benfica, na primeira jornada, e Gil Vicente-Sporting.»


Há (havia?) uma regra não escrita, segundo a qual, para os jogos que envolvem equipas que lutam pelo título, deveriam ser nomeados os melhores árbitros (supostamente os árbitros internacionais). Aliás, este é um dos argumentos usado por quem (como o atual presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol) se opõe ao sorteio dos árbitros.

Assim sendo, por que razão este princípio não está a ser seguido esta época?

E pior. Por que razão apenas seis dos 22 jogos realizados pelo slb no campeonato foram arbitrados por árbitros internacionais?

Seria interessante que Vítor Pereira, o todo-poderoso nomeador dos árbitros (a pessoa que Luís Filipe Vieira quis manter na cadeira das nomeações), explicasse os motivos de tão estranha decisão.

Olhanense x slb (2-3) - golo de Lima em fora-de-jogo: árbitro Vasco Santos

Belenenses x slb (0-1): árbitro Jorge Ferreira, assistente Paulo Vieira (fonte: record.pt)

Mas esta situação não é virgem.

Em 2 de Maio de 2013, numa altura em que a luta pelo campeonato 2012/2013 estava ao rubro, Rodolfo Reis (antigo capitão do FC Porto), em declarações à TSF, disse o seguinte:

Como é que uma equipa que luta pelo título [Benfica] não tem árbitros internacionais nos jogos?

Os internacionais marcam para os dois lados, os outros não querem guerra com o Benfica e muito menos com o presidente do Conselho de Arbitragem. É uma vergonha”.


Mas, claro, quem domina o “sistema” e há mais de 30 anos é o FC Porto…

Confesso

Quando ouvi dizer que um gato fedorento, ia ter um programa de humor diário na TVI, pensei: "mas como é que ele vai conciliar aquilo com a presidência do SCP"?

terça-feira, 11 de março de 2014

O 4º milagre de Fátima

Um dia, o futuro do futebol português tem de passar pelo Benfica e pelo Sporting
Luís Filipe Vieira, à saída de um Conselho de Presidentes realizado em Fátima (07-03-2014)


A BOLA, 11-03-2014
Segundo Bruno de Carvalho e a generalidade dos sportinguistas, mais ou menos mediáticos, que se pronunciaram nos últimos dias, no deve e haver dos erros de arbitragem ao longo do campeonato, o SCP tem sido altamente prejudicado.

Ora, se assim é (na opinião de Bruno de Carvalho “tiraram-nos sete pontos que nos dariam a liderança do campeonato”), quem foi o principal beneficiário desses erros de arbitragem?

Mais. Se o objetivo do sporting era o 1º lugar, por que razão é que as manobras de bastidores (envolvendo jogadores dos azuis do Restelo ligados ao slb), juntamente com a “arbitragem capeliana” (*) do Belenenses x slb, não provocaram indignação em Alvalade?

Mais ainda. Se os erros são assim tantos, por que razão o grito de revolta - “BASTA!” - e o apelo à mobilização dos sportinguistas, apenas surge nas vésperas da recepção ao FC Porto?

Nós sabemos a resposta…

Acho que é um ruído com vista às próximas jornadas e não a estas
Fernando Oliveira, presidente do Vitória de Setúbal, em declarações à Rádio Renascença (10-03-2014)


(*) Rever o slb x sporting da época passada, arbitrado por João Capela.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Um antipirético para o Dragão

Paulo Fonseca deixou um dragão doente e, evidentemente, não é em três dias e com três treinos que tudo se resolve e surge de repente um dragão saudável.

Mas ontem já se viram alguns sinais positivos, que poderão contribuir para a melhoria do estado de saúde do dragão.

Defour (o tal que, segundo alguns, não tinha qualidade para ser titular do FC Porto) jogou 90 minutos, encheu o campo e, inclusivamente, surgiu várias vezes na área do Arouca em situações de finalização (a velha questão do triângulo invertido do meio campo).

FC Porto x Arouca, Defour e Carlos Eduardo (2º golo)

FC Porto x Arouca, Defour

Quintero (afinal faz parte do plantel…) jogou os últimos 25 minutos e voltou a mostrar um enorme talento. Haja quem o saiba trabalhar e aproveitar as suas características (de número 10), enquadrando-o na dinâmica da equipa.

