O FCP tem de proceder a correcções no plantel, dada a carreira muito irregular realizada até ao momento e ao facto de uma série de jogadores contratados não terem dado garantias de poderem ser, de facto, reforços para a equipa.
Considero que temos uma equipa mais fraca do que seria expectável, em função dos investimentos efectuados. As crises (as dificuldades) podem constituir uma oportunidade se houver coragem de não as camuflar através da propaganda ou da criação de falsos inimigos internos pois, nessa altura, o que acontece são fugas para a frente em que ao erro sucede um erro maior para acabar de vez com o anterior.
Tenho alguma dificuldade de avaliação e posso estar a cometer um erro de análise, mas a minha convicção é que na instituição FCP o seu Presidente tem os mais amplos poderes, e merece um crédito de confiança ímpar. No computo geral, tem-se mostrado um bom gestor nas situações de risco e no aproveitamento das oportunidades, quando a crise aperta ou a situação é favorável.
Porém depois da bonança – três campeonatos ganhos e muitas vendas a bom preço - a SAD continua com uma estratégia que parece algo descoordenada.
A aposta no projecto Visão 611, não viabilizou qualquer crença na promoção interna, nem impediu que nestas duas últimas épocas se repetisse a contratação de uma quantidade excessiva e onerosa de jogadores à espera que cresça uma elite de atletas capazes de repetir os feitos e os negócios passados.
Até parece que a nossa SAD não acredita que o seu projecto (Visão 611) funcione a curto prazo, pois se fora assim certamente que seria muito mais contida nos investimentos e na quantidade dos jogadores contratados, até porque ainda tem um manancial nada desprezível de jogadores emprestados aos mais diversos emblemas.
É urgente uma mudança de paradigma: menos compras e contratações mais ajustadas e, ao mesmo tempo, esgotar todas as possibilidades de recrutamento e reaproveitamento interno. O tempo é de crise e o futebol não vai ser poupado.
A SAD deve explicar aos seus accionistas o enquadramento estratégico da sua gestão desportiva, financeira e salarial.
Pela experiência que colhi os accionistas de referência entram mudos, saem calados e votam sempre favoravelmente, o que significará que estão de acordo com a gestão seguida pela SAD.
Se alguma coisa se passa no Conselho Consultivo, não sabemos, não deve ter importância e não deve estar à altura dos nomes que a constituem. Já a Comissão de Vencimentos a sua obra é bem mais conhecida. Os homens não deixam os seus créditos por mãos alheias, a SAD também não!
O FCP, como principal accionista, deveria estar mais próximo dos seus sócios para assim se aperceber melhor do seu estado de alma. Mas não o faz: confia na sua força e não pressente a inquietação nem sente qualquer azedume que não venham dos ingratos do costume.
O momento da equipa não é o melhor, o treinador anda na berlinda, mas em surdina ouvem-se vozes críticas aos dirigentes, que a última AG do clube esteve longe de reproduzir.
Da acção dos sócios do FCP pouco se pode esperar, porque apesar de disporem de mecanismos estatutários para agir em sede de AG, as regras que o permitem são muito apertadas e tornam quase inexequível o recurso às mesmas.
As bases só fazem história em tempos de “revolução”, e no FCP o poder está consolidado, não mora na rua e uma grande maioria dos sócios não quer mudanças de fundo, e muito menos de Presidente.
Eu diria que a esperança é um “bem consumível” e tem de ser alimentado, antes que expire o seu prazo de validade. A esperança é um sentimento que não devemos temer, e que estamos obrigados a não deixar morrer solteiro. Por isso, espero que o FCP no próximo Domingo dê mais uma sapatada no azar e saiba seguir em frente na Taça. Ajudava muito. A tranquilidade e a confiança contribuem a superar alguns desmazelos.
E agora FCP? Ganhar ao SCP é o objectivo próximo e depois lutar, lutar e lutar até ao primeiro interregno para amealhar o maior número de pontos e chegar aos oitavos da CL.
Até lá, temos muito jogo e a AG da SAD onde podemos discutir (com serenidade) todas as questões e colocar todas as interrogações a que temos direito, ainda que tenham como destino o cesto dos papeis.
Vale sempre a pena, quando se trata do FCP.
É fundamental que o projecto 611 produza resultados.
ResponderEliminarNão está só em causa o problema das contas; está em causa um problema de fundo, que tem a ver com a identidade da equipa do FC Porto, com as referências que (quase) deixamos de ter, com a força do balneário.
«Da acção dos sócios do FCP pouco se pode esperar, porque apesar de disporem de mecanismos estatutários para agir em sede de AG, as regras que o permitem são muito apertadas e tornam quase inexequível o recurso às mesmas.»
ResponderEliminarA blogosfera veio permitir que uma parte dos sócios e adeptos tenham um meio para se exprimir.
É pouco e limitado?
Sim, claro, mas de algum modo funciona como um termómetro do sentimento dos sócios.
Depois de ler e concordar com tudo que é escrito no post. quero acrescentar umas coisas que são a minha visão e opinião sobre muitas coisas que se passam no dia a dia do nosso clube.
