terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Ganhar, sem deslumbrar
Em noite gélida no estádio do Dragão, apresentou-se um FC Porto de serviços mínimos, que teve engenho para marcar em momentos importantes do encontro, mas sem capacidade para garantir a tranquilidade quando necessário. O preço a pagar por termos uma equipa em crescimento, dirá o Professor.
Sem nunca deslumbrar, os homens de Jesualdo entraram a dominar a partida, em que muito contribuía a Académica, limitando-se apenas à sua aparente estratégia inicial de suster a pressão do ataque Portista. Seria, pois, a meio do primeiro tempo, e antes que o nervosismo tomasse conta das bancadas, que Rodriguez se estrearia a marcar de azul e branco.
O jogo prosseguiu na mesma toada, fria, como a noite, onde o FC Porto controlava, mas sem criar perigo, e muito menos demonstrando disposição em procurar um resultado mais seguro. Contrariando a lógica do rumo dos acontecimentos, a Briosa aproximou-se por uma só vez à baliza de Helton e marcou, mercê de uma falha de marcação de Fucile e, a já habitual liberdade concedida no lado direito da nossa defesa por Sapunaru.
O empate verificado ao intervalo era um castigo para o conjunto portista, que em grande medida se devia à sua pouca ambição e tendência em jogar em rotação baixa após garantir a vantagem. Valeu que a equipa soube reagir à adversidade e marcar pouco depois do reatar da partida. Raul Meireles deu sequência a uma boa iniciativa de Hulk, provando que se começar interpretar o jogo num sentido mais colectivo pode ser um caso serio.
A respeito de Hulk, acrescente-se que fez uma bela 2ª parte, com uma elevada percentagem de participação em iniciativas da equipa. Foi também notória a sua preocupação em jogar com os seus companheiros, sem nunca perder o seu ADN individualista. Nem sempre deu o melhor seguimento aos lances, mas foi preponderante na forma como tentou levar a equipa para a frente.
Se Hulk estava em todas, já de Lucho pouco se viu, o que é algo preocupante por já se tornar um facto recorrente nos últimos tempos. O argentino parece longe da forma de outrora, com uma inexplicável falta de disponibilidade física, pouco poder de choque e imaginação. O penaltie por si falhado é apenas a mais eloquente demonstração de como nada lhe sai bem actualmente.
Valeu para o FC Porto que o castigo máximo não lhe fez falta nas contas do resultado final. Já ia para mais de uma vintena de minutos que a Académica jogava com menos um elemento, após entrada a matar de Sougou sobre Fernando. O Dragão, esse, novamente “dormia” sobre a vantagem mínima.
Positivo: Hulk, por tudo aquilo que já foi descrito anteriormente. O homem tentou sempre agitar o encontro.
Negativo: A recorrente tendência do FC Porto em se eclipsar e relaxar sobre as vantagens tangenciais. Por ora a coisa não tem corrido mal, mas um destes dias…
Fotos: Getty Images, fcporto.pt
Se houve coisa que me incomodou neste jogo, foi o Prof Jesualdo fazer o Lucho jogar 90m, quando se viu ao fim de 30m que não tem condições para estar a titular nesta altura da época.
ResponderEliminarDevia jogar o Tomas Costa de inicio, não tendo jogado, devia a meio da segunda parte no mínimo, ter trocado o Lucho pelo Guarin.
O meu Positivo: Rodriguez (a melhor exibição desde que está no FC Porto), Lisandro (merecia ter marcado), Raul Meireles (um pêndulo) e Hulk (excelente atitude e começa a dar mostras de querer jogar com os colegas de equipa).
ResponderEliminarO meu negativo: Sapunaru (muito fraco), Lucho (o que se passa com o melhor jogador do campeonato?) e atitude relaxada da equipa, principalmente na 1ª parte.
Quando a nossa alegria é muito mais o empate do SLB que a vitória do FCP, algo não correu bem, ontem.
ResponderEliminarUma má exibição no seguimento de muitas outras desta época. Uma equipa muito estendida, com as peças muito distantes no tabuleiro, e com sucessivos lapsos na ligação entre sectores.
Lucho esteve irreconhecível : foi zero. Jogámos durante 90 minutos com um homem a menos, e muitos minutos na 2ª. parte em que a tendência era juntarem-se todos do lado esquerdo : Fucille, Tomás Costa, Lisandro, HulK e na meia direita ninguém quando se viu, pelo que aconteceu no 2º golo, que esse era o lado a explorar.
Não percebi JF que, desta vez, apesar do cansaço fez apenas uma substituição e porque Sapu se aleijou.
Muito mal (treinador incluído), com excepção na m/opinião de Meireles, Hulk e a espaços : Lisandro.
Não consigo perceber a teimosia na manutenção por tanto tempo do Lucho em campo. Estava de rastos, nem sequer conseguia correr. Estava mesmo a ver-se que ia falhar o penalty, não podia com uma gata pelo rabo. Assim não, Jesualdo.
ResponderEliminarAinda assim, boa atitude da equipa e alguma velocidade. Diferente, para melhor, da equipa de início de época em que cada um não sabia o que fazer com a bola e sem ela.
ResponderEliminarHulk é, para mim, um diamante por lapidar. Impressionante a forma como contagia tudo e todos. Só vê a baliza e perdoo-lhe todos os erros. O único de quem se espera um imprevisto ou um golo de fazer-nos levantar da bancada ou do sofá.