Rui Jorge começou a jogar futebol no Futebol Clube do Porto aos 9 anos, onde ficou até à época de 1990/91. Jogou uma época no Rio Ave Futebol Clube, na qualidade de emprestado, voltando para o Futebol Clube do Porto no ano seguinte. Acompanhou Inácio, seu treinador no Rio Ave, que veio ocupar o lugar de treinador adjunto do FCP, na 2ª. época de Carlos Alberto Silva, para colmatar a saída de Octávio Machado. Após 6 épocas, mudou-se para o Sporting Clube de Portugal, onde jogou durante 7 épocas. Terminou a sua carreira no Belenenses.
Actualmente, é treinador principal da equipa de juniores do Belenenses.
Rui Jorge foi 44 vezes internacional pela Selecção Portuguesa de Futebol e sete vezes campeão: 5 pelo FCP, 2 SCP.
Sempre admirei Rui Jorge. Sem ser uma fora de série, preenchia todos os quesitos de um atleta que joga à Porto. Para além disso, tinha um discurso diferente do futebolês habitual: respondia de forma escorreita, sem subterfúgios e ia directamente ao cerne da questão. Sem medo ou hesitações e raramente remetendo-se ao código dialéctico da tribo do futebol. Um espírito livre, diria eu.
Recordo que depois do SCP (de Octávio) ter vindo ganhar às Antas e reduzido a diferença para 4 pontos, o FCP foi ao Bessa fazer um jogo decisivo. António Oliveira não foi de modas e chamou o João Pinto, o Rui Jorge (que jogou a médio), o Rui Barros, o Sérgio Conceição e formou uma equipa de antes quebrar que torcer. Uma equipa à Porto e que tanto detestavam os nossos detractores. Vencemos 2-0 e voltamos ao trilho que nos levou a campeões. Rui Jorge preterido por Bobby Robson, que preferiu colocar Paulinho Santos a defesa-esquerdo, e por António Oliveira que optou por Fernando Mendes para aquele posto, acabou por entrar numa permuta com o SCP: recebemos Costinha e Peixe, saíram Rui Jorge e Bino.
Nunca percebi este negócio, nem os motivos que levaram a direcção a entrar em rota de colisão com Rui Jorge, uma vez que PdC foi sempre muito pertinaz na defesa e manutenção dos atletas que tinham o espírito e o carisma de Rui Jorge, que tanto se identificavam com a cultura do FCP.
Esteve na segunda-feira passada no programa da SportTv e falou do FCP, de uma forma algo dúbia. Por um lado relevando os valores dos jogadores que na altura pautavam no FCP e por outro lado mostrando grande alheamento (e indiferença) pela carreira do FCP no campeonato.
Por acaso, apanhei uma entrevista que em tempos deu ao DN e que transcrevo parcialmente em baixo e que confirma o distanciamento de Rui Jorge relativamente ao FCP, apesar da valorização e da cultura que releva do “balneário” de que fazia parte.
“O que mais guardo (do FCP) foi tudo o que lá aprendi. Joguei no FC Porto desde a formação, contactei com pessoas fundamentais, desde muito cedo - João Pinto, Jaime Magalhães, Semedo, etc. Aprendi muito nessa altura, pessoal e profissionalmente. No FC Porto, o treino é fundamental e a atitude perante o treino, também.
É verdade que no FC Porto lida-se com a derrota de uma maneira muito especial. No início até ficava confuso. Uma viagem de regresso ao Porto, após uma derrota era um autêntico pesadelo. Pior ainda se tivéssemos perdido com um clube de Lisboa. Eram três horas de autocarro, num ambiente muito pesado, todos com um sentimento negativo, como se começasse ali o castigo pela derrota. Ninguém tinha coragem de esboçar um sorriso, por exemplo. Cultivava-se esse luto.
É claro que se deve sentir a derrota. Mas não é só isso que é importante transmitir. Desses primeiros anos, no FC Porto aprendi que o exemplo deve vir dos mais velhos, que estes devem ir à frente para mostrar como se faz, que devem ser os primeiros a obedecer e a cumprir as regras. Era assim no FC Porto. Já jogava há dois ou três anos no Sporting e ainda era o Rui Jorge do FC Porto. Actualmente, talvez esteja mais relacionado com o Sporting.
