Discute-se muito a quantidade de jogadores estrangeiros que actuam no futebol português. No passado dia 3 de Outubro, o jornal gratuito 'Sexta' deu um contributo para esta discussão, publicando um estudo em que apresentava os seguintes números:
Olhando para o caso que me interessa mais, impressiona verificar que 67% do plantel do FC Porto é constituído por jogadores estrangeiros. Não me lembro de outra época em que os números tenham atingido esta dimensão.
Mais. Dos 10 jogadores portugueses, dois são guarda-redes e outros dois - Tengarrinha e Candeias - estão "à experiência" e não surpreenderia se, em Janeiro próximo, fossem emprestados para rodar...
De modo a ser possível efectuar algumas comparações, o estudo também apresentou os números de jogadores nacionais versus estrangeiros para a Série A, Premiership e Liga espanhola.
O cenário acima apresentado é, em grande parte, consequência do Acórdão Bosman. Recordando o que se passou, em final de contrato com o FC Liége, Jean-Marc Bosman viu este clube exigir uma indemnização para permitir a sua transferência para o Dunquerque. Com o apoio do advogado Luc Misson, Bosman intentou uma acção junto de um tribunal belga que, por sua vez, colocou a questão ao Tribunal Europeu de Justiça, a mais alta instância judicial da União Europeia.
Ao dar razão ao jogador belga, o acórdão do Tribunal Europeu de Justiça constitui um marco na jurisprudência desportiva, no que diz respeito às transferências de jogadores. Assim, a partir de 1996, os jogadores de futebol que terminem contrato podem circular livremente na União Europeia e os clubes estão autorizados a inscrever futebolistas comunitários sem quaisquer restrições.
Adicionalmente, o Acórdão Bosman praticamente coincidiu com a reformulação da Liga dos Campeões e a partir da época 1997/98, para além dos campeões de cada país, passaram a ter acesso equipas classificadas imediatamente a seguir, em função do ranking de cada um dos países.
Com mais dinheiro (proveniente da "liga dos milhões" e da renegociação de contratos televisivos) e regras que eliminam grande parte das restrições associadas à contratação de jogadores estrangeiros, os clubes mais poderosos dos principais campeonatos europeus - Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha - transformaram-se numa espécie de multinacionais, contratando os melhores jogadores que despontavam por toda a Europa.
Se antes já era difícil, passou a ser uma miragem clubes de outros países repetirem sucessos passados e ganharem a principal competição europeia de clubes.
Contudo, em 26 de Maio de 2004, um clube de um pequeno país conseguiu o impensável: vencer a actual Liga dos Campeões.
Sem ter dinheiro para contratar os "melhores jogadores" onde esteve o segredo do sucesso do FC Porto?
Evidentemente, houve vários factores que se conjugaram e contribuíram para os êxitos obtidos no período 2002-2004. Contudo, não será despiciendo salientar que, oito anos após o acórdão Bosman, o onze inicial que alinhou na final de Gelsenkirchen tinha nove jogadores portugueses - Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco - e no banco de suplentes sentaram-se ainda mais quatro - Nuno, Pedro Emanuel, Ricardo Costa e Bosingwa.
Penso que não haverá dúvidas que ter 13 jogadores portugueses entre os 18 convocados, grande parte dos quais com uma fortíssima identificação com o clube, foi fundamental para a coesão de um colectivo que superava, em muito, a soma das partes.
Aliás, se recuarmos a 1987, verificamos algo muito parecido: o onze inicial de Viena tinha oito jogadores portugueses - João Pinto, Eduardo Luís, Inácio, André, Quim, Sousa, Jaime Magalhães e Futre -, na 2ª parte entrou o Frasco e de fora, por lesão, ficaram os habituais titulares Lima Pereira e Gomes.
Coincidência?
Na minha opinião, não.
Quer antes de Bosman (em 1987), quer no pós-Bosman (em 2004), o FC Porto chegou ao topo da Europa com equipas baseadas em jogadores portugueses, vários dos quais formados no clube, a que juntou alguns (poucos) estrangeiros de bom nível - Mlynarczyk, Madjer, Juary, Derlei, McCarthy, Alenitchev.
Será possível repetirmos a gracinha invertendo o paradigma, isto é, com uma equipa baseada em estrangeiros, com alguns (poucos) portugueses de bom nível e praticamente sem referências formadas no clube?
Na minha opinião, não.
Para agravar o problema, a esmagadora maioria dos estrangeiros do plantel actual são sul-americanos, cujos empresários (e eles próprios) olham para o FC Porto como uma mera porta de entrada no mercado europeu e que, conforme já se viu, não hesitam em desestabilizar publicamente o grupo de trabalho para obterem mais dinheiro.
«Andei oito anos nesse mercado [argentino] e sei como é inflacionado. Há que ter boas redes de observação e apostar nos clubes fora de Buenos Aires. As regiões de Cordoba e de Rosario são viveiros. (...)
Só conseguirão jogadores feitos recorrendo a fundos e parcerias, como sucedeu nesses casos [Lucho e Lisandro]. (...) Quem vai para o FC Porto sabe que é para jogar na Liga dos Campeões, para se promover e para sair para um grande campeonato europeu.»
Luis Norton de Matos
in Record, 14/10/2008
Vale a pena recordar que esta não é a primeira vez que a SAD aposta em força no mercado sul-americano. Antes do Mourinho chegar ao FC Porto e ir "contratar jogadores à loja dos 300" (Paulo Ferreira, Nuno Valente, Derlei, Maniche, Pedro Mendes, Pedro Emanuel), tinham sido contratados nos anos anteriores: Argel, Alessandro, Rubens Júnior, Esnaider, Pizzi, Ibarra, Quintana, Paredes, etc.
Na altura as coisas não correram nada bem, espero que agora corram muito melhor.
Nota final: Como é óbvio, nada tenho contra os jogadores estrangeiros, principalmente se forem de boa qualidade. Contudo, entendo que para um clube como o FC Porto, que não tem capacidade financeira para contratar "estrelas", é fundamental ter uma base sólida de jogadores portugueses, que garantam um balneário coeso e facilite a integração dos estrangeiros que chegam.
eu gosto que o Porto tenha bons jogadores se são argentinos chineses ou argentinos é me indiferente.