Esta vitória contra o Arouca foi uma espécie de antipirético e serviu para reduzir a febre do dragão, mas é preciso continuar a tratar do doente, porque os próximos jogos (Nápoles, Sporting, Nápoles) são de um grau de dificuldade elevado e vão exigir um dragão mais forte e coeso em termos defensivos.

FC Porto x Arouca, Super Dragões

domingo, 9 de março de 2014

Para hoje


Antes das grandes questões que há a corrigir, existem uma meia-dúzia de aspectos que não carecem de grandes análises técnico-tácticas e, por isso mesmo, devem ser as primeiras a ser solucionadas pelo novo treinador.

A saber:

- Diminuir drasticamente o número de faltas e infracções cometidas pela nossa equipa, principalmente por médios e defensores. A abordagem ao adversário, deverá passar pelo intensificar da pressão sobre o mesmo de modo a que seja este a cometer erros e, de um modo nao-faltoso, a bola poder transitar rapidamente e sem interrupções arbitrais para o nosso lado;

- Os lançamentos laterais devem ser agilizados. Quanto mais tempo se perde a pensar numa solução, mais adversários se aproximarão. Se existem dois jogadores prontos a executar esta acção, não é necessário perder tempo à espera da chegada do lateral;

- Insistir menos pelas faixas e tentar mais frequentemente “rasgar” a defesa adversária pelo meio, quer por meio de triangulações, quer por aberturas;

- Terminar, de uma vez por todas, com aqueles intermináveis 5 minutos de palestra aos jogadores que vão entrar a substituir um colega. Para além do ridículo de se estar a mostrar uma série de desenhos a que o jogador, obviamente, não está a prestar grande atenção, a lição já deve vir estudada da semana de trabalho. Cada jogador deve saber de cor e salteado o que tem que fazer em campo, quer seja titular ou suplente;

- Evitar protestos para com o árbitro. É certo e sabido que eles estão lá para não nos facilitar a vida. A nossa “raiva” deve ser, ao invés, transposta para a bola jogável. É quando esta rola que devemos demonstrar toda a nossa insatisfação pelo desenrolar dos acontecimentos;


sábado, 8 de março de 2014

Os aliados e “criadas de servir” de Vieira

"são mais importantes os lugares na Liga do que contratar bons jogadores"
Luís Filipe Vieira, em 2003, a propósito da contratação de Jankauskas (ex-jogador do slb) pelo FC Porto


slb x FC Porto, época 2012/2013

Marítimo x slb, época 2013/2013

estádio da Luz, época 2013/2014

slb x FC Porto, época 2013/2014

slb x sporting, época 2013/2014

Paços Ferreira x slb, época 2013/2014 (alegria após 2º golo dos encarnados)


Alguns dos “amigos” ou “criadas de servir” do slb que, desde o início do século XXI, Luís Filipe Vieira apoiou e/ou foi colocando em lugares estratégicos da Liga de Clubes:
Hermínio Loureiro - Os lugares na Liga
Ricardo Costa - Os tentáculos do Polvo
Delegados da Liga - Luz ao fundo do túnel
Ricardo Costa - Os lugares na Liga...
Observadores da Liga - O poder do slb na LPFP
Ricardo Costa - O convidado VIP
Delegados da Liga - O engenheiro Fidalgo

E ainda há quem tenha a lata de dizer, sem se rir, que é o FC Porto que controla o “sistema”.

De resto, numa altura em que um dos principais aliados do slb está em risco, claro que tem de haver guerra no futebol português...

Correio da Manhã, 08-03-2014

sexta-feira, 7 de março de 2014

O ciclo de Paulo Fonseca

É um ciclo que se fecha. As coisas não correram da melhor forma, mas saio com a consciência de que dei sempre o meu melhor, de forma séria, dedicada e honesta. O futebol é mesmo isto e nem sempre as coisas correm como queremos ou idealizamos. O mais importante é o futuro do FC Porto e as partes chegaram à conclusão, de forma natural, que o melhor seria a minha saída.
Paulo Fonseca, em declarações ao www.fcporto.pt e Porto Canal


Não tenho qualquer dúvida que Paulo Fonseca deu o seu melhor e fez tudo o que estava o seu alcance para ter sucesso no FC Porto. Contudo, é inegável que as coisas correram mal, particularmente nas competições que são (eram) prioritárias: o campeonato nacional e a liga dos campeões.

