sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Dicionário do Sistema - King, Howard
O primeiro caso passou-se em 1984, num jogo entre o Sporting e o Dínamo de Minsk. Na noite anterior, afirmou King, foi levado a um clube, em Lisboa onde, segundo o próprio, “se encontravam muitas raparigas das mais belas e bonitas”, tendo-lhe sido dada a possibilidade de escolher a que ele desejasse (o que veio a suceder).
O segundo caso ocorreu em 1992, para um jogo entre o Benfica e o Sparta de Praga. Segundo o próprio Howard King, dessa vez, para além da rapariga que esteve com ele, “o valor dos presentes que me enviaram excedeu em muito o limite de 40 libras a que estamos autorizados”.
Que me recorde, estas afirmações do ex-árbitro inglês nunca foram negadas pelo Sporting e Benfica.
Que me recorde, este caso não motivou qualquer processo disciplinar por parte da FPF, ou da UEFA.
Apesar de, pelos vistos, em Lisboa haver “fruta” de alta qualidade à disposição dos árbitros (desde os anos 80!), também não consta que o Ministério Público tenha algum dia demonstrado qualquer interesse neste caso.
Porque será?
Talvez por acharem que é tudo tão claro, tão óbvio, que nem vale a pena investigar...
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Assistências no Dragão - parte I
No campeonato a média é de 38mil até ao momento (atrás do slb com 43mil), equivalente a 73% da capacidade do estádio; recentemente a tendência tem sido para descer, com 32mil contra o Leiria e 31mil contra o Paços de Ferreira.
Isso leva a uma reflexão sobre o tópico das assistências - este artigo específico é dedicado a uma análise comparativa FC Porto - slb, e à desmistificação de um lugar comum: o mito de que o slb tem a obrigação de meter mais gente no estádio.
Premissa nr 1: Lisboa tem muito mais gente do que o porto
Sim, o grande Porto tem menos gente que a grande Lisboa (mas a diferença não é tão grande como isso: 1,4 milhões contra 1,9milhões) - mas a % de portistas no grande Porto é maior que a % de lamps na grande Lisboa (onde têm a "concorrência" do SCP). Segundo as sondagens mais credíveis que vi o Porto tem 65% dos adeptos no Grande Porto, enquanto o slb não passa dos 45% na grande Lisboa.
Ou seja: fazendo as contas, tanto um como outro clube terão uns 900mil adeptos na sua "base".
O que, diga-se de passagem, é uma base de adeptos mais do que suficiente para se poder encher um estádio de 50 ou 60mil regularmente (não me parece que um objectivo de 5% de adeptos a menos de 30min de distância a aparecerem no estádio seja demasiado ambicioso). É preciso é que se criem as condições certas (como as horas dos jogos, a flexibilidade nos lugares anuais de forma a poder trazer-se um amigo, etc), não é só com campanhas de charme que lá vão. Essa é que é essa.
Premissa nr 2: o estádio da Luz tem maior capacidade
A lotação do estádio só interessa nesta comparação caso o Porto tivesse um excesso de procura em muitos jogos. Ora o estádio muito raramente enche ou fica perto disso, logo também não será por não termos um estádio de 65mil que não temos maiores assistências (e o slb só beneficia disso verdadeiramente nos clássicos, i.e. 2 jogos em 15 - este ano só por uma vez teve assistências acima dos 52mil, a capacidade do Dragão).
Outros factores
Acessibilidades? No mínimo são tão boas no Dragão como na Luz (estradas, Metro, estacionamento). Este factor é irrelevante na comparação.
O "desconto" que se pode dar é no poder de compra (mais alto em Lisboa). No entanto, tanto quanto sei os preços na Luz são mais altos do que no Dragão - logo também não é por aí que temos desculpa para termos menos assistências.
No campeonato o slb tem uma média de 43mil e o Porto 38mil, apesar de estarem a fazer uma campanha muito pior do que a nossa (tanto ao nível de resultados como em exibições - tenho amigos benfiquistas com lugar anual que deixaram de ir aos jogos, tão desgostados/revoltados estão com as exibições em casa). Não quero pensar como seria ao nível de assistências se fosse ao contrário...
Concluindo: penso pois que se impõe um certo número de medidas para atrair mais espectadores ao Dragão: seja pelo apoio, seja pela fidelização, seja pelas receitas. Mas isso será assunto para outro artigo.
(a continuar)
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
O Jornalismo Desportivo
Apesar disso, os programas desportivos atraíam vastas audiências, porque não havia directos, que é uma realidade relativamente recente. O que pecava por diferença, peca, hoje, por excesso. O futebol ajustou-se à força da TV, porque não consegue subsistir sem essa receita. Pode ser que a cura seja pior que a doença. Lá mais para diante, saberemos!
De resto, a TV no desporto tal como na restante programação sujeita-se ao império das audiências. E transmite (vende) mais o SLB em função dos tais 6 milhões. Tudo roda à volta do clube do regime, não pelos êxitos desportivos ou em função do valor competitivo, mas em função do prestígio da marca e do valor exponencial de penetração junto dos consumidores. É o que dizem! E a divulgação massiva da marca SLB multiplica-se de forma sistemática, pois o modelo tem de reproduzir até à náusea os valores de um passado majestático que jaz morto e apodrece, pois não tem sustentação em vitórias desportivas, internas ou externas. E, sendo assim, serve-se a bondade e as glórias do passado e denuncia-se os horrores do presente.
A Comunicação Social para cumprir o seu papel reverentemente, teve de virar a informação em propaganda, para salvar a “coroa” do império e vender a promessa que a marca SLB, equipada e armada segundo a versão pós-moderna de Vieira, há-de regressar a galope numa águia e aterrar pela sua mão na Catedral, a fim de recuperar o fausto do antanho.
Num país excessivamente centralizado à volta da capital, só uma RTP vocacionada para um serviço público que equilibrasse os desvios que o oportunismo comercial apoia, poderia moderar essa obsessiva tendência em fazer propaganda a propósito de tudo e de nada a favor do clube do regime que ”obriga”, por outro lado, que todos os outros se tenham de contentar com as migalhas a que têm direito e os melhores se vejam diabolizados por ousarem concorrer e ser melhores no plano interno e externo.
Mas, a nossa RTP não está para aí virada, como comprova a forma como os clubes de Lisboa têm sido tratados na taça UEFA e como o foi o FCP.
