sexta-feira, 12 de junho de 2009

As Vacas da Selecção


Enquadramento histórico

Desde há largas décadas que a Selecção Nacional, de um modo geral, é gerida tendo em conta não os interesses do Futebol Nacional mas sobretudo os interesses dos clubes de Lisboa e dos seus apaniguados. Essa peculiar forma de gestão dos destinos futebolísticos de uma equipa que deveria supostamente representar o País já foi abordada várias vezes aqui no Reflexão Portista. E quem tem dúvidas pode consultar aqui, por exemplo, o célebre episódio da Selecção Benfica-Sporting-Belenenses. Isto para não abordar outros temas como o do Presidente da FPF que teria de ser alguém ligado a um desses clubes. Ao longo dos anos e principalmente depois do 25 de Abril e da atitude desassombrada de Pedroto e Pinto da Costa no combate à concentração excessiva de poderes futebolísticos em Lisboa as coisas foram mudando, mas pouco. Ou melhor, essa concentração e domínio excessivo diminuíram mas passaram a fazer-se as coisas “por outros lados”.

Problema

A cultura de influência lisboeta nas equipas da Selecção tem-se manifestado há largos anos, e acentuado nos últimos, na constante transformação de jogadores do Sporting e do Benfica em Vacas Sagradas no seio da Selecção Nacional. O último exemplo deste estranho comportamento, que também afecta os adeptos dos referidos clubes, é a insistência na presença “obrigatória” de jogadores que já deram o que tinham a dar à equipa nacional como são os casos de Ricardo, Quim ou Nuno Gomes. Mas não são casos únicos, há jogadores que “têm” de jogar mesmo que estejam ou tenham estado lesionados como Simão e C. Ronaldo. Este último é a vaca mais sagrada que apareceu nos últimos anos: deram-lhe a braçadeira de capitão sem que tivesse demonstrado qualquer maturidade para tal e comporta-se como uma prima-dona dentro de campo usando e abusando de lances individuais improdutivos. Já não há paciência.

Diagnóstico

Carlos Queiroz tem vários problemas para resolver, além do apuramento para o próximo mundial, se quiser continuar a ser o Seleccionador. A sua entrada na Selecção não foi a mais feliz uma vez que já tinha publicamente elogiado a estrutura do FC Porto e quando chegou não “queimou” declaradamente nenhum jogador portista e isso fez toda a diferença. O brasileiro sacrificou o melhor guarda-redes em 2004 e um inspirado Quaresma em 2006, criou a sua própria manada e adoptou um constante comportamento hostil ao FC Porto e com isso ganhou a admiração e protecção de um País inteiro. Até dos jornalistas que tratava frequentemente à biqueirada. Agora as baterias estão todas apontadas a Queiroz. Os medíocres comentadores da nossa praça não aceitam que se deixe de fora Nuno Gomes, Moutinho ou Simão, ainda que não se encontrem na melhor forma física. Eles não entendem e não perdoam.


Futuro

Depois da saída do brasileiro para o Chelsea em pleno Europeu, a renovação na Selecção tornou-se incontornável. É certo que poderia ter sido feita de outra forma, sem um corte tão profundo com o passado, mas essa foi a opção de Queiroz e é com ela que no futuro lhe serão pedidas responsabilidades. De qualquer forma, como já referi, o seu estilo e a sua postura não são do agrado dos jornalistas e adeptos afectos aos clubes de Lisboa e por isso prevejo muitas dificuldades para Madaíl segurar Carlos Queiroz a curto prazo.

1 comentário:

  1. Estava a ler este post com a certeza q tinha sido escrito por ti,Amigo Nuno.E foi mesmo..eheh

    Esta Selecçao e patetica,constituida por 1 conjunto de vedetas egoistas,pretensiosas e irritantes.Para se aproximar do País do rendimento minimo mete se para la 1s ilustres desconhecidos e fica a selecçao do povo.

    Nem vejo futuro para estes rapazes

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