ResponderEliminarConcordo que deverá sim haver alguns jogadores formados no clube, no ano da champions havia j.costa e baia que carregavam a mistica do clube.
dessa equipa jogadores como , nuno valente, paulo ferreira , pedro emanuel, pedro mendes, nuno valente, eram jogadores que se destacavam nessas posiçoes na altura, será que nesta altura ha algum portugues acecivel ás bolsas do porto para as laterais? há algum medio da valia que pedro mendes mostrava?
Costinha foi um bom negocio mas mais uma vez foi um caso pontual de um portugues em final de contrato e já era internacional.
Maniche um caso Pontual.
O que vejo nessas contrataçoes foi uma boa avaliação da potencialidade dos jogadores, como aconteceu com jogadores como lucho, lisandro, fucile e mais recentemente rolando,isso sim é importante.
E se temos esse número de portugueses, é porque foram obrigados a inscrever os tais 8 formados localmente que FIFA/UEFA/FPF exige, caso contrário ainda teriamos aí mais uns poucos da segunda divisão japonesa.:-)
ResponderEliminarA mim não me é indiferente que o plantel tenha muitos ou poucos portugueses. Em primeiro lugar está, claro, a performance desportiva mas se tal puder ser atingido com jogadores portugueses de preferência formados no clube, ainda melhor.
ResponderEliminarO FC Porto lançou um mega-projecto de formação e captação de talentos como nunca até hoje foi tentado no futebol português (Dragon Force e Visão 611). Espero que os frutos deste projecto apareçam um dia porque já estamos quase em 2009 e até agora ainda não vimos um único jogador a fixar-se no plantel principal.
Eu também nao sou anti-estrangeiros, claro que me preocupa o grupo dos argentinos neste momento e o peso que têm no balneário e na (des)estabilização da equipa.
ResponderEliminarAgora, o que é facto, e como muito bem disse o José Correia, nao pode ser coincidência que as épocas de ouro tenham sido com GRANDE maioria de portugueses no plantel!
Defendo sempre que entre um estrangeiro de qualidade duvidosa ou um portugues, ainda por cima jovem, prefiro o portugues (ex: candeias vs mariano, castro vs bolati, etc - meramente exemplos)
Também todos sabemos e temos noção que esses portugueses, não dao dinheiro a quem anda a mamar ás custas do porto, por isso nao me surpreende o constante camião de jogadores (ou o cargueiro se preferirem) que todos os anos vêm da américa do sul...
Cumpa
Este é o ponto-chave de tudo isto.
ResponderEliminarSem resolvermos este assunto, nunca chegaremos a lado nenhum.
Está provado e mais que provado: cerca de 2/3 têm que ser jogadores portugueses.
Foi assim em 84. Foi assim em 87. Foi assim em 2003. Foi assim em 2004.
Que mais provas serão necessárias, senhores?
E isto não tem rigorosamente nada a haver com pseudo-nacionalismos bacocos, bem pelo contrário. Vejam, por exemplo, o péssimo resultado de terem ido tantos portugueses parar ao Dínamo de Moscovo. Foi mau para clube e jogadores.
Isto de haver tantos sul-americanos vai acabar tão mal...
é de louvar o Numancia
ResponderEliminarEnquanto se fizerem negócios como o que foi feito com o Guarin (o qual teve como moeda de troca Paulo Machado, jogador que é bem do meu agrado e formado no clube), é impossível virmos a obter frutos das camadas jovens. Enquanto houver rios de dinheiro a correr por causa de estrangeiros mal observados, é impossível aos jovens das nossas formações obterem qualquer hipótese de afirmação no plantel principal.
ResponderEliminarAinda é pior quando a isso juntamos uma intolerancia dada aos erros desses jovens jogadores que não vemos em relação aos jogadores estrangeiros. Alguém duvida que se o Mariano fosse um jovem português criado no clube já teria sido posto a rodar numa qualquer equipa da liga Vitalis?!
Sirmister disse: «será que nesta altura há algum português acessível ás bolsas do porto para as laterais? há algum médio da valia que pedro mendes mostrava?»
ResponderEliminarEntre o final dos anos 90 e o início deste século, participei numa Mailing List de adeptos do FC Porto e lembro-me perfeitamente das discussões e criticas que houve na altura a propósito da politica de contratações da SAD, particularmente ao facto da SAD ter contratado um número excessivo de jogadores sul-americanos (Argel, Alessandro, Rubens Júnior, Esquerdinha, Clayton, Caju, Luis Cláudio, Esnaider, Pizzi, Ibarra, Quintana, Paredes, etc.)
Não estava em causa o valor de muitos destes jogadores, mas sim o impacto que o número excessivo poderia ter no balneário e na matriz que sempre norteou as grandes equipas do FC Porto.
Na altura, quem defendeu a politica de contratações da SAD usou, essencialmente, dois argumentos:
- o impacto do acórdão Bosman;
- o facto de os melhores jogadores portugueses estarem no estrangeiro (Fernando Couto, Figo, Rui Costa, Pauleta, Sérgio Conceição, ...) e de não haver jogadores portugueses disponíveis com qualidade para o FC Porto.
Ora, com a chegada de Mourinho em Janeiro de 2002, a politica de contratações mudou e ficou provado que, afinal, havia jogadores em clubes médios do campeonato português com capacidade para jogarem no FC Porto. Exemplos? Nos dois anos seguintes foram contratados: Paulo Ferreira, Nuno Valente, Derlei, Pedro Emanuel, Marco Ferreira, Pedro Mendes e Bosingwa.
Agora volta a levantar-se a mesma questão?
Tal como em 2002-03, tal como em 1984-85 (Quim, André, Eduardo Luís, etc.), é óbvio que continua a haver jogadores em clubes médios com capacidade para jogar no FC Porto. Não precisam de ser estrelas (a maior parte dos que atrás referi não eram), mas há que procurar aqueles que saibam o que é o FC Porto e que tenham o espírito, humildade e atitude adequada.
Por exemplo, o Rolando é pior que o Stepanov?
Por exemplo, o Antunes é pior que o Benitez?
Por exemplo, o Castro é pior que o Bolatti?