ResponderEliminarQuero comecar por um ponto que acaba por ser delicado e que me custa muito entender, que é muitas das vezes o silencio dos administradores em certas ocasiões, por lado compreendo e até apoio porque por vezes pode vir a destabilizar o grupo mas por outro custa-me entender a irritante imcompetencia de alguns elementos da SAD. Não quero esquecer e vou estar sempre grato que nos meus 29 anos de idade já vi o meu clube a ganhar tudo que havia para ganhar e que muitos com a minha idade e bem mais velhos nunca na vida vão ter o prazer de festejar metade do que já festejei com este clube, digo que vivi momentos unicos em Sevilha e Gelsenkirchen, e tudo graças administração da nossa SAD, mas existe alguns elementos que entraram nestes ultimos tempos que não concordo e tem tido uma politica desastrosa.
Quanto ao projecto Visão 611 devo dizer que ao investimento que foi efectuado tem que haver retorno custe o que custar e acredito que futuramente vai trazer bons resultados porque acredito no trabalho do Luis Castro e de toda a sua estrutura montada, témos que dar tempo para o resultados aparecerem.
Relativamente ao poder que os sócios tem para se exprimir na AG, 1 poucos sócios recorrem as AG e muitos deles que gostariam debater algumas questões por vezes são vetados porque vão contra ás ideologias que estão inplantadas na nossa estrutura, 2 ao longo desta fase que estamos atravessar menos boa a minha revolta é tal que os locais onde pude falar desabafar foi estes blogues porque aqui a gente pode dar opiniões e discutir o nosso dia a dia, 3 acho que a nossa SAD podia ser mais próxima do sócios coisa que já foi em outros tempos agora está muito distante, não acham????
Saudações
Sem prejuízo do excelente comentário do Mário Faria, com todos os ingredientes de certeza no diagnóstico feito, permitam-me só lembrar que o famigerado projecto 611 não é para render agora, mas para que depois de 2011 os frutos surjam amadurecidos e prontos a consumir no plantel principal.
ResponderEliminarCreio ser esta, de médio/longo prazo a visão original e não uma aposta para já. E há muito quem mostre desilusão por isto não funcionar no imediato.
«Rui Moreira, por exemplo, aponta à estrutura da SAD e encontra no castigo da Liga a Pinto da Costa uma das razões para o problema. "Andam a tentar identificar quintas colunas entre os adeptos, o que é patético. Uma das condições para o sucesso do FC Porto sempre foi o nível de exigência dos adeptos. Nas Antas chamavam-lhe o Tribunal e isso nunca foi visto como um problema. Foram os adeptos, por exemplo, que levaram à saída do Octávio antes da contratação de Mourinho", diz Moreira, atribuindo a mudança de actuação ao "afastamento de Pinto da Costa". "O castigo da Liga faz com que ele esteja manietado", sublinha.»
ResponderEliminarin DN, 08/11/2008
«A prova de que nem sempre a Crítica é assim tão injusta está na exclusão de Sapunaru. E na de Benítez também. Seria um disparate passar-lhes já um atestado vitalício de incompetência, mas a verdade, dita e repetida várias vezes, é que nenhum dos dois esteve à altura das responsabilidades nos jogos que fizeram até agora. A prova está à vista e pior seria não querer ver. Portanto, dizia, nem sempre os críticos são assim tão levianos e injustos, partindo de um princípio óbvio: criticar e crucificar não são sinónimos.»
ResponderEliminarHugo Sousa
in O JOGO, 09/11/2008
Subscrevo as palavras de Mário Faria neste artigo.
ResponderEliminarA coisa não está mesmo para que a sad continue a fazer vida de rico, gastando o que tem e o que não tem, época após época, em contratações e crescimento da massa salarial.
Concordo também (com o Zé Luis) que seja necessário dar algum tempo ao Projecto Visão 611 para que este possa produzir resultados mas custa-me entender por que motivos cada ano que passa entram menos jogadores das camadas jovens na equipa principal e cada vez mais se recorra ao mercado sul-americano.
Tenho reparado, com alguma mágoa, que, para Pinto da Costa, o principal alvo a abater passaram as ser os próprios associados do FCPorto!
ResponderEliminarÉ para "inimigo interno" que ele vai dirigindo as suas críticas e, em meu entender, de forma deselegante e injusta.
Quem esteve nas três últimas Assembleias Gerais sentiu isso perfeitamente. Então na penúltima AG em que se discutiu o novo pavilhão, a forma como atacou os associados que manifestaram o seu desencanto pela pouca lotação, foi uma coisa, para mim, absolutamente ridícula, deselegante e desnecesssária!
Enquanto que para os "inimigos externos" não existe resposta, para os "internos" ela saí logo com rapidez.
Lembro-me, entre outras, das recentes resposta dadas pela SAD ao Vice-Presidente do FCP, Fernando Póvoas e ao nosso ex-vice Presidente Guilherme Aguiar.
Ora o FCP é hierarquicamente superior à Administração da SAD e não o contrário...
E quem ler a revista "Dragões" pode verificar a quem Pinto da Costa dedica, com mais frequência, os seus artigos...