Esta época, ainda não vi jogar o FC Porto. Mas, como disse, por uma questão de amizade, espero que o Sporting faça um jogo melhor do que o FC Porto.”
Seja qual for o posicionamento Rui Jorge, actual treinador de juniores do Belenenses, ou o significado e a influência dos incidentes com a camisola rasgada por JM num controverso FCP-SCP, não consigo deixar de pensar que Rui Jorge era um dos jogadores, à semelhança de João Pinto, Jaime Magalhães, Vítor Baia, Jorge Costa, Fernando Couto, Domingos, Paulinho Santos, Fernando Gomes e outros que não gostaria de ver jogar em Portugal, senão com a camisola do FCP.
Infelizmente, digo eu, não aconteceu assim, e noto um grande ressentimento por parte do Rui Jorge relativamente ao FCP, ainda que disfarçado de alheamento. Que pena!
«Recordo que depois do SCP (de Octávio) ter vindo ganhar às Antas e reduzido a diferença para 4 pontos, o FCP foi ao Bessa fazer um jogo decisivo. António Oliveira não foi de modas e chamou o João Pinto, o Rui Jorge (que jogou a médio), o Rui Barros, o Sérgio Conceição e formou uma equipa de antes quebrar que torcer. Uma equipa à Porto e que tanto detestavam os nossos detractores. Vencemos 2-0 e voltamos ao trilho que nos levou a campeões.»
ResponderEliminarLembro-me desse jogo. Dois golaços do Fernando Mendes, ambos de livre.
Não vi a entrevista de Rui Jorge à SportTv, mas não me surpreende o que o Mário refere.
ResponderEliminarTambém eu não percebo o ressentimento em relação ao FC Porto. Uma coisa é o clube, outra são os dirigentes que transitoriamente o dirigem.
Veja-se a diferença em relação às entrevistas recentes do Maniche do Costinha, ambos sportinguistas desde pequeninos, mas que não esconderam o respeito e simpatia que nutrem pelo FC Porto.
eu vi esse jogo, portas arrombadas e vamos todos lá para dentro :) eram mais portistas do que boavisteiros e o Fernando Mendes marcou dois grandes golos à minha frente.
ResponderEliminarO Rui Jorge admite que sente mais sportinguista, e nas palavras dele admite que é mais perdedor.
Eu até podia contar a história do Rui Jorge, mas não vale a pena. Apenas digo isto: lobo com pele de cordeiro.
ResponderEliminarUm abraço
Eu percebo a titude do Rui Jorge: foi dispensado e mais tarde viu-se envolvido numa cena em Alvalade com o energúmeno do Mourinho, até hoje mal contada. É pena, de facto, tratando-se de um jogador da casa, mas as circunstâncias também não se conjugaram para que mostrasse grande simpatia pelo clube.
ResponderEliminarA saída de Rui Jorge do FCP, segundo me foi contado na altura, é uma triste história que mete intermediação de empresários pelo meio...
ResponderEliminarCompreendo o desencanto de Rui Jorge e de seu Pai, um ferrenho associado do FCP e que perdeu muitas horas a levar o filho para os treinos...
Curiosamente, há 3 ou 4 dias, pensava que nunca mais se tinha ouvido falar do Rui Jorge e que pelas qualidades deste, poderia ser um grande jogador de futebol...
ResponderEliminarO Rui Jorge era tão portista como todos nós. Lembro-me que a família dele era do Porto até à medula. Era um tipo intelectualmente muito acima da média do jogador de futebol.
Deve ter um ressentimento enorme contra o Porto. Imagino que tudo o que sempre sonhou tenha sido ser um grande jogador no Porto e não no Sporting. Mas a meu ver, no caso Mourinho, só pode culpar os dirigentes do Sporting porque estes se aproveitaram dele para atingir o Mourinho e o Porto. Ninguém duvida que o Mourinho rasgou a camisola. E então? Se era do RJ ou de outro qualquer não interessava para nada. Mas quando ele dá a cara pela aquela novela de fantochada, assinou o seu degredo.
Ainda assim, estou convencido que, se um dia lhe assobiarem das Antas para ir lá fazer uma perninha, todo o alheamento e ressentimento desaparece num instante...