Há várias formas de analisar os 248 dias de Paulo Fonseca no comando técnico do FC Porto. Uma delas, quiçá a mais relevante, é olhar para os resultados obtidos pela equipa por si orientada. Naturalmente, em todas as épocas há sempre alguns resultados negativos mas, infelizmente para Paulo Fonseca e para os adeptos portistas, a época 2013/2014 já está marcada por diversos números negros, alguns dos quais recordes negativos do historial do FC Porto.

O JOGO, 04-03-2014

00 vitórias em 4 jogos disputados no Estádio do Dragão para as competições europeias (3 jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões e 1 jogo para os 1/16 avos da Liga Europa).

4 – 4 derrotas em apenas 21 jogos disputados para o campeonato nacional.

5 – 5 pontos conquistados em 18 possíveis na fase de grupos da Liga dos Campeões.

7 – 7 jogos consecutivos para as competições europeias (os sete mais recentes) sem uma única vitória (D-D-E-E-D-E-E) e sempre a sofrer golos (2, 1, 1, 1, 2, 2, 3).

7 – 7 situações de vantagens no marcador desperdiçadas pela equipa do FC Porto.

9 – 9 pontos de atraso para a liderança do campeonato à 21ª jornada.

22 – Ao 22º jogo, do histórico de confrontos para o campeonato entre o FC Porto e o Estoril (jogos disputados no Porto), os dragões perderam pela primeira vez na recepção aos canarinhos.

31 – 31 golos sofridos em 37 jogos oficiais disputados (16 em 21 jogos do Campeonato; 1 em 4 jogos da Taça Portugal; 2 em 3 jogos da Taça da Liga; 0 na Supertaça; 7 em 6 jogos da Liga dos Campeões; 5 em 2 jogos da Liga Europa).


54 – 54 jogos após um célebre Gil Vicente x FC Porto (17ª jornada da época 2011/2012), em que os dragões foram derrotados com a “preciosa ajuda” de uma arbitragem escandalosa de Bruno Paixão, o FC Porto voltou a ser derrotado para o campeonato, no dia 30 de Novembro de 2013.

68 – 68% de pontos conquistados em 21 jogos disputados para o campeonato nacional (43 pontos em 63 possíveis).

82 – 82 jogos depois (correspondentes a um período de 5 anos e quatro meses), no dia 23 de Fevereiro de 2014, o FC Porto voltou a perder um desafio para o campeonato no Estádio do Dragão.

O JOGO, 02-03-2014

Se é certo que o ciclo de Paulo Fonseca se fechou, importa agora olhar para o futuro, porque a época 2013/2014 ainda não terminou. De facto, até ao final desta época o FC Porto ainda terá de disputar, pelo menos, 14 jogos (9 para o campeonato, 2 para a Liga Europa, 2 para a Taça de Portugal e 1 para a Taça da Liga). São jogos para ganhar e, se não for possível ganhar, pelo menos que os jogadores honrem a camisola azul-e-branca e sejam uma equipa, uma equipa à Porto!

Ao longo de quase 40 anos a ver futebol, habituei-me a valorizar a qualidade, a competência e o trabalho (sim, no FC Porto a “sorte” deu sempre muito trabalho). Por isso, e embora não espere “milagres” por parte do novo treinador – Luís Castro –, importa salientar que o balanço final da época portista far-se-á em meados de Maio.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Nem tudo é mau




(anúncio de um banco irlandês - 2014)

O CM é que sabe...

Lançar o rumor que o Marco Silva, vai mudar de ares, em vésperas do Estoril ir jogar a Carnide?

terça-feira, 4 de março de 2014

Impasse no comando técnico

O JOGO, 04-03-2014
Após um dia de folga, o FC Porto regressou esta terça-feira aos treinos (embora com muitos jogadores ausentes nas respectivas seleções) e, ao contrário do que alguma comunicação social previa, ainda sob o comando técnico de Paulo Fonseca.

O JOGO (um jornal normalmente bem informado em assuntos relacionados com o FC Porto) anunciou que o futuro de Paulo Fonseca está por horas/dias mas, aparentemente, a decisão ainda não está tomada.

