terça-feira, 14 de abril de 2009

Caneco, a quanto obrigas!

No passado sábado, o presidente da Liga de Futebol Profissional esteve presente no Estádio do Dragão para entregar os troféus de campeão da época passada e de 2006/2007! E, como normalmente acontece nas entregas de troféus, ouviu-se uma monumental vaia. Foi preciso esperar pela saída relâmpago de Hermínio Loureiro para se ouvirem os aplausos usuais neste tipo de cerimónia, ou seja, acabou por se dar mais importância ao entregador do que à entrega. É com certeza com tal demonstração de profissionalismo que a Liga pretende continuar a sua “luta” por uma modalidade com mais e melhor espectáculo. E é natural que os adeptos do FC Porto vaiem a entrega de troféus com quase dois anos de idade, pois não estão habituados a viver agarrados ao passado, mas sim a olhar para conquistas futuras.

Parece-me óbvio que a entrega de uma Taça com 692 dias tem tanto de ridículo como de estúpido. Basta constatar que apenas 7 dos 24 jogadores que compõem o actual plantel azul e branco colaboraram na conquista de 2006/07, que muitos dos jogadores que se sagraram campeões em 2006/07 ou 2007/08 nunca viram o troféu que ajudaram a conquistar e que, por exemplo, Cristián Rodríguez até esteve a lutar pelo mesmo troféu num clube adversário.

Mas o ridículo da situação não se prende com o longo atraso, mas com o facto do troféu de campeão nacional não ser entregue na devida época e ter de passar o Verão nas instalações da FPF e LPFP. Na Bundesliga, por exemplo, o troféu de campeão é entregue no final da última jornada (jogue-se em casa ou fora). E quando há vários candidatos à entrada da derradeira jornada, faz-se juz à revolução industrial e criam-se várias cópias do trofeú para garantir que a festa do título seja feita com o "caneco" na mão.

A entrega de um troféu não é apenas uma formalidade, faz parte da consagração dos vencedores e da competição, faz parte da festa entre público e protagonistas, faz parte da exultação do desporto. As imagens que ficam para história de atletas a levantar troféus, beijar taças ou empunhar medalhas são das melhores que se pode ter para promover uma modalidade. As imagens de sábado passado de Hermínio Loureiro sozinho no relvado, no meio de assobios e jogadores mais interessados em vencer o adversário que tinham pela frente, não abonam muito a favor da mais importante competição nacional de futebol. Fossem outras como a FPF e a LPFP e não teríamos visto João Pinto agarrado à Taça de Campeões Europeus em 1987 ou Rosa Mota subir ao pódio em Seoul. Se até em pleno Estádio Nacional, no meio de pedras e garrafas se entregam troféus, porque não fazer um esforço e chutar o amadorismo, no que concerne à cerimónia de entrega, para fora de uma competição profissional.

3 comentários:

  1. A mim sempre me pareceu incrível o facto de entregarem o troféu de campeão bastante à posteriori, sendo a melhor das hipóteses no primeiro jogo da época seguinte.

    Isto não tem cabimento nenhum. Quando se ganha um campeonato tem que se atribuir o troféu no momento. Parece que só em Portugal é que ainda não perceberam isso.

    Se o problema é fabricar umas cópias conheço uma empresa de brindes em Massamá que pode ajudar com qualquer coisa em pexibeque...

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  2. Bem visto. No entanto a questão prende-se mais com o vencedor em si da competição do que propriamente com amadorismo da Liga e dos seus dirigentes. Fosse o SLB o vencedor do ano passado e já tinha sido feita uma grande festa de âmbito nacional para a entrega do troféu. É por demais evidente que o gordo tem actuado de má-fé no que respeita ao FC Porto.

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  3. Depois de entregarem as taças, para onde foi o Hermínio Loureiro e a senhora que veio com ele?

    Foram assistir ao jogo para algum camarote do Estádio do Dragão, ou bateram em retirada?

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