A Memphis e Dragão Vila Pouca - devem ambos morar na minha rua, até no meu prédio...
ResponderEliminarsou vizinho e amigo do Rui Jorge desde que se mudou Para o Sporting, e garanto que falar por falar é muito fácil
mudaram as pessoas envolvidas na saida do Rui Jorge da Direcção do FC Porto?
se vos fizessem sair do modo como é relatado no post - com mais uns pozinhos que não são públicos de certeza que não esboçavam um sorriso.
Quando do Post do Jorge Costa referiu-se que aos adeptos do FC Porto custava ver a tentativa de distanciamento, o falar do FC Porto como se não tivesse sido um símbolo do clube, no Caso do Rui Jorge há a mágoa de se ter sido afastado de onde pertencia e sem dúvida se queria ficar.
Também a mim me entristece o ressentimento do Rui Jorge em relação ao porto.
Há um elemento da mística do nosso clube-que descobri na companhia do rui Jorge -que a meu ver desequilibra e muito para o nosso lado, que são as relações que se criam entre os jogadores, como exemplo o estágio de pré-temporada em que o mourinho deu folga aos jogadores e em vez do que esperava e era normal numa equipa de futebol foram todos sem excepção almoçar e passar a folga juntos-é uma sugestão para um post
cumprimentos
Mas que nostalgia me deu ler este post..Rui Jorge..grande portista sim, infelizmente a vida dá destas voltas e acabou em lisboa.
ResponderEliminarTambém a situação com o JM..., enfim, mas espero que ele ainda tenha a essência portista, acredito que não tenha perdido.
Não tenho saudades de jogadores como o Rui Jorge. Uma vez do lado de lá, por circunstâncias da vida de um futebolista, esteve muito mal no episódio da camisola do Mourinho. O FC Porto e os seus sócios não mereciam tamanho ódio de um ex-jogador. Se está feliz em Lisboa, óptimo, ainda bem que a vida lhe corre pelo melhor.
ResponderEliminarPor alguma razão alguns são símbolos como João Pinto ou Vitor Baía e outros, por lhes faltar algo mais, são apenas memórias do passado.
Caros bandiduh e Hymne,
ResponderEliminarNão duvido que o Rui Jorge possa ter razões de queixa em relação aos dirigentes do FC Porto que o "obrigaram" a sair daquele que era o seu clube do coração.
Contudo, volto a dizer, uma coisa é o clube, outra são os dirigentes que transitoriamente o dirigem.
O Rui Jorge, como pessoa intelectualmente acima da média, deveria saber fazer essa distinção.
José correia - "Outra são os dirigentes que transitoriamente o dirigem" - há quanto tempo temos o mesmo presidente no Porto? parece-me pouco transitório e o Rui Jorge faz essa distinção.
ResponderEliminarHymne, não vou contar a história da saída do Rui Jorge, mas posso garantir, que não foi empurrado coisíssima nenhuma.
ResponderEliminarCada um fica com a sua.
Um abraço
Não ponho em causa o homem, pois não o conheço pessoalmente.
ResponderEliminarSei que no jogo em que lhe rasgaram a camisola, mostrou uma falta de fair play a todos os níveis deploravel. Com JPinto a contorcer-se de dores na linha lateral e com JCosta a abandonar o relvado para prestar assistência ao colega de verde, o nosso "amigo" coloca a bola em jogo, passando-a a Liedson que arranca em correria pelo corredor esquerdo, estatelando-se dentro da área após possivel toque de Secretário. Penalti contra o FCP, marcado pelo Lucílio Calabote.
Bem protestou JCosta pois pensava que o árbitro tinha parado o jogo para prestar assistência ao calimero do João Pinto de verde.
Após esta cena do jogo, ainda protagonizou a da conferência de imprensa. Que atitude de menino!!!
É na contrariedade que se ve a estatura moral dos indivíduos.
Como pode alguêm com atitudes destas ser símbolo do FCP?
Como disse, não o conheço como pessoa, e não escrevo pelo que não conheço, mas sim pelas atitudes que tomou enquanto jogador que defrontou o FCP.
Se tivesse lutado com lealdade e lisura contra o FCP, quem sabe hoje não estaria no FCP e não no Belenenses...
Mais nada.
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