Depois do final da Taça, uma senhora à saída do Estádio do Jamor foi entrevistada e disse, qualquer coisa como isto: foi fácil, foi justo, foi um jogo péssimo. Não diria melhor, naquele diálogo rapidinho.
O FCP nesse jogo foi um pouco a imagem do que realizou durante a época. Poucas vezes gostei do futebol praticado, e para mim foi sempre um enigma porque raramente conseguimos ter uma % de posse de bola superior aos adversários. Na final da Taça ficou-se pelos 50%/50%; entre as equipas apuradas para os oitavos na CL tínhamos claramente um índice bem mais pobre que os restantes.
É decisivo este indicador? JF provou à saciedade que não. Vencemos o campeonato e a taça com toda a justiça, e na CL tivemos uma excelente participação. Sempre melhor fora que em casa, em todas as competições, este ano fomos capazes de ter êxito na provas de regularidade (Campeonato e fase de grupos da CL) e algum sucesso nas provas a eliminar com a conquista da Taça e uma boa presença nos oitavos e quartos da CL. Marcámos mais e sofremos menos golos, o que comprova, também, a nossa superioridade, a nível nacional.
Parece que JF tem, hoje, o diploma de mestrado e venceu os constrangimentos que pareciam persegui-lo. A direcção confia nele e os sócios renderam-se à evidência: hoje a sua continuidade é quase consensual.
Um dos méritos que se lhe reconhece foi ter integrado uma série de jogadores novos e, depois de um período difícil, ter conseguido pôr a locomotiva nos carris e a correr relativamente bem. Nos jogos em casa fomos mais fracos, não conseguimos ganhar ao SLB e SCP e fizemos jogos muito fracos com equipas bastante modestas. Sempre me “incomodou” darmos tanta bola ao adversário. Em Braga, contra o clube local, esse indicador atingiu um nível inusitado (37%).
O óptimo é inimigo do bom, mas custa-me entender que o FCP não seja capaz de conciliar o contra-golpe rápido nas transições ofensivas, com uma melhor circulação de bola e uma pressão mais alta, com o indispensável adiantamento das linhas. Privilegiando as marcações à zona, demos demasiadas vezes a iniciativa ao adversário, o que não vai muito com a cultura e a história do FCP, que desde os tempos de Pedroto passou a ser uma equipa de claro pendor atacante, muito particularmente nos jogos em casa.
Nos diferentes meios de comunicação na escolha do melhor onze do campeonato estão maioritariamente jogadores do FCP o que é significativo. E daí a pergunta: se os jogadores melhoraram com o trabalho de JF, ou se fomos campeões apesar de JF. Depois das excelentes exibições com o AM e o MU, ficámos com a ideia que a nossa equipa nem era fraca, como tinha jogadores muito valiosos.
Não tenho dúvidas que a continuidade de JF não poderia estar em causa. Foram os resultado, mas não só. Deu sempre a cara, defendeu sempre o grupo e não raras vezes foi a única voz do FCP. E fê-lo, de uma maneira geral, de forma muito positiva. Porém, não penso que o FCP devesse renovar por mais que um ano e quando muito ficar com prioridade para renovar por mais outro, segundo condições a acordar.
Não somos anglo saxónicos, não há tradição na manutenção de um treinador por muitos anos e tal facto não se deve apenas a cansaço dos sócios: há uma tendência para os métodos e as estruturas se sacralizarem, ao mesmo tempo que corre alguma acomodação em função de uma demasiada proximidade entre a equipa técnica e os jogadores. JF já não é um jovem nem tem o poder do Ferguson. Por outro lado, se a próxima época correr mal, ficamos reféns das condições contratuais estabelecidas. O dinheiro está caro.
Ou, então, JF assinou por mais um ano e o resto foi para a TV filmar e para mais uma alfinetada ao SLB.
Sempre preferia que fosse a segunda opção.