Não sendo um consumidor habitual de rádio, bastou-me ouvir o relato da Antena 1 do Souzense-FCP para concluir que até o cheiro é o mesmo. Os locutores de serviço repetiram mais de uma dúzia de vezes que tinha havido um grande penalidade indiscutível contra o FCP e nem uma vez referenciaram que nos tinha sido anulado um golo por pretenso fora de jogo, em lance mais que duvidoso.
A Imprensa parece-me, apesar de tudo, ser o segmento que melhor trabalha o desporto e o futebol, com excepção do Record que é um jornal, declaradamente, anti-FCP que assume como um posicionamento estratégico. Só por histerismo ou fanatismo se pode compreender que o FCP esteja “proibido” de aparecer na capa desse jornal. O Correio da Manhã segue o guião: vale tudo desde que seja para denegrir o FCP. É uma bandeira do grupo Cofina, que exibem sem pudor. Uma vergonha!
Não prevejo que o futuro vá ser melhor. Ou será? O poder da informação – muito particularmente no âmbito desportivo – segue os poderes dominantes. O poder atrai o poder e abundam, lamentavelmente, na actividade os incapazes e os capazes de tudo. Mas, a esperança é a última a morrer e quero acreditar que um dia possa ser melhor. Aliás, é tão mau o panorama, que só pode melhorar.
O Porto nas meias finais
Os centrais estiveram regulares e o Nuno sempre muito atento, fez algumas defesas valiosas. Na 2ª. Parte com a entrada de Lucho melhorámos consideravelmente, perdemos alguns golos e falhámos demasiado o último passe.
Depois, o jogo foi caindo no marasmo e foi com um imenso bocejo que o vimos até ao final. O apito derradeiro foi talvez o momento mais agradável desta fase do jogo.
Como nota final, queria referir que a arbitragem foi péssima. Do tipo “Robin dos Bosques”: roubar aos ricos para dar aos pobres. O Gil Vicente – arrumadinhos, mas pouco mais – seguiu uma estratégia que resultou na perfeição: ao mais suave encosto de um jogador do FCP, atiravam-se imediatamente para o chão para ganhar a falta e, por esta via, chegar junto da área do FCP, pela via mais rápida. Foi uma sucessão de faltas que os gilistas aproveitaram para se aproximar. E não me lembra uma vez em que o árbitro não tivesse deixado de apitar, ainda o jogador adversário não tinha chegado ao tapete. O FCP, diga-se, não soube evitar e contrariar este jogo de repelões na procura da falta permanente do Gil. Nem no Basquetebol actual, o contacto pessoal teria sido tão castigado.
O bandeirinha do lado Poente deu um autêntico festival. Um autêntico show man da bandeira. O Gil Vicente tinha passaporte para entrar em todos os domínios e na jogada mais perigosa que fez, fiquei com a ideia que o jogador adversário estaria em posição flagrante de fora de jogo.
Na 2ª. Parte com o FCP a atacar procedeu de forma inversa: tirou uma série de foras de jogo que nos deixaram imensas dúvidas. Gostaria de rever essas jogadas, mas provavelmente não estarão filmadas.
Jogo pobre, vitória justa, arbitragem péssima e irritante por tanta apitadela, num jogo fácil.
Dicionário do Sistema - João Rodrigues
Considera Pinto de Sousa um dos "cinco amigos" que possui no futebol e várias escutas do processo ‘Apito Dourado’ demonstram que os árbitros para o Benfica eram combinados com João Rodrigues, a quem Pinto de Sousa telefonava regularmente para que fosse ele a contactar Luís Filipe Vieira, no sentido de se acertar qual o melhor árbitro para os encontros. Exemplos no processo ‘Apito Dourado’ da existência dessas conversas abundam.
Pinto de Sousa: “Eu precisava de uma ajudinha. Amanhã, ao meio-dia tenho de escolher os árbitros internacionais para a taça. [...] Precisava de dois nomes de árbitros que o Benfica considerasse.”
João Rodrigues: “Eu vou ligar ao Luís Filipe.[...] Já lhe ligo”.
O que disseram João Rodrigues e Luís Filipe Vieira nas conversas que tiveram entre si?
Não está documentado, visto que o Procurador de Gondomar (na altura detentor do processo) entendeu que não se justificava colocar os respectivos telefones sob escuta.
Também há exemplos de conversas entre Valentim Loureiro (eleito para a presidência da Liga com o apoio do Benfica) e Pinto de Sousa, em que este procura justificar a razão de não poder escolher os árbitros pretendidos pelo Benfica:
Pinto de Sousa: “A única coisa que eu tinha dito ao João Rodrigues é o seguinte... É pá, há quinze [dias] ou três semanas, ele perguntou-me: Quem é que você está a pensar para a Taça?... Eu disse: Estou a pensar no Paraty...”
Valentim Loureiro: “Bem, o gajo [LFV] está f... (...) O Paraty então não consegues, não é?”
Perante tamanhas evidências, é inexplicável porque razão João Rodrigues, Luís Filipe Vieira e também José Veiga nunca tiveram os seus telefones sob escuta.
Não admira, pois, que haja cada vez mais razões para suspeitar, que o ‘Apito Dourado’ é um processo «ad hominem» e que os alvos da “caça” estavam (estão!) todos no Norte.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Já tem Mestrado, mas sem contrato renovado...
Por entre elogios e louvores, elevando inclusive o Professor ao patamar de Mestre, Pinto da Costa lá foi dizendo que “não vê razões para não renovar”. Certo, porem, é não ter sido taxativo se vai mesmo avançar para a dita renovação de contrato, o que poderá ser interpretado como uma cautela sobre algumas névoas que ainda pairam nesta situação.
A passagem de Jesualdo pelo FC Porto tem sido marcada pelo sucesso desportivo, cumprindo em quase toda a linha os objectivos propostos, onde apenas a eliminação da Taça de Portugal na época passada e da Taça da Liga já este ano, perante equipas de escalões inferiores, mancham o seu percurso. Ficam no entanto em destaque o Título do ano passado, a tremenda vantagem do campeonato deste ano e as boas campanhas Europeias.
Contudo e apesar dos exitos conseguídos neste ultimo ano e meio, das palavras de circustancia de Pinto da Costa, os sinais de alguma insegurança vindos do interior da SAD Portista são notórios, bem como notória é a falange assinalável de adeptos Portistas, que não se agrada com a forma de jogar da equipa e, olha de soslaio para a capacidade do Professor em fazer do Porto um conjunto ainda mais forte.