Volto a dizer que não está em causa o valor de vários dos sul-americanos que contratamos nos últimos dois anos.
O que está em causa é conhecermos a nossa história e saber quais foram os alicerces em cima dos quais construímos as grandes equipas do nosso historial.
Só no primeiro defeso do Mourinho o Porto estabeleceu um record em gastos nas 11 contratações. Portanto não foi exactamente uma "loja dos 300".
ResponderEliminarEstou ansioso para saber quem são esses craques portugueses que andam por aí escondidos.
Eu defendo que devemos apostar no jogador português e em alguns estranjeiros mas de muito boa qualidade.
ResponderEliminarInfelizmente tem chegado muita gente de fora sem qualidade e não tivemos paciência ou desejo em apostar nos jovens.
Quantos se foram perdendo, quantos se vão perder por falta de oportunidade.
Alguns exemplos: Tonel, eternamente emprestado, hoje um valor seguro noutro clube. Paulo Machado, sem hipóteses, temos que não evolua muito mais quando já deveria ter sido aposta há muito, além de outras promessas encostadas... ( Vieirinha, queimado em Leiria, Barbosa, Ivanildo,Bruno Vale, etc...)
Para a esquerda, Jorge Ribeiro poderia ter vindo barato antes de ir para o Boavista. É pior que os defesas esquerdos que lá estão???
Antunes ...
O que eles precisam é de começar a jogar, não ficarem no plantel a fazer que faz e ou não serem utilizados ou entrarem 5 minutos.
Espero também que o projecto visão 611 possa dar resultado mas há que mudar a política.
Turk disse: «Só no primeiro defeso do Mourinho o Porto estabeleceu um record em gastos nas 11 contratações. Portanto não foi exactamente uma "loja dos 300".»
ResponderEliminarNão é o aspecto essencial deste artigo, longe disso, mas queres apresentar os números em que sustentas esta afirmação?
É que aqueles que eu tenho são muito diferentes.
Turk disse: «Estou ansioso para saber quem são esses craques portugueses que andam por aí escondidos.»
ResponderEliminarNo artigo e num comentário anterior já respondi a este tipo de observação.
"craques portugueses que andam por aí escondidos"?
Antes de virem para o FC Porto, quem eram o Sousa (Beira Mar), Jaime Pacheco (Aliados de Lordelo), Eduardo Luis (Maritimo), Quim (Rio Ave) ou André (Varzim), só para citar meia-dúzia de exemplos de jogadores que foram contratados pelo FC Porto a clubes pequenos/médios e que mais tarde foram titulares em finais europeias?
Cerca de 20 anos mais tarde, o mesmo poderia dizer do Paulo Ferreira (Setúbal), Nuno Valente e Derlei (U. Leiria), Pedro Emanuel e Bosingwa (Boavista) ou Pedro Mendes (Guimarães).
As cinco equipas de maior sucesso do historial do FC Porto foram as das épocas 1983/84, 1986/87, 1987/88, 2002/03 e 2003/04.
ResponderEliminarEstas equipas eram treinadas por 4 treinadores distintos, com diferentes filosofias e modelos de jogo. Contudo, todas elas tinham dois aspectos em comum:
- todas tinham uma base de pelo menos 2/3 de jogadores portugueses;
- todas tinham jogadores formados no clube que eram autênticas referências dentro e fora do campo.
Isto são factos.
Se há quem pense que são meras coincidências, está no seu direito.
Nuno 3M€
ResponderEliminarJankauskas 2,4M€
Paulo Ferreira 2M€
César Peixoto 0,4M€
Tiago 0,25M€
8M€ só nestes 5 jogadores. Não tenho os valores para das transferências de Bruno, Nuno Valente, Derlei, Marco Ferreira e Pedro Emanuel. Este último creio que veio a custo zero mas os restantes não vieram de borla.
José Correia disse:
ResponderEliminar"As cinco equipas de maior sucesso do historial do FC Porto foram as das épocas 1983/84, 1986/87, 1987/88, 2002/03 e 2003/04."
Antes de 96 nenhuma equipa podia ter mais de 3 estrangeiros, por isso o que é válido para o Porto aplicava-se a todas as equipas europeias que jogaram todos os troféus até essa data. A partir daí já se sabe: Espanha, Inglaterra ou Itália, eventualmente um clube alemão ou o Porto pelo meio.
Quanto à equipa de Mourinho é preciso recordar que nos anos anteriores o conhecimento dos jogadores portugueses pelos colossos europeus era muito reduzido. A selecção nacional era uma lástima e na UEFA só o Porto é que tinha visibilidade. Portanto haviam bons jogadores disponíveis no mercado nacional.
Esta época não vejo portugueses na liga sagres com capacidade para jogarem no Porto. Os 5 melhores marcadores da liga são sul-americanos. Actualmente é impossível manter bons jogadores em Portugal mais de 3 épocas quando lá fora pagam-lhes 2, 3 ou 4 vezes mais.
Não acho um argumento válido criticarem um jogador por causa da nacionalidade ou porque era suplente de uma equipa do meio da tabela de França ou Argentina para depois afirmarem que quem devia estar no plantel eram os suplentes do Leixões. Já tinha explicado o meu raciocínio no artigo anterior do João Saraiva. Quando um clube contrata um jogador pretende que ele tenha as características x y z,
nem que para isso o vão buscar à 2ª divisão japonesa. Por isso entendo que Candeias tenha lugar neste Porto e Vieirinha não.
O q é um facto é q o FCP não é uma máquina de pegar em jogadores sem CV vindos directamente do estrangeiro e fazer deles craques.
ResponderEliminarJóias da coroa no FCP nos últimos 10 anos? Basicamente todos formados no clube (por ex R Carvalho), ou portugueses comprados a outros clubes portugueses (por ex Bosingwa, P Ferreira), ou estrangeiros comprados a outros clubes portugueses (por ex Deco, Pepe, Derlei), ou estrangeiros vindos directamente do estrangeiro q já chegaram com um bom CV (Jardel, Lucho, Lisandro, Anderson).
Acho q não é por acaso. Qdo se compram jogadores directamente do estrangeiro e sem CV não só há o problema de adaptação, como há ainda a questão de q até ponto tinham sido adequadamente observados. Pode ser q Guarin, Benitez ou Hulk venham a ser a excepção à regra, mas não compreendo pq se insista tanto nesta tecla.