Tem-se dito muita coisa (nos jornais, televisões e… redes sociais), mas eu não alinho nas teses de que a saída de Paulo Fonseca ainda não se concretizou devido à teimosia de Pinto da Costa, ou por causa de uma eventual indemnização que a FCP SAD terá (teria) de pagar ao atual treinador do FC Porto (o que está em causa é muito mais do que isso e só o apuramento direto para a fase de grupos da Liga dos Campeões 2014/2015 vale 10 milhões de euros).

Por mais teimoso que seja, ou por querer mostrar que o clube não é gerido de fora para dentro, Pinto da Costa já demonstrou que, tendo uma boa alternativa na manga, não olha a amizades ou compromissos com os treinadores em funções (que sempre foram escolhidos por ele), quando constata que a mensagem do treinador não passa (as conferências de imprensa de Paulo Fonseca são elucidativas) e que a situação se tornou insustentável (a equipa continua em sub-rendimento, apesar de já estarmos no 9º mês de trabalho deste treinador).

Por que razão, então, Pinto da Costa ainda não resolveu este problema (que ele próprio criou, quando preferiu contratar Paulo Fonseca em vez de renovar com Vítor Pereira)?

Porque, ao contrário de situações anteriores (Artur Jorge em 1988/89, Bobby Robson em 1993/94, José Mourinho em 2001/2002), nesta altura não me parece que seja fácil arranjar um treinador consagrado (ou que tenha experiência de trabalhar com consagrados), que seja uma solução de médio prazo, mas que esteja disponível e/ou disposto a pegar na equipa já.

Um treinador que chegasse agora ao FC Porto teria, logo de entrada, 7 jogos em 21 dias (entre 9 e 30 de Março), entre os quais uma eliminatória da Liga Europa enfrentando o Napoles (13 e 20 de Março), com uma deslocação a Alvalade pelo meio (onde um mau resultado poderá afastar a equipa da luta pelo 2º lugar) e a 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal contra o slb (a 26 de Março).

Ou seja, atendendo ao momento da equipa (agravado por um balneário em frangalhos, com alguns jogadores a saberem que irão sair no final da época) e olhando para o calendário (com viagens e jogos a serem disputados de 3 em 3 dias, praticamente só é possível fazer treinos de recuperação), qualquer treinador que pegue na equipa nesta altura, corre um risco elevadíssimo de chegar a Maio “esturricado” (vejam o que se passou com José Couceiro na parte final da época 2004/2005 e a consequência que isso teve para a sua carreira subsequente de treinador).

Além disso, mesmo que Pinto da Costa assumisse o compromisso (pessoal, escrito, contratual) que, independentemente dos resultados até Maio, o novo treinador continuaria para a próxima época, quais seriam as condições de sucesso de um treinador que iniciasse a época 2014/2015 fragilizado pelos resultados da parte final desta época e, ainda por cima, sabendo que, muito provavelmente, não irá poder contar com parte da coluna vertebral da equipa – Mangala, Fernando e Jackson?

Mais ainda. Se o FC Porto terminar o campeonato na 3ª posição, terá de disputar a pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões 2014/2015. Ora, isso significa ter de começar a época 2014/2015 mais cedo do que o habitual. O problema é que, muito provavelmente, o FC Porto vai ter uma parte significativa dos jogadores do plantel 2014/2015 (Mangala?, Reyes, Fernando?, Herrera, Defour, Josué, Varela, Quaresma, Jackson?, Ghilas), envolvidos na fase final do Mundial do Brasil, o que significa que esses jogadores só irão iniciar a pré-temporada 2014/2015 em finais de Julho!

Noutros tempos, o FC Porto seria um desafio irrecusável e o risco de falhar estrondosamente era pequeno.
No cenário atual não é assim e, por isso, percebo perfeitamente que treinadores emergentes (Marco Silva?, Sérgio Conceição?) pensem duas vezes e que treinadores com passado no clube (André Villas-Boas?, Fernando Santos?) prefiram regressar apenas em Julho.
Quanto a treinadores estrangeiros consagrados (Marcelo Bielsa?, Michael Laudrup?), não acredito que haja algum que aceite pegar na equipa nesta altura.

O JOGO, 04-03-2014

P.S. Seria mais cómodo (e sem risco de falhar nos cenários traçados) se tivesse esperado pela decisão de Pinto da Costa, mas optei por publicar este artigo já, na sequência do artigo publicado pelo Filipe Sousa hoje de manhã, porque não sou grande adepto de fazer “prognósticos no final dos jogos”…