Mesmo estando longe de ser um treinador de Top, tem sido capaz de gerir a equipa de forma criteriosa e equilibrada. É, após Mourinho, o técnico que conseguiu dar maior estabilidade a este Porto, com tudo o que isso acarreta quer no campo desportivo, quer no campo da gestão do plantel (onde é visivel uma maior aposta na continuidade do nucleo base dos jogadores, ao invés das constantes mudanças que existiram ate à chegada do Professor) e, isso, por si só, já é um grande ganho para todos. Olho em redor e não vejo um treinador em Portugal que se possa dizer que encaixaria melhor no FC Porto e, do estrangeiro é sempre um tiro no escuro, excepção aos consagrados (mas esses são muito caros para nosso carteira).
Da minha parte prefiro a renovação de Jesualdo Ferreira apostando em alguém que já conheço e sei do que é capaz, do que embarcar numa aventura com um outro qualquer treinador, que por muito boas indicações que tenha, quererá sempre impôr novas ideias, metodologias e tambem exigirá, quiça, outro tipo de jogadores.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Da Dimensão Ética do Assobio
Não que em Inglaterra se não apupe a nossa equipa, mas isso é, regra geral, deixado para depois do derradeiro siflo do senhor árbitro. Então sim. Se houve uma exibição vergonhosa ou, pior, se esta vem na sequência de outras desgraçadas demonstrações quejandas, eis que surge das bancadas, não um côro de assobios - que os ingleses não sabem assobiar - mas sim um soturno eco de "uuuuuu", audível várias centenas de metros à volta do estádio.
Em Portugal a coisa é diferente. Somos todos treinadores de bancada e - pior - temos uns elevadíssimos padrões de exigência (para com os outros, claro). Vai daí, chega-se de hoje em dia ao cúmulo e ao absurdo de se assobiar um jogador que erra um passe aos 5 minutos de jogo ou, coisa inacreditável, só por ouvir o seu nome na linha inicial.
Mas recentemente esta praga dos assobios por tudo e por nada (atribuídos por alguns a uns tais "pipoqueiros", suposta nova espécie de adepto do futebol) deu origem a um caricato episódio em torno do nosso craque Ricardo Quaresma. Devido a uns seus "exageros" ou "displicências", os pipoqueiros (mas não só) tê-lo-ão assobiado de modo que apenas deveria ser reservado para o Sr. Lucílio Baptista e seus émulos. O visado reagiu dizendo que se calhar daqui a uns meses já cá o não teriam para assobiar, declaração que posteriormente esclareceu referindo que iria naturalmente de férias (o que pressupõe que haverá pipoqueiros que se deslocam ao Estádio do Dragão no defeso para assobiarem quem está de férias: estes pipoqueiros são capazes de tudo, de facto). Saíu depois à praça o Dr. Fernando Póvoas, salomonicamente criticando assobiadores e assobiado, e a coisa parecia ter ficado sanada. Mas eis senão quando, a SAD do FCP emite um comunicado em que o desamparado Dr. Póvoas é, por assim dizer, "posto no seu lugar", que isto de criticar pipoqueiros não é para qualquer um na severa estrutura da dita SAD. E mais, até o próprio presidente ao assunto se referiu, aparentemente num editorial na revista "Dragões", chegando a apelidar esses assobios de encomendas. Num conhecido forum de portistas que por vezes leio anda uma discussão semântica em torno dessa referência pouco subtil do habitualmente muito subtil Jorge Nuno Pinto da Costa, havendo até quem por lá defenda a dimensão ética da crítica emanada da presidencial pena.
O que me leva a concluir que, para alguns, o irritante e cavernoso fulano sentado ao nosso lado nas bancadas do Dragão que passa o jogo a criticar tudo o que equipa de azul-branco e que assobia sempre que as coisas nos não saem bem, muito mais do que um portista doente que não enxergou ainda a melhor maneira de apoiar a sua equipa, é uma execrável criatura eticamente deficiente.
Os adeptos passam assim a distinguir-se pelo nível "ético" do seu procedimento e não, no que a manifestações como os assobios diz respeito, pela sua maior ou menor emotividade ou melhor ou pior feitio. Um portista "como deve ser" não assobia os próprios jogadores, não pelo que de desagradável e contra-producente isso encerra, mas pela fealdade moral do acto. Meditemos...
Quem não chora, não mama
Primeiro, no flash interview, perante as câmaras da SportTV, começou por afirmar o seguinte:
«No futebol não há momentos bons para sofrer golos, mas aquela altura, quando sofremos o primeiro, foi mesmo muito má. Depois, logo a abrir a segunda parte, sofremos o segundo. Dizem-me que era fora-de-jogo e complicou muito para nós. (...) O Paços de Ferreira esticou-se, correu riscos e o FC Porto, naturalmente, aproveitou. Marcou outra vez e podia ter marcado mais golos...»
Entretanto, alguém lhe deve ter dito que tinha “chorado pouco” e que na situação periclitante em que está o Paços de Ferreira tinha de berrar muito mais. Assim, chegado à sala de imprensa o tom já foi outro e afirmou o seguinte:
«Tivemos o azar de todos os foras-de-jogo mal assinalados terem sido fundamentais. Em foras-de-jogo mal assinalados também perdemos seis ou sete a um, mas tivemos azar sobretudo no fora-de-jogo mal assinalado que dá o segundo golo do F.C. Porto. Naturalmente acontecem erros, mas esse foi um grande azar».
A gente ouve uma mentira destas e até duvida se ouviu bem. Mais. O pobre adjunto disse esta enormidade sem se rir, como se estivesse a falar a sério (até me fez lembrar as entrevistas que o Vale e Azevedo dava à SIC...).
De facto, na jogada que antecede o segundo golo de Lisandro, Farias quando recebe a bola está milimetricamente adiantado em relação ao último defesa do Paços de Ferreira.
Mas se alguém se queixa desta jogada, como pode ignorar três outros lances semelhantes, em que foi erradamente assinalado fora-de-jogo ao ataque portista (uma vez a Tarik e duas a Lisandro), em situações em que os avançados do FC Porto estavam claramente em jogo (mais de um metro)?
E o que dizer da impune agressão de Furtado a Raul Meireles, aos 73’, quando o jogador pacense atingiu deliberadamente o médio portista com o cotovelo?
Percebe-se a intenção do Paços de Ferreira – quem não chora, não mama – mas é inconcebível vir queixar-se da arbitragem num jogo em que foi claramente beneficiado.
Cavalgando em cima destas declarações, alguma comunicação social optou por ignorar todos os lances em que os árbitros ajuizaram em prejuízo do FC Porto, fazendo de conta que nunca existiram (veja-se a forma como foram seleccionadas e comentadas as imagens dos resumos do jogo) e repetindo 33 vezes as declarações do adjunto do Paços de Ferreira...