De resto e falando apenas de portugueses, é como o J Correia disse: muitos dos q chegaram (com Mourinho mas não só) não eram à partida mais fortes do q muitos portugueses q andam por aí.
Aliás, se há 3 meses falasse no Candeias ou mesmo num Rolando para o FCP, muita gente diria na mesma "o q é q eles já provaram?". Continuam na mesma a dizê-lo dos q não foram contratados (como um Antunes ou um J Pereira), mas por milagre não os vejo a contratar q se tenha metido um Candeias ou um Rolando no plantel... porque será?
Turk disse: «Nuno 3M€
ResponderEliminarJankauskas 2,4M€
Paulo Ferreira 2M€
César Peixoto 0,4M€
Tiago 0,25M€
8M€ só nestes 5 jogadores. Não tenho os valores para das transferências de Bruno, Nuno Valente, Derlei, Marco Ferreira e Pedro Emanuel. Este último creio que veio a custo zero mas os restantes não vieram de borla.»
Não é, repito, o essencial da discussão deste artigo, mas convém lembrar o seguinte:
1) O Nuno veio para o FC Porto no âmbito da venda do Jorge Andrade ao Corunha. Foi valorizado em 3M como podia ter sido em 1, 2 ou 6M. Incluiste-o nestas contas só porque dá jeito...
2) O Bruno (Maritimo) e o Pedro Emanuel (Boavista) vieram para o FC Porto a custo zero.
3) O Nuno Valente, o Derlei e o Marco Ferreira, em conjunto, custaram entre 3 a 4M.
4) Tudo somado, os 10 jogadores de quem tu falas terão custado cerca de 12M (se incluirmos nestas contas os 3M do Nuno, o que acho altamente discutível). Ora, isto dá uma média de 1,2M por jogador.
5) Se bem me lembro, na época anterior a SAD tinha gasto 4,5M só num jogador, que foi apresentado como o melhor lateral-direito do Mundo. Chamava-se Ibarra.
6) Se 12M foi um recorde, que dizer do que foi gasto nas épocas 2004/05, 2005/06, 2006/07, 2007/08 e 2008/09?
Turk disse: Quanto à equipa de Mourinho é preciso recordar que nos anos anteriores o conhecimento dos jogadores portugueses pelos colossos europeus era muito reduzido. A selecção nacional era uma lástima
ResponderEliminarAntes de Mourinho (chegou ao FC Porto em Janeiro de 2002) a selecção nacional era uma lástima?!!
Em 1984 ficou em 3º lugar do EURO84
Em 1996 chegou aos quartos-de-final do EURO96
Em 2000 ficou em 3º lugar do EURO2000
Se isto é uma lástima estamos conversados.
Turk disse: Quanto à equipa de Mourinho é preciso recordar que nos anos anteriores o conhecimento dos jogadores portugueses pelos colossos europeus era muito reduzido.
ResponderEliminarMuito antes do Mourinho chegar ao FC Porto, já o campeonato português era visto à lupa pelos principais clubes e empresários. Basta recordar as transferências de Fernando Couto, João Vieira Pinto, Figo, Rui Costa, Baía, Pauleta, Sérgio Conceição, Zahovic e Jardel (isto para não falar no Futre ou no Rui Barros).
Turk disse: «Portanto haviam bons jogadores disponíveis no mercado nacional»
ResponderEliminarE voltamos à mesma conversa.
Antes de virem para o FC Porto onde, devidamente enquadrados, potenciaram as suas capacidades, quantas pessoas previam que o Paulo Ferreira do Setúbal, o Nuno Valente do Leiria, o Pedro Mendes do Guimarães ou o Bosingwa do Boavista iam chegar onde chegaram?
Em 1980, 1981 e 1982 havia bons jogadores disponíveis no mercado nacional.
Em 2000, 2001 e 2002 havia bons jogadores disponíveis no mercado nacional.
E agora continua a haver bons jogadores disponíveis no mercado nacional.
Ainda não atingiram uma grande projecção?
Pois não, tal como o Sousa, Jaime Pacheco, Lima Pereira, Quim, André, Paulo Ferreira, Nuno Valente, Derlei, Bosingwa, etc, etc, antes de virem para o FC Porto.
P.S. Uma coisa eu reconheço, é muito mais agradável (em todos os aspectos) fazer prospecção no Brasil ou na Argentina do que nas Caxinas.
José Correia disse:
ResponderEliminar"5) Se bem me lembro, na época anterior a SAD tinha gasto 4,5M só num jogador, que foi apresentado como o melhor lateral-direito do Mundo. Chamava-se Ibarra."
Mesmo assim o total das contratações nesse época foi inferior à seguinte com o Mourinho.
"6) Se 12M foi um recorde, que dizer do que foi gasto nas épocas 2004/05, 2005/06, 2006/07, 2007/08 e 2008/09?"
Quando eu digo que foi um record claro que é em comparação com as épocas anteriores. O meu ponto é que não se compra uma equipa campeã europeia na "loja dos 300", como demonstram os números.
Os gastos a partir dessa época foram para substituir os jogadores que saíram do clube. 3 épocas depois só cá estavam o Bozingwa e o Pedro Emanuel. Logicamente que os internacionais portugueses, brasileiros e argentinos que os substituíram não foram comprados na "loja dos 300".
José Correia disse:
ResponderEliminar"Antes de Mourinho (chegou ao FC Porto em Janeiro de 2002) a selecção nacional era uma lástima?!!"
Sim, era uma lástima. Nessa altura já não a mesma do Humberto que ficou nas meias-finais do europeu dois anos antes. Recordas-te do que aconteceu esse ano no mundial da Coreia/Japão?
José Correia disse:
ResponderEliminar"Muito antes do Mourinho chegar ao FC Porto, já o campeonato português era visto à lupa pelos principais clubes e empresários. Basta recordar as transferências de Fernando Couto, João Vieira Pinto, Figo, Rui Costa, Baía, Pauleta, Sérgio Conceição, Zahovic e Jardel (isto para não falar no Futre ou no Rui Barros)."