Se por um lado parece pacífica a continuidade de Jesualdo, onde ainda há divergências é no tempo de contrato. Se por hipotese as coisas não funcionarem - acho que vão funcionar -, com elevação e com respeito por tudo o que já foi conseguido, arranja-se um cargo na FIFA para o homem, à semelhança do que aconteceu com o Ivic...
ResponderEliminarEu também não gosto muito do futebol do Jesualdo, que é a antítese do futebol, que desde os tempos de Pedroto, era a nossa imagem de marca: bola no pé, controlo do jogo, futebol de ataque...acho que o treinador tricampeão, quando diz que a prestação em casa foi medíocre, está a referir-se aos pontos perdidos, mas também à qualidade do jogo e vai ter de alterar isso...até para que as pessoas que são exigentes e gostam de espectáculo, não reajam mal.
Quado correu a notícia da renovação, ainda "lanchávamos" após a final no Jamor, avaliei duas coisas:
ResponderEliminar- eu sugeria que fosse 1 ano +1
- e assim, se algo corresse mal, poupar-se-ia na indemnização ao 2º ano...
Mas tem tudo para correr bem.
é pro bi.tri e depois sai
ResponderEliminarhá duvidas?
Quanto á renovação, também acho que deveria ter sido por um ano, mas por razoes diferentes das que invocas. Antes de mais penso que no caso de o FCP ter que rescindir com o treinador acho que não haverá grandes problemas em chegar a acordo. Espero que continue por mais alguns anos mas acho que isso poderia ser feito ano a ano, porque sabemos que no futebol a competencia é posto a um canto pelos resultados, e acho que seria sempre uma saida mais digna para alguem que deu o que o professor deu nos ultimos anos.
ResponderEliminarQuanto ao sistema de jogo em si, penso que a competência não é posta em causa, pessoalmente gosto do estilo de jogo um dos golos do FCP que mais gostei nos ultimos anos foi o de quaresma em londres em que a jogada se resume a 3 passes. Tambem gosto do futebol do barça que é mais em Posse de bola. A questão é que penso que não temos capacidade financeira para construir uma equipa que possa competir com os grandes clubes europeus que jogue em posse de bola. Alem disso os nossos jogadores brilham mais nesse tipo de jogo tanto meireles como lucho fazem passes longos a explorar o adientamento das defesas de forma exemplar, e hul e rodriguez são jogadores que gostam de ter metros para correr.
Acredito que esta epoca com a equipa estavel e experiente vamos melhorar no campeonato.
Tá tudo louco? No benquique é que é um + um. O JF ganhou 3 campeonatos, vendeu jogadores no valor de 100 milhoes de euros (não conto as migalhas). Tem feito boas campanhas na champions. Querem o quê? O filósofo de braga? quem garante que o JF aceitaria um ano?
ResponderEliminare já me esquecia. Alguém acha que se o mourinho assinasse por 6 anos, o PC não tinha aceite? Cansaço? Anglosaxónicos? Está bem está!!
ResponderEliminarDepois da qualidade de trabalho que demonstrou nestes três anos, penso que não é um grande risco ter renovado com Jesualdo Ferreira por mais dois.
ResponderEliminarPara mim, renovar por um, dois ou três anos, é-me indiferente. De resto acho que para o Presidente Pinto da Costa, é igual. Se por qualquer motivo tivesse que rescindir antes do termo do contrato, não era pelo tempo da sua duração que deixava de o fazer.
ResponderEliminarAté porque na minha opinião, não é pelo dinheiro que Jesualdo fica no Porto. Com a idade dele há seguramente coisas mais importantes que o dinheiro.
Para mim, o importante é que Jesualdo demonstrou claramente ser o treinador certo para aquilo que o FCP necessita, que é conseguir manter uma equipa ganhadora e ao mesmo tempo formar jogadores que permitam ao clube efectuar bons negócios, garantindo desse modo a estabilidade financeira da SAD.
O sucesso desta política, garante ao FCP a superioridade sobre os nossos rivais da capital nos próximos anos.