quarta-feira, 30 de abril de 2008

Dicionário do Sistema - Neto, Devesa

Neto, Devesa – Nascido em 30 de Abril de 1967, José Maria Pinheiro Devesa Neto, mais conhecido por Devesa Neto é um ex-árbitro auxiliar, já retirado, que chegou a internacional em 1997.

Ao longo dos últimos anos, a importância dos árbitros auxiliares (antigos fiscais-de-linha) tem vindo a aumentar e um dos que assumiu maior protagonismo foi precisamente Devesa Neto, o qual, durante muitos anos, formou equipa com Paulo Paraty (o árbitro preferido de Luís Filipe Vieira, conforme ficou claro das escutas existentes no processo 'Apito Dourado').

Como árbitro auxiliar, muitas das suas actuações suscitaram polémica por, aparentemente, serem influenciadas pela sua preferência clubistica. Aparentemente?
Vejamos o teor de uma das escutas do processo ‘Apito Dourado’, referente a uma conversa entre João Rodrigues e Pinto de Sousa, a propósito deste último se queixar que Luís Filipe Vieira estava zangado:

João Rodrigues: “Nomeie o Devesa Neto que o acalma logo”.

Fantástico o efeito que as nomeações de Devesa Neto tinham nos dirigentes benfiquistas. Porque seria?

Talvez por isso, Luís Guilherme o tenha nomeado para o famoso Estoril-Benfica no Algarve, da época 2004/05, em que auxiliou o árbitro Hélio Santos...

Presumo que para falar do tempo, também parece que era habitual o senhor Devesa Neto jantar com dirigentes do Benfica. Foi o caso de um jantar em Janeiro de 2006, no restaurante ‘O Sapo’, em Penafiel, com o director-geral do Benfica, José Veiga, o qual abandonou o estágio que a equipa benfiquista estava a fazer para um jogo com o Gil Vicente para desfrutar da companhia à mesa do influente ex-árbitro assistente.


Confrontado com um comunicado que o FC Porto fez na altura, Devesa Neto reagiu assim: “Dá-me vontade de rir. Era o que me faltava não poder jantar com pessoas que conheço bem. (...) Ninguém me vai proibir de jantar com quem quer que seja. Quando me apetecer e houver disponibilidade, voltarei a sentar-me à mesma mesa com José Veiga”.

Um outro episódio ocorreu no dia 7 de Março de 2006, com Devesa Neto a ser uma das caras conhecidas entre os adeptos benfiquistas que viajaram com a equipa até Liverpool. Terá pago a viagem do seu bolso? Respondeu o próprio: “Estou com o Benfica, pois sou convidado de José Veiga. Como adepto do clube assumido, é com muito prazer que o faço”.

Ora digam lá se a amizade e a gratidão não são coisas muito bonitas...

5 comentários:

  1. 1. O árbitro tão falado na conversa telefónica de LFV, onde não se falava de café com leite nem fruta, não era Pedro Henriques? Secalhar há aqui algum erro.
    2. Ora neste momento levantam-se suspeitas sobre o Benfica, por conversas de 3ºs acharem ou dizerem que determinada nomeação agradará ao Benfica?
    3.

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  2. Caro César, vamos clarificar algumas coisas.

    1) As citações que constam deste artigo são isso mesmo, citações. Não deixam dúvidas.

    2) Os almoços/jantares do Director do Futebol do Benfica - José Veiga - com o ex-árbitro Devesa Neto, no restaurante Sapo (em Penafiel), aconteceram mesmo (há muitas testemunhas) e nunca foram desmentidos pelos dois comensais (e, pelos vistos, grandes amigos).

    3) Estranhamente (muito estranhamente mesmo), Luis Filipe Vieira nunca teve o seu telefone sob escuta (por que será?). Contudo, teve azar e foi apanhado numa escuta com Valentim Loureiro.
    O seguinte extracto corresponde a parte dessa conversa e é elucidativo:

    Luís Filipe Vieira (LFV) - Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado. (...)

    Valentim Loureiro (VL) - Talvez o Lucílio, pá!

    LFV - Não, não quero Lucílio nenhum! (...)

    VL - E o Proença?

    LFV - O Proença também não quero! Ouça, é tudo para nos f...!

    VL - E o João Ferreira?

    LFV - O João... Pode vir o João. Agora o que eu queria... (...) Disseram que era o Paulo Paraty o árbitro... O Paulo Paraty!

    Espero que tenha ficado esclarecido.
    Volte sempre.

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  3. Não estou a dúvidar das citações, aliás citações é o que mais existe no nosso futebol. Se um qualquer dirigente decide citar e dizer que fulano e cicrano fez e aconteceu então é o pandemónio pelo menos durante uma semana. Também não estou a dúvidar dos almoços, afinal isso já é coisa antiga. Já dizia o Santana Lopes, que havia mtas almoçaradas para os lados de Canal Caveira. Aliás se me disserem que almoçam em Penafiel, em Aveiro, na Mealhada, já nada me espanta, porque há até quem confirme em tribunal que receba árbitros em casa, sobre assuntos nada respeitantes à bola é claro.
    O que eu estava a falar é que nessa escuta que é transcrita, tenho a ideia, de memória isto é, que o árbitro era o Pedro Henriques. Porque tenho presente que o próprio LFV depois veio-se desculpar que pediu o Pedro Henriques porque "era um homem do exército que nos oferece credibilidade de ser imparcial".

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  4. Caro César,

    O que não se diria se fosse um alto dirigente do FC Porto a almoçar/jantar com um árbitro?
    E pior ainda, imagine se esse árbitro fosse conhecido (e fizesse gala) de ser portista e tivesse estado envolvido em decisões polémicas de arbitragem.
    Se jogos como o FC Porto – E. Amadora e Beira Mar – FC Porto, em que não houve rigorosamente nada, dão esta novela, nem quero pensar o que daria um caso destes!
    No mínimo, a equipa especial da Dr.ª Maria José Morgado abriria um processo e ia logo saber quem é que tinha pago a refeição e porquê (sim, porque quando é o FC Porto não há almoços grátis...).
    Mas como foi um dirigente do SLB, está tudo na santa paz do Senhor...

    Sabe, apesar de o Pinto da Costa ter tido o seu telefone sob escuta durante meses (e, pelos vistos, continua), há duas coisas que nas centenas de horas de gravações não aparecem:

    1) O Pinto da Costa a falar do Gondomar Sport Club

    2) O Pinto da Costa, ou alguém por ele, a escolher árbitros para jogos, do estilo “o Proença não quero”, “o João [Ferreira] pode vir”, “mas quem eu queria era o Paraty”. Isso, nem com a preciosa ajuda da Carolina a Maria José Morgado conseguiu arranjar.

    Agora, se mesmo sem terem os seus telefones sob escuta, as gravações envolvendo o Luis Filipe Vieira, o José Veiga e o João Rodrigues são o que são, imagine se tivesse havido interesse em investigar para os lados da 2ª circular...
    Em vez de um filme, dava para uma série de 100 episódios...

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  5. Mas há uma coisa que faz toda a diferença: "EX-árbitro". Tanto poderia ser amigo de um dirigente do Benfica como do Porto, Paços... Ser árbitro não implica ter que se dar mal com todos os dirigentes

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