Eu afirmei que "na UEFA só o Porto é que tinha visibilidade". Portanto dessa lista, 7 jogadores saíram do Porto. Dos outros 3 o Figo na época anterior jogou na UEFA contra o Real Madrid, o Rui Costa tinha jogado contra o Parma nas meias-finais da taça das taças e o João Vieira Pinto não foi transferido para o estrangeiro, porque a sua especialidade em mergulho não é muito apreciada lá fora.
Não é verdade que antes do Mourinho a selecção nacional era uma lástima.
ResponderEliminarO Mourinho chegou ao FC Porto em Janeiro de 2002, a Selecção tinha ficado em 3º no EURO2000 e o desempenho no apuramento para o Mundial 2002 foi muito bom.
Em Junho de 2002 (6 meses depois do Mourinho chegar ao FC Porto e numa altura em que o FC Porto já tinha feito as contratações para a época 2002/03) a Selecção teve um mau desempenho na fase final do Mundial.
Contudo, os jogadores que estiveram na Coreia foram basicamente os mesmos que dois anos antes estiveram no EURO da Bélgica/Holanda.
Turk disse: «José Correia disse:
ResponderEliminar"Muito antes do Mourinho chegar ao FC Porto, já o campeonato português era visto à lupa pelos principais clubes e empresários. Basta recordar as transferências de Fernando Couto, João Vieira Pinto, Figo, Rui Costa, Baía, Pauleta, Sérgio Conceição, Zahovic e Jardel (isto para não falar no Futre ou no Rui Barros)."
Eu afirmei que "na UEFA só o Porto é que tinha visibilidade". Portanto dessa lista, 7 jogadores saíram do Porto.»
E tu a dares-lhe.
À lista anterior eu poderia acrescentar um rol enorme de jogadores que, desde meados dos anos 90 até à chegada de Mourinho ao FC Porto (Janeiro de 2002), saíram do campeonato português para clubes estrangeiros.
Quantos exemplos queres?
Aqui vão mais alguns: Mozer, Ricardo, Aldair, Paulo Sousa, Paulo Bento, Abel Xavier, Hélder, Nuno Espírito Santo, Costinha.
Nota: Nenhum destes jogadores saiu do FC Porto.
Repito, porque é factual: Muito antes do Mourinho chegar ao FC Porto, já o campeonato português era visto à lupa por empresários e clubes europeus.
José Correia disse:
ResponderEliminar"E tu a dares-lhe.
À lista anterior eu poderia acrescentar um rol enorme de jogadores que, desde meados dos anos 90 até à chegada de Mourinho ao FC Porto (Janeiro de 2002), saíram do campeonato português para clubes estrangeiros.
Quantos exemplos queres?
Aqui vão mais alguns: Mozer, Ricardo, Aldair, Paulo Sousa, Paulo Bento, Abel Xavier, Hélder, Nuno Espírito Santo, Costinha.
E ainda nem sequer comecei a aquecer. :D
Se calhar não me fiz entender. Quando me referia aos anos anteriores a Mourinho obviamente referia-me aos imediatamente anteriores, não queria dizer 7 ou 8 anos antes que foi quando os jogadores dessa lista saíram. Basta ver que desses só os dois últimos ainda não arrumaram as botas. Dos campeões de 2004 só Baía e Jorge Costa não estão no activo.
Turk disse: «Quando me referia aos anos anteriores a Mourinho obviamente referia-me aos imediatamente anteriores, não queria dizer 7 ou 8 anos antes que foi quando os jogadores dessa lista saíram»
ResponderEliminarEna pá, agora é que deste um grande nó na tua argumentação!
Deixa cá ver se eu percebi.
Durante a década de 90, com particular incidência na 2ª metade, o campeonato português estava debaixo de olho dos empresários e clubes europeus. De outro modo, como explicar as saídas de:
Fernando Couto, João Vieira Pinto, Figo, Rui Costa, Baía, Pauleta, Sérgio Conceição, Zahovic, Jardel, Geraldão, Doriva, Mozer, Ricardo, Valdo, Aldair, Paulo Sousa, Paulo Bento, Abel Xavier, Hélder, Nuno Espírito Santo e Costinha.
Devo ter-me esquecido de várias transferências efectuadas neste período, principalmente dos clubes da 2ª circular, mas só nesta lista estão 21 nomes.
Entretanto, na(s) época(s) anterior(es) à chegada do Mourinho - épocas 1999/2000 e 2000/01 - estranhamente "o conhecimento dos jogadores portugueses pelos colossos europeus" passou a ser muito reduzido. É isso?
Perdoa a ironia mas esta tua tese não tem pés nem cabeça.
Repito, mais uma vez, porque é factual: Muito antes do Mourinho chegar ao FC Porto, já o campeonato português era visto à lupa por empresários e clubes europeus e, por isso, é que foram transferidos dezenas de jogadores que actuavam no campeonato português.
As cinco equipas de maior sucesso do historial do FC Porto foram as das épocas 1983/84, 1986/87, 1987/88, 2002/03 e 2003/04.
ResponderEliminarEstas equipas eram treinadas por 4 treinadores distintos, com diferentes filosofias e modelos de jogo. Contudo, todas elas tinham dois aspectos em comum:
- todas tinham uma base de pelo menos 2/3 de jogadores portugueses;
- todas tinham jogadores formados no clube que eram autênticas referências dentro e fora do campo.
Caro Turk, na tua opinião é possível ao FC Porto voltar a destacar-se a nível internacional, sem que os dois aspectos acima referidos se verifiquem?
José Correia disse:
ResponderEliminar"...como explicar as saídas de:
Fernando Couto, João Vieira Pinto, Figo, Rui Costa, Baía, Pauleta, Sérgio Conceição, Zahovic, Jardel, Geraldão, Doriva, Mozer, Ricardo, Valdo, Aldair, Paulo Sousa, Paulo Bento, Abel Xavier, Hélder, Nuno Espírito Santo e Costinha."
Antes de 2004, quando o Porto foi campeão europeu e a selecção vice-campeã, a visibilidade da liga portuguesa era praticamente nula. Exceptuando Pauleta, Nuno e Costinha, esses jogadores pertenciam aos 3 grandes, a maioria formada nos mesmos. Quase todos eram internacionais. Foram projectados pelas selecções e pelos clubes quando jogavam nas competições europeias. Senão como justificas que a quase totalidade das transferências fossem dos 3 maiores clubes? Não seria mais proveitoso comprar o passe quando eles jogavam num clube pequeno, com um salário muito mais baixo?