Assim se explica a vantagem do FC Porto no campeonato português...
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Tango no Dragão
Se Lucho e Lisandro já estavam entre os principais protagonistas das boas exibições do FC Porto, hoje a eles se juntaram mais dois argentinos, Farías e Mariano, com uma assistência e um golo, respectivamente.
Pelo meio da primeira parte vimos ainda um Paços igual a si próprio no Dragão, a usar e abusar de perdas de tempo com lesões simuladas e demoras na reposição da bola em jogo, com o objectivo de prolongar o empate e enervar o FC Porto. O golo veio dar justiça ao resultado e obrigou os pacenses a correrem atrás do prejuízo.
Na 2ª parte mudou tudo, com ênfase na atitude e objectividade dos nossos jogadores. E aí começou o espectáculo dos golos falhados, com Tarik e depois Farías a falharem isolados cara a cara com o guarda-redes. O lado direito do ataque do FC Porto esteve em destaque com os centros para a área de Tarik, Bosingwa, Farías(!) e Lucho.
Lisandro é o nosso grande ponta de lança e, apesar de deslocado dessa posição devido à presença de Farías, continua a facturar em todos os jogos. Farías, lento até dizer basta, recebe a bola, ajeita-a, dá-lhe mais um adorno e quando chega a hora de rematar já está com 1 ou 2 adversários em cima. Tem de ser bastante mais rápido a executar e deve convencer-se de que já não está na Argentina. Ainda bem que o Mariano finalmente marcou um golo. Pode ser que agora não se sinta tão desmotivado e comece a mostrar o que vale, porque até aqui mostrou ainda muito pouco.
A entrada do Helder Barbosa foi importante para a sua afirmação no seio da equipa. Se há jogos bons para se fazerem "testes" este era um deles. Tenho a ideia que não é contra um grande na Liga dos Campeões ou para "surpreender" os de Lisboa que devemos fazer experiências na equipa titular. As inovações devem ser feitas com equipas fracas e em casa preferentemente.
O árbitro, para não variar, foi habilidoso contra o FC Porto. E os seus fiscais de linha coitadinhos, tal a sua prestação medíocre: desde os inúmeros erros na decisão dos lançamentos laterais até ao fora de jogo mal tirado a Lisandro. Um jogo fácil e uma arbitragem tão fraca.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
O perito do Apito Dourado
- um vermelho que terá ficado por mostrar a Lisandro, por suposta conduta violenta sobre Mossoró;
- em vez de um lançamento lateral, deveria ter sido assinalado um livre directo contra o FC Porto (no mesmo local do lançamento), por o Quaresma ter dado um pequeno toque em Djalma;
- uma mão na bola de Raul Meireles, que o árbitro não viu, no início de um contra ataque do FC Porto;
- rigor a mais do árbitro na mostragem do 2º cartão amarelo a Djalma, porque o “remate/cruzamento feito pelo portista foi potente, desferido praticamente à queima-roupa”.
Na opinião de Jorge Coroado, foram estes os quatro erros mais relevantes de Pedro Henriques e, conforme se constata, não há um único em que o árbitro de Lisboa tenha ajuizado em prejuízo do FC Porto.
Assim, ao contrário da opinião dos dois elementos da SportTV (Rui Orlando e José Gomes, os quais, seguramente, não podem ser acusados de serem portistas) e da generalidade dos comentadores desportivos (entre os quais destaco a opinião de Rui Santos no ‘Tempo Extra’ e de Rui Oliveira e Costa no ‘Trio d’Ataque’), Jorge Coroado não viu que, com o resultado ainda em branco, Bruno fez uma falta por trás sobre Ernesto Farias, a qual deveria ter dado origem a um penalty a favor do FC Porto e cartão amarelo para o jogador do Marítimo.
Jorge Coroado também não terá visto, ou pelo menos não considerou um erro grave, que uns instantes antes de Tarik ter concretizado o segundo golo do FC Porto, Evaldo comete um penalty claríssimo sobre Lisandro, quando este estava isolado, o que, para além de penalty a favor do FC Porto, deveria ter motivado a expulsão do defesa do Marítimo.
Mas há mais.
Na 1ª parte, num lance de ataque rápido, o Raul Meireles é completamente ceifado por um jogador do Marítimo, o árbitro deu a lei da vantagem (e bem), mas quando o jogo parou deveria ter mostrado o cartão amarelo a jogador do Marítimo. Não o fez, ao contrário do que posteriormente faria em lances semelhantes, mostrando cartões amarelos aos portistas Raul Meireles e ao Kaz.
Jorge Coroado terá visto?
Ainda na 1ª parte, o Djalma teve uma entrada por trás sobre o Fucile, perto da área do Marítimo. O árbitro viu, marcou a falta, mas deixou o cartão amarelo no bolso (seria o 2º cartão amarelo para o Djalma, que acabaria por ver, mas na 2ª parte, quando cortou um cruzamento com o braço).
Mais um lance que Jorge Coroado ignorou.
Ou seja, quem não viu o jogo e se limitou a ler as análises de Jorge Coroado, ficou convencido que o lisboeta Pedro Henriques apenas errou a favor do FC Porto, quando a realidade dos factos é bem diferente.
Mas porque razão pretendeu Jorge Coroado transmitir a ideia de que o árbitro errou muito e sempre a favor do FC Porto?
É este tipo de “isenção” que poderemos esperar de Jorge Coroado quando, no âmbito do processo Apito Dourado, for chamado a prestar declarações em tribunal, como perito de arbitragem?
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
O hino, o estádio e os adeptos
Diz à gente o que é ser nobre e leal.
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal.
Oh, campeão, o teu passado
É um livro de honra de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu Porto mais um arco triunfal
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto
Quando alguém se atreve a sufocar
O grito audaz da tua ardente voz
Oh, Oh, Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós.
Oh, campeão, o teu passado
É um livro de honra de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu Porto mais um arco triunfal
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto
O hino do FC do Porto emociona-me.
Sou daquelas pessoas que quando ouve o hino no estádio antes do jogo se levanta, estica o cachecol, e que canta o que tem gravado no coração (acompanhando Maria Amélia Canossa), com o olhar vazio de quem relembra as glórias que nos enchem de alegria.
O FC Porto tem neste hino um dos seus símbolos, que exalta não só o clube, mas também a cidade e o país. Gostava portanto de poder ver todo o estádio a entoar estas palavras, com a voz embargada, sentindo a emoção de todas as alegrias do meu clube, do nosso clube.
