segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A entrevista de Lucho


Foram três grandes figuras da equipa do FC Porto que abandonaram o plantel, todos eles aspirando actuar em Ligas mais competitivas e de maior visibilidade, assim como ir em busca da “reforma” antecipada, que é como quem diz, o contrato para uma vida.

Mas outras figuras houve que permaneceram ao largo da Invicta, mesmo tendo manifestado o desejo de rumar a novos desafios, entre eles Lucho Gonzalez.

A entrevista ontem concedida pelo Argentino as paginas de O Jogo, surge num momento “cirurgico”, que antecede entrada do FC Porto na competição pura e dura, sendo como um “lifting” à sua imagem após algum hipotético desgaste sofrido ao longo do defeso, mas também comprova uma vez mais o grande sentido de responsabilidade, maturidade e profissionalismo do médio Portista.


Essas características denotam-se quando afirma que «desde o primeiro momento, defendi que o clube e as pessoas me trataram muito bem. Senti sempre muito carinho aqui. Disse que pensava ter chegado o momento de sair, mas, depois, conversei com os dirigentes da SAD e cheguei à conclusão que o melhor era continuar. E estou muito contente» e também vincou que com a renovação a possibilidade de permanecer mais tempo no Clube a médio/longo prazo é mais real «as pessoas estão satisfeitas com o meu trabalho e eu também estou feliz. Repito, a ideia é essa, mas nunca se sabe o futuro. O FC Porto fez um esforço para que eu ficasse contente. E estou».

Noutro ponto, é assumido pelo jogador publicamente pela 1ª vez, de forma mais frontal, a existência de divergências de convivência com Quaresma «é normal, num grupo, haver alguns desentendimentos mas são coisas que passam» e mesmo diferenças no carácter «já se falava na vontade de o Quaresma sair e eu nunca o manifestei durante a época. Só nas férias. Cada um tem as suas razões e forma de actuar. Ele ficou feliz por sair e eu feliz por ficar», chegando a relativizar o que pode significar a perda do Cigano desportivamente para a equipa «Ele era um jogador importante, que marcava a diferença. Mas, neste plantel, há jogadores com qualidade suficiente para anular a sua ausência. Há quem possa cumprir, tranquilamente, esse papel».

No plano desportivo Lucho demonstra mágoa para com a comunicação social Portuguesa ao afirmar que «ganhámos o último campeonato com uma ampla vantagem e creio que não nos foi dado o reconhecimento que merecíamos. Penso que não fomos tão elogiados como devíamos». O médio acredita que o campeonato será «mais equilibrado» e quanto à equipa do FC Porto sofreu uma «mudança de jogadores» o que faz com que «as equipas passem a ter características diferentes. Saiu o Ricardo [Quaresma], o Zé [Bosingwa] e o Paulo [Assunção], jogadores que eram fundamentais, mas, repito, os reforços estão bem integrados e vão substituí-los bem».

Numa toada mais relaxada, Luís Oscar Gonzalez diz não lhe agradar a alcunha de "El Comandante". "Dá-me a sensação que sou só eu em campo", justifica. "Somos onze e não sou só eu quem comanda a equipa. Não gosto desse protagonismo. Não posso ganhar os jogos sozinho".

Fotos: O Jogo e Record

10 comentários:

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  2. Lucho é e será sempre recordado no FCP pelo que é como jogador e como homem.

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  3. Adorei esta entrevista!
    Grande capitão sem dúvida! Dentro e fora do campo.
    Elucidativas as referências a Quaresma e Paulo Assunção.
    Gostaria que ele acabasse a carreira por cá mas... ficarei feliz se sair para um dos grandes clubes que disputam as ligas de Espanha, Itália ou Inglaterra, porque, infelizmente, a nossa liguinha e respectiva comunicação social são demasiado mesquinhas para um jogador como ele.
    Boa sorte "El Comamdnate"!

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  4. O Lucho se continuar no FCP até ao final da carreira (ou mesmo que vá fazer 1 ou 2 anos depois à Argentina) vai tornar-se no maior símbolo do clube pós Baía e Jorge Costa e entrar na galeria restrita dos grandes símbolos do FCP! Era bom era que para ele (e claro para o clube) pudesse conquistar ainda um título internacional.
    Grande LUCHO, serás sempre sem favor nenhum 'El Comandante'!

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  5. É um jogador importantíssimo no seio do plantel, tanto pelas qualidades futebolísticas e como humanas (revela mais maturidade que a maioria dos atletas da sua idade). Duvido que fique mais do que esta época, de qualquer forma é já um dos símbolos do FC Porto Pós-Gelsenkirchen.

    Boa sorte Lucho.

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  6. Tudo muito simples: deram-lhe mais dinheiro e ele agora já não se importa de voltar atrás com a sua própria palavra e de ficar mais um tempito.
    Pelo menos o Quaresma é mais coerente nos seus desejos...

    Isto de o FCP ter uma legião de argentinos vai acabar tão mal, um dia destes...

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  7. É engraçado a diferença de tratamentos da mesma situação..um diz q quer sair e não abre mais a boca, outro diz que quer sair, e quando chega volta a dizer.. Agora já quer ficar para sempre...

    Enfim...Espero que faça uma grande época... É um jogador que me enche as medidas, mas que, não é nem NUNCA VAI SER Portista desde pequenino, por isso, por favor, nao o comparem a Baías e Jorge Costas....

    Cumpz

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  8. ...até porque o Baía era benfiquista em pequeno.

    Agora mais a sério: é óbvio que, como qualquer outro, o "portismo" do Lucho é directamente proporcional ao aumento do seu salário.
    No final da época, lá quererá sair outra vez, seguramente.

    Da entrevista, fica também a confirmação que o peso do clã argentino no balneário já é tal, que até um jogador de classe-mundial como Quaresma foi obrigado a "baixar a bolinha", mesmo sendo ele, praticamente, o único jogador do nosso clube com fama além-fronteiras..

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  9. "Da entrevista, fica também a confirmação que o peso do clã argentino no balneário já é tal, que até um jogador de classe-mundial como Quaresma foi obrigado a "baixar a bolinha", mesmo sendo ele, praticamente, o único jogador do nosso clube com fama além-fronteiras.."

    Já muitos clãs de outras nacionalidades destruiram o Porto e fizeram a vida negra a alguns históricos do Porto até aqui já falados... Espero que este clã seja controlado sob pena de termos mais episódios tristes...

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  10. apitmRespeito mas não concordo com C e Metz: o futebol não tem nação e não me preocupa que haja um clã argentino no FCP e que sintam o clube, se calhar, como alguns "tugas" e "brazucas" não sentem.

    Desde que deêm o litro e tenham "cojones"...tudo bem !

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