Independentemente de quem tem razão sobre essa visibilidade para mim não é o cerne da questão. O que eu estava a tentar justificar inicialmente era como Mourinho conseguiu fazer uma equipa campeã europeia, contratando muitos bons jogadores a clubes da liga portuguesa.
Estas eram as suas idades quando foram contratados em 2002/03:
Nuno 28
Paulo Ferreira 23
Pedro Emanuel 27
Nuno Valente 27
Tiago 27
Maniche 23
Bruno 28
César Peixoto 22
Derlei 27
Jankauskas 27
Média: 26 anos
Portanto na época de Mourinho foram contratados jogadores feitos. Actualmente o cenário é completamente diferente. Com a lei Bosman e o alargamento da UE a 27 países, os melhores jogadores dos clubes pequenos da liga portuguesa saíram para o estrangeiro, a maioria muito jovens. Esta época só para a Roménia foram transferidos 11 jogadores e para a Grécia 8.
Comparando as idades dos reforços desta época:
Sapunaru 24
Benitez 24
Rolando 22
Fernando 21
Pélé 20
Guarín 22
Tomás Costa 23
Rodriguez 22
Candeias 20
Hulk 22
Média de idades: 22 anos
Como é óbvio são jogadores que não têm a experiência que tinham os de Mourinho. Apenas o tempo pode fazer que esta equipa chegue ao nível da de 2004.
Para mim essa diferença de experiência é que foi fundamental no sucesso de Mourinho, não as nacionalidades. Depois de 2004, quer no Chelsea quer no Inter, Mourinho continua a apostar num núcleo de jogadores com muita experiência, em detrimento dos mais jovens.
Não estou com isto a dizer que a liderança e o espírito de grupo sejam desprezíveis, bem pelo contrário. Apenas não acho que sejam mensuráveis pelo número de jogadores portugueses na equipa. Eu não me esqueço como Ricardo Carvalho comemorou os golos do Chelsea contra o Porto ou como Costinha, Maniche e Derlei forçaram a saída do clube.
Na passada segunda-feira José Maria Buceta deu uma entrevista na Prova Oral. Ele foi seleccionador de basquetebol de Espanha e, entre 2001 e 2007, psicólogo da equipa de Futebol do Real Madrid. Quando lhe perguntaram se os egos dos galácticos eram um problema no balneário, a sua resposta foi:
"As grandes estrelas sabem que necessitam do grupo para triunfar. Muitas vezes a imagem que os adeptos têm dos jogadores não corresponde ao que se passa dentro do balneário. As grandes estrelas têm consciência que precisam de trabalhar na equipa. Se não trabalham na equipa não são nada."
Turk disse: «Exceptuando Pauleta, Nuno e Costinha, esses jogadores pertenciam aos 3 grandes, a maioria formada nos mesmos.»
ResponderEliminarAlto, noto aqui uma evolução na tua argumentação.
Num comentário anterior escreveste que o único clube que tinha visibilidade era o FC Porto e agora já alargaste aos 3 grandes... ;-)
Turk disse: «Estas eram as suas idades quando foram contratados em 2002/03:
ResponderEliminarNuno 28
Paulo Ferreira 23
Pedro Emanuel 27
Nuno Valente 27
Tiago 27
Maniche 23
Bruno 28
César Peixoto 22
Derlei 27
Jankauskas 27
Média: 26 anos»
Da lista anterior, os únicos que jogavam com regularidade eram o Paulo Ferreira, Nuno Valente, Maniche e Derlei.
Turk disse: «Com a lei Bosman e o alargamento da UE a 27 países, os melhores jogadores dos clubes pequenos da liga portuguesa saíram para o estrangeiro»
ResponderEliminarUma parte desses jogadores de quem tu falas até pertencem aos quadros do FC Porto - Paulo Machado, Vieirinha, Pitbull, João Paulo.
Se isto é um problema, porque razão é que o FC Porto não os quis aproveitar e preferiu contratar novos jogadores?
Há contradições no teu raciocinio que não são compreensiveis.
Turk disse: «Comparando as idades dos reforços desta época:
ResponderEliminarSapunaru 24
Benitez 24
Rolando 22
Fernando 21
Pélé 20
Guarín 22
Tomás Costa 23
Rodriguez 22
Candeias 20
Hulk 22
Média de idades: 22 anos
Como é óbvio são jogadores que não têm a experiência que tinham os de Mourinho.»
Eu até me arrepio quando me falam que estamos a construir uma equipa para o futuro.
Lembro-me logo de discursos semelhantes habituais nos clubes da 2ª circular, que nós portistas classificamos, e bem, como conversa da treta. Livra!
Mas já agora, se a falta de experiência das novas contratações é um ónus, porque razão não foram contratados alguns jogadores experientes que, à partida, se sabia serem valores seguros?
Queres três exemplos?
Pedro Mendes, que o Portsmouth estava interessado em despachar, o jogador via com bons olhos um regresso a Portugal e que, ainda por cima, pode jogar na mesma posição de Paulo Assunção.
Maniche, que o Atlético de Madrid quis despachar (inclusivamente não foi integrado inicialmente no plantel) e que poderia ter vindo como contrapartida à saída do Paulo Assunção.
Suazo, jogador que o Inter queria dispensar (como dispensou) e que podia perfeitamente ter vindo no âmbito do pacote Quaresma, com ou sem Pelé.
Porque razão a SAD não aproveitou estas oportunidades, de jogadores que viriam a custo zero (ou perto disso), e preferiu contratar jovens "inexperientes"?
Penso que ambos sabemos a resposta.
José Correia disse:
ResponderEliminar"Uma parte desses jogadores de quem tu falas até pertencem aos quadros do FC Porto - Paulo Machado, Vieirinha, Pitbull, João Paulo.
Se isto é um problema, porque razão é que o FC Porto não os quis aproveitar e preferiu contratar novos jogadores?"