Um dos problemas é que a grande maioria das pessoas não conhece as palavras do hino, não quer ser uma ilha num mar de gente, ou simplesmente não se sente compelida a participar.
O FC Porto já faz a sua parte ao reproduzir nos altifalantes do Estádio do Dragão, no momento em que as equipas entram em campo. Mas podia fazer mais! Podia também passar a letras nos ecrãs do estádio, ao estilo do "karaoke", para permitir que as pessoas que ainda não o soubessem o pudessem aprender.
As claques podiam acompanhar o hino, ajudando a massificar o momento, e compelindo a generalidade dos adeptos a acompanhar.
Quem actualmente já canta o hino, deve continuar, educando as pessoas que se encontram à sua volta (a repetição e a imitação são boas formas de ensinar/aprender).
As “garantias” aceites por Ferreira Leite
Manuela Ferreira Leite e as acções da Benfica SAD |
Manuela Ferreira Leite e Vasco Valdez na Assembleia da República |
Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira no “Jantar do Desporto”, em 04/03/2002 |
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
A complacência das autoridades para com o SLB
João Vale e Azevedo eleito presidente do SLB |
Fernando Seara, Programa 'Jogo Falado' da RTP1 (1999) |
Guilherme de Oliveira Martins, Ministro das Finanças entre 2001 e 2002 |
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
A Europa dos ricos
1) As receitas dos maiores clubes europeus continuam em forte crescimento: os 20 clubes mais ricos viram em média um aumento de 15% em relação à época anterior.
2) A diferença entre eles e... nós, FCP. Principalmente entre os clubes do top10 e nós (que não entramos sequer no top20).
O Real Madrid lidera a lista com receitas de 350 milhões de euros; no 9o lugar temos o Inter com 195 milhões - compare-se isso com os ~55 milhões da FCP SAD. Dito de outra forma, o Real tem receitas orgânicas cerca de 6x superiores às nossas, o Inter 3,5x.
Alguns olharão para estes números e encolherão os ombros, dizendo que no futebol a "lógica é uma batata". Pois bem, desde que a Lei Bosman impera que não é bem assim: nas últimas 3 épocas os clubes do top10 de receitas açambarcaram 71% dos lugares nos 1/4 de final da Liga dos Campeões. Se a isto juntarmos outros clubes um pouco mais abaixo, temos que em média 7 das 8 vagas nos 1/4 final são preenchidas pelos 20 clubes mais ricos da Europa.
Será pois a nossa sina ficar para trás? Penso que "nim". Em média sim, teremos cada vez menos sucesso comparativo em relação ao top10; mas penso ao mesmo tempo que podemos ir sistematicamente aos 1/8 final e fazer "umas flores" de vez em quando, indo mais longe - vencer a Liga dos Campeões é um sonho, mas não impossível.
Que fazer? Muita coisa poderia ser dito sobre isto, mas resumidamente: penso que as receitas podem ser esticadas, em particular as receitas televisivas. Mas acima de tudo penso que temos que apostar na nossa grande vantagem competitiva: o mercado português, começando pela formação (e passando pelos estrangeiros que jogam em Portugal).
Mercado português onde ainda por cima há pouca rivalidade financeira, o que leva a que a pressão a nível de salários e passes seja mais baixa do que em Inglaterra, Espanha ou Itália.
O objectivo será pois conter as despesas o melhor possível (contendo as despesas em passes e salários) potencializando as mais-valias financeiras de futuras vendas (não esquecendo no entanto que nem todas as compras devem ser na perspectiva de vender mais tarde), sem comprometer a valia desportiva do plantel. Sem se gerar mais-valias financeiras consideráveis não teremos hipóteses de discutir taco-a-taco, ano após ano.
Isto não invalida naturalmente que se explorem outros nichos (ultimamente tem sido o argentino) - mas que ninguém se ilude que o FCP vá conseguir sistematicamente comprar jogadores argentinos com cartaz (como era o caso de um Lucho ou Lisandro) a preços acessíveis. Isto pode parecer um paradoxo mas quanto maior sucesso tiverem Lucho e Lisandro no FCP, menor a probabilidade de que façamos negócios idênticos no futuro (já que cada vez mais os clubes europeus ricos irão directos à "fonte"...).
A médio e longo prazo, o nosso futuro na Europa passa pela aposta no mercado português: repare-se que as grandes mais-valias geradas nos últimos anos foram todas oriundas do mercado português: R Carvalho, Pepe, Deco, P Ferreira. Anderson foi vendido por valores elevados, mas com mais-valias mais baixas (já que foi bastante mais caro - tal como um Lucho, já agora).
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Football_Money_Leaguedomingo, 17 de fevereiro de 2008
Incompetência na RR
Já é sobejamente conhecido por todos os portistas o tratamento parcial primário que é dado aos clubes da capital na generalidade dos órgãos de comunicação social portuguesa. É com esta realidade que temos vivido, apesar de alguns deles (RDP e RTP) viverem de receitas provenientes do Orçamento de Estado e, como tal, pagos pelos impostos de todos os portugueses.
Até aqui, e apesar de alguns desvarios de Ribeiro Cristóvão (entre os quais a final da Taça dos Campeões Europeus de 1987), sempre tive a RR como uma rádio diferente e que primava por uma certa independência e rigor nas suas reportagens desportivas (o programa Bola Branca até tem demonstrado que existe a preocupação e exigência com uma informação credível e completa dos mais diversos acontecimentos e intervenientes do fenómeno futebolístico).
No entanto, e depois de ouvir o relato do final do jogo do FC Porto na Madeira, a minha opinião sobre a diferença da RR mudou completamente. E porquê? Pelos comentários que estavam a ser difundidos, e para quem de facto não tivesse assistido ao jogo, parecia que o resultado era muito injusto e que havia sério dano (prejudicando o Marítimo) no trabalho do árbitro Pedro Henriques. No final do jogo, e na análise dos comentadores (cujos nomes desconheço, apenas reconheço as vozes) o árbitro foi avaliado com nota 2 porque o seu trabalho teve "influência directa no resultado" (e adivinhem lá quem é que o árbitro terá prejudicado...). Um dos comentadores chegou mesmo a dizer que se o jogo tivesse sido bem apitado Lisandro tinha sido expulso numa entrada a um jogador do Marítimo e já não estaria em campo para marcar os 2 golos pelo FC Porto. Esse mesmo comentador disse também que o árbitro errou ao aplicar "a lei da vantagem" no lance em que Lisandro é derrubado na área e Tarik acaba por marcar o 2º golo do FC Porto. Ou seja, uma reportagem plena de cegueira histérica anti-portista.
