Por estes dias muitos portistas se questionam se Jesualdo conseguirá vencer alguma final ao serviço do FC Porto. Oportunidades não lhe têm faltado, diga-se. Nas três últimas, Supertaça, Taça e de novo Supertaça, defrontamos o mesmo adversário e, apesar das más arbitragens das duas primeiras, nunca demonstrámos capacidade para ultrapassar o Sporting de Paulo Bento.
Indo um pouco mais longe, é possível verificar que o FC Porto de Jesualdo, excluindo os jogos de provas regulares (como aqueles disputados no campeonato nacional e na fase de grupos da Liga dos Campeões), é uma equipa “quase vencedora”. Digo isto porque em duas edições consecutivas da Liga dos Campeões “quase” conseguimos ultrapassar o Chelsea e “quase” conseguimos ultrapassar o Schalke04. Para já não dizer que “quase” conseguimos vencer o Sporting nas sucessivas finais em que os defrontamos.
Não sei o que faltará a este FC Porto para passar do quase à vitória. E nem sei se o problema é dos jogadores, do clube, ou do treinador. O que sei é que já serão coincidências a mais desde que Jesualdo é treinador do FC Porto. O treinador parece conseguir explorar ao máximo as potencialidades do plantel ao longo da época no campeonato, com níveis elevados de rendimento físico e anímico. No entanto, quando se trata de um só jogo – uma final – as equipas treinadas pelo Professor demonstram baixos níveis de concentração, motivação e capacidade competitiva, não sendo os capitães (P. Emanuel e Bruno Alves) capazes de compensar no balneário esse défice motivacional do treinador. O problema não está, decididamente, nos esquemas tácticos utilizados ou nas substituições efectuadas, ou até na (falta de) sorte, o problema está na atitude e na garra e empenho dos jogadores em campo.
Assim pergunto-me se terá o Professor atingido o seu nível de Peter, treinando o FC Porto – que tem uma massa associativa extremamente exigente, diga-se – e conseguindo “apenas” gerir de forma competente o plantel para alcançar campeonatos regulares e vencedores mas falhando na vertente emocional na influência sobre os seus jogadores nos jogos decisivos (ou a eliminar). O FC Porto não tem jogado “à Porto” nesses jogos decisivos. São jogos em que é preciso entrar forte a mandar no jogo, pressionando e atacando sem descansar até chegar ao golo.
Não basta chegar à conferência de imprensa no final do jogo da Supertaça e dizer que estivemos “menos bem” do que nos anteriores jogos de pré-época, como se nada fosse ou como se fosse a coisa mais normal do mundo perder consecutivamente contra o mesmo adversário. Para além de que não se deve dizer na conferência de imprensa que antecede uma final que “não a queremos perder” (Rui Barros dixit). O que deveria ter sido dito em público e a mensagem que se deveria ter passado aos jogadores é que se queria (tinha de) ganhar.
Espero estar enganado e que o FC Porto e o professor Jesualdo Ferreira me provem nesta época que estou enganado. Isso seria para mim uma grande satisfação.
Em muitas situações, para alêm do saber da competência, do treino, das qualidades etc, conta a garra, o querer e a luta para vencer.
ResponderEliminarHá quêm tenha, mas muitos são os que não a têm.
São competentes mas cinzentos.
Falta-lhes a "chama", para que o grupo se esforçe até à ultima gota de suôr, fazendo aquele esforço, que lhes permite chegar à vitória.
Compreendo muito bem este artigo do Nuno e até concordo com uma parte das observações, nomeadamente no que diz respeito ao aspecto motivacional.
ResponderEliminarContudo, independentemente dos resultados na Supertaça, Taça da Liga e Taça de Portugal, se me disserem que o FC Porto vai repetir, no Campeonato e na Liga dos Campeões, o desempenho dos dois últimos anos (Campeão e oitavos da LC), eu considero que será uma época muito positiva e recomendo, desde já, a renovação com o Jesualdo por mais um ano.
Estou absolutamente de acordo com o dragon4.
ResponderEliminarTive a sorte de fazer o serviço militar obrigatório e de ter sido instrutor militar.
E sei bem que o que muitas ( e muitas ) vezes faz a diferença são as "forças ocultas" que todos nós temos.
O querer é poder. Mas é preciso que alguém nos inspire, muitas das vezes, coisa que Jesualdo não parece ser capaz de fazer.
Falta-lhe o lado emocional, sobra-lhe o científico. Só que o futebol é feito das duas coisas. Mourinho, por exemplo, domina as duas vertentes e por isso é "top coach".
Foi assim que ganhámos a final de Viena, segundo consta, porque Artur Jorge "disse umas palavras mágicas" durante o intervalo.
Com Jesualdo, quantas vezes demos a volta ao marcador ? Não me lembro, ajudem-me.
O que não quer dizer que, dadas as circunstâncias, não ache que por ora é o treinador mais adequado ( dentro das parcas possibilidades que o clube tem de ir buscar um treinador de "top" ).
Será mesmo assim ? Quando se vai buscar tanto jogador medíocre, ficamos a pensar.
Apesar de tudo, não sou ingrato a Jesualdo e reconheço que tem lidado bem com situações muito complicadas. E deu-nos 2 títulos.
Mas...
Eu também tenho muito respeito e admiração pelo Jesualdo Ferreira. Está no FCP numa época dificil e a dar a cara em situações com as quais nada tem a ver.
ResponderEliminarApanha por tabela com a antipatia dos sócios e adeptos portistas... em questões que são da inteira responsabilidade do Presidente e dos seus Administradores...
Ainda por cima, a maior parte dos adeptos acha que "PdC & Ca." nunca fazem nada de errado e, claro, sobra a azia toda para o homem que tem que dar a cara, enquanto o Presidente se resguarda....
Acho que ele se tem saído muito bem na defesa da equipa e do Clube.
Mas sem dúvida que lhe falta qualquer coisa e essa "qualquer coisa" bem pode ser a tal falta de capacidade para motivar os jogadores. A motivação é uma ciência e é importantíssima na motivação de equipas, não apenas de futebol mas em todas as actividades. As grandes empresas investem milhoes em programas de motivação para os seus colaboradores. Quem quiser ler a revista que acompanhava o JN de ontem, sábado, que leia a reportagem sobre ps benefícios concedidos pela IKEA aos seus colaboradores.
Quem andou pela "tropa" e , especialmente, pelas ditas tropas especiais ou de élite, sabe bem que nós todos temos cá dentro forças que só são utilizadas quando devidamente estimuladas...
Será mesmo que esta faceta da "motivação" é desprezada pelo "Mestre"? Se sim... então dificilmente conquistará uma final...