Eu prefiro o Tommy, Candeias, Hulk e Rolando a esses que indicaste. Podem ser mais inexperientes mas o potencial é muito superior. Eu tenho paciência para dar-lhes tempo para se desenvolverem. Vejo é portistas muito adeptos de microondas. :D
Sobre o Pitbull foi elogiado por muitos portistas mas nunca percebi em que posição é que queriam que ele jogasse no Porto. Não é extremo nem ponta-de-lança. A posição mais adequada talvez fosse a de 10, mas Jesualdo não costuma alinhar com um jogador nessa posição.
José Correia disse:
ResponderEliminar"Mas já agora, se a falta de experiência das novas contratações é um ónus, porque razão não foram contratados alguns jogadores experientes que, à partida, se sabia serem valores seguros?
Queres três exemplos?
Pedro Mendes, que o Portsmouth estava interessado em despachar, o jogador via com bons olhos um regresso a Portugal e que, ainda por cima, pode jogar na mesma posição de Paulo Assunção.
Maniche, que o Atlético de Madrid quis despachar (inclusivamente não foi integrado inicialmente no plantel) e que poderia ter vindo como contrapartida à saída do Paulo Assunção.
Suazo, jogador que o Inter queria dispensar (como dispensou) e que podia perfeitamente ter vindo no âmbito do pacote Quaresma, com ou sem Pelé.
Porque razão a SAD não aproveitou estas oportunidades, de jogadores que viriam a custo zero (ou perto disso), e preferiu contratar jovens "inexperientes"?
Penso que ambos sabemos a resposta."
Esses três é fácil, vais ter de te esforçar mais.
Pedro Mendes, Maniche e Suazo não jogam de borla. Qualquer um deles deve ganhar mais do que o jogador mais bem pago do Porto. Não sei o valor dos 2 primeiros, mas o Suazo ganha 3M€ por ano.
O Pedro Mendes foi "despachado" do Portsmouth por 3,75M€. Tem 29 anos e o Maniche 30. Com que motivação é que eles vinham jogar para cá? O que poderiam ganhar que já não tivessem ganho?
O Suazo foi mais um dos excelentes exemplos de gestão desportiva do Rui Costa. Coloca-se o jogador a titular e no banco ficam o Cardozo (que custou 9M€) e o Makukula (3,5M€). Jesualdo não joga com 2 avançados. A tua ideia era mandar o Lisandro para o banco?
No futebol, caro Zé Correia, é muito difícil juntar o útil ao agradável. E se as condicionantes são a nacionalidade, a qualidade e a oportunidade - um autêntico triângulo das Bermudas...
ResponderEliminarCaro Turk, continuas a andar aos zig-zags e cada vez percebo menos a tua argumentação.
ResponderEliminarPrimeiro, referindo-te aos jogadores que foram contratados esta época, afirmas que “são jogadores que não têm a experiência que tinham os de Mourinho” e dizes que “essa diferença de experiência é que foi fundamental no sucesso de Mourinho”.
Quando te apresento três exemplos de jogadores experientes e de qualidade indiscutível, para lugares em que foram contratados os tais “jogadores inexperientes”, vens dizer que não teriam motivação? Em que é que ficamos?
Já agora, explica lá porque raio é que o Pedro Mendes e o Maniche estão motivados para jogarem (e bem!) no Glasgow Rangers e no Atletico de Madrid (clubes que tinham de disputar as pré-eliminatórias da LC – o Rangers foi eliminado) e não estariam no FC Porto?
Principalmente o Pedro Mendes, que inclusive manifestou publicamente a vontade de regressar a Portugal. Por acaso o campeonato escocês é mais competitivo e tem mais visibilidade que o português?
Vamos agora ao problema do custo dos passes e dos salários.
Desde quando é que seria um problema para a FCP SAD pagar 3,75M pelo passe do Pedro Mendes?
Muito mais do que isso foi gasto, esta época e na anterior, em jogadores que passam a maior parte do tempo no banco e na bancada. Queres que diga alguns nomes?
Quanto aos salários, sabes qual é a diferença entre a folha salarial da FCP SAD e a dos clubes da 2ª circular? Parece que não.
Se o Sporting tem dinheiro para pagar ao Rochemback e o Benfica ao Suazo, seguramente que a FCP SAD também teria para pagar ao Pedro Mendes e ao hondurenho.
Finalmente, e a propósito da eventual contratação do Suazo, a cereja em cima do bolo da tua argumentação: “Jesualdo não joga com 2 avançados. A tua ideia era mandar o Lisandro para o banco?”
Não, a minha ideia era contratar (empréstimo com opção de compra) um avançado experiente, com provas dadas no campeonato italiano, em vez de um avançado inexperiente (lembras-te de como começou esta discussão?), cujo passe (50%) custou 5,5M.
Quando um plantel é formado por grandes jogadores (não confundir com galácticos preocupados com o corte de cabelo ou com a próxima sessão de publicidade), a probabilidade de se formar uma grande equipa é elevada, independentemente da nacionalidade de cada um deles. A matéria-prima é de grande qualidade, logo…
ResponderEliminarO problema é que os grandes jogadores custam muito dinheiro e, por isso, ter um plantel com 17-18 grandes jogadores só está ao alcance de uma dúzia de clubes europeus.
O FC Porto, infelizmente, não faz parte desse lote de clubes e, por isso, já não é mau quando conseguimos ter no plantel 3 ou 4 grandes jogadores.
Se assim é, como é que o FC Porto conseguiu contornar este handicap e construir grandes equipas?
Partindo de um lote de jogadores de qualidade acima da média, a maior parte dos quais perfeitamente identificados com a matriz cultural do clube, muitos dos quais provenientes das camadas jovens (incluindo autênticas referências do clube, que eram respeitados dentro e fora do campo), a que juntou duas ou três “estrelas” que davam o toque de classe necessário.
Reunindo estes “condimentos” e com bons “cozinheiros”, foi possível formar grandes equipas, que dentro do campo funcionavam como um bloco coeso, em que o todo era muito superior à soma das partes.
Basta conhecer um bocadinho da nossa história e olhar para as equipas de 1984, 1987 e 2003-2004 para perceber que todas elas reuniam estas características.
A equipa actual também tem duas ou três “estrelas”, falta-lhe é o resto.