O que na verdade estes senhores desejariam é que o FC Porto entrasse já derrotado no Estádio dos Barreiros: isso sim seria um óptimo estímulo a um sério trabalho de reportagem jornalística. Assim, e depois de um concludente 0-3 para o FC Porto, uma enorme azia afectou a generalidade dos jornalistas desportivos de Portugal, tendo eu tido a oportunidade de o comprovar aos da RR .
Mas vamos por partes:
1. Lisandro não merecia (nem de perto nem de longe!) ver um cartão vermelho pela entrada sobre a bola (!) que fez. Só quem não teve acesso às imagens televisivas é que pode acreditar nessa história. Mau trabalho dos jornalistas da RR.
2. E quem é que disse aos comentadores que Pedro Henriques aplicou a "lei da vantagem" no lance em que Lisandro é derrubado e Tarik marca o 2º golo do FC Porto? Mais uma vez, e depois de ter ignorado uma grande penalidade sobre Farías na primeira parte, o árbitro prestou-se a ignorar mais uma na segunda parte. Azar o dele, Tarik estava lá e aproveitou a sobra para fazer o golo. Mas SE o penalty tivesse sido marcado isso implicaria também a expulsão do defesa do Marítimo uma vez que Lisandro só tinha o guarda-redes adversário pela frente, ficando a partir daí o Marítimo a jogar com 9. Mais uma análise que revela, no mínimo, má-fé jornalística da RR.
Pelo exposto sou levado a concluir que os jornalistas da Rádio Renascença foram INCOMPETENTES no trabalho que realizaram relativamente aos comentários do jogo Marítimo - FC Porto. Quem ouve rádio não vê imagens, o que acrescenta mais responsabilidade a quem está a comentar. Se não transmitem de forma rigorosa o que se passa nesse momento, estão a distorcer a forma como os ouvintes entendem o jogo. Se conseguissem (os comentadores) despir-se (ainda que por breves momentos) da sua preferência clubística, tenho a certeza que conseguiriam ser mais profissionais na análise aos jogos. Ganham eles, ganha a RR e agradecem os ouvintes. Assim é que não.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Com um brilhozinho nos olhos
Acho que o árbitro ajudou um pouco a este ascendente do Marítimo, com uma dualidade de critérios que me pareceu notória. O FCP "fez" quase o dobro de faltas que o Marítimo, assim o entendeu o árbitro Pedro Henriques, que no balanço entre o estilo inglês e português
aplica sempre o que dá menos jeito ao FCP. Feitios!
Fomos melhorando com o aproximar do fim da 1ª parte, o Farías teve uma oportunidade de golo que falhou por pouco, e o árbitro esqueceu-se de assinalar uma grande penalidade sobre o nosso avançado. Ao cair da 1ª parte marcámos o nosso primeiro golo. Um golo à Lisandro. Um golo à ponta de lança.
Como aspecto negativo, aponto aquele pequeno sururu que temos de saber evitar. Não acho que houvesse motivos para expulsão, mas há que que saber controlar o ímpeto e ser mais inteligente na "retaliação".
Na 2ª parte e após a expulsão do jogador do Marítimo (não havia necessidade), dominámos completamente o jogo e vencemos com todo o mérito. É um campo tradicionalmente difícil para o FCP. A rapaziada do Marítimo aparece sempre com muita força e cheia de saúde, principalmente quando joga em casa.
Na TV não dá muito para descodificar as nuances tácticas e a movimentação da equipa, mas creio que Meireles jogou mais pela direita e Lucho pela esquerda.
Quaresma melhorou na 2ª parte, tal como toda a equipa do FCP que com mais espaços foi capaz de jogar bem e construir um resultado que ainda poderia ter sido mais volumoso.
Porém, é prioritariamente sobre aqueles trinta minutos em que não estivemos bem que a equipa deve atentar. Farías não teve tempo para jogar, pois raramente a bola lhe chegou. Foi esforçado, mas Lisandro dá outra profundidade ao jogo e quando não somos capazes de jogar em ataque continuado, temos de saber aproximar as linhas e não permitir ao adversário ter a iniciativa.
Enquanto o Marítimo só tinha um jogador fixo na frente (André Pinto) o FCP tinha três: a) Quaresma que é um jogador "indisciplinado" tacticamente, e gosta pouco de marcar o defensor que lhe compete; b) Farías que não está habituado a rotinas defensivas e não é agressivo; c) resta Lisandro, esse sim, mais agressivo e já rotinado no nosso campeonato e disponível para pressionar e recuar para linhas mais atrasadas.
Jogando "demasiado" aberto e com o desacerto dos laterais, transviou-se muito passe e teve-se pouca bola, durante aquele período em que o Marítimo dominou.
Falta-nos um outro elemento para o meio campo com capacidade para reforçar essa zona nevrálgica do terreno e permitir ao Lucho mais liberdade e pisar mais frequentemente outras zonas mais próximas do último terço do terreno, e funcionar como elemento municiador e finalizador. Acho que Quaresma e Lisandro agradeceriam essa proximidade.
Individualmente comentaria que Paulo Assunção continua a ser um dos jogadores mais fiáveis do FCP e Bruno Alves parece menos categórico na abordagem dos lances, e com alguns lapsos de marcação e colocação. Lisandro continua com aquele brilhozinho nos olhos que particularmente aprecio e os adversários temem.
Um bom treino para o jogo da CL, que aguardo ansiosamente. Um exame.
A última palavra para o nosso treinador. Impecável no comentário do jogo, teria preferido que não tivesse abordado - na antevisão do jogo - "criticamente" a nomeação do árbitro, mas se não for ele a falar quem haveria de ser? Está tudo mudo! Fica a coragem de chamar a si o "odioso" do comentário. Só por isso, acresce o respeito que me merece a forma como tem exercido as funções de técnico do FCP.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Dicionário do Sistema - Hélio Santos
Ao longo da sua carreira as tendências benfiquistas foram sempre notórias, mas o jogo que o projectou para a história do futebol português foi o célebre Estoril-Benfica, da época 2004/05, disputado no Estádio do Algarve, para o qual foi nomeado pelo seu compadre Luís Guilherme.
O jogo, da 30ª jornada, ficou marcado por várias casos, todos eles em prejuízo do Estoril.
Logo ao 24 minutos, expulsão do estorilista Rui Duarte, naquela que foi a expulsão mais rápida dessa época;
aos 37 minutos, ficou por assinalar um penalty claro contra o Benfica, bem como, a expulsão de Ricardo Rocha;
aos 76 minutos, uma falta de Petit foi transformada em falta contra o Estoril, e deu origem ao 1º golo do Benfica;
finalmente, aos 79 minutos, nova expulsão de um jogador do Estoril (João Paulo, por palavras), imediatamente antes do 2º golo do Benfica.
Entretanto, após o jogo, soube-se que o árbitro o tinha apitado com botas emprestadas pelo Benfica. Tudo normal, aliás o próprio Hélio Santos confessou que, no final, lavou as botas e as devolveu. Só faltou engraxá-las...
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Dicionário do Sistema - Gonçalves, Jorge
A 24 de Junho de 1989, Sousa Cintra foi eleito como novo presidente do Sporting e apenas dois dias depois Jorge Gonçalves foi preso pela PJ, devido a uma série de processos-crimes relacionados com dívidas. Tendo sido solto, saiu imediatamente de Portugal antes de enfrentar um tribunal.
Em 27 de Janeiro de 1997, quando estava em Angola foragido da justiça portuguesa, afirmou numa entrevista televisiva ter cometido diversos actos de corrupção desportiva, enquanto foi presidente do Sporting. Estranhamente (ou não) a comunicação social nunca se interessou em aprofundar os casos por detrás de tão espantosa confissão. O alvo a abater era (é!) outro.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Dicionário do Sistema - Ferreira, João
É vantajoso ser sócio?
Segundo o Relatório e Contas referente ao ultimo ano do FC Porto, Clube, havia em registo nos seus serviços administrativos 83.669 sócios com quotas em dia, o que significa cerca de menos 3.400 sócios que existiam um ano antes. Apesar da inscrição de quase 7.000 novos associados, desistiram da filiação ao FC Porto cerca de 10.200 pessoas, tudo isto numa conjuntura desportiva altamente favorável.
Se a entrada de novos sócios não surpreende, (apesar de não ser muito expressiva) dado tal periodo positivo que o Clube atravessa, a perca de mais 10.000 sócios em apenas um ano deixa-me abismado. A acrescentar a tudo isto, todos estes dados são respeitantes à temporada 2006/07, onde entrou em funcionamento do novo conceito de sócio, um sistema de parcerias com varias entidades e de acumulação de saldo para quotas e bilhetes numa conta virtual.
Com estes numeros, a primeira coisa que facilmente se conclui é que as vitórias não chegam para as pessoas se manterem ligadas ao Clube e, o tal novo conceito de sócio, não cativa novos públicos, ou pelo menos não o faz nos moldes actuais. Não se pode sequer dizer que o FC Porto pratica preços nas quotizações altos, pois dos 3 grandes é aquele que apresenta uma tabela mais acessivel, apesar de estar inserido numa região mais constrangida pelas dificuldades económicas que o país atravessa.
Na minha óptica, o FC Porto tem falhado essencialmente na forma de se relacionar com os sócios. Actualmente, as unicas comunicações vindas do Clube para os associados, visam o incentivo à compra de lugares de época ou um qualquer produto promocional. Muito pouco. Penso que cabe tambem nas competências da Instituição informar, esclarecer e questionar de forma regular, os sócios sobre assuntos do quotidiano do Clube. Enviar-lhes as convocatórias e respectivos Relatórios e Contas das AG´S, incentivando-os à sua participação, bem como o envio sugestões por RSF com vista a melhoria do funcionamento dos serviços e satisfação do sócio. Incrementar um maior leque de ofertas e serviços através do uso do cartão de sócio, tornando-o um utensílio indespensavel para todos os dias (por exemplo estabelecer parcerias para descontos com as grandes cadeias de hipermercados como o Continente ou Jumbo), maior abertura e criação de novas funcionalidades no site do Clube, com acesso a conteúdos exclusivos. Em suma, há que envidar esforços de forma a fazer sentir aos sócios que existem reais vantagens em estar ligados ao FC Porto, porque os simples descontos nos bilhetes para jogos não chegam.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Dicionário do Sistema - Estoril SAD
Preocupado com as aparências (não fosse alguém pensar que ele estava a jogar em dois tabuleiros...), em 18/10/2004, já em pleno campeonato, José Veiga anunciou ter vendido 18% do seu capital à KCK Developments Limited, 18% à Mexes Marketing Limited e 4,767% à Primera Management Limited.
Não será estranho o súbito interesse de três empresas inglesas, ainda por cima sem qualquer ligação anterior ao fenómeno desportivo, em investir numa equipa desconhecida do futebol português?
Mais. Os supostos novos accionistas da Estoril SAD (que nunca foram vistos em Portugal...), não quiseram nomear qualquer administrador e mantiveram como presidente da Estoril SAD o antigo dirigente do Benfica, António Figueiredo, o qual tinha sido nomeado em 15/09/2004.
Nomeado por quem?
Pois, por José Veiga! Ou seja, Veiga, enquanto accionista maioritário da Estoril SAD, mas numa altura que já era o responsável do futebol da Benfica SAD, nomeou um antigo dirigente do Benfica para presidente da Estoril SAD. Lapidar!
Mas afinal, quem eram as tais empresas inglesas a quem, supostamente, José Veiga vendeu parte da sua participação na Estoril SAD?
Nunca se soube mas, em 25 de Julho de 2005, a CMVM emitiu um comunicado onde informou o mercado “da falta de transparência quanto à titularidade das participações qualificadas detidas pela Mexes Marketing Limited e pela KCK Developments Limited na sociedade aberta Estoril Praia – Futebol SAD, SA.” Além disso, as duas empresas tinham o mesmo representante, entre outros dados comuns. Mais palavras para quê?
Resta dizer que durante a época 2004/05, os jogos entre o Benfica e o Estoril foram recheados de casos. Desde contactos (pressões?) sobre jogadores do Estoril, antes dos jogos com o SLB, até à transferência do Estoril – Benfica para o Estádio do Algarve (com a concordância da Administração do Estoril, constituída por ex-dirigentes do Benfica, nomeados por José Veiga), a arbitragens polémicas, houve de tudo. Contudo, o episódio mais caricato talvez seja o que veio a público após o jogo disputado na Luz, em que no intervalo um jogador do Benfica (Petit) se dirigiu a um antigo colega do Boavista (Paulo Sousa), aconselhando os jogadores do Estoril a “terem calma e não forçarem muito na 2ª parte”...
Se no início da época 2004/05 poderia haver dúvidas de que lado iria estar o coração (e a cabeça) de José Veiga nos dois jogos entre o Benfica e o Estoril, no final da época não restavam quaisquer dúvidas.
Os sócios e a SAD
A SAD veio introduzir um novo actor neste sistema: o accionista. O accionista investe o seu dinheiro na SAD (do futebol ou de outra modalidade) e mediante os estatutos da mesma pode ou não ter poder suficiente para decidir quem são os administradores da SAD.
Com a cada vez mais eminente saída de Pinto da Costa do FC Porto (os anos passam, e infelizmente o Presidente não fica mais novo), e como consequência do Conselho de administração da SAD, começo a preocupar-me seriamente com o rumo que o futebol do FC Porto possa vir a tomar. A minha preocupação não tem a ver com a maior ou menor capacidade das pessoas que possam ser nomeadas para esses cargos, mas com o facto de poder deixar de representar tudo aquilo que esperamos de uma equipa do FC Porto.
De momento o FC Porto tem 40% do capital da SAD. Este capital é suficiente para garantir, até ao momento, o controlo da mesma. Mas os tempos e as situações também mudam... E se por ventura aparece um Americano ou Russo multimilionário com interesse em "investir" no FC Porto, Futebol SAD? E o que acontece se esse investidor se esquecer do FC Porto, Futebol SAD ou achar que não faz sentido existir o FC Porto, Futebol SAD? É nessa altura que nos devemos preocupar, ou devemos começar já?
Os sócios devem começar a pensar seriamente se querem correr estes riscos! É possível fazer alguma coisa para o evitar? Claro que é! Para começar os sócios devem participar activamente na vida do clube (e por força da representação dos 40%, na SAD), participando nas AGs e nas eleições. Podem pensar em qual será o perfil das pessoas que queremos à frente do Clube, que garantam que o mesmo vai ter sempre a maioria das acções da SAD, e que estas não vão ser alienadas.
Nesta perspectiva, vejo com bom olhos qualquer iniciativa que vise agregar as vontades dos sócios e adeptos (à semelhança do que aconteceu por exemplo em Inglaterra com o Man. Utd., que foi criada uma associação de adeptos/accionistas), que tivesse como único interesse o sucesso do FC Porto, Futebol SAD associado ao Clube. Por muito poucas que sejam as acções detidas por sócios/adeptos, conjugadas com as do Clube, podem fazer a diferença.
Da minha parte, vou fazendo o que posso para estar preparado para tomar as minhas decisões: frequento assiduamente as AGs do clube, adquiri acções do FC Porto, Futebol SAD, e vou falando com/ouvindo outros portistas.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Dicionário do Sistema - letra D
Esta atitude de descarado proteccionismo, levou à revolta dos adeptos e dirigentes do FC Porto e, para além de ter sido ameaçado pela PIDE em pleno Estádio das Antas, o presidente Cesário Bonito foi irradiado pela FPF. Não satisfeita, a FPF suspendeu, por três anos, seis directores do FC Porto, que também não tinham calado a sua revolta.
O escândalo assumiu tal proporção, que o ministro da Educação, Eng. Leite Pinto, percebendo que o caso poderia ter consequências políticas sérias, devido ao levantamento dos portuenses e ao apoio que teve por todo o lado (o embaixador americano escreveu para Washington, dizendo que havia ameaça de guerra civil), decidiu atender a contestação dos dirigentes do FC Porto.
Este é apenas mais um exemplo do quero, posso e mando dos clubes da capital que, por sistema, dividiam os títulos entre si.
Donato Ramos – No dia 2 de Janeiro de 1993, o Sporting tinha uma deslocação difícil ao Estádio da Mata Real onde, na época anterior, a de estreia do Paços de Ferreira entre os grandes, perdera por 1-0. O Sporting ganhou por 3-0, mas no fim do jogo estalou a polémica: Jaime Cardoso, chefe do departamento de futebol do Paços de Ferreira, acusou o seu congénere Juca de ter entregue presentes escondidos em sacos de plástico à equipa de arbitragem chefiada pelo viseense Donato Ramos.
O árbitro confirmou a recepção de "insignificantes máquinas fotográficas", mas disse que deixava a arbitragem se o caso desse lugar a algum castigo. Uns dias depois, a 7 de Janeiro de 1993, foi instaurado um processo disciplinar ao Sporting, por suspeita de aliciamento ao árbitro mas, apesar de ter ficado provada a oferta, não houve qualquer tipo de sanção e o processo foi arquivado.
Donato Ramos andou pela I Divisão durante mais uns anos e da parte do Ministério Público / PJ, também não houve, que se saiba, qualquer interesse em investigar.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Dicionário do Sistema - Dias da Cunha
Ora, como Luís Filipe Vieira fez exactamente o caminho contrário (de “braço dado” com os Loureiros), o Dias da Cunha, de forma “muito coerente” com aquilo que defendia, zangou-se com o FC Porto e voltou a aproximar-se do Benfica. Percebem?
É fácil, depois de dois campeonatos ganhos, os resultados desportivos do Sporting começaram a ser pouco menos do que desastrosos e, como não havia (nem há) dinheiro para contratar jogadores melhores, houve que seguir uma estratégia segura, semelhante à de Manuel Damásio após um célebre Benfica-Boavista: cortar relações com Pinto da Costa.
As suas intervenções públicas eram motivo de chacota nacional e vários dirigentes sportinguistas, como Filipe Soares Franco, Miguel Ribeiro Telles e José Eduardo Bettencourt, fartaram-se e bateram com a porta (haviam de regressar mais tarde quando ele saiu da presidência do Sporting).
Puma?
E se hoje em dia toda a gente sabe que o FC Porto equipa Nike, a Kappa teve uma passagem mais efémera (mas fortemente marcada pela camisola laranja com o dragão em silhueta), a grande referência do passado do FC Porto é sem dúvida nenhuma a Adidas - as camisolas com as três riscas na manga, fazem indubitavelmente parte das memórias.
O que já não fazia parte das minhas memórias, era que o FC Porto tinha em 1982/83 equipado Puma. Há tempos a navegar por alguns blogs encontrei esta foto do Frasco no Glórias do Passado (de onde obviamente gamei a foto), e depois de mais alguma investigação, confirmei que não era nenhuma montagem :-D
E agora esquecendo que os patrocínios são importantes, que a mudança de n.º de riscas é agora anual, e que disso não nos vamos livrar. Mas repito, esquecendo isso, digam lá se não era um orgulho voltarmos a ter uma camisola assim.