P.S. Escusado será dizer que espero estar completamente enganado na opinião e convicção que transmiti neste artigo e comentários anteriores e que já esta época, ou na próxima, seja possível voltarmos a uma final europeia.
José Correia disse:
ResponderEliminar"Quando te apresento três exemplos de jogadores experientes e de qualidade indiscutível, para lugares em que foram contratados os tais “jogadores inexperientes”, vens dizer que não teriam motivação? Em que é que ficamos?"
Pensei que tinha sido claro na argumentação. Pedro Mendes e Maniche ganharam tudo o que podiam ganhar ao serviço do Porto: campeonato e champions, além da projecção internacional que tiveram. Achas que têm motivação para regressarem a este país do terceiro mundo? Para ganharem o quê? Tanto em termos desportivos como monetários.
José Correia disse:
ResponderEliminar"Desde quando é que seria um problema para a FCP SAD pagar 3,75M pelo passe do Pedro Mendes?"
Por um jogador de 29 anos seria um investimento sem qualquer possibilidade de retorno. Estás a esquecer-te que não somos o Chelsea e temos de ter todos os anos um balanço de transferências. Senão de onde vem o dinheiro para pagar as transferências e salários?
José Correia disse:
"Quanto aos salários, sabes qual é a diferença entre a folha salarial da FCP SAD e a dos clubes da 2ª circular? Parece que não.
Se o Sporting tem dinheiro para pagar ao Rochemback e o Benfica ao Suazo, seguramente que a FCP SAD também teria para pagar ao Pedro Mendes e ao hondurenho."
O problema não é pagar mais x na folha de salários. É aumentar o tecto salarial pago a um único jogador. Já te esqueceste do episódio da renovação do Lisandro?
José Correia disse:
"Finalmente, e a propósito da eventual contratação do Suazo, a cereja em cima do bolo da tua argumentação: “Jesualdo não joga com 2 avançados. A tua ideia era mandar o Lisandro para o banco?”
Não, a minha ideia era contratar (empréstimo com opção de compra) um avançado experiente, com provas dadas no campeonato italiano, em vez de um avançado inexperiente (lembras-te de como começou esta discussão?), cujo passe (50%) custou 5,5M."
Os mesmos argumentos dos pontos anteriores. Ias comprar um jogador de 29 anos, sem hipótese de retorno financeiro, que ganha 3M€ por ano? E depois queres que haja espírito de equipa no balneário com essa diferença de rendimentos entre os jogadores?
Caro Turk, a minha opinião sobre este assunto está muito clara. Assim, para encerrar (da minha parte) esta nossa agradável troca de comentários:
ResponderEliminar1. Motivação
Não tenho qualquer dúvida que qualquer um dos três jogadores que referi - Pedro Mendes, Maniche, Suazo - teriam mais motivação a jogar no FC Porto do que nos clubes para onde foram/ficaram.
O caso do Pedro Mendes é o mais flagrante. Primeiro porque saiu do FC Porto prematuramente e por iniciativa do clube; segundo porque o campeonato português é mais competitivo e tem mais visibilidade que o escocês; terceiro porque ao contrário do Rangers, o FC Porto é cliente assiduo da LC.
2. Salários
Olhando friamente para os números das SAD's portuguesas é óbvio que, se quisesse, a FCP SAD poderia pagar ao Pedro Mendes, Maniche ou Suazo.
Quanto às diferenças de salários no balneário, há várias maneiras de contornar este problema. Por exemplo, através de prémios de assinatura, prémios por objectivos e até percentagens do seu passe.
3. Valor da compra de passes
A FCP SAD investiu 12,5 milhões nos passes de Hulk (50%), Pelé e Guarin.
Em vez disso, e para as mesmas posições, poderia ter gasto 3,75 milhões no passe do Pedro Mendes, a que juntaria os empréstimos de Maniche e Suazo, ficando com uma margem de 9 milhões para exercer eventuais opções de compra.
Desta maneira, resolveria o problema que tu apontaste do excesso de juventude e inexperiência das contratações feitas para esta época e que, segundo a tua opinião, condicionam o sucesso desportivo a curto prazo.
Que fique claro que quem trouxe este argumento para a discussão foste tu. Eu limitei-me a apontar uma possível solução, referindo nomes e situações concretas.
4. Retorno do investimento
Quando se investe num jogador, há dois possíveis retornos: desportivo e financeiro.
Se for possível juntar os dois, óptimo; senão, eu prefiro o retorno desportivo.
O Suazo não daria retorno financeiro?
Talvez. Mas então que dizer do investimento de 5 milhões de euros feito no Farias na época passada?
5. O segredo do sucesso
Já escreveste muitos comentários, mas continuamos sem ter a tua opinião relativamente ao essencial.
Achas possível o FC Porto voltar a ter sucesso a nível europeu, com uma equipa baseada em estrangeiros de média qualidade (os de elevada qualidade são a excepção), com poucos portugueses (e menos ainda formados no clube) e com poucas ou nenhumas referências (tipo João Pinto, Baía ou Jorge Costa)?
José Correia disse:
ResponderEliminar"O Suazo não daria retorno financeiro?
Talvez. Mas então que dizer do investimento de 5 milhões de euros feito no Farias na época passada?"
O eventual empréstimo de Suazo, se o Inter pagasse metade do salário, era um negócio melhor do que a compra do passe do Farías. Mas continuo a preferir o Hulk ao hondurenho.
José Correia disse:
"Achas possível o FC Porto voltar a ter sucesso a nível europeu, com uma equipa baseada em estrangeiros de média qualidade (os de elevada qualidade são a excepção), com poucos portugueses (e menos ainda formados no clube) e com poucas ou nenhumas referências (tipo João Pinto, Baía ou Jorge Costa)?"
Se estás a perguntar em relação a esta época a resposta é não. Mas não pelos motivos que indicas. Só o tempo poderá fazer com que os jogadores tenham experiência para se baterem com os grandes clubes europeus. Se não houverem muitas saídas da equipa ela pode ir longe na champions daqui a 2 anos.
A única alternativa seria aparecer um investidor como aconteceu com o Chelsea, que esteve nas últimas 3 meias-finais com apenas um jogador formado no clube e só com